domingo, 30 de setembro de 2012

O Manancialzinho – Espiritismo para Crianças

Esse foi um mês dedicado a Evangelização Espírita em nosso blog “Manancial de Luz”, com isso, não poderia de deixar de mencionar o nosso trabalho na área com a apresentação de "O Manancialzinho”, blog que foi criado por mim em outubro, do ano de 2009, tendo como objetivo maior o despertar na criança do interesse pelos valores espirituais, embasados nos ensinamentos da doutrina dos Espíritos.

O blog “O Manancialzinho” completa no próximo mês três anos de existência e mantém a proposta inicial de interagir diretamente com o publico infanto-juvenil fazendo o uso de uma linguagem dinâmica e apropriada, tendo em seu conteúdo além do estudo das obras básicas, como O Livro dos Espíritos e o Evangelho segundo o Espiritismo, histórias, vídeos, mensagens, música e jogos educativos que estimulam o aprendizado, influenciando aos pequenos leitores à cultura de paz como caminho para a construção de um mundo melhor e mais harmonioso.

Visite e conheça "O Manancialzinho", nosso blog de Evangelização Espírita para crianças e jovens clicando aqui.


sábado, 29 de setembro de 2012

Sopradas por Anjos: Semente do Amanhã

Evangelizar é lançar sementes agora na certeza de bons frutos no porvir.

Escolhi essa música por mostrar que devemos pensar no agora, tomando por base a criança como o esteio de um futuro melhor.

Voz: Elizabete Lacerda


Acompanhe a Letra

Semente do Amanhã
Gonzaguinha

Ontem um menino que brincava me falou

que hoje é semente do amanhã...

Para não ter medo que este tempo vai passar...

Não se desespere não, nem pare de sonhar

Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs...

Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar!
Fé na vida Fé no homem, fé no que virá!
nós podemos tudo,
Nós podemos mais...
Vamos lá fazer o que será.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Evangelização da Criança Espírita no Lar – Paltalk

Um Paltalk com o estudo do capítulo “A Evangelização da Criança Espírita no Lar”, da obra “A Arte Moral de Educar os Filhos”, gravado na sala Espiritismo do portal Net Brasil.


quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Cultura de Paz - Notícia



ABN entrega Prêmio Gandhi e realiza o Fórum Comunicação e Felicidade


A Agência da Boa Notícia realiza nesta quinta-feira (27), a entrega do Prêmio Gandhi de Comunicação 2012 e o Fórum Comunicação e Felicidade. A palestrante convidada é a psicóloga e antropóloga Susan Andrews, coordenadora, no Brasil, do Movimento FIB – Felicidade Interna Bruta. A solenidade acontece no Auditório Waldir Diogo da Federação das Indústrias do Estado do Ceará. A palestra começa às 19h e, em seguida, será feita a entrega dos prêmios. O evento é aberto ao público mediante inscrições.

Em sua 5ª edição, o Prêmio Gandhi de Comunicação vai distribuir um total de R$ 35 mil entre profissionais e estudantes de Jornalismo e Publicidade & Propaganda, vencedores das nove categorias do concurso. As categorias profissionais são Jornalismo impresso (reportagem de jornal/revista), Telejornalismo, Radiojornalismo, Fotojornalismo e Publicidade e Propaganda (campanha ou peça publicitária). O vencedor de cada uma recebe R$ 5mil. As categorias que contemplam universitários são: Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs), defendidos e aprovados nos períodos letivos de 2011.2 a 2012.1; Mídia impressa/Jornalismo; Mídia eletrônica/Jornalismo; e Publicidade & Propaganda. Com prêmio de R$ 2.500,00 para cada um.

O objetivo do Prêmio Gandhi é estimular profissionais e estudantes de Comunicação a produzirem trabalhos que divulguem o que as pessoas – individualmente ou em grupos – estão fazendo para a construção de um mundo mais humano, na linha da cultura de paz.

Os candidatos deste ano representam 17 empresas de Comunicação e 5 Instituições de Ensino Superior. No total, 66 trabalhos foram inscritos. Destes, 43 são de autoria de profissionais e 23 de estudantes. Entre os profissionais, o maior número de inscrições foi para a categoria Jornalismo Impresso (20). Em seguida estão Telejornalismo (9), Publicidade (5), Fotojornalismo (5) e Radiojornalismo (4).

Quanto ao número de inscrições de estudantes, ficaram empatadas em primeiro lugar as categorias Mídia eletrônica (7) e Publicidade & Propaganda (7). Em segundo lugar está Mídia Impressa (6) e, por fim, a categoria Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Comunicação Social (3).

Comunicação e Felicidade

O Presidente da Agência da Boa Notícia, jornalista e professor Francisco Souto Paulino, diz que a intenção do Fórum Comunicação e Felicidade é abrir espaço para “a reflexão sobre o papel da mídia para o bem-estar coletivo”. Para conversar com o público sobre a questão, foi convidada a psicóloga e antropóloga Susan Andrews, uma das maiores estudiosas, no mundo, da chamada Ciência Hedônica, a “Ciência da Felicidade”. Ela tem 12 livros lançados, sendo os mais conhecidos “A Ciência de Ser Feliz”, e “Stress a seu favor”.

Susan é psicóloga e antropóloga pela Universidade de Harvard (EUA) e doutora em Psicologia Transpessoal pela Universidade de Greenwich (EUA). Norte-americana, mora no Brasil desde que veio para a ECO-92. Ela fundou e coordena em Porangaba, município a 162 km de São Paulo, capital, o Instituto Visão Futuro, ecovila e centro de estudos e formação nas áreas de Biopsicologia, Educação e Ecologia. Lá também são feitos os treinamentos das equipes que começam a trabalhar o conceito FIB no Brasil.

