segunda-feira, 31 de maio de 2010

Música Espírita : Aos Pés do Monte – Tim e Vanessa

Encerrando o mês de homenagem a Amélia Rodrigues, trazemos essa apresentação ao vivo da dupla espírita mineira, Tim e Vanessa, com a música Aos Pés do Monte. A exemplo do Espírito Amélia Rodrigues, em suas canções, a dupla enfoca as mensagens do Evangelho revelando sempre grandiosas reflexões sob a ótica da Doutrina Espírita.




Acompanhe aqui a letra da canção:


Aos Pés do Monte

Composição: Tim

Um sentimento me ronda
Não sei dizer, tudo é novo pra mim
Meu coração se renova
Sinto a esperança invadir o meu ser
Quero ser manso, ser limpo, ser puro
E pobre de espírito ser

Tua palavra me sonda
Me conta do Reino que espera por mim
Eu te ofereço meu pranto
As dores da alma que quer renascer

Eu ouvi tua voz
Teu falar me encantou
Quis seguir, caminhar
Quis saber pra onde vou
Eis-me aqui
Minha dor serenou.

domingo, 30 de maio de 2010

Mensagem da Semana


Ouvir a Mensagem
Voz de Saara Nousiainen


Se somos Luz



Senhor da Vida,

Tu és Luz e nós viemos de ti,

Por isso também somos Luz, na essência mais íntima do nosso ser.

Só que essas claridades ainda se encontram adormecidas aguardando o nosso crescimento espiritual, afim de começarem a brilhar em nós.

Então te pedimos, ajuda-nos em nosso crescimento interior,

Na vigilância e no controle que devemos ter com nossos pensamentos, palavras, emoções e ações, afim de que vibrem o mais possível no esplendor das tuas leis, no amor universal que emana de ti.

Guarda-nos, Senhor da vida em tua luz.


Saara Nousiainen

sábado, 29 de maio de 2010

Mensagens de Amélia Rodrigues em Power Point



Uma seleção de mensagens de Amélia Rodrigues em Power Point , que estão disponíveis para download no site oficial do médium e orador espírita Divaldo Pereira Franco:

Divina Paternidade – do livro “A Mensagem do Amor Imortal”


Poema da Gratidão – Narrado por Divaldo Franco
Um hino de exaltação a reencarnação e a vida com narração na voz de Divaldo Franco.


Meu Deus e Meu Senhor – Narrado por Divaldo Franco

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Amélia Rodrigues, "Espiritismo e Educação"

Amélia Rodrigues, quando encarnada, além de dedicar-se a literatura, desenvolveu importante trabalho na área da educação. Em sua biografia encontrada em algumas de suas obras espirituais, psicografadas pelo médium Divaldo Pereira Franco, podemos destacar a seguinte citação :

“Espírito sensível e nobre, Amélia Rodrigues era católica praticante, sendo convidada por Joanna de Angelis, no Mundo Espiritual, para ampliar o número dos servidores do Cristo, nas hostes do Consolador, em considerando os seus elevados dotes espirituais e realizações humanas, enquanto esteve na jornada carnal.”

Destacamos em nossas homenagens a Amélia Rodrigues, a esse excelente artigo de Claudia Werdine, sobre a importância da Doutrina Espírita e o seu papel na educação.




Espiritismo como Educação


Por Claudia Werdine


“O Espiritismo expressa, antes de tudo, obra de educação, integrando a alma nos padrões do Divino Mestre.” - André Luiz

“A educação da infância é a maior obra do Espiritismo.” - Leopoldo Machado

“Instruir é o primeiro passo no Espiritismo, que revive o Evangelho em espírito; mas educar é o complemento, o objetivo maior do Consolador entre os homens.” - Cecília Rocha

Espiritismo e Educação – Doutrina eminentemente racional, o Espiritismo dispõe de vigorosos recursos para iluminar a educação com uma filosofia que transpõe todos os imediatismos, que transcende a todos os limites, que descortina os mais amplos horizontes, que atende aos mais nobres interesses e que possui um ideal capaz de impulsionar o verdadeiro progresso.

E dilatando as fronteiras da educação, ao informar que ela exerce função nos dois planos da vida, concede-lhe maior abrangência, apontando objetivos de grande alcance e valor moral.

Do ponto de vista espírita, a educação não começa no berço nem termina no túmulo, mas antecede ao nascimento e sucede à morte do corpo físico.

