quinta-feira, 30 de março de 2017

terça-feira, 28 de março de 2017

Sonambulismo e Magnetismo


Quando se fala em sonambulismo logo se vem à mente a ideia de pessoas que caminha pela casa, usam o banheiro, conversam, comem ou mesmo saem de casa, tudo isto enquanto dormem. Este fenômeno é tido pela medicina como “parassonia”, ou seja, fenômeno que acompanha o sono e envolve atividade muscular esquelética ou mudanças do sistema nervoso autônomo, ou ambas (segundo o Dr. José Roberto Pereira Santos, em matéria publicada na Folha Espírita de março de 2005).

Estes são sinais de uma faculdade que pode ir muito mais além. Se o sonambulismo rudimentar, como descrito acima, pode servir de estudo a respeito das possibilidades psico-fisiológicas humanas, há outras características de sonâmbulo necessitando de pesquisa como a capacidade de ver à distância ou através de corpos pacos, ler pensamentos, descrever enfermidades suas ou de outras pessoas, receitar medicamentos ou formas de cura, ter premonições, etc.

Bem estudada por Allan Kardec na Doutrina Espírita, a faculdade sonambúlica seria ainda uma forma de se comprovar a existência da alma e sua independência com relação ao corpo. Em matéria veiculada na Revista Espírita de julho de 1963 sob o título “Dualidade do Homem Provada pelo Sonambulismo”, o codificador assim se expressou: “A visão à distância, as impressões que o sonâmbulo sente segundo o meio que vai visitar, provam que uma parte de seu ser é transportada; ora, uma vez que não é seu corpo material, visível, que não muda de lugar, esse não pode ser senão o corpo fluídico, invisível e sensitivo. Não é fato mais patente da dupla existência corpórea e espiritual?”.

Vamos encontrar também as ideias dos Amigos Invisíveis, em O Livro dos Espíritos, os quais nas respostas às questões formuladas por Kardec, nos colocam, de forma lógica, no caminho do entendimento a respeito do assunto. Não nos deteremos em maiores detalhes para não tornar muito longa a nossa dissertação, mas deixamos ao leitor o incentivo para buscar a obra e verificar o tema na íntegra.

O Codificador inseriu o sonambulismo entre os fenômenos de emancipação da alma, capacidade que todos os encarnados têm de, em certos momentos especiais, libertar-se temporária e parcialmente dos laços que prendem o espírito à matéria. Isso pode ocorrer durante o sono, um simples cochilo, um estado de transe ou ainda em um coma. Todas as oportunidades que surjam, o espírito aproveita para haurir de uma certa liberdade fora do corpo que para ele representa uma prisão limitando-lhe as faculdades (O Livro dos Espíritos, questão 407).

No sonambulismo natural ou provocado por efeito de emissão magnética, o espírito consegue deslocar-se a outros lugares, penetrar os pensamentos alheios de encarnados e desencarnados por contato dos fluídos que compõem os períspiritos (O Livro dos Espíritos, questão 455) e ainda expressar conhecimentos que podem estar muito além da sua capacidade intelectual na presente encarnação. É que os sonâmbulos, em existências passadas, podem ter adquirido conhecimentos que na atual existência não têm a possibilidade de despertar devido às circunstâncias que se apresentam (influência do meio em que vivem, falta de acesso à educação escolar etc.).

Entretanto, liberando-se parcialmente do corpo físico, reduzindo as limitações impostas pelo organismo material, encontra o meio para expressar os conhecimentos que se encontram gravados na sua memória perispiritual. De outra sorte, ocorrendo o desprendimento do espírito do sonâmbulo, este pode sentir a presença, ver e ouvir outros espíritos transmitindo-lhe mensagens, sendo o sonâmbulo, neste caso, o veículo das comunicações, o que o torna um Médium sonâmbulo.

Pouco estudado na atualidade, o sonambulismo serviu muitas vezes aos magnetizadores como forma de diagnóstico e indicação de tratamento de pessoas enfermas. Numerosos exemplos foram descritos por Kardec nas suas obras e, antes dele, esta característica de faculdade já era bastante conhecida e estudada pelos seguidores de Mésmer.

Diversos magnetizadores descrevem em suas obras as experiências realizadas, bem como os procedimentos sonambúlicos levados a efeito durante as magnetizações.

Em “Magnetismo Curativo”, Alphonse Bué relata um caso de cura onde a paciente, de nome Blanche H., 24 anos, era sonâmbula e como tal participou ativamente de todo o tratamento magnético. “…Não somente a minha sonâmbula tinha seguido passo a passo a marcha da sua moléstia, determinar-lhe a origem e natureza, ver o estado dos órgãos e predizer a época das suas crises, como ainda, embora não tivesse conhecimento algum de medicina homeopática, havia indicado os remédios que convinham ao seu estado e deviam favorecer a cura”.

Na mesma obra, o autor apresenta o tratamento de Luiza C., que há doze anos sofria de atrofia muscular progressiva. Diz Bué: “Luiza, em sono magnético, seguia diariamente este trabalho de reorganização da Natureza, com interesse crescente; como via perfeitamente o interior do corpo, tinha prazer em pôr-me ao corrente das flutuações que o tratamento imprimia ao seu estado; o que chamava principalmente a atenção era o aspecto dos seus músculos, não possuindo nenhuma noção de anatomia, limitava-se simplesmente a explicar-me a seu modo aquilo que via”.

Pôde também descrever a vida voltando gradativamente aos seus músculos, bem como a crise próxima da qual sairia melhor.