O FIB nasceu no Butão, pequeno país do Himalaia, e aos poucos em outros países ganha espaço a ideia de buscar outras maneiras de medir o desenvolvimento e o progresso, considerando o bem-estar e a felicidade da população e não somente aspectos econômicos e monetários, como faz o índice PIB - Produto Interno Bruto. Os defensores do FIB apresentam nove dimensões para serem mensuradas: padrão de vida, saúde, educação, cultura, vitalidade comunitária, uso equilibrado do tempo, ecologia, boa governança e bem-estar psicológico.

Inscrições

As pessoas interessadas em assistir à palestra de Susan Andrews podem fazer inscrição enviando para o nosso e-mail - boanoticia@boanoticia.org.br - os seguintes dados: Nome completo, profissão, empresa, entidade ou instituição de ensino, e-mail e telefone. A ABN sugere que cada pessoa leve uma lata de leite em pó. As doações serão para o Projeto Criança Feliz, desenvolvido no Parque Genibaú, e Projeto Sonho de Criança, que é realizado no Castelão, em Fortaleza. Mais informações em nosso site:www.boanoticia.org.br e nas redes sociais: twitter.com/boanoticia e www.facebook.com/BOANOTICIA.

Fonte: Agência da Boa Notícia – (fone: 85 3224 5509)

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Aos Evangelizadores da Infância



A criança espírita será o adulto espírita dos dias porvindouros.

Os educadores junto dela são representantes do Espiritismo, religião libertadora de consciências.

A tarefa é grave porque demanda muito amor por parte daqueles que administram o ensinamento, não aquele fascínio sentimental que aperta a criança nos braços, como quem adquiriu um bibelô para brincar, - mas o devotamento que acolhe a criança como criatura nos seus direitos naturais, em trânsito para o futuro.

Ao mesmo tempo, o encargo se reveste de profunda beleza porquanto o professor espírita é chamado amoldar a Humanidade Nova no espírito daqueles que retomam ideias e quefazeres da reencarnação.

Para isso, os obreiros dessa ordem, antes de tudo, necessitam de paciência para com os meninos, a fim de que eles se desenvolvam na vocação e no entendimento trazido da Espiritualidade, traços fundamentais de visão e conduta que os diferenciam enormemente nos dos outros.

Os missionários da instrução espírita, no plano da infância, necessitam amadurecer as próprias convicções.

Situar-se em lugar de pais mais compreensivos.

Cultivar o espírito da alegria.

Planejar com cuidado o programa didático.

Consagrar atenção a pesquisa.

Não podemos esquecer que estamos auxiliando a criança no reencontro da confiança em Deus, na penetração dos ensinamentos de Jesus, no ingresso aos princípios de Kardec, no reconhecimento da reencarnação e amparando-a na retomada do lugar que lhe compete na equipe doméstica e no conjunto social, para que produza eficientemente os valores humanos de que seja capaz, no nível evolutivo em que se encontra.

Que os nossos companheiros dedicados à edificação espírita da infância não considerem nossos apontamentos à conta de exigências e nem esmoreçam com dificuldades que se nos anteponham, de momento, aos padrões apresentados.

Todos estamos caminhando no aperfeiçoamento gradativo de métodos e roteiros para os serviços de nosso próprio burilamento.

Compreendamos, porém, que a criança dominará o porvir, do porvir de que todos nós necessitamos para alcançarmos a perfeição.

Entregar o melhor que possuímos na formação espírita dos pequeninos de agora, será capitalizar o melhor da vida em nosso favor, nas retribuições de amanhã.


André Luiz

Psicografia de Waldo Vieira na Comunhão Espírita Cristã, Uberaba, 12/03/65)

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Entrevista Maria José Barbosa:


















Uma entrevista do site O Consolador, com a experiente evangelizadora baiana, Maria José Barbosa (foto), conhecida carinhosamente como Zezé, que vive em Londres há 30 anos e tem verdadeiro amor e dedicação ao seu trabalho.

“A educação da criança é a base de uma Humanidade com mais amor e respeito ao próximo”

A Evangelização Infantil é um tema de suma importância dentro da Doutrina Espírita, um movimento que precisa ainda ganhar forças e ampliar-se para cumprir a preciosa meta de evangelizar as nossas crianças, os homens do futuro, uma tarefa difícil mas desenvolvida com muita dedicação e amor pelos voluntários dessa área.


O Consolador: Zezé, onde você nasceu?

Em Vitória da Conquista, Bahia.

O Consolador: Onde você mora atualmente?

Em Londres, desde 1982.

O Consolador: Que fato levou você a sair do Brasil?

O motivo foi a morte da minha filha. Saí do Brasil em 1978, morei em Beirute por muitos anos e depois me mudei pra Londres.

O Consolador: Qual é sua formação escolar?

Terminei o ginásio, mas não pude concluir o clássico.

O Consolador: Que cargos ou funções já exerceu no Movimento Espírita?

Já passei por todas as funções existentes numa casa espírita, depois de começar no Fraternity há 17 anos.

O Consolador: Atualmente qual é sua atividade?

Sou vice-coordenadora do grupo SWCSS (1), coordenadora do estudo dos pais, do estudo de mediunidade e também da evangelização no Reino Unido.

O Consolador: Quando você teve seu primeiro contacto com o Espiritismo?

Comecei a estudar a Doutrina Espírita há 17 anos em Londres, quando se iniciava o Fraternity Spiritist Group. Isso ocorreu em consequência da morte de uma amiga muito querida.

O Consolador: Houve algum fato ou circunstância especial que haja propiciado esse contacto?

Sim. Um desdobramento quando estive muito doente.

O Consolador: Qual foi a reação de sua família?

Minha formação é evangélica, mas quando me tornei espírita minha família me deu e ainda me dá o maior apoio.

O Consolador: Dos três aspectos do Espiritismo - ciência, filosofia, religião - qual o que mais a atrai?

A Religião e a Filosofia.

O Consolador: Que autores espíritas mais lhe agradam?

Na parte de educação, Valter Barcelos; depois, Chico Xavier.

O Consolador: Que livros espíritas que tenha lido você considera indispensáveis ao confrade iniciante?