É a ação constante, ininterrupta, que ajuda a modificar os seres, auxiliando-os na escalada evolutiva, rumo à perfeição, na esteira infinita do tempo.

Aquele que se educa tem pela frente tempo suficiente para atingir o ideal da educação à luz do Espiritismo, pois persegue objetivos de longo curso e põe em ação todo o seu potencial com vistas ao alcance dos mais puros ideais de vida. Sabe onde vai ... E quem sabe para onde se encaminha, por certo, dará passos mais seguros e contornará muitos obstáculos.

As noções de imortalidade, de progresso contínuo, de livre-arbítrio, de lei de causa e efeito e de vidas sucessivas, mediante a reencarnação, nas quais se deve fundamentar a filosofia da educação que o Espiritismo revela, serão forças capazes de educar. Elas oferecem uma argumentação muito forte em favor da necessidade do progresso espiritual, por conter uma motivação, igualmente vigorosa, para a busca desse progresso.

A Doutrina Espírita representa, hoje, elevada escola de educação do Espírito, a serviço de Jesus, com a grandiosa tarefa da edificação do Reino de Deus na Terra, reino este que se inicia no interior de cada um.

Evangelização Espírita e sua importância

“Evangelização espírita é Sol nas almas, clareando o mundo inteiro sob as constelações das estrelas dos Céus, que são os Bem-aventurados do Senhor empenhados em Seu nome, pela transformação urgente da Terra, em mundo de regeneração e paz.” - Amélia Rodrigues

"É através da evangelização que o Espiritismo desenvolve seu mais valioso programa de assistência educativo ao homem.” - Guillon Ribeiro

O que se faz na área da infância e juventude sob a denominação de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil é a difusão do conhecimento espírita e da moral evangélica pregada por Jesus, que foi apontado pelos Espíritos Superiores, que trabalharam na Codificação, como modelo de perfeição para toda a Humanidade.

Como a preocupação não é somente com a transmissão de conhecimentos, mas sobretudo com a formação moral; e como a formação moral se inspira no Evangelho, pareceu mais apropriada a denominação da Evangelização Espírita dada a esta tarefa, por expressar, na sua abrangência, exatamente o que se realiza em nossos grupamentos de crianças e jovens.

O ensinamento espírita e a moral evangélica são os elementos com os quais trabalhamos em nossas aulas. Esses conhecimentos são levados aos alunos através de situações práticas da vida, pois a metodologia empregada pretende que o aluno reflita e tire conclusões próprias dos temas estudados, pois só assim se efetiva a aprendizagem real.

Evangelização é trazer Cristo de volta ao solo infantil como bênção de alta magnitude.

Quem instrui prepara para a vida, quem educa dá a vida, quem evangeliza fomenta a vida.

A Evangelização Infantil nos Centros Espíritas é o que se poderia chamar de correspondente ao catecismo das igrejas convencionais. O que difere é o ensinamento doutrinário apelando para o raciocínio em vez de fórmulas ou dogmas que devem ser aceitos, mesmo sem entendimento.

Inútil improvisar escoras regenerativas para obrigar o endireitamento de árvores que envelheceram tortas. As escoras só asseguram o crescimento correto das plantas novas, evitando que seus caules se desviem do rumo certo.

Assim ocorre também com os seres humanos. Depois que as pessoas consolidam tendências e as transformam em viciações, tudo fica muito difícil quando se cogita de reformas de procedimento, em sentido profundo. É preciso cuidemos da criança e do jovem, plantas em processo de crescimento, ainda moldáveis e direcionáveis para o bem maior.

Precisamos entender a Evangelização como sendo a melhor contribuição que pode ser oferecida ao espírito encarnado em seu processo evolutivo.

“Criança que se evangeliza – adulto que levanta no rumo da felicidade porvindoura.” - Bezerra de Menezes


Fonte: O Consolador - Agosto, 2007

Bibliografia:

Pelos Caminhos da Evangelização – Cecília Rocha – FEB.
O que é Evangelização? Fundamentos da Evangelização Espírita da Infância e Juventude, FEB, 1987.
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Especial de Aniversário

Vídeos do Manancial de Luz – Especial 2 Anos


Fiz uma seleção de alguns dos meus trabalhos em vídeo que foram postados em nossas seções, ao longo desses dois anos de Manancial de Luz.



