sábado, 23 de outubro de 2010

Boas Notícias

Essas são algumas das notícias positivas do mês, selecionadas para destaque em nossa sessão “Boas Notícias”:


Caminhada em favor da vida será domingo em Fortaleza

O Movimento Nacional da Cidadania Pela Vida - Brasil Sem Aborto e as ONGs Movimento Internacional Pela Vida (Movida) e Movimento Internacional Pela Paz e Não-Violência (MovPaz) realizam no próximo dia 24, a partir das 16h, a 2ª Caminhada em Favor da Vida por um Brasil sem Abortos. A concentração é na Igreja São Pedro (Rua Almirante Barroso, na Praia de Iracema). De lá, os participantes seguem até a estátua de Iracema, no Aterrinho, onde acontecerá ato público e apresentação artística.

Os responsáveis pelo evento, Clóvis Nunes, coordenador nacional do MovPaz, e Fernando Lobo, presidente do Movida, afirmam que o objetivo da caminhada é destacar a importância do respeito à vida, principalmente à vida humana das crianças que são abortadas no Brasil e no mundo. Eles enfatizam que o evento é suprapartidário e interreligioso.

“Este evento não possui conotação política partidária nem exclusivismo religioso. Precisamos conclamar nesta caminhada a implantação de políticas públicas à prevenção de gravidezes indesejadas. Todo aborto é fruto de gravidez indesejada. Bebê que é amado e planejado nunca será abortado”, alerta o baiano Clóvis Nunes, professor e um dos coordenadores do evento.

O engenheiro Fernando Lobo, também coordenador da caminhada, afirma que é necessário pensar a saúde pública no país. “O PSF está falido neste sentido. Faltam métodos preventivos de contracepção, educação sexual de jovens e adultos, além de campanha ostensiva no planejamento familiar”, diz.

A caminhada pretende incluir adeptos de todas as religiões, além de lideranças religiosas e comunitárias. “O evento além de ecumênico, vai reunir pessoas de boa vontade, de diferentes ideologias, classes sociais, é, portanto, de natureza plural. O trajeto é curto para incluir idosos e deficientes físicos”, diz Clóvis Nunes. “Em Fortaleza é a 2ª ocasião da caminhada, mas é a 7ª vez em nível nacional. Já aconteceu em Brasília, João Pessoa e Feira de Santana”, completa.

Dentre as instituições que já aderiram ao evento estão Face de Cristo, Federação Espírita do Ceará (FEC), Colégio Darwin, Associação dos Divulgadores do Espiritismo (ADE), Agência da Boa Notícia e Maçonaria Grande Oriente do Brasil, além de igrejas evangélicas sob diversas denominações, entre outras entidades.

* Com informações da Assessoria de Imprensa – Central de Comunicação Ltda.

Contatos: Fernando Lobo – Presidente Movida (fone: 85 9984 9386) e Clóvis Nunes, – Coordenador do MovPaz - (fone: 85 8896 1173)


Fonte: Agência da Boa Notícia, terça-feira, 19 de outubro de 2010


Ciência

Estudo indica que imagens violentas podem dessensibilizar jovens

Garotos adolescentes repetidamente expostos a programas de televisão, filmes e videogames violentos têm mais chances de se tornar insensíveis à violência, de acordo com um estudo de pesquisadores do Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrames dos Estados Unidos, publicado nesta terça-feira.

Não é a primeira vez que pesquisadores investigam a hipótese de que imagens violentas podem brutalizar os jovens. A maior preocupação dos cientistas é com a parte do cérebro que controla as emoções e reações a eventos externos - em outras palavras, o "freio" que obedece a nosso senso de certo e errado -, que ainda está em fase de desenvolvimento durante a adolescência.

As últimas pesquisas neste campo, no entanto, vêm sendo questionadas por falta de indícios sobre o que de fato acontece com as funções cerebrais, principalmente na área conhecida como córtex lateral orbitofrontal (OFC, na sigla em inglês), quando um adolescente é exposto a cenas de violência.

Junto com sua equipe, Jordan Grafman, membro do Instituto, estudou o comportamento de 22 garotos com idades entre 14 e 17 anos, com o objetivo de obter dados clínicos.

Cada um dos jovens assistiu a uma série de clipes curtos, de quatro segundos, mostrando cenas de violência, extraídos de 60 vídeos diferentes. As imagens foram escolhidas previamente por um outro grupo de adolescentes, que as classificaram como muito, médio ou pouco violentas. Elas foram exibidas em ordem aleatória aos voluntários do estudo, em blocos de 20 clipes. Os jovens assistiram às cenas deitados em um aparelho de ressonância magnética, usado para monitorar sua atividade cerebral. Além disso, seus dedos estavam ligados a sensores, capazes de medir a condutividade elétrica da pele, que varia de acordo com o suor; este dado é considerado útil como guia à resposta emocional a estímulos.