Os livros do Chico Xavier, do Divaldo Franco, O Livro dos Espíritos e O Evangelho segundo o Espiritismo.

O Consolador: Quando você começou a se interessar pela Evangelização Infantil?

Já vem de encarnação passada, pois é muito forte em mim o amor pela criança.

O Consolador: Qual é a importância da Evangelização Infantil no Movimento Espírita e na sociedade?

A educação da criança é a base de uma Humanidade com mais amor e respeito ao próximo. Jesus disse: “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei" (João 15:12).

O Consolador: Você acredita que esta atividade vem sendo bem desenvolvida dentro do Movimento ou ainda faltam iniciativas que possam impulsionar mais o trabalho?

A estrada é longa e há muito trabalho para fazer. Eu acredito que é um trabalho de coração. É um trabalho difícil de ser compreendido e aceito pelas casas espíritas e também valorizado como educação do Espírito, mas isso vai passar, pois a obra é do Cristo e não nossa.

O Consolador: Como é desenvolvida em Londres a Evangelização Infantil? Qual é a participação dos pais nesta atividade?

Hoje eu a vejo como um movimento muito mais ativo. Estamos sempre fazendo trabalho com evangelizadores de outros grupos, trabalhando a integração com outras casas, divulgando o trabalho dos evangelizadores. A evangelização é feita no idioma inglês e todos são filhos de brasileiros.

O Consolador: Qual seria sua mensagem como evangelizadora aos pais espíritas?

Tomando como base o pensamento dos Espíritos, é fundamental que se forme uma nova sociedade, que se tome consciência da importância de trazer o filho para a evangelização e refletir na missão como pais, educadores e exemplificadores na formação da personalidade e moral dos filhos. Cabe aos pais, principalmente os conscientes dos postulados espíritas, assumir o papel de orientador da família.

O Consolador: Como você vê a discussão em torno do aborto? No seu modo de ver as coisas, os espíritas deveriam ser mais ousados na defesa da vida como tem feito a Igreja?

Devemos fazer campanha de orientação nas casas espíritas. Nós espíritas temos a obrigação de trabalhar neste movimento com mais empenho.

O Consolador: Você tem tido contato com o movimento espírita no Brasil?

Tenho contato com todo movimento no Brasil e fora, graças a nossa querida Elsa (2) que muito me ajuda neste trabalho da evangelização. O nosso querido Joca (3) nos dá muito apoio, bem como nossos queridos evangelizadores, pois sem eles eu não poderia dar continuidade a este trabalho de evangelizar, que é tão lindo.

O Consolador: Como você vê o nível da criminalidade e da violência que parece aumentar em todo o mundo e como nós, espíritas, podemos cooperar para que essa situação seja revertida?

Fazendo uma campanha de evangelização nas casas espíritas, mostrando aos pais a importância de a criança ser evangelizada, pois uma criança evangelizada aprende a respeitar o próximo. Vamos tomar os ensinamentos do Cristo, a moral evangélica cristã, que há de renovar o mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos, e há de fazer brotar em todos os corações a caridade e o amor ao semelhante.

O Consolador: A preparação do advento do mundo de regeneração em nosso planeta já deu, como sabemos, seus primeiros passos. Daqui a quantos anos você acredita que a Terra deixará de ser um mundo de provas e expiações, passando plenamente à condição de um mundo de regeneração?

Quando nos tornarmos espíritas de verdade, pois estamos na escola com certeza há milhões e milhões de anos e temos uma longa estrada pela frente. Mas vamos aprender com Chico Xavier: "A vida é curso avançado de aprimoramento através do esforço e da luta".

O Consolador: O que o Espiritismo é para você? Qual é a importância dele na sua vida?

Mostrou-me um caminho novo com a transformação dos meus valores morais. Estudando o Espiritismo eu posso ver o outro com um irmão e me aceitar com os meus defeitos e saber que posso melhorar todos os dias. Hoje o Espiritismo é tudo para mim e, por isso, procuro servir trabalhando em favor da vida. “Não te esqueças de que a marcha para o Cristo é feita igualmente por fileiras. Todos devemos chegar bem, entretanto, os que se desgarram têm de chegar bem por conta própria”, são palavras de Paulo de Tarso no livro Paulo e Estevão.

Fonte: O Consolador
Por Katia Fabiana Fernandes


Notas:

1. SWCSS é a sigla da instituição Sir William Crookes Spiritist Society, situada em Londres.

2. Elsa Rossi, de Londres, é a 2a Secretária do Conselho Espírita Internacional.

3. Joca ou João Dalledone é o presidente da British Union of Spiritist Societies – Buss (União das Sociedades Espíritas Britânicas).

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Gotas de Luz



Os Fluidos Espirituais

O estudo dos fenômenos espíritas fez-nos conhecer estados de matéria e condições de vida que a Ciência havia longo tempo ignorado.

Ficamos sabendo que, além do estado radiante, a matéria, tornada invisível e imponderável, se encontra sob formas cada vez mais sutis que se denominam fluidos. À medida que se rarefaz, adquire novas propriedades e uma capacidade de irradiação sempre crescente; torna-se uma das formas da energia.

Esta força, gerada pelo próprio Espírito encarnado ou desencarnado, tem sido designada sob os nomes de força ódica, fluído magnético, força elétrica, força psíquica e, mais recentemente, de Bioenergia. É através dessa energia específica que os Espíritos interagem uns com os outros e exercem a sua influência no mundo corpóreo.

Em [LE-qst 27] dizem os benfeitores espirituais que todas as coisas que existem no Universo podem ser sistematizadas em três elementos fundamentais denominados de TRINDADE UNIVERSAL. Esses elementos são: DEUS - ESPÍRITO – MATÉRIA.

Deus: a causa primária, a inteligência suprema, cuja natureza não nos é dada conhecer, agora;

Espírito: o princípio inteligente, uma "energia pensante", com inteligência e moralidade próprias;

Matéria: que na definição espírita é "tudo sobre o qual o Espírito exerce a sua ação."