A Fonte – Vozes Eternas


Esse vídeo, postado em 22 de março de 2009 em “Música Espírita”, traz a música reflexiva “A Fonte”, da dupla Celso Santos (violão) e Sandra Auristela (vocal) e inclui também, uma pequena mensagem espiritual ditada por Glauco.






Exaltação à Vida – Joanna de Angelis


Postado em 28 de julho de 2009 em “Imagem e Mensagem”, esse vídeo traz a mensagem “Exaltação à Vida”, de Joanna de Angelis, tendo como trilha sonora a serena melodia “Eternity”, do músico mexicano Ernesto Cortazar.






Illumination – Secret Garden


Fiz nesse vídeo, postado em “A Música e o Espírito” em 9 de fevereiro de 2010, uma reflexão sobre o tema auto-iluminação com a música “Illumination”, da dupla irlando-norueguesa, Secret Garden. A canção está entre as minhas New Ages favoritas.







Sob a Luz do Amor – Mensageiros da Harmonia


Vídeo editado para o especial, “Veneráveis Mentores” e que encerrou as homenagens do mês de agosto de 2009 trazendo a música “Sob a Luz do Amor”, do grupo Mensageiros da Harmonia.






Teu Livro – Emmanuel


“Vive com Jesus na intimidade do coração... não te afastes dele em tuas ações de cada dia. E o livro de tua vida converter-se-á num poema de felicidade e num tesouro de bênçãos.”, uma mensagem de Emmanuel, narrada pelo médium Chico Xavier e foi o assunto em nossa postagem do “Imagem e Mensagem” de setembro de 2009.





Adeste Fidelis – Enya


Esse foi o nosso vídeo de natal 2009, com o clássico natalino “Adeste Fidelis”, magistralmente interpretado na voz de Enya e que mostra fotos com cenas dos filmes “A Paixão de Cristo” e “Jesus, a História do Nascimento”, a trajetória do nascimento do Mestre Jesus em flashbacks, na lembrança de sua mãe, Maria.






O Amor de Deus - Momento Espírita


Esse vídeo contém um trecho da mensagem “O Amor de Deus”, do Momento Espírita acompanhada pela primorosa melodia “A Million Stars”, de Kevin Kern. O vídeo foi postado no Imagem e Mensagem de fevereiro de 2009.





Esses são alguns dos vídeos editados por mim e que fazem parte de nossas postagens mensais.

Você pode assistir e conhecer a todos os vídeos clicando aqui e acessando o meu canal do Youtube.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Imagem e Mensagem : Ensina-nos a Orar – Amélia Rodrigues

Uma Homenagem que eu fiz especialmente para o "Imagem e Mensagem" do mês, em comemoração dos 149 anos do nascimento de Amélia Rodrigues, com a mensagem, “Ensina-nos a Orar”. O texto faz uma abordagem belíssima para o Pai Nosso, enfatizando o valor da oração em nossa jornada evolutiva.

A mensagem tem a narração do médium e orador espírita Divaldo Pereira Franco e faz parte da obra “Luz do Mundo”, de autoria espiritual de Amélia Rodrigues.


terça-feira, 25 de maio de 2010


A Transcendente Sinfonia do Amor



Dia que prenunciava calor.

Desde cedo as nuvens esgarçadas passavam céleres, sopradas por favônios lentos, deixando o céu de azul turquesa despido, silencioso e profundo, no qual, o Astro-rei se espraiava com abundância de luz.

As tarefas começaram pela madrugada.

Aqueles homens, simples e despretensiosos, que antes não aspiravam mais que a conquista do pão diário, o modesto conforto do lar e a dádiva de bons vizinhos, subitamente estavam projetados para fora das comezinhas conquistas, procurados por desconhecidos loquazes e interesseiros que, por seu intermédio, desejavam chegar a Jesus.

Repentinamente se viam num torvelinho, que não sabiam como contornar, prosseguindo nas suas fainas, que nunca mais seriam as mesmas...

Estavam em junho e o calor abrasava mais do que noutras ocasiões.

Aquele dia, especialmente, apresentava-se longo, parecendo que as horas não passavam.

Havia algo no ar, que os assaltava em preocupação inabitual.

Ainda não se haviam acostumado à nova situação.

Acompanhavam o Amigo e viam-nO gigante a cada momento. Deslumbravam-se, mas não compreendiam o que estava acontecendo. Não tinham o hábito de reflexionar, menos o de peneirar nas intrincadas complexidades da fé religiosa.

Jesus era diferente.