Sendo o Magnetismo e o Espiritismo ciências irmãs, como escreveu Allan Kardec, vale a pena estudar mais a respeito do sonambulismo e, quem sabe, utilizando-o junto aos trabalhos de magnetização, aproveitando os diversos recursos que ele oferece, contribuir mais decisivamente para a saúde e o bem-estar do próximo.

Jornal Vórtice julho 2008.

domingo, 26 de março de 2017

Magnetismo Pessoal


Jesus Cristo, em sua passagem pela Terra, foi a demonstração viva do magnetismo pessoal em sua expressão divina. A razão primária de seu magnetismo fundamentava-se no amor que dedicava aos seus semelhantes e, também, nos ensinamentos profundos que ministrava, através da sua vivência, de conselhos salutares e recomendações valiosas, com vistas a impulsionar a criatura para Deus.

Outro personagem que absorveu o grande magnetismo emanado do Cristo foi Paulo de Tarso. Sua presença e a autoridade de suas palavras fizeram com que ele se destacasse aos olhos de todos, como um gigante no processo de divulgação do Cristianismo nascente.

Em Allan Kardec, encontramos outro exemplo do missionário portador de grande magnetismo pessoal. Codificou uma doutrina nova e tornou-se o seu maior divulgador, atraindo a atenção de elevados contingentes de pessoas das mais variadas camadas sociais.

E nós? Entramos no terceiro milênio dominando muitos recursos tecnológicos, não conseguindo, entretanto, responder integralmente às questões voltadas aos aspectos morais e espirituais de nossas vidas. Verdades existem milenarmente profetizadas e o homem não tem assimilado as lições que induzem ao amor, e que constituem a lei para a felicidade.

Kardec lembra que o cristão é reconhecido pelas suas obras, assim como o fruto denuncia a natureza da árvore que o produz. A Doutrina Espírita, através das instruções dos Espíritos Superiores, conclama-nos à reforma íntima, buscando neste desiderato a conquista da paz no contínuo exercício do bem, na reformulação de nossos atos e consequente resgate das dívidas pretéritas.

Temos o dever de unir, reunir, somar sempre para que estejamos fortes e integrados na seara de Jesus. Devemos orar e vigiar sempre, porque estamos cercados de vícios morais nos quais a arrogância e a pretensa superioridade tentam dividir e anular os esforços daqueles que procuram a fraternidade como fórmula de ação, pela qual buscam atingir as realizações em favor do próximo e de si mesmos.

Daí a importância de atitudes como caridade e tolerância para com todos os que nos desfrutam a companhia no caminho da evolução espiritual, amando e perdoando, compreendendo e servindo. Estaremos, assim, construindo nossa própria felicidade!

Quanto mais desenvolvida a noção de responsabilidade, mais facilidade teremos no cumprimento do dever, pois a obrigação é o que a sociedade espera de nós, e o dever é o que a nossa consciência cobra de nós. Alguns já conseguem a renúncia e a abnegação, estágio este acima do dever, característica dos Espíritos superiores.

Léon Denis diz que não basta crer e saber. É necessário viver nossa crença, isto é, fazer penetrar, na prática diária da vida, os princípios superiores que adotamos. Assim, se quisermos atrair os nossos semelhantes, devemos, sobretudo, saber amar.


Mônica Barili

Bibliografia:


Revista Internacional de Espiritismo, artigo Responsabilidade e Espiritismo, de Edgard Abreu, Casa Editora O clarim - outubro de 2008, pág. 485.
Id, artigo Caridade e Tolerância, de Lucy Dias Ramos, Casa Editora O Clarim - outubro de 2008, pág. 465.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Magnetismo, Homeopatia e Espiritismo


Todo grande pensamento ou ideia religiosa não surge de repente, mas há que se haver uma preparação do solo para que a semente seja lançada e frutifique. Assim ocorreu com o Espiritismo cujo Codificador, Allan Kardec estudou por 35 anos o Magnetismo Animal, ou Mesmerismo, antes de se dedicar à Doutrina Espírita.

A Homeopatia, criação inspirada de Samuel Hahnemann, e o Magnetismo, proporcionaram o enraizamento de ideias que preparavam as almas europeias sensíveis a pensarem o Ser Humano como um ser bio-psico-social dotado de uma alma, componente de uma centelha que sustenta a vida. Não mais a influência de uma medicina medieval, materialista, mecanicista, mas uma ciência médica voltada para enxergar homem e o princípio vital contido em seu espírito.

Magnetismo e Homeopatia, portanto, se tornaram forças equilibrantes e opostas, na Europa e no Brasil, às ideias materialistas que permeavam o mundo pós-Inquisição. As doutrinas de Auguste Comte e Spencer seduziam milhares de criaturas se opondo intransigentemente ao sobrenatural, reforçando o “espírito positivo” e rejeitando qualquer cogitação das primeiras causas.

Ao tempo de Hahneman, a medicina oficial era um conjunto anacrônico de princípios, teorias e práticas empíricas, eminentemente drenadoras. Sua base eram as “sangrias”, os purgantes, os vomitórios e outros recursos criados sem um estudo metódico e científico.

A Homeopatia trouxe uma farmacodinâmica própria, considerando não só os limites materiais do indivíduo, mas penetrando no conhecimento da intimidade discreta e sutil de seu corpo bioplasmático.

Escreveu Mesmer em 1799:

“As primeiras curas obtidas de algumas doenças consideradas incuráveis pela Medicina, suscitaram inveja e produziram mesmo ingratidão, que se somaram para ampliar as prevenções contra meu método de cura. Muitos sábios uniram-se para fazer cair senão no esquecimento, pelo menos no desprezo, as aberturas que realizei neste campo: divulgou-se por toda parte como impostura. Mas que, longe de me desencorajar, redobraram meus esforços para o triunfo das verdades que acho essenciais à felicidade dos homens.”

