quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Mediunidade e Testemunho

 


Ao invés de constituir-se privilégio de que desfrutam alguns indivíduos, a mediunidade é vigoroso instrumento de trabalho, que deve ser utilizado com probidade e elevação, a fim de que lobrigue o mister a que se destina.

Possuindo finalidades específicas, quais demonstrar a imortalidade do Espírito, contribuir terapeuticamente para a saúde espiritual, desvelar a realidade do mundo extrafísico, lenir exulcerações morais, consolar corações e iluminar mentes, a mediunidade representa valioso contributo da vida, auxiliando os transeuntes da jornada carnal, para que encontrem o rumo da felicidade.

Utilizada com equilíbrio, conforme as sadias diretrizes propostas pelo Espiritismo, faculta o desenvolvimento ético-moral do ser e da sociedade na qual ele se encontra, promovendo o progresso intelectual e filosófico com vistas à aquisição de um sentido libertador dos miasmas e atavismos ancestrais que permanecem dificultando a ascensão humana.

Por consequência, o exercício da mediunidade convida à reflexão e ao espírito de serviço em favor das demais pessoas.

Constituindo recurso auto-iluminativo, impõe disciplinas austeras e comportamentos severos em relação ao seu uso e à aplicação das suas energias.

É natural, portanto, que não deva ser utilizada com leviandade ou para divertimento dos frívolos.

Certamente, quando mal direcionada, permanece facultando o comércio inferior com as Entidades perversas e mistificadoras, do mesmo teor moral daquele que a possui.

Aplicada condignamente, produz estados de êxtase superior, não impedindo, todavia, que o seu instrumento experimente aflição, expurgando os erros dantanho e os delitos que ficaram na retaguarda, pesando negativamente no seu processo de elevação.

Assim sendo, o martírio que acompanha alguns medianeiros abnegados, faz-se-lhes bênção de inapreciável significado, graças ao qual, se engrandecem e se iluminam.

Isenta de qualificação moral, a faculdade em si mesma se identifica com as faixas vibratórias nas quais sincroniza a mente do seu portador.

Colocada a serviço de Jesus, aureola-se de peregrina luz que espanca as sombras do primarismo e aponta o porto que deve ser alcançado.

Santo Antão, nos primórdios do Cristianismo, meditando no monte Pispir, em pleno deserto, era perseguido por Espíritos malévolos que tentavam desorientá-lo.

Hildegarda de Bingen, a extraordinária mística alemã, embora refugiada no monastério para manter-se em perfeita identificação com Jesus e Sua doutrina, não conseguiu eximir-se às ações doentias dos desencarnados em profunda perturbação.

Santo Antônio de Pádua, seráfico e sacrificado, era visitado pelos inimigos espirituais do Cristo que tentavam molestá-lo e atormentá-lo.

Ermance Dufaux, a abnegada médium de Joanna d’Arc e de São Luiz de França, que tanto cooperou com o eminente mestre Allan Kardec, sofreu apodos e foi tida como psicopata.

O ministério mediúnico é sempre acompanhado de testemunhos e de sacrifícios.

Não foram poucos aqueles que a impiedade e o fanatismo religioso levaram à fogueira, à infâmia, ao suplício impenitente, negando-lhes o direito a qualquer defesa.

O martírio, de uma ou de outra forma, sempre tem assinalado o labor de todo aquele que se entrega ao Mestre crucificado, Médium que também o foi de Deus.

Bendizes as dores que te alcançam e dilaceram as fibras da alma.

Não apenas aquelas que são impostas pela insensibilidade humana ou gratuita perseguição de outros.

Mas, aos estados íntimos que te amarguram e desorientam.

Alegra-te com a oportunidade de crescer interiormente, enquanto auxilias a quantos se te acercam.

O sarçal e os pedrouços do teu caminho após percorridos, abrir-se-ão em flores e atapetarão o solo por onde passarão outros pés, após os haveres transformado pela tua bondade e compaixão.