Observa-se, portanto, que o conceito espírita de matéria transcende à definição da física oficial (tudo que tem massa e ocupa lugar no espaço). Se retirarmos do Universo os Espíritos e Deus, tudo o que restar é matéria.

Reconhece-se três tipos de matéria:

a) Matéria Ponderável: é a matéria do mundo físico, que preenche o mundo dos encarnados e dá origem aos corpos físicos;

b) Matéria Imponderável: é a matéria do mundo espiritual, num tônus vibratório mais elevado que não nos é dado perceber. Forma o perispírito, as construções do mundo espiritual e os fluidos espirituais.

c) Fluido Cósmico Universal (FCU): é a matéria elementar primitiva, dispersa por todo o Universo. Uma matéria extremamente sutil, cujas modificações e transformações vão constituir a inumerável variedade dos corpos da natureza. É nesse elemento primordial para a vida, que vibram e vivem todos os seres e todas as coisas: constelações e sóis, mundos e almas, como peixes no oceano. A manipulação desse fluido pelos Espíritos através de seus pensamentos e sentimentos, vai dar origem aos fluidos espirituais.

Mecanismo de Formação

O benfeitor André Luiz define Fluidos Espirituais como sendo "um fluido vivo e multiforme, estuante e inestancável, a nascer-lhe da própria alma, de vez que podemos defini-lo até certo ponto, por subproduto do fluido cósmico, absorvido pela mente humana, em processo vitalista semelhante do Criador, esparsa em todo o cosmos, transubstanciando-a, sob a própria responsabilidade, para influenciar na Criação, a partir de si mesma."

Observa-se pela definição de André Luiz que todo um processo dinâmico e complexo envolve a formação dos Fluidos Espirituais. Ao ser absorvido pelo corpo espiritual, o Fluido Universal será manipulado na mente. A mente humana, sediada no Centro Coronário é um brilhante laboratório de forças sutis, onde o pensamento e a vontade estão aglutinando as partículas do Fluido Cósmico Universal e dando a elas as suas próprias características. O Fluido Espiritual específico da individualidade, será distribuído por todos os centros de força, ocupará as regiões mais íntimas do perispírito e ao se exteriorizar para fora da organização espiritual irá constituir a aura, distribuindo-se, logo após, pelo ambiente, formando a atmosfera espiritual do local.

A Aura

A aura é o resultado da difusão dos fluidos espirituais para além da organização perispiritual.

Forma em torno do Espírito um envoltório fluídico, de cerca de 20 a 25 cm a partir da superfície do corpo, segundo Hernani Guimarães de Andrade, e vai se constituir no retrato de nosso mundo íntimo. O que somos, o que pensamos e o que sentimos será fielmente retratado em nosso campo áurico.

Todos os elementos da natureza possuem a sua aura típica, mas será no homem, devido aos seus diversos estados de sensibilidade e afetividade, que as irradiações áuricas irão sofrer as mais profundas modificações.

No ano de 1939, o técnico em Eletricidade Semyon Kirlian, coadjuvado por sua esposa Valentina, na Rússia, construiu uma câmara elétrica de alta frequência na qual se pode obter fotografias das auras. Denomina-se KIRLIANGRAFIA a técnica que hoje estuda e interpreta a aura humana. Nos dias atuais, existem muitos trabalhos de registro dessas irradiações áuricas, mostrando, muitos deles, as mudanças do campo áurico relacionadas aos diversos estados emocionais, como também as mudanças relacionadas às condições de saúde e enfermidade.

Acredita-se que, no futuro, o estudo da aura, através da fotografia Kirlian, venha a ser de grande utilidade na Medicina, na Psicologia e em muitas outras áreas da Ciência oficial, no entanto, no presente momento, apesar "De inúmeras observações ainda não se chegou a conclusões precisas de como interpretar as modificações desses campos e seus respectivos reflexos na zona física, principalmente em suas posições patológicas. (Jorge Andréa)

Características dos Fluidos

Os fluidos espirituais não possuem qualidade sui generis, mas sim, qualidades do indivíduo que os elaborou. Em decorrência então da evolução espiritual e das peculiaridades particulares de cada pessoa, os fluidos irão assumir características diversas:

a) Pureza: varia ao infinito e depende do grau de evolução moral que a criatura já alcançou. Os fluidos menos puros, densos, grosseiros, formam a atmosfera espiritual do planeta, em decorrência do atraso espiritual que ainda caracteriza a população de Espíritos vinculados ao orbe terrestre. Os fluidos espirituais vão se eterizando e se sutilizando à medida que se afastam da crosta, assumindo um grau de pureza sempre crescente. As esferas espirituais mais afastadas da superfície da Terra são formadas dos fluidos mais puros em virtude de serem habitadas por entidades moralmente mais elevadas.

b) Propriedades Físicas: os fluidos espirituais apresentam características físicas como: odor, coloração, temperatura, etc. Pessoas portadoras de sensibilidade mediúnica podem perceber essas características.

c) Qualidade dos Fluidos: têm consequências de importância capital a qualidade dos fluidos espirituais. Sendo esses fluidos formados a partir do pensamento e, podendo este modificar-lhes as propriedades, é evidente que eles devem achar-se impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que os fazem vibrar.

Será, portanto, a soma dos sentimentos da individualidade, o "raio da emoção", na expressão de André Luiz, que irá qualificar o fluido, dando a ele potencialidades superiores ou inferiores. Nesse sentido, os fluidos vão trazer o cunho dos sentimentos de ódio, inveja, ciúme, hipocrisia, de bondade, de paz, etc. A qualidade dos fluidos será, em síntese, o reflexo de todas as paixões, das virtudes e dos vícios da humanidade.

Assim sendo, encontrar-se-á fluidos balsamizantes, alimentícios, vivificadores, estimulantes, anestesiantes, curativos, soníferos, enfermiços, etc.

Fluidos e Perispírito

Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica a dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido.

Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto por sua expansão e sua irradiação com eles se confunde. Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno reage sobre os organismos materiais com que se acha em contato íntimo.

Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas e mentais das mais sérias. Muitas enfermidades têm sua gênese nesta absorção de natureza infeliz.

Fonte: CVDEE

Bibliografia
1) A Gênese - Allan Kardec
2) No Invisível - Léon Denis
3) Evolução em Dois Mundos - André Luiz/Chico Xavier

domingo, 23 de setembro de 2012

Mensagem da Semana


Ir e Ensinar

Portanto, ide e ensinai..."
Jesus.( Mateus. 28:19)

Estudando a recomendação do Senhor aos discípulos - ide e ensinai -, é justo não olvidar que Jesus veio e ensinou.

Veio da Altura Celestial e ensinou o caminho de elevação aos que jaziam atolados na sombra terrestre.

Poderia o Cristo haver mandado a lição por emissários fiéis... Poderia ter falado brilhantemente esclarecendo como fazer...

Preferiu, contudo, para ensinar com segurança e proveito, vir aos homens e viver com eles, para mostrar-lhes como viver no rumo da perfeição.

Para isso, antes de tudo, fez-se humilde e simples na Manjedoura, honrou o trabalho e o estudo no lar e, em plena atividade pública, foi o irmão providencial de todos, amparando a cada um, conforme as suas necessidades.

Com indiscutível acerto, Jesus é chamado o Divino Mestre.

Não porque possuísse uma cátedra de ouro...

Não porque fosse o dono da melhor biblioteca do mundo...

Não porque simplesmente exaltasse a palavra correta e irrepreensível...

Não porque subisse ao trono da superioridade cultural, ditando obrigações para os ouvintes...

Mas sim porque alçou o próprio coração ao amor fraterno e, ensinando, converteu-se em benfeitor de quantos lhe recolhiam os sublimes ensinamentos.

Falou-nos do Eterno Pai e revelou-nos, com o seu sacrifício, a justa maneira de buscá-Lo.

"Ide e ensinai!"

Autor: Emmanuel
Do livro: Fonte Viva, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel.

sábado, 22 de setembro de 2012

Palavras aos Pais e aos Evangelizadores da Infância


“Encarnando, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir aqueles incumbidos de educá-lo” (O Livro dos Espíritos, 383)

A visão que se tem da criança pela ótica espírita difere fundamentalmente daquela que é sustentada pelas doutrinas que pregam a unicidade da existência corpórea. Para essas correntes de pensamento religioso, a criança traz, ao nascer, apenas os ascendentes biológicos, que seriam herdados dos antepassados próximos ou remotos. A concepção espírita difere, também, de outras doutrinas reencarnacionistas que consideram a volta do Espírito ao mundo material apenas com fins punitivos ou, quando muito, para o cumprimento de uma missão.

O Espiritismo não nega a reencarnação missionária, e ensina que aquilo que é visto como punição é apenas o funcionamento da lei de causa e efeito. Entretanto, vai além, ampliando a compreensão da própria vida, ao revelar o aspecto evolutivo da reencarnação.

Vista sob essa ótica, a criança é um Espírito imortal, detentor de imensa bagagem de experiências vivenciadas em outras épocas, herdeira de si mesma, que retorna à Terra, a fim de adquirir novos conhecimentos e, principalmente, de reformular sua maneira de proceder, ajustando-a, tanto quanto possível, aos postulados do Evangelho de Jesus. Assim, aprende-se, no Espiritismo, que a reencarnação tem por objetivo o prosseguimento da jornada evolutiva do Espírito.

Ao responderem a Kardec a respeito da utilidade de passar pelo estado de infância, os Espíritos Superiores atribuíram a responsabilidade da execução dos procedimentos educativos, não só aos pais, mas a todos aqueles que têm oportunidade de propiciar à criança ensinamentos e exemplos que a ajudem a adquirir novos conhecimentos e a reformular seu modo de proceder, ou seja, de reeducar-se através do esforço consciente, no sentido de exteriorizar sua luz, herança divina de que todos os Espíritos somos dotados, conforme ensinamento de Jesus (Mt, 5: 16).

Dentre esses “incumbidos de educá-lo”, conforme expressão dos Espíritos (O E.s.E., cap. 14, item 8), estão os evangelizadores da infância, ligados a esses irmãos recém-chegados do Mundo Espiritual, não pelos laços da consangüinidade nem do parentesco físico, mas pelos mais sagrados elos da nobre tarefa assumida perante o Evangelizador Maior. Entende-se, assim, que foram admitidos num trabalho que é continuação daquele iniciado no Mundo Espiritual, na preparação do Espírito para sua volta às lides terrenas. Ao ser considerada a Escola Espírita de Evangelização como um Posto Avançado do Mundo Espiritual, deve-se meditar sobre a extensão e a responsabilidade da tarefa que é atribuída ao evangelizador.

Consciente dessa grave responsabilidade, qual seja a de iluminar consciências, urge que se prepare convenientemente através da oração sincera, da meditação serena, do estudo edificante, a fim de que a sua palavra, portadora de carga magnética gerada na convicção profunda, e não apenas na informação superficial, possa tocar os pequeninos, pois quem não está convencido do que diz, raramente consegue convencer alguém. Como exemplo, é oportuna a lembrança das palavras do Benfeitor Alexandre, citadas no livro “Missionários da Luz”, à página 311: “O companheiro que ensina a virtude, vivendo-lhe a grandeza em si mesmo, tem o verbo carregado de magnetismo positivo, estabelecendo edificações espirituais nas almas que o ouvem. Sem essa característica, a doutrinação, quase sempre, é vã.” Desse modo, a palavra suave, embora firme, abrirá as portas do entendimento da criança, propiciando oportunidade à semeadura das lições do Evangelho, agora explicado à luz da Doutrina Espírita. O Benfeitor Alexandre deve ter-se inspirado nas palavras do “Sermão da Montanha”, no seu último versículo, em que Mateus põe em relevo a eficácia das palavras de Jesus: “Porquanto os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.” (Mat, 7: 29)

Deve, o evangelizador, ter consciência de que a Escola Espírita de Evangelização – chamada afetivamente de “escolinha” – é, malgrado o pouco tempo de que dispõe para o convívio com a criança, apesar da incompreensão de alguns dirigentes de centros espíritas, e das dificuldades materiais, a escola que mais esclarece no mundo, aquela mais propícia à implantação dos tempos novos, face aos ensinamentos libertadores, capazes de levar o evangelizando a uma mudança de mentalidade, que o capacitará a colaborar efetivamente na implantação de uma sociedade mais justa, mais humana, mais fraterna, conforme preconizam os Espíritos.