Enquanto os Médicos de sua época exerciam a medicina heroica, tradicional, desde Galeno no século II, por sua vez, Mesmer foi formado pela Universidade de Viena, então reformada por Van Swieden, na escola clínica de Boerhaave (conhecido como professor da Europa ou Hipócrates holandês).

Mesmer cursou as faculdades de teologia, filosofia, medicina, e em parte, de direito. Seu terceiro doutorado, foi em Medicina, pela Universidade de Viena, reformulada por Van-Swieten, discípulo de Boerhaave, o criador da clínica moderna, que propôs uma retomada dos princípios da medicina científica e vitalista, fruto da observação junto aos pacientes e do uso da razão, recuperando os princípios do pai da medicina, o grego Hipócrates (vis medicatrix naturae). Incluía o estudo de ciências naturais, física, química e as então recentes descobertas fisiológicas.

Para Boerhaave, uma vis vitae, ou força vital, era responsável pela manutenção da saúde orgânica, como para todos os vitalistas científicos, que estavam se contrapondo ao materialismo mecanicista da medicina oficial, a prática médica heroica milenar.

Muitas mentiras e difamações sofreu Mesmer e até mesmo uma das obras tidas como principais de sua bibliografia, AFORISMOS DE MESMER foi desautorizada por ele, tendo sido compilada por seus alunos de um curso dado por ele.

Sua obra principal foi “Mémoires de F. A. Mesmer, docteur em médicine, sur ses découvertes.” Paris, 1799. (“Memórias de F. A. Mesmer, Doutor em Medicina, Sobre Suas Descobertas”). Esta obra contém o modelo teórico da terapia do Magnetismo Animal, sonambulismo provocado e lucidez sonambúlica, diferentes tons de movimentos (vibrações) do Fluido Universal: luz, eletricidade, magnetismo mineral, gravidade, magnetismo animal e todas as coisas.

A terapia do Magnetismo animal acelera o ciclo das doenças, antecipando a crise (crisis hipocrática) e restabelecendo o estado de equilíbrio, ou saúde.

Esclarece Mesmer em sua obra principal, ainda hoje desconhecida da geração atual:

“É o empirismo ou a aplicação às cegas dos meus procedimentos, que deram lugar às prevenções e às críticas indiscretas que se fizeram contra esse novo método. Estes procedimentos se não forem razoáveis, se assemelharão a afetações tão absurdas quanto ridículas, às quais será impossível atribuir fé.

Sexto sentido, instinto, sonambulismo provocado.

1. Como o homem adormecido pode julgar e prevenir suas moléstias, e mesmo as dos outros?

2. Como, sem qualquer instrução, pode indicar os meios mais adequados à cura?

3. Como pode ver objetos afastados, e pressentir os acontecimentos?

4. Como o homem pode receber impressões de uma outra vontade que não a sua?

5. Por que o homem não é sempre dotado dessas faculdades?

6. Como são passíveis de aperfeiçoamento?

7. Por que este estado é mais frequente, e parece ser mais perfeito após o emprego do processo do Magnetismo Animal?

8. Quais têm sido os efeitos da ignorância destes fenômenos e quais são eles ainda hoje?

9. Quais são os inconvenientes resultantes do abuso que deles se faz?”

Declarou Kardec na Revista Espírita de 1868:

O Magnetismo, a Homeopatia, e o Espiritismo.

“A cura só é completa após a destruição das causas. Eis porque os tratamentos terapêuticos muitas vezes necessitam ser completados por tratamento fluídico e reciprocamente. Eis, também, porque as curas instantâneas, que ocorrem nos casos em que a predominância fluídica é, por assim dizer, exclusiva, jamais poderão tornar-se um meio curativo universal. Não são, consequentemente, chamadas a suplantar nem a medicina, nem a homeopatia, nem o magnetismo comum.”

Hahnemann, por sua vez, escreveu no ORGANON, a “bíblia” da Homeopatia:

Organon, Parágrafo 288:

“Neste ponto acho ainda necessário fazer menção ao chamado Magnetismo Animal, ou melhor, ao Mesmerismo (como deveria ser chamado, graças a Mesmer, seu fundador), que difere da natureza de todos os outros medicamentos. Essa força curativa, muitas vezes tolamente negada e difamada ao longo de um século inteiro, esse maravilhoso e inestimável presente com que Deus agraciou o Homem, mediante o qual, através da poderosa vontade de uma pessoa bem intencionada sobre um doente, por contato, ou mesmo sem ele, e mesmo a uma certa distância, a força vital do mesmerizador sadio, dotado com essa força, aflui dinamicamente para um outro indivíduo (...)”

Já no Plano Espiritual, viria declarar mais tarde, Hahnemann:

“O Espiritismo será um poderoso auxiliar da Medicina. Graças a ele, ela abandonará a tradição materialista que, há muito tempo, retardou o seu vôo.”

quarta-feira, 22 de março de 2017

Magnetismo e Hipnotismo



Histórico

No tempo de Ísis (Egito), os sacerdotes caldeus utilizavam os passes para o restabelecimento da saúde humana. No século XV muito se falava na simpatia magnética, designando um sistema análogo nas suas bases essenciais, ao que tinha sido formulado por Paracelso. No século XVII Van Helmont, muito citado na Alta Magia, afirmava ter obtido curas valiosas com a aplicação do ímã e de placas metálicas nos corpos de doentes. Um contemporâneo dele, o jesuíta Hell, que também era físico de renome, obteve efeitos interessantes com a aplicação do ímã não só nos homens, mas também nos animais.