Não te recalcitres contra o aguilhão da dor, dificultando a própria liberdade.

Utiliza-te das tuas forças mediúnicas para gerar simpatia, recuperar vidas e resgatar danosos comportamentos, adquirindo alegria de viver por todo o bem que possas fazer, ou por facultar aos Benfeitores da Humanidade as realizações dignificantes por teu intermédio.

Joanna de Ângelis

Psicografia de Divaldo Pereira Franco

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

A responsabilidade de ser médium

 


Um bom médium é a soma de uma mediunidade mais desenvolvida e de disciplina, trabalho árduo, abnegação e amor ao próximo.

Além da mediunidade, o que é preciso para vir a ser um bom médium?

ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA

É fundamental. Existem médiuns que trabalham mesmo sem estudos?

Sim. Porém, não atenderão com tanta facilidade à Espiritualidade Superior, porque ela procura médiuns bem preparados e com conhecimento para que possam trabalhar com eles e transmitam suas mensagens mais facilmente.

Também a falta de estudo deixa o médium exposto à espiritualidade inferior e até a um desgaste maior em relação à sua própria saúde.

REFORMA ÍNTIMA

Qualquer Espírita, mas principalmente o médium, precisa trabalhar a sua reforma íntima. Mudar seus hábitos diários, ter força para enfrentar as recaídas e a sabedoria e perseverança para recomeçar. Aqui faço um parêntesis para dizer o quanto é valiosa a leitura diária d’O Evangelho segundo o Espiritismo.

A reforma íntima auxilia no controle dos pensamentos. Se estes forem elevados, Espíritos bons se aproximam harmonizados no mesmo diapasão espiritual.

RESPEITO À ESPIRITUALIDADE E A SI MESMO

O Médium deve encarar o seu trabalho com profundo respeito, como algo sagrado e elevado.

Deve ter respeito por si mesmo, pela Espiritualidade, e pelo Centro onde opera. Mas, principalmente, deve respeitar e tratar carinhosa e amorosamente quem o procura para ajuda e alívio de suas dores físicas, emocionais e morais.

EQUILÍBRIO

O Médium sabe que está sujeito a críticas devastadoras, que o rasgam por dentro. Um ditado inglês diz “Sábio é o que tem menos expectativas em relação às pessoas e se apoia só em Deus”. O equilíbrio é fundamental para o bom exercício da mediunidade. O Médium precisa lembrar que ele trabalha para Deus e para a Espiritualidade.

ÉTICA

O bom médium deve ser ético por excelência. Cuidar das mensagens recebidas, e a forma como deverão ser transmitidas aos seus irmãos, também no sigilo total quando um irmão lhe expõe problemas íntimos e particulares (principalmente o médium de cura), no respeito por todos, não importando o seu credo. A missão do Médium é a de atender e de fazer o bem sem olhar a quem.

CONSTÂNCIA NO TRABALHO E PONTUALIDADE

Quem quer ser um bom Médium deve e precisa ser pontual nas suas obrigações e assíduo no seu trabalho. A Espiritualidade dentro de uma Casa Espírita se prepara para trabalhar em determinada área e conta com a usual equipe de médiuns. Se o Médium não comparece, causa problemas para si, para a equipe com que trabalha e a equipe dos desencarnados que ali está de prontidão. Além disso, desrespeita quem vai procurar ajuda num Centro.

PREPARAÇÃO PARA O TRABALHO

Todos os Médiuns precisam preparar-se para qualquer trabalho espiritual.

Em dia de trabalho, em especial, a alimentação deve ser mais leve, e evitadas discussões e quaisquer vícios que possam bloquear o cultivo de pensamentos elevados.

AMOR AO PRÓXIMO E PRÁTICA DE CARIDADE

O Espírita, Médium ou não, sabe que deve pautar sua vida pelo amor ao próximo e a prática da caridade, dois pilares que sustentam sua evolução espiritual.