Importa seja lembrado também que o Espiritismo, ao trazer de volta os ensinamentos de Jesus, na sua simplicidade, objetividade e pujança originais, anula aquele sentimento místico do comparecimento ao templo – assim chamado casa de Deus – e revela o mundo como oficina da vivência religiosa, portanto do aperfeiçoamento espiritual. Anula, também, outro referencial religioso, além do templo, qual seja a figura do guru, do sacerdote, do pastor.

Tendo isso em mente, deve o evangelizador meditar sobre o que ele representa para a criança, que o observa efetivamente como referencial religioso, malgrado o seu empenho em mostrar-lhe os verdadeiros referenciais nas figuras veneráveis que, através dos tempos, têm trazido suas contribuições para a iluminação da criatura humana, no que se destaca a figura maior de Jesus.

Assim pensando, deve o evangelizador empenhar-se, com toda a força do seu entendimento, no sentido de aprimorar-se cada vez mais para a execução do seu trabalho junto à criança. Esse aprimoramento envolve três aspectos principais, que devem ocupar o primeiro plano das suas preocupações: o pensar, o sentir e o fazer.

O pensar leva-o à reflexão, à conscientização plena do valor do seu trabalho. Quando medita sobre sua atuação no setor de evangelização infantil, deve avaliar o nível do seu comprometimento com a tarefa; que espaço ela ocupa em sua mente; quantas horas por semana dedica ao preparo da mensagem que levará à criança que espera dele a orientação, a fim de que caminhe com segurança neste mundo tão conturbado da atualidade. Sem que se julgue grande missionário ou Espírito iluminado, é justo que tenha consciência da relevância e do valor da tarefa a que se dispõe, ainda que a sua turma de evangelizandos seja pequena, que seja “turma” de um só!

E quando lhe surja alguma dúvida a respeito da validade do seu esforço, deve lembrar-se de que no trabalho mediúnico de desobsessão – que deveria denominar-se “evangelização do desencarnado” – um grupo de várias pessoas se empenha, às vezes durante muito tempo, no encaminhamento de um único Espírito que trilha caminho equivocado, não raro por não ter sido evangelizado na infância.

Ao serem examinados os resultados das tarefas desenvolvidas nas instituições espíritas, fica evidente que a Evangelização da criança é a atividade mais importante, de vez que beneficia o Espírito desde a fase infantil, influenciando seu proceder, dando-lhe diretrizes que o ajudarão não só nesta sua passagem pela Terra, mas que servirão como farol a iluminar-lhe a consciência em sua vida de Espírito imortal. Por isso é que, embora reconhecendo o valor das outras tarefas desenvolvidas nos centros espíritas, chega-se facilmente à conclusão de que a Evangelização da Criança deveria ter primazia, deveria ser atividade olhada com a maior responsabilidade por parte dos dirigentes das instituições espíritas, por ser a encaminhadora do Espírito, numa verdadeira continuação do trabalho iniciado no Mundo Espiritual, durante os preparativos para sua volta. Esse particular deveria ser periodicamente relembrado aos pais, no sentido de colocá-los como parceiros no trabalho, cuja parcela maior de responsabilidade é deles.

É a consciência profunda do insubstituível valor da tarefa que deve alentar o evangelizador nos momentos de desânimo, quando a incompreensão dos dirigentes da casa onde trabalha, a falta de espaço físico, de material apropriado, a falta de cooperação dos próprios pais, as dificuldades com a criança – todas essas dificuldades quiserem tirá-lo dessa seara bendita a que foi convocado.

O Evangelizador deve empenhar-se, também, no desenvolvimento da sua capacidade de sentir. Todos temos em nós o amor, em estado de latência. Essa herança divina, que o Espírito vai revelando através dos séculos sucessivos, pode ter sua exteriorização acelerada pelo esforço consciente da criatura. E o evangelizador é desafiado ao esforço de amar, pois quem não ama não tem condição de suscitar nos pequeninos o desejo de amar. O pensar é muito importante, imprescindível mesmo. Mas o pensar sem o sentir pode levá-lo a uma postura muito fria, muito calculada que, embora matematicamente certa dentro dos parâmetros meramente pedagógicos, vistos do ângulo acadêmico, não se coaduna com o espírito do trabalho de evangelização, que deve primar pelo incentivo ao desenvolvimento das virtudes preconizadas pelo Evangelho.

E, quando após anos de trabalho junto a uma criança souber que ela se desviou, a partir da adolescência ou da juventude, o evangelizador não deve desanimar, julgando perdido todo o seu esforço ao longo de anos sucessivos. O Bem nunca se perde. Mais cedo ou mais tarde, às vezes com o concurso da dor, as sementes recolhidas com os risos da infância germinarão, até mesmo regadas pelas lágrimas na idade adulta.

José Passini

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Evangelização da Criança: Razões e Finalidades


Por Astolfo Olegário de Oliveira Filho (Londrina)

É conhecida a posição de Kardec, o Codificador do Espiritismo, com relação ao ensino moral contido no Evangelho: "Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É o terreno em que todos os cultos podem encontrar-se, a bandeira sob a qual todos podem abrigar-se, por mais diferentes que sejam as suas crenças. Porque nunca foi objeto de disputas religiosas, sempre e por toda parte provocadas pelos dogmas. Se o discutissem, as seitas teriam, aliás, encontrado nele a sua própria condenação, porque a maioria delas se apegou mais à parte mística do que à parte moral, que exige a reforma de cada um. Para os homens, em particular, é uma regra de conduta, que abrange todas as circunstâncias da vida privada e pública, o princípio de todas as relações sociais fundadas na mais rigorosa justiça. É, por fim, e acima de tudo, o caminho infalível da felicidade a conquistar, uma ponta do véu erguida sobre a vida futura" (O Evangelho segundo o Espiritismo, Introdução, item I).