Até por volta do início do século XIX, a medicina era algo totalmente diferente do que conhecemos na atualidade e não havia uma nítida separação entre o médico, o curandeiro e o charlatão. Tal fato fez com que padres e até Reis do século XVI se auto-intitulassem “homens de cura”. A iniciativa dos padres era bem óbvia, uma vez que naquele tempo o conhecimento estava centrado na mão da Igreja Católica. Eram pouquíssimas as pessoas que sabiam ler e os livros, além de raríssimos, eram guardados nos monastérios. Os reis, por sua vez, eram privilegiados, pois detinham o poder financeiro e bélico e tinham acesso à educação e ao conhecimento de livros e tratados antigos que falavam, entre outras coisas, sobre como curar as doenças.

Atribuía-se uma verdadeira revolução na medicina do século XV às obras de Paracelso (1493-1541). Sua teoria magnética, ou Sistema da Simpatia Magnética, defendia que os ímãs, assim como eram capazes de atrair o ferro, também poderiam atrair certas enfermidades e doenças (Prado, 1967). Durantes alguns séculos a aplicação de ímãs no corpo para curar enfermidades foi um dos tratamentos de saúdes mais populares que existiam. E o mais interessante ainda era que não faltavam relatos de cura de doenças, e melhoria dos sintomas após a aplicação da terapia magnética. Alguns padres jesuítas passaram a usar o “poder do ímã” até para realizar exorcismos.

“O ímã cura os fluxos dos olhos, dos ouvidos, do nariz e das articulações externas; por este mesmo método se curam as úlceras, as fístulas, o câncer e os fluxos menstruais. Também contribui para resolver as fraturas e cura a icterícia e a hidropsia, segundo a prática me tem demonstrado com frequência.” - Relato de curandeiros do Séc. XVI.

Foi a partir da posterior constatação, em 1786, de que os ímãs não possuíam qualquer propriedade curativa, que se abriu o caminho para uma nova explicação do porquê de algumas pessoas se diziam curadas. Como resposta, os cientistas descobriram que a sugestão e a imaginação poderiam ser os responsáveis pelas curas. Ou seja, a “mente”, que por muitos anos fora deixada de lado pelos médicos naturalistas, que preferiam buscar explicação na anatomia e na fisiologia, passou a ser a principal suspeita de ser a responsável pelas curas.

Foi, contudo, Franz Anton Mesmer, médico, quem estudou os mistérios científicos até então cuidadosamente guardados em segredo pelos seus predecessores com sendo coisa de magia. Admitia Mesmer que, assim como o ímã, as mãos e os olhos de alguns indivíduos podiam irradiar um fluido especial proveniente do próprio organismo, com influência nos indivíduos e nos próprios animais. As teorias mesmerianas foram combatidas em Viena, motivo por que Mesmer tranferiu residência para Paris em 1778. Em 1779 ele publica a obra Magnetismo Animal, em que expõe a tese defendida até então, ou seja, a existência de um fluido que interpenetrava tudo e que dava às pessoas, propriedades análogas àquelas do ímã. Teve boa aceitação, mas depois caiu em descrédito.

Em 1784, o Marquês de Puységur, discípulo de Mesmer, descobrira Sonambulismo Artificial e em 1787 Pététin descobria a Catalepsia Artificial. Em 1841, Braid descobre o hipnotismo.

Charcot o estuda metodicamente, Liebault o aplica à clínica e Freud o utiliza ao criar a Psicanálise.

O Magnetismo

Em Física: Fluido emanado do ferro magnético e dos ímãs, que tem a propriedade de atrair outros metais e de orientar a agulha magnética em direção Norte-Sul.

Teoria do Magnetismo Animal: Existe no indivíduo uma força latente que pode ser emitida mediante a ação da vontade. Esta força apresenta analogia com a eletricidade e o magnetismo mineral e existe em todos os seres vivos no estado estático e no estado dinâmico, circulando ao longo das fibras nervosas e irradiando para o exterior pelos olhos, pelas pontas dos dedos e pela boca, com maior ou menor intensidade da vontade.

Segundo Michaelus, o mesmerismo foi o arauto do magnetismo para a sociedade com suas vinte e sete proposições em “Memóire sur la découvet du magnétisme animal”, destacando-se: “essas propriedades podem ser transmitidas a outros corpos animados ou inanimados; a moléstia é apenas resultante da falta ou do desequilíbrio na distribuição do magnetismo pelo corpo”; e Rouxel em “Rapports du magnétisme et du Spiritisme” afirmou ser o “magnetismo uma transfusão de vida espiritualizada do organismo do operador para o paciente”.

O Hipnotismo

Deriva de Hipnose, palavra introduzida por James Braid em 1843. Provém da palavra grega hypnos, que na mitologia helênica significa Deus do sono, chamado Sommus pelos romanos. O termo não é feliz, uma vez que dá a errônea impressão de ser a hipnose igual ao sono. Hypnos quer dizer sono, mas os estados hipnóticos não são obrigatoriamente tranquilos e semelhantes ao sono. Braid, após propor o termo hipnose, observou que a mesma distinguia-se de um estado de sono, porém o termo já havia se consagrado. O hipnotismo são os vários processos, pelos quais uma pessoa dotada de grande força de vontade exerce sua influência sobre outras pessoas de ânimo mais débil, numa espécie de êxtase (ou transe).