Caridade é compreender e respeitar o próximo, é estender a mão quando é preciso, mas saber também retirá-la na hora certa para não invadir a privacidade alheia. Praticar a caridade é ser amoroso, porém sabendo colocar limites em si mesmo e nos outros.

SER HUMILDE

Muitos Espíritas pensam que ser humilde é se anular por completo, é ser submisso e subserviente – o falso “bonzinho”, que por fora “é um doce”, mas por dentro critica, julga, de coração empedernido - enfim, uma farsa.

Lembremos o Mestre Jesus: foi o mais humilde dos humildes, mas a sua força, os seus ensinamentos, a sua grandiosidade espiritual perduram fortes e firmes até hoje. Ele colocou os seus ensinamentos com muita firmeza e nunca recuou, mesmo quando violentamente ofendido, agredido e crucificado.

CONCLUINDO

Se você quer ser um bom Médium, saiba que será sempre duramente testado e submetido a provas. Porém, seja do BEM e trabalhe para o BEM! A sensação de realização espiritual é algo maravilhoso, divino. E uma sugestão muito pessoal, se me permitem: seja mais criança, menos adulto, abra o seu coração sem medos e o AMOR PURO será derramado profusamente como pétalas de rosas sobre seus irmãos e sobre si mesmo.

Eleni Frangatos

 

sábado, 26 de agosto de 2023

Mediunidade e Jesus

 


 

Quem hoje ironiza a mediunidade, em nome do Cristo, esquece-se, naturalmente, de que Jesus foi quem mais a honrou neste mundo, erguendo-a ao mais alto nível de aprimoramento e revelação, para alicerçar a sua eterna doutrina entre os homens.

É assim que começa o apostolado divino, santificando-lhe os valores na clariaudiência e na clarividência entre Maria e Isabel, José e Zacarias, Ana e Simeão, no estabelecimento da Boa Nova.

E segue adiante, enaltecendo-a na inspiração junto aos doutores do Templo; exaltando-a nos fenômenos de efeitos físicos, ao transformar a água em vinho, nas bodas de Caná; honorificando-a, nas atividades da cura, em transmitindo passes de socorro aos cegos e paralíticos, desalentados e aflitos, reconstituindo-lhes a saúde; ilustrando-a na levitação, quando caminha sobre as águas; dignificando-a nas tarefas de desobsessão, ao instruir e consolar os desencarnados sofredores por intermédio dos alienados mentais que lhe surgem à frente; glorificando-a na materialização, em se transfigurando ao lado de Espíritos radiantes, no cimo do Tabor, e elevando-a sempre, no magnetismo sublimado, seja aliviando os enfermos com a simples presença, revitalizando corpos cadaverizados, multiplicando pães e peixes para a turba faminta ou apaziguando as forças da natureza.

E, confirmando o intercâmbio entre os vivos da Terra e os vivos da Eternidade, reaparece, Ele mesmo, ante os discípulos espantados, traçando planos de redenção que culminam no dia de Pentecostes - o momento inesquecível do Evangelho -, quando os seus mensageiros convertem os Apóstolos em médiuns falantes, na praça pública, para esclarecimento do povo necessitado de luz.

Como é fácil de observar, a mediunidade, como recurso espiritual de sintonia, não se confunde com a Doutrina Espírita que expressa atualmente o Cristianismo Redivivo, mas, sempre que enobrecia pela honestidade e pela fé, pela educação e pela virtude, é o veículo respeitável da convicção na sobrevivência.

Assim, pois, não nos agastemos contra aqueles que a perseguem, através do achincalhe - tristes negadores da realidade cristã, ainda mesmo quando se escondam sob os veneráveis distintivos da autoridade humana -, porquanto os talentos medianímicos estiveram, incessantemente, nas mãos de Jesus, o nosso Divino Mestre, que deve ser considerado, por todos nós, como sendo o Excelso Médium de Deus.

Pelo Espírito Eurípedes Barsanulfo

XAVIER, Francisco Cândido. O Espírito da Verdade. Espíritos Diversos. FEB.

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