Seus discursos rasgavam as carnes da alma como lâminas aguçadas, que cicatrizavam logo com o bálsamo da esperança.

Quem O fitasse, embriagava-se na luminosidade dos Seus olhos mansos.

Os Seus feitos jamais foram vistos antes, e todo Ele era único.

Nunca houvera alguém que se Lhe igualasse.

A suavidade da Sua voz alteava-se sem desagradar e a Sua energia nunca magoava, exceto aos cínicos e hipócritas, que tentavam confundi-LO, perturbar-Lhe o ministério.

Era, sim, uma revolução, aquilo que Ele pregava, porém, de vida e não de morte, para a paz, jamais para a destruição, e a Sua espada - a Verdade - servia para separar a criatura dos seus embustes e paixões...

Buscavam-nO todos, e isto confundia os Seus discípulos mais próximos, que não entendiam.

O povo, que vivia esmagado, exausto de sofrer a injustiça social, seguia-O, aguardando apoio e libertação...

Os opressores, os ricos e debochados, que pareciam duvidar dEle também O buscavam, apresentando suas feridas morais ou disfarçando-as. E Ele os atendia também, conforme as necessidades que apresentavam.

A cada um, dispensava auxílio especial, próprio, mantendo-se indiferente à bajulação e ao sarcasmo.

Ainda não haviam sido lançadas as bases do Reino de Deus.

Jesus chamava a atenção e demonstrava a Sua autoridade, pouco a pouco.

A revelação tem que ser progressiva. As criaturas não podem alimentar-se do que não têm condição para digerir, por isso, a Verdade é desvelada, apouco e pouco, afim de não afligir, ou não ser identificada.

O Deus de vivos trabalha pelo crescimento dos seres e não pelo seu aniquilamento. Por essa razão, a Sua mensagem renovadora fazia-se apresentada com sabedoria, pois que ela alterava por completo os parâmetros existenciais, os objetivos humanos quase alienando aqueles que não possuem estrutura para realizar as mudanças, conforme devem ser feitas...

Jesus sabia-o. Psicoterapeuta especial, medicava, peneirando o ser com a luz incomparável da Sua ternura.

A Sua proposta se firmava na construção da criatura integral, na qual predominassem a abnegação, o espírito de sacrifício, a compreensão e a renúncia de si mesmo.

Aqueles eram dias ásperos e ásperos também eram os corações.

Não poucas vezes, os sacerdotes e escribas, os fariseus e saduceus, buscavam-nO com mal disfarçada hipocrisia, para O comprometer. Suas perguntas dúbias tinham finalidades nefandas; seus sorrisos melosos ocultavam a ira, a inveja, o despeito, e tudo faziam para perdê-lO.

Jesus conhecia-os, devassava-os com o olhar e os desarmava...

Naquele dia de junho, quando o Sol murchava, devorado pelo crepúsculo e as montanhas ao longe se adornavam do ouro em brasa do poente, destacou-se, da multidão que O seguia, um escriba, que O ouvira discursar e discutir, e vendo que Jesus lhes tinha respondido bem, perguntou-Lhe:

- Qual é o primeiro de todos os mandamentos?

A pergunta ecoou nos ouvidos da multidão, que mais dEle se acercou, afim de ouvir-Lhe a resposta.

Aquele era o momento máximo do ministério até então vivido.

Toda a preparação anterior era para aquele instante.

Estaria Ele com ou contra a Lei antiga? Quais seriam os seus planos e estratégias? -pensavam todos.

A indagação direta exigia uma resposta concisa e clara.

Jesus então ripostou, tranqüilo:

- O primeiro é: Ouve Israel: O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor; amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças.

Uma sinfonia mística embalou o ar morno do entardecer, enquanto suave brisa, que soprava do mar, refrescou a Natureza, desmanchando-Lhe os cabelos.

Ele prosseguiu suave e canoro:

- O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que este.

Ante o silêncio da multidão extasiada, podia-se perceber que a Sua revolução igualava todos os seres no amor: vencedores e vencidos, poderosos e escravos, ricos e pobres, nobres e plebeus, cultos e incivilizados possuíam no amor ao seu próximo um lugar comum, nivelador...

Mas era necessário amar-se, desenvolver os valores íntimos, adormecidos no ser, a fim de espraiar-se em interesse pelo próximo.

Aquele que se não ama, a ninguém ama. Explora-o, negocia o sentimento, transfere-o por seu intermédio e logo o abandona, decepcionado... consigo mesmo.