Nasceu com Braid o primeiro esboço da neurofisiologia da hipnose. Na realidade, há indícios do uso da hipnose desde tempos muito remotos, onde eram utilizadas induções hipnóticas nas várias civilizações, encontrando-se a mesma fenomenologia em muitas partes do mundo. Os hebreus, os astecas, os índios americanos chippewas e os araucanos do sul do Chile sabiam induzir o “sono mágico” e outras formas de transes grupais e individuais. Podiam produzir analgesia, gravar sugestões pós-hipnóticas e curar dores físicas ou psicossomáticas. Chiron induzia o estado de transe em seu grande discípulo Esculápio. O “sono mágico” era usado tanto nos Templos do Sono egípcios, como individualmente por sibilas e oráculos. Andrade Faria, relata que num baixo relevo encontrado num sarcófago de Tebas, nota-se um sacerdote em pleno ato de indução hipnótica de um paciente. Os egípcios, os caldeus e os hindus realizavam induções através de rituais mágico-religiosos há milênios.

A Era Científica da hipnose começou com o alemão Franz Friedrich Anton Mesmer, que em 1775, diplomou-se em medicina onde apresentou sua tese de formatura “De planetarium influxu”, inspirada em idéias filosóficas e teosóficas do século XVI e XVII, como por exemplo as de Paracelso. Defendia em sua tese que corpos celestes influenciavam na cura de doenças. Existiria um fluido ou energia universal interligando os corpos e os astros, sendo captado e emitido pelo ferro magnético. Aos poucos, Mesmer percebe que o ferro imantado não é necessário, pois parecia que ele mesmo podia emitir essa força magnética curadora recebida dos astros, a qual então ele passa a chamar de “magnetismo humano”, que podia ser transmitido em cadeia para outras pessoas. O sensacionalismo e as perseguições, não permitiram a Mesmer introduzir suas descobertas nas universidades. Mudou-se para Paris onde todavia se repetem os sucessos espetaculares e o insucesso científico. A repercussão das curas alcançada por Mesmer, leva o Rei da França, Luís XVI, a nomear uma comissão da Sociedade Real de Medicina e outra da Academia de Ciências para analisar métodos tão pouco ortodoxos. Foram convidados os maiores expoentes da cultura científica francesa, entre os quais Lavoisier, Benjamin Franklin, Jussieu e Guillotin. Apenas Jussieu não considera as curas maravilhosas como resultados da sugestão.

Podemos afirmar que a hipnose pode ser vista como “antes de Mesmer” e “depois de Mesmer”, embora o termo hipnose só tenha surgido com James Braid.

James Braid, com bases no mesmerismo, apresentando um quadro fisiológico, apresentou o hipnotismo moderno, definindo-o como: “o estado particular do sistema nervoso, determinado por manobras artificiais, tendendo, pela paralisia dos centros nervosos a destruir o equilíbrio nervoso”, entretanto, Charles Richet, ao descrever o seu método, afirmou: “o hipnotismo tratava-se de projetar o fluido magnético no corpo do paciente”.

O Hipnotismo moderno admite que o paciente fica hipnotizado por auto-sugestão e concentração mental, não havendo fluido algum. Os cientistas não aceitaram o termo magnetismo; preferiram o hipnotismo. Apenas o hipnotismo é aceito pela ciência. Ficou assim prestigiado o hipnotismo através dos tempos pela ciência oficial e relegado o magnetismo com os seus passes as suas imposições e os seus fluidos para o monturo das teorias condenadas como obra do charlatanismo. (Michaelus, in Magnetismo Espiritual, Ed. FEB, 1967).

* * *

“Há quem diga que o ato de hipnotizar se filia à ciência de atuar sobre o espírito alheio, e, para que a impressão provocada, nesse sentido, se faça duradoura e profunda é imperioso se não desenvolva maior intimidade entre o magnetizador e a pessoa que lhe serve de instrumento, porquanto a faculdade de hipnotizar, para persistir em alguém, reclama dos outros obediência e respeito.

Exteriorizando-se em mais rigoroso regime de ação e reação sobre si mesma, a corrente mental dos assistentes capazes de entrar em sintonia com o toque de indução do hipnotizador passa a absorver-lhe os agentes mentais, predispondo-se a executar-lhe as ordens.

Semelhantes pessoas não precisarão estar absolutamente coladas à região espacial em que se encontra a vontade que as magnetiza. Podem estar até mesmo muito distanciadas, sofrendo-lhe a influência através do rádio, de gravações e da televisão.

Desde que se rendam, profundamente, à sugestão inicial recebida, começam a emitir certo tipo de onda mental com todas as potencialidades criadoras da ideação comum, e ficam habilitadas a plasmar as formas-pensamentos que lhes sejam sugeridas, formas essas que, estruturadas pelos movimentos de ação dos princípios mentais exteriorizados, reagem sobre elas próprias, determinando os efeitos ou alucinações que lhes imprima a vontade a que se submetem.”


Pelo espírito André Luiz, Psicografia Francisco Cândido Xavier, Do livro 'Mecanismos da Mediunidade'.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Condições necessárias para Magnetizar


Condições ideais para ser um bom magnetizador


A ação de emitir radiações magnéticas é comum a todos os corpos. Os minerais, os vegetais e os animais emitem radiações de todas as espécies em graus diferentes.

As relações magnéticas que, entre os corpos inorgânicos, minerais e vegetais, se exercem de uma maneira uniforme, porém incompletas são insensivelmente modificadas e aperfeiçoadas no reino animal, pelo poder de volição, que é o apanágio dos corpos organizados: a vontade impera sobre os movimentos voluntários, e o princípio ativo os executa.