Os pesquisadores averiguaram que, quanto mais tempo os garotos olhavam para as imagens mais violentas, menos reagiam em termos de atividade do OFC e da condutividade da pele. O mesmo não ocorreu quando os voluntários eram expostos às imagens consideradas de menor grau de violência.

"Descobrimos que, à medida em que eram expostos aos vídeos mais violentos, a atividade em regiões do cérebro dos meninos ligados às reações emocionais diminuía, e isso se refletiu nos dados coletados pela ressonância magnética e pelo medidor de condutividade da pele", explicou Grafman.

A dessensibilização foi mais evidente entre adolescentes que relataram ser constantemente expostos a imagens violentas em sua rotina, de acordo com as respostas a um questionário que fazia parte da etapa inicial do estudo.

Para Grafman, as imagens violentas estimulam estruturas do cérebro tipicamente ativadas quando as pessoas estão sendo agressivas. Sem o "guardião mental" que exerce a contenção emocional, esta exposição torna mais provável que um jovem cresça considerando a violência um comportamento aceitável.

"As implicações são inúmeras (...), e incluem a idéia de que a exposição contínua a vídeos violentos é capaz de tornar um adolescente menos sensível à violência, mais confortável com a violência, e mais propenso a cometer atos agressivos, uma vez que o componente emocional associado à agressão, que normalmente age como freio, foi reduzido", indicou.

Uma vez que o estudo recrutou apenas garotos, não é possível afirmar o que ocorre com meninas excessivamente expostas a imagens de violência. A pesquisa foi publicada na versão online da revista britânica Social Cognitive and Affective Neuroscience.

Fonte: Terra Notícias, 19/10/2010


Atualidade


Cerimônia celebra sucesso do resgate de mineiros no Chile


Um padre católico e um pastor evangélico conduziram o evento.

Uma multidão de jornalistas e curiosos voltou hoje à Mina São José, no Chile, onde os 33 mineiros ficaram soterrados por mais de dois meses. Uma cerimônia religiosa foi organizada no local para lembrar o sucesso da operação de resgate e o fim do confinamento do grupo. Um padre católico e um pastor evangélico conduziram a cerimônia. Alguns dos mineiros também compareceram.

A cerimônia foi organizada dentro de uma tenda e não foi aberta à imprensa. O mineiro Juan Aguilar e o boliviano Carlos Mamani foram os primeiros a chegar. Cada um que entrou cercado pelos repórteres. Tratados como celebridades, os 33 mineiros têm pela frente o desafio de retomar a vida. O grupo vai ter que aprender a lidar com o assédio da imprensa – e do mundo dos negócios. A audiência da transmissão do resgate pela televisão foi uma das maiores da história – estimada em um bilhão de pessoas.

Um grupo de 50 trabalhadores da empresa que opera a mina aproveitou a visibilidade na mídia para protestar. Eles dizem que não recebem salário desde o acidente, há mais de dois meses.

Fonte: G1, Globo Notícias, 17/10/2010


"Sou mais humano e amoroso agora", diz mineiro "corredor"


O mineiro chileno Edison Pena corria cerca de 8 km por dia na mina úmida, sob calor de cerca de 40 ºC. Foto: BBC Brasil

O mineiro chileno Edison Pena disse ter emergido dos escombros da mina San José "mais humano" e "mais amoroso" do que o homem que desceu por um túnel nas encostas de uma montanha para um turno de rotina.
Em depoimento à BBC após o dramático resgate da semana passada, o mineiro de 34 anos falou com franqueza da terrível realidade vivida pelo grupo de 33 mineiros, que passou 69 dias enterrado, sob condições extremas, 700 metros abaixo da superfície.

Conhecido como "o corredor", Pena - talvez um dos mais traumatizados do grupo - deu continuidade, pessoalmente, a uma série de entrevistas à BBC que se iniciaram por meio de cartas, quando ele ainda estava soterrado.

"Por que não estou morto? Porque não é justo morrer. Por que eu deveria morrer? Por que eu deveria morrer?", perguntou o mineiro.

"Você tem alguma idéia de como é viver naquela escuridão? Você sabe? Eu não queria ficar lá. Por que tenho de ficar preso aqui? Não quero ficar preso aqui. Quero viver. Quero sair daqui", disse, relembrando os pensamentos que passaram por sua mente inúmeras vezes enquanto ficou confinado.