Aí está, pois, a resposta à pergunta que dá título a este artigo. Evangelizar uma pessoa é ensinar-lhe o caminho que leva à paz, à harmonia e à felicidade possível no mundo em que vivemos. Mas... se é isto que nos ensina o Espiritismo, quando tal tarefa deve começar? A resposta a esta dúvida é também por demais conhecida: na infância, esse período da existência corpórea assim conceituado por Emmanuel: "A juventude pode ser comparada a esperançosa saída de um barco para uma longa viagem. A velhice será a chegada ao porto. A infância é a preparação".

Os Espíritos Superiores nos ensinam que, encarnando-se com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante a infância, “é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo". (O Livro dos Espíritos, item 383.) Mais adiante, aduzem eles que "as crianças são os seres que Deus manda a novas existências. Para que não lhes possam imputar excessiva seriedade, dá-lhes todos os aspectos da inocência. Julgando os seus filhos bons e dóceis, os pais lhes dedicam toda a afeição e os cercam dos mais minuciosos cuidados. A delicadeza da idade infantil os torna brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devem fazê-los progredir. É na fase infantil que se lhes pode reformar o caráter e reprimir as suas más tendências. Esse é o dever que Deus confiou aos pais, missão sagrada pela qual terão de responder" (L.E., item 385).

Reportando-se ao assunto, Emmanuel adverte: "O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos. Até os sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência. Ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isto, mais vivas, tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e estabelecer novo caminho. Passada a época infantil, atingida a maioridade, só o processo das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a concepção das criaturas, porquanto a alma encarnada terá retomado o seu patrimônio nocivo do pretérito e reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a luz interior dos sagrados princípios educativos" ("O Consolador", pergunta 109). A razão é simples: é que, atingida a maioridade, o Espírito revela seu caráter real e individual, "retoma a sua natureza e se mostra qual era".

O lar será sempre, de acordo com o Espiritismo, a melhor escola para a preparação das almas encarnadas, como Santo Agostinho assevera no cap. 14, item 9, de "O Evangelho segundo o Espiritismo": "Oh! espiritistas, percebei o grande papel da Humanidade; compreendei que, quando produzis um corpo, a alma que nele se encarna vem do espaço para progredir. Cumpri com os vossos deveres e empregai o vosso amor em aproximar essa alma de Deus. Essa a missão que vos foi conferida e da qual recebereis a recompensa, se a cumprirdes fielmente", antecipando o que Emmanuel ensinaria mais tarde: "As noções religiosas, com a exemplificação dos mais altos deveres da vida, constituem a base de toda educação, no sagrado instituto da família" ("O Consolador", pergunta 108).


Trecho do artigo de autoria de Astolfo Olegário de Oliveira Filho

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Pensamentos Nobres


Um momento de reflexão com as frases e pensamentos edificantes em destaque no mês.

“O homem, quanto mais preenche os espaços mentais com as idéias do bem, mediante o estudo, a ação ou a reflexão, mais aumenta a sua capacidade e conquista mais amplos recursos para o progresso.” (Joanna de Ângelis)

“A caridade é o processo de somar alegrias, diminuir males, multiplicar esperanças e dividir a felicidade para que a Terra se realize na condição do esperado Reino de Deus.” (Emmanuel)

“Sempre que chamados à crítica, respeitemos o esforço nobre dos semelhantes. Para construir, são necessários amor e trabalho, estudo e competência, compreensão e serenidade, disciplina e devotamento. Para destruir, porém, basta, ás vezes, uma só palavra.” (André Luiz)

“Quanto mais conhecemos a nós mesmos, tanto mais avançamos em nosso amadurecimento; o homem sem maturidade é aquele que não conhece a si mesmo.” (desconhecido)

“A arte de ouvir é, também, a ciência de ajudar.” (Joanna de Ângelis).

“A felicidade não é um tapete mágico. Ela nasce dos bens que você espalhe, não daqueles que se acumulam inutilmente.” (André Luiz)

“A ironia pode ser engraçada e agradável para quem a faz, mas pode magoar tanto que sua graça converte-se em mágoa profunda em quem a recebe.” (Emmanuel)

“Se Jesus nos recomendou amar os inimigos, imaginemos com que imenso amor nos compete amar aqueles que nos oferecem o coração.” (André Luiz)

“Quando a conversa se faça excessivamente acalorada, silencia alguns momentos e pensa um tanto mais. Quem pára de discutir começa a compreender.” (Emmanuel)

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O Desafio de Educar para a Cidadania


Por Janine de Lucena Costa*

A necessidade de estruturar um trabalho educacional na área da cidadania surgiu do nosso convívio com as crianças de uma escola particular, na qual, atuávamos como Orientadora Educacional. Sendo uma instituição localizada em um bairro nobre da cidade, lidávamos com educandos pertencentes a um nível sócio- econômico elevado.

Mas na rotina de trabalho não era raro depararmos com situações de consumismo exagerado, crises de individualismo e competitividade experimentadas por crianças e adolescentes socialmente privilegiados. Nada distante da situação vivida por uma sociedade excessivamente presa aos bens materiais, atitude reforçada pela ostensiva propaganda da mídia descomprometida de nossos dias a divulgar que a felicidade só se concretiza através do TER e não do SER.