O homem, pela superioridade do seu poder de volição, é mais apto do que o animal, para regularizar, condensar e projetar as suas radiações magnéticas.

Há um magnetismo mineral, um magnetismo vegetal, um magnetismo animal, porém é preciso distinguir cuidadosamente o do homem dos demais; porque o magnetismo humano resulta não somente das propriedades do corpo, mas também das faculdades da alma. O magnetismo reduzindo-se a uma simples comunicação de movimento de um indivíduo para outro, acontece que há tantos gêneros como indivíduos, possuindo cada um a maneira de radiações que lhe é própria.

Magnetizar, sendo uma faculdade natural comum a cada indivíduo, segue-se que qualquer é apto para magnetizar, fora de toda a consideração de sexo, de idade e de temperamento.

Só pode haver neste ponto graduações resultantes do grau de aptidões de cada qual para exercer esta faculdade. Estes graus de aptidão decorrem de certas condições. Para magnetizar bem, torna-se necessário saúde, calma, vontade, benevolência, fé e saber.

O melhor magnetizador é aquele que possui um bom temperamento, um caráter ao mesmo tempo firme e tranqüilo, o gérmen de paixões vivas sem ser subjugado por elas, uma vontade forte sem entusiasmo, a atividade reunida à paciência, a faculdade de concentrar sua atenção sem esforços, e que magnetizando se ocupe unicamente do que faz. (Deleuze)

Saúde

A origem e a causa dos fenômenos magnéticos sendo a irradiação vital, não é duvidoso que se o operador não estiver em uma disposição de saúde e de força convenientes, se estiver fatigado, esgotado por um excesso qualquer, anêmico ou doentio, não produzirá, apesar de toda a boa vontade de que estiver possuído, senão fracas emissões radiantes, e por conseguinte, resultados quase nulos.

A primeira das condições é, pois, ter um bom temperamento e uma boa saúde.

Entretanto, não se creia que o poder magnético caminhe a par da força muscular; um homem solidamente constituído, de envergadura hercúlea, é muitas vezes menos apto para a produção dos efeitos magnéticos, do que um homem de aparência mais delicada, porém dotado de uma constituição física especial: provém isso de que o sistema nervoso representa aqui um grande papel para condensar no interior e projetar no exterior; e essa faculdade de condensação e emissão não apresenta nenhuma relatividade com o vigor corporal, que não poderia supri-la.

Alimentação

O regime favorece consideravelmente esta faculdade radiante: cumpre ser sóbrio, habituar-se a restringir as suas necessidades e a comer pouco; quanto mais se desenvolve a função digestiva e mais trabalho se lhe dá, tanto maior é a restrição da potência nêurica condensante e radiante, estando esta em proporção inversa das funções vegetativas.

É um preconceito acreditar-se que uma alimentação rica e forçada entretém melhor a saúde; o abuso dos alimentos detém, pelo contrário, todo o funcionamento vital: “Qui nimis alitur, non satis alitur”, aquele que come muito, não se nutre bastante.

Para desenvolver as faculdades magnéticas, o regime vegetariano, aplicado sem exagero e sem prevenção exclusiva, é incontestavelmente o melhor; faz-se preciso comer pouca carne, suprimir por completo o uso do álcool e beber muita água pura.

Calma

A calma é uma das qualidades mais essenciais para magnetizar. Sem calma não há ponderação, nem equilíbrio, e por conseguinte não pode haver poder irradiante e regularidade de transmissão.

Só a calma torna-nos atentos, perseverantes, confiantes e dá essa virtude preciosa que se chama paciência.

Se se desconfia de si, se se duvida, se se está hesitante, se se age molemente e sem perseverança, se há falta de ordem e de confiança, se não se observa, ou se observa mal o seu doente, se em vez de se agir no interesse dele, se diverte em provocar certos efeitos no intuito de satisfazer uma curiosidade frívola ou disfarçar a impaciência que se experimenta, arrisca-se a fazer pouco benefício; porque uma atenção acurada, e uma confiança perseverante são os verdadeiros agentes de toda a ação magnética, e onde estes preciosos elementos chegam a faltar, todos os esforços neutralizam-se.

Se a calma é a qualidade quotidiana, mais útil àquele que quer magnetizar, esta qualidade torna-se inteiramente indispensável nos casos em que a natureza, produzindo crises, exige do operador todo o sangue frio de que é suscetível para auxiliar o doente a sair vitoriosamente dessas situações difíceis.

A curiosidade, que ordinariamente é um grande defeito, torna-se um vício radical no magnetizador; um curioso jamais deixa em repouso o doente no qual não obtivera efeitos que o distraiam do aborrecimento experimentado em magnetizar. Assim, as pessoas curiosas, instáveis, versáteis, irregulares nos seus sentimentos e nos seus modos, não conseguem nenhum êxito curador. (Aubin Gauthier)

Vontade

A vontade atua de uma maneira poderosa no ato de magnetizar; é necessário, pois, desenvolver muita vontade quando se magnetiza.

Entretanto não se acredite, como pretendem alguns, que a vontade faça tudo, substitua tudo, e não necessite de nenhum outro auxiliar; se assim fora, não se deveria preocupar com processos: bastaria fazer um tratado acerca da vontade e seus usos: mas assim não acontece, e só devemos considerar a vontade como agente interno encarregado de regular, dirigir e sustentar nossa ação.

Benevolência

Todos, indistintamente, podem produzir efeitos magnéticos; porém, para curar, é necessário possuir um fundo inesgotável de caridade e de benevolência, é preciso amar ao seu semelhante.