Quem se ama sem egoísmo, sem o desejo de acumular, porém vive para repartir; sem a paixão da posse, mas com o sentimento de libertação, ama o seu próximo, conforme Deus nos ama.

O amor é sustento da vida, por ser de origem divina e ter finalidade humana.

Subitamente, despertando da magia envolvente da Sua palavra, as pessoas entreolharam-se, sorriram, tocaram-se.

O escriba, emocionado, disse-Lhe:

- Muito bem, Mestre, com razão disseste que Ele é o único e que não existe outro além dEle; e que amá-lO com todo o coração, com todo o entendimento, com todas as forças e amar o próximo como a si mesmo vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.
Permaneciam as vibrações de paz e as ansiedades dos corações se acalmavam.

Favônios, agora perfumados pelos loendros em flor, varriam o ambiente, inebriando as almas ali reunidas.

Vendo Jesus que ele respondera sabiamente, disse-lhe:

- Não estás longe do Reino de Deus.

Era um prêmio para o homem nobre, honesto, sincero em suas crenças.

Estavam lançadas as sementes de luz.

A partir daquele momento não mais sombras; eles conheciam quais eram os meios de que se deveriam utilizar em quaisquer situações.

Nunca revidar ao mal - amar.
Jamais ceder ao crime - amar.
Não desistir - amar.
Maltratados, e amando.
Incompreendidos, porém amáveis.

Estava inaugurada a Era Nova e a transcendente sinfonia do amor iniciava o período de estabilização do bem na Terra.

E ninguém mais ousava interrogá-lO.

Nem era necessário.


Amélia Rodrigues

Psicografia de Divaldo Pereira Franco

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Gotas de Luz


Lei de Destruição


Flagelos Destruidores – Guerras



Tudo o que vive neste mundo, natureza, animal, homem sofre, todavia, o amor é a lei do Universo e por amor foi que Deus formou os seres. Contradição aparentemente horrível, problema angustioso que perturbou tantos pensadores e os levou à duvida e ao pessimismo.

O animal está sujeito à luta ardente pela vida. Entre as ervas do prado, as folhas e a ramaria dos bosques, nos ares, no seio das águas, por toda a parte desenrolam-se dramas ignorados.

Quanto à Humanidade, sua história não é mais que um longo martirológio. Através dos tempos, por cima dos séculos, rola a triste epopéia dos sofrimentos humanos.

A dor segue todos os nossos passos; espreita-nos em todas as voltas do caminho, e diante desta esfinge que o fita com seu olhar estranho, o homem faz a eterna pergunta:

Por que existe dor?

Fundamentalmente considerada, a dor é uma lei de equilíbrio e educação.

Neste sentido, os flagelos destruidores são permitidos por Deus para que a Humanidade possa "progredir mais depressa" [LE-qst 737]. Aliás, a palavra flagelo geralmente é interpretada como algo prejudicial, quando, na realidade, representa o meio pelo qual as transformações necessárias ao progresso humano se realizam mais rapidamente.

É bem verdade que estes outros processos, menos rigorosos, para fazerem os homens progredirem e Deus "os emprega todos os dias, pois deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. O homem, porém, não se aproveita desses meios. Necessário, portanto, se torna que seja castigado no seu orgulho e que se faça sentir a sua fraqueza.” [LE-qst 738]

E com o abatimento do orgulho a Humanidade se transforma, como já se transformou noutras épocas, e cada transformação se assinala por uma crise que é, para o gênero humano, o que são, para os indivíduos, as crises de crescimento. Aquelas que tornam, muitas vezes, penosas, dolorosas, e arrebatam consigo as gerações e as instituições, mas são sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral.

Quando os flagelos naturais, tais como cataclismos, enchentes, fome, epidemias de doenças e de pragas em plantações, a seca, os terremotos e maremotos, as erupções vulcânicas, os ciclones, etc., se abatem sobre a Humanidade, muitos se revoltam contra Deus, perdendo oportunidades valiosas de compreender o significado de tais acontecimentos.

A Lei do Carma ou de Causa e Efeito exerce sua influência inelutável não só sobre os homens, individualmente, como também sobre os grupos sociais.

Assim, por exemplo, quando uma família, nação ou raça busca algo que lhe traga maiores satisfações, esforça-se por melhorar suas condições de vida ou adota medidas que visem a acelerar o seu desenvolvimento, sem prejudicar ou fazer mal a outrem, está contribuindo, de alguma forma, para a evolução da Humanidade, e isto é bom.