As primeiras entrevistas à BBC, por carta, foram vitais para o mineiro durante os dias de escuridão. Nelas, ele compartilhou com a equipe de jornalistas os detalhes da vida no subterrâneo enquanto equipes de resgate trabalhavam nervosamente para libertar os homens.

Em suas notas, transportadas pela mesma perfuração estreita por onde se enviavam suprimentos, ele contou que odiava a montanha e queria destruí-la, que corria e testava seu corpo fisicamente para tentar vencer, mentalmente, a parede de rocha que o confinava como uma tumba.

A equipe da BBC, por sua vez, respondia tentando encorajá-lo da melhor forma possível. "Destrua essa montanha. Odeie a montanha. Derrube-a com sua fúria", dizia a resposta ao mineiro.

Fome

Durante a entrevista, fica claro que o sentimento de amargura de Pena ante tudo o que sofreu é palpável e beira o delírio. Edison Pena puxava paletas de madeira como exercício.

A fome intensa que sentiu durante os primeiros dias de aprisionamento - as costelas ainda visíveis na altura do peito - parece ser o que mais o assombra hoje.

"Acho que, de hoje em diante, nenhum alimento será desperdiçado na minha casa. Quero dar uma grande mensagem em relação à fome no mundo. Eu nunca pensei em dar uma entrevista, mas agora acho que Deus estava nos protegendo, ele estava me protegendo, e com humildade eu não gostaria de deixar um grão de arroz ser desperdiçado em casa, por que isso é o que senti, aquela fome, e passar por aquilo novamente é demais para mim".

"É muito duro voltar da morte, é muito duro. Agora eu só quero viver, eu quero viver".

Os mineiros terão de se submeter a exames médicos regulares durante os próximos seis meses. O objetivo desses exames é ajudá-los a recuperar sua saúde e guiá-los durante um difícil período psicológico.

Os médicos se preocupam particularmente com doenças associadas ao estresse. A cultura associada ao setor de mineração, onde trabalhadores são tidos como "durões", poderá ajudar alguns dos mineiros chilenos a superar seu trauma.

Psicólogos alertam, no entanto, para a possibilidade de que, justamente por terem a reputação de durões, eles deixem de pedir ajuda se precisarem de apoio emocional.

Segundo os psicólogos, é possível que alguns dos homens vivenciem ansiedade, flashbacks (quando lembranças de traumas vividos no passado voltam a assombrar a pessoa no presente) e outros sintomas do transtorno de estresse pós-traumático.

"Fique Vivo"

Falando com franqueza sobre os tormentos vividos, Pena disse que o apoio oferecido a ele pela parceira Angélica e pelas cartas trocadas com as pessoas do lado de fora o ajudaram a suportar o sofrimento.

As palavras escritas - ele disse - lhe deram conforto na escuridão. "Fique vivo", ele dizia a si mesmo. Em uma série de fotografias tiradas com uma câmera enviada a Pena pela BBC, o mineiro revelou um pouco da vida que viveu na escuridão.

Diferentemente dos outros homens soterrados, que se voltaram para Deus em busca de apoio, Pena procurou salvação nos exercícios físicos. As fotos mostram o que fez para vencer seus demônios.

Pena corria cerca de oito quilômetros por dia na mina úmida, sob temperaturas em torno de 40 ºC. E para melhorar seus níveis de estamina (um estimulante natural do organismo) ele passou a arrastar uma caixa de madeira quando corria.

"Essas fotos são testemunhos, quero que todos entendam isso. Não quero me mostrar, não quero ficar famoso correndo. Acho que correr na superfície de novo, e ver a praia, acho que nada se compara a isso".

A reputação de Pena, como corredor, e seu amor por Elvis Presley, resultaram em convites para que ele participe da maratona de Nova York em novembro e visite a mansão de Presley no Tennessee.

Apesar de tudo o que passou, o mineiro diz que vê um futuro melhor para si mesmo e sua família. "Agora existe luz, antes não havia nenhuma. Lá, eu tinha de andar com uma lanterna. Agora, estou feliz em estar de volta ao meu país, e com esta luz. Eu achava que não ia voltar, mas voltei e estou muito feliz". "Sou mais humano agora. Amo mais as pessoas, acredito em tocar as pessoas. Eu me amo muito mais".

Dan McDougall Da BBC Brasil

Fonte: Terra Notícias, 19 de outubro de 2010.

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