O homem bom, caridoso, benévolo, será certamente mais calmo, mais atencioso, mais perseverante, mais animado do amor do bem e, por conseguinte, mais desejoso de atingir o seu fim, que o indiferente; há, pois, muitas probabilidades de que produza efeitos salutares.

Se a benevolência não é absolutamente necessária para agir, é indispensável para ser útil (Aubin Gauthier).

Se, há um século, Mesmer se contentasse em anunciar aos sábios da Europa que uma vontade firme e benevolente era o remédio soberano que se precisava contrapor exclusivamente a todas as nossas moléstias, a extrema simplicidade de um tal asserto tê-lo-ia coberto de ridículo, e o magnetismo talvez tivesse morrido ao nascer; mas o homem inteligente, que acabara de encontrar esta verdade imensa, pensou imediatamente nos meios de torná-la aceita. Foram os esforços de Mesmer para cativar os espíritos pelo mistério e o desconhecido, e certos processos que empregou nesse intuito, que forneceram aos seus adversários um motivo para atacar a sua maneira de agir. (Dr. Tesle)


Será preciso ter a fé para magnetizar?

A fé não é precisamente uma condição indispensável para agir. A incredulidade não impede a produção de efeitos magnéticos; entretanto, sem uma confiança absoluta nos meios que se emprega e no fim que se procura atingir, a vontade flutua e a atenção paralisa-se; ao incrédulo falta-lhe perseverança e paciência, não possui esse fogo sagrado que triunfa dos obstáculos e das dificuldades, não tem esse precioso elemento do bom êxito, a confiança, que é a única que pode dar a fé fortificada pela experiência.

Pode-se, pois, magnetizar sem ter a fé, porém ela torna-se necessária para fazer o bem, para restituir a saúde àquele que a perdeu.

A falta de confiança dá a timidez; teme-se um efeito magnético em vez de desejá-lo; se ele se apresenta, recebe-se-o com inquietação; os efeitos imprevistos enchem de pasmo ou impelem-no a imprudências e exageros que se não dariam se se tivesse por guias a reflexão, o critério e a experiência (Aubin Gauthier)

Saber

O magnetismo, considerado debaixo do ponto de vista do exercício de uma faculdade natural, está ao alcance de todos; e para fazer bem ao seu semelhante, basta possuir um coração simples e benévolo; se se considerar o espiritismo sob o ponto de vista dos altos problemas de fisiologia e de psicologia que ele pode resolver, não é bastante um bom coração, é necessário uma grande inteligência e saber.

Tomemos um meio termo entre estes dois extremos e digamos que, para praticar o magnetismo curador com bom êxito, convém reunir às qualidades que acabamos de enumerar alguns conhecimentos de anatomia e de fisiologia e o estudo das melhores obras que têm tratado do magnetismo.

Finalmente, antes de procurar tratar de um doente, cumpre fazer um exame de si próprio e refletir maduramente: considerando o objeto que se propõe, que é curar, como um verdadeiro sacerdócio, é necessário tomar a resolução de imprimir a todos os seus atos o mais correto procedimento, as mais puras intenções, uma inteira discrição, uma dedicação absoluta e só empreender o tratamento quando se está certo de levá-lo a bom termo nas condições exigidas.


Retirado do livro ‘Magnetismo Curador’ - Alphonse Bué

sábado, 18 de março de 2017

Magnetismo: Pensamento e Cura


Pensamento


Conceito de pensamento:


Fluxo de idéias, símbolos e associações.

Atividades mentais variadas, tais como raciocinar, resolver problemas e formar conceitos.

É a manifestação da Alma (mente).

Elementos do pensamento: raciocínio, memória,, imaginação, vontade e sentimento. Estes elementos consistem em agrupar e coordenar imagens, em lhes apreender as conexões constituídas, a fim de as retocar e agrupar em novas correlações mais ou menos originais ou completas, segundo a maior ou menor potência intelectual do indivíduo junto com a capacidade de percepção e comparação, promove a associação de idéias.

Mecanismo do pensamento:


O pensamento não é apenas algo subjetivo, é também matéria imponderável a se manifestar como energia: MATÉRIA MENTAL.

O pensamento sendo matéria, é formado por partículas, as quais chamaremos de partículas ou corpúsculos mentais, a se expressarem como ONDAS e FORMAS MENTAIS.

"Onde há pensamentos, há correntes mentais e onde há correntes mentais existe associação.

E toda associação é interdependência e influenciação recíproca" (André Luiz -'Domínios da Mediunidade).

Formas mentais ou de pensamentos são imagens que criamos em nossa tela mental.

Toda imagem gera associação de idéias.

Temos imagens visuais, auditivas, táteis, olfativas, gustativas, etc.

As ondas e imagens mentais criam um campo eletromagnético em tomo da individualidade, também chamado de aura ou halo vital, que exprime a natureza intima de cada ser.

"Assim é que o halo vital ou aura de cada criatura permanece tecido de correntes atômicas sutis dos pensamentos que lhe são próprios ou habituais dentro de normas que correspondem à lei dos "quanta de energia" e aos princípios da mecânica ondulatória, que lhes imprimem cor e freqüência peculiares."

"Essas forças, em constantes movimentos sincrônicos ou estado de agitação pelos impulsos de vontade, estabelecem para cada pessoa uma onda mental própria.' (André Luiz - Mecanismo da Mediunidade)


Intensidade e freqüência do pensamento:


"Quando freqüentemente repetida, a sensação adquire vivacidade excepcional, de modo a persistir por vezes longamente, depois de extinta a causa geradora" (Bozzano em Pensamento e Vontade).