Infelizmente, expressiva parcela de adultos, acredita que cumpre efetivamente um grande papel, na medida em que orientam os filhos para que se sobressaiam a qualquer custo na “selva de pedra” em que se converteu o nosso universo social. E acabam por estimular sentimentos negativos do tipo: só se habilitam à vitória aqueles que levam vantagem em tudo, independentemente da circunstância. Tal caminho resulta no espetáculo lamentável assistido pela sociedade contemporânea, ou seja, jovens seduzidos pelo comportamento marginal por falta de contato com projetos de vida e ausência de responsabilidade social.

Perplexos, assistimos, quase que semanalmente, notícias veiculadas pela imprensa nos dando conta de atitudes impensadas por parte de adolescentes integrantes das classes economicamente mais favorecidas a protagonizarem atos incivilizados de vandalismo e, às vezes, de violência gratuita contra os próprios pais.

O objetivo deste trabalho, em princípio, visa conscientizar a comunidade sobre a necessidade de repensar valores tão arraigados ao organismo social. Como exemplo, citamos a busca individualista totalmente despida de valores éticos a obstaculizar o progresso da coletividade.

Será que é isto que queremos?

Atualmente, o mundo enfrenta a terrível realidade de não ser sustentável. Isto significa dizer que em breve nos confrontaremos com a insuficiência de recursos naturais. Em consequência, as crianças precisam, desde cedo, se conscientizarem de suas responsabilidades perante o mundo, pois afinal, estão inseridas no contexto global da criação. Urge o conhecimento que assinala os valores humanitários como parte integrante da vida delas, valores destacados que se encontram muito além do egoísmo e da ambição desmesurada a ditarem as normas de um viver inconsequente.

O imenso desafio que divisamos pela frente é incentivar o compromisso que cada criança deverá selar com a própria consciência, com a coletividade e com o bem estar geral do planeta; é não deixar que a juventude negligencie suas responsabilidades perante um mundo tão afetado pela inconsequência dos poderosos e pelo desamor de muitos.

A escola e a família não podem se esquivar desta tarefa fundamental. Se prestarmos cuidadosa atenção, verificaremos que a maioria das crianças, lá na intimidade, manifesta o impulso da solidariedade compassiva.

Compete aos pais utilizar tais características em prol dos objetivos enobrecidos da vida. São aptidões que, se trabalhadas desde cedo, tornarão mais facilitada a tarefa educativa, de modo a nos permitir a colheita de frutos dulcificados no futuro. Vale ressaltar que ninguém precisará abandonar seus sonhos e desejos mais recônditos, mas apenas conciliá- los com as iniciativas que se revertam em benefícios para a coletividade.

Mahatma Ghandi, líder pacifista indiano, dizia: “Seja a mudança que você quer ver no mundo”.

É trabalhando o altruísmo e o desprendimento que estaremos ajudando a criança a descobrir, através de sua potencialidade o verdadeiro papel que lhe diz respeito na sociedade moderna.

Inclusive, não é difícil auxiliá-la na busca de uma profissão futura que lhe proporcione satisfação verdadeira e não somente a obtenção do dinheiro.

Infelizmente, certos progenitores não atentam para uma questão sutil de imensa repercussão futura na felicidade dos filhos: nem sempre uma determinada profissão rendosa é a mais condizente com as aptidões do jovem. Em verdade, uma profissão imposta pode acarretar problemas de ordem psicológica ao indivíduo inadaptado à função sugerida pelos genitores, pois na prática, a criatura não se reconhece capaz nem satisfeita em desempenhar tarefa não condizente com a própria habilidade vocacional.

Todavia, quando o sujeito encontra- se no desempenho de seu verdadeiro labor, destaca- se por servir à sociedade de uma forma útil e verdadeiramente honesta, pois demonstra imensa satisfação naquilo que realiza. E muitas vezes, não se importará de disponibilizar em prol dos menos favorecidos, algumas horas na semana, sem a preocupação de angariar retorno financeiro, pois estando consciente de seu papel social estará ali somente cumprindo o dever de cidadania plena. A propósito deste nosso comentário relembremos um texto atribuído ao ex-presidente sul- africano, Nelson Mandela:

“Os meninos de Deus.

Nosso medo mais profundo é saber que somos poderosos além da conta. É nossa luz, não a nossa obscuridade o que mais nos assusta. Nos perguntamos: — Quem sou eu para me sentir brilhante, atraente, talentoso, poderoso? Mas, na realidade, quem é você para não sê-lo? Você é um menino de Deus. T eu jogo de ser insignificante não serve ao mundo. Não tem nada de iluminação fazer- te menor, para que as outras pessoas não se sintam inseguras ao teu redor. Todos podemos brilhar, tal como fazem os meninos. Todos nascemos para manifestar a glória de Deus que se encontra em nosso interior. Esta glória não está dentro de uns poucos, está dentro de todos nós. Quando permitimos que nossa própria luz brilhe, inconscientemente damos a outras pessoas a oportunidade de fazer o mesmo. À medida que vamos liberando nossos medos, nossa presença libera os outros automaticamente”.

Quanto mais elevado e menos egoísta for o nosso ideal, mais o Universo conspirará a favor de sua concretização.

Penso que a nossa obrigação é a de colaborar decididamente com as crianças e jovens, visando introjetar em suas mentes os mais puros ideais de cidadania e responsabilidade. Ninguém atinge a felicidade plena compactuando com o erro, sem nada fazer para atenuar o problema.

Acredito que toda proposta de mudança da mentalidade vigente crie alguns atritos e reações contrárias, mas não é impossível de se estabelecer, pois no presente caso, estaremos lidando com crianças que no dizer de Mandela, trazem a potencialidade da “luz” interna, muitas vezes, eclipsada pelo nosso descaso ou maneira inadequada de educar.

O momento histórico nos convida a trocar as trevas que nos oblitera a visão pela realidade da luz que clareia as mentes despidas de preconceitos. Somente assim transformaremos a nossa morada planetária em um local iluminado, onde o nosso jovem possa conviver harmonicamente com os demais semelhantes, a exemplo do que acontece num imenso lar equilibrado e harmônico.

*Psicopedagoga Clínica, Brasília-DF
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