"Essa corrente de partículas mentais se exterioriza de cada espírito com qualidade de indução mental, tanto maior quanto mais amplos se lhe evidenciam as faculdades de concentração e o teor de persistência no rumo dos objetos que demande." (André Luiz -Mecanismo da Mediunidade).

"Compreendemos assim que matéria mental é instrumento sutil da vontade, atuando nas formações da matéria física, gerando as motivações de prazer ou desgosto, alegria ou dor, otimismo ou desespero, que reduzem efetivamente a abstração, por representarem turbilhões de força em que a alma cria os seus próprios estados de mentação indutiva.

Cura pelo pensamento:


Existem razões para se admitir que no campo da atomologia deve centrar-se a causa e a cura das doenças e que o pensamento tem o duplo poder de deslocar ou de reajustar os elétrons em suas órbitas.

O pensamento, sendo uma forma de energia emitida pela alma, quando impregnado de emoções negativas (medo, ódio, inveja, maldade) pode causar o deslocamento dos elétrons de suas órbitas atômicas, causando o sofrimento, doença, fracasso.

Já o pensamento reto, positivo, sob a motivação da vontade e da determinação, através do querer, da prece e da fé, centrado na ação curativa, procede o reajustamento dos elétrons no alinhamento de maior potencial de suas ôrbitas atômicas, promovendo a saúde, o bem-estar, o sucesso, a cura quântica.

- A energia causadora de ambos os processos é a mesma. O que diferencia o pensamento negativo do positivo é a informação associada ao mesmo. Quando imantado por emoções negativas, desencadeia a desarmonia energética na estrutura das células e conseqüente ejeção dos elétrons das órbitas dos átomos que as constituem.

E quando o pensamento está impregnado de emoções positivas, produz a harmonização do sistema energético das células, e conseqüente recondução do seu estado mental.

Na atuação do pensamento para cura há participação do fluído magnético, disponível através dos seres humanos ou dos espíritos, com a diferença que os espíritos podem efetuar a cura diretamente ou através de um médium.

"Todas as curas desse gênero são variedades do magnetismo e só diferem pela intensidade e pela rapidez de ação." (Allan Kardec - A Gênese).

"O fluído magnético constitui por si emanação controlada de força mental sob a alavanca da vontade."(André Luiz - Evolução Em Dois Mundos).

E como a vontade acompanha sempre os pensamentos positivos, é natural que os mesmos estejam sempre impregnados de fluído magnético em abundância, proporcionando a realização das curas.

O ser humano pode atuar na matéria física do seu próprio corpo, ou de outrem, através do fluído magnético que constitui a emanação de sua força mental que atua sob o impulso da vontade.

O pensamento é forma de energia utilizada pelo ser humano para obter a harmonia e o equilíbrio das células do organismo.

O poder de curar pelo pensamento depende da sua força de atuação energética, da vontade, da evolução espiritual e do interesse daquele que se propõe a realizar a cura, sendo tanto mais eficaz quanto maiores forem os quanta de energia utilizada para tal fim.

Pode-se deduzir que o magnetismo, humano ou espiritual, é responsável por diferentes modalidades de cura, compreendendo-se que o poder de cura é variável de pessoas para pessoas e é decorrente do fluído magnético emanado pelo pensamento, sob a ação da vontade.

As curas espirituais, consideradas como milagres, podem ser concebidas à luz da Ciência Quântica, que são realizados pela força do pensamento que é um atributo da mente.


Ação da prece - Transmissão do pensamento:


O Espiritismo nos faz compreender a ação da prece, ao explicar a forma de transmissão do pensamento. Devemos imaginar todos os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no fluido universal que preenche o espaço, assim como na terra estamos envoltos pela atmosfera. Esse fluído é impulsionado pela vontade, pois é o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som.

A energia da corrente está na razão direta da energia do pensamento e da vontade.

Pela prece, o homem atrai o concurso dos Bons Espíritos que inspiram os bons pensamentos.

Pode o homem pedir aos Bons Espíritos força para resistir aos maus pensamentos.

Para nos atenderem nisso, não é o mal que eles afastam de nós, mas é a nós que eles afastam do pensamento que nos pode causar o mal.

A prece só tem valor pelo pensamento que a informa. Para que a prece toque o coração é necessário que cada palavra revele uma idéia.

A mente humana é responsável por todo o comando do complexo orgânico. O corpo físico trabalha por indução de variadas forças.

Quando despertamos o poder da mente na direção do bem, solidarizando-nos com as leis naturais que nos governam, limpamos a casa e favorecemos as forças exteriores a nos ajudar.

"Todos esses males vêm de dentro e contaminam o homem." O próprio homem pode se curar através da prece, pelo toque das mão e pelo grande poder da mente.

O Evangelho não ensina somente a pensar, como também selecionar os pensamentos, para que esses possam ser falados e escritos. Essa é a melhor ciência da vida: Comunicar com a inteligência disciplinada pelo bom censo.

Podemos concluir que devemos procurar sempre elevar nosso pensamento à Deus, ao Alto, mantendo boas vibrações, não abrindo brechas e levando nossa vida equilibrada e harmoniosa. Sabendo selecionar o pensamento, Ter vontade, elevação espiritual, concentração, fé, nos desviaremos do mal, promovendo bem-estar, positividade, otimismo e luz para nossas vidas.


Marcia S.

BIBLIOGRAFIA
O Evangelho Segundo Espiritismo - Allan Kardec
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
Rosa Cristo- João Nunes Maia pelo espírito de Miramez
Pensamentos - Pietro Ubaldi
Trabalho do Grupo de Estudos - AMERGS
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