Receberá, então, novas e mais amplas oportunidades de trabalho e progresso, conduzindo os elementos que a constituem a níveis cada vez mais elevados.

Se, porém, procede ao contrário, mais cedo ou mais tarde sofrerá a perda de tudo aquilo que adquiriu injustamente, em circunstâncias mais ou menos trágicas e aflitivas, segundo o grau de malícia e crueldade que lhe tenha caracterizado as ações.

É assim que, mais tarde, em outras existências planetárias, são chamados a expiações coletivas ou individuais, sob a forma de flagelos destruidores.

Acontece, porém, que:

"Muitos flagelos resultam da imprevidência do homem. À medida que adquire conhecimentos e experiência, ele os vai podendo conjurar, isto é, prevenir, se lhes sabe pesquisar as causas. Contudo, entre os males que afligem a Humanidade, alguns há de caráter geral, que estão nos decretos da Providência e dos quais cada indivíduo recebe, mais ou menos, o contragolpe. A esses nada pode o homem opor, a não ser a submissão à vontade de Deus. Esses males, entretanto, ele muitas vezes os agrava pela sua negligência”.

“Na primeira linha dos flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocados a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais às produções da terra.” [LE-qst 741]

Enfrentado esses flagelos, o homem é impulsionado por força da necessidade, buscando soluções para se libertar do mal que o ataca. É por isso que a dor torna-se um processo, um meio de equilíbrio e educação, como assinalamos acima.

Mesmo as guerras, que nada mais representam do que a "predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e transbordamento de paixões" [LE-qst 742], geram a liberdade e o progresso da Humanidade.

Deus permite que haja a guerra e todas as suas funestas conseqüências, para que o homem, ao contato com a dor, se liberte, por um lado, do seu passado de erros, e burile, por outro, as tendências más que ainda o fazem manter-se em atraso moral.




LE (O Livro dos Espíritos)

Fonte: CVDEE

Continuaremos no próximo Gotas de Luz, com "Lei de Destruição"...

domingo, 23 de maio de 2010

Mensagem da Semana


Ouvir a Mensagem
Voz de Divaldo Franco


Orar Sempre e Constantemente



Cale a boca das ansiedades, que clama vozes incongruentes, expressando inquietudes íntimas e faça silêncio para orar.

Tome com os lábios do coração o murmúrio da esperança e module a melodia da prece no país da alma, deixando que as brandas consolações que ressumbram dos apelos aos Céus harmonizem as emoções interiores em desalinho.

A oração é couraça de luz que defende por dentro, imunizando por fora.

Veículo dos soluços da Terra, converte-se em luz que jorra de cima como divina resposta em fulgurações inspirativas.

Orvalho refrescante acalma, consola e alimenta.

Em verdade não liberta dos sofrimentos nem afasta das provações…

Sol abençoado dilata a visão, facultando o discernimento e aclarando os limites do entendimento.

Filão de celestes dádivas gera o equilíbrio, conciliando a emoção por situar os filtros psíquicos de registro e captação de energias além das vibrações inferiores, em mais elevado campo de força mantenedora da vida físico-mental.

E como é fonte inexaurível de consolações, vibra em ondas de freqüências específicas nos centros do perispírito, atendendo à sintonia nervosa por compensações eletromagnéticas de longo alcance.

A oração é manifesta oportunidade de começar ou refazer, convocando o ser ao exame das questões afligentes com o alimento do tempo e do trabalho renovador para a superação de todo obstáculo no caminho de ascensão.

Orar, pois, para pedir e, orar, também, para agradecer.

Pedir, situando o pensamento nas nascentes sublimes da Vida Superior, e agradecer, para fixar as harmonias recebidas, experimentando o júbilo de quem, reconhecido e emocionado, captou a divina resposta.

Orar sempre e constantemente para sair da aflição, evitar a tentação, dominar a ira e entender o sofrimento – ignorado mestre – que segue com o Espírito estrada afora sublimando a imortalidade.



Amélia Rodrigues

Divaldo Pereira Franco

sábado, 22 de maio de 2010

Análise crítica de Amélia Rodrigues



* por Germano Machado


Academia Baiana de Educação poderia escolher, na exclusividade do coração e afinidade de espírito, a mulher educadora, apóstola do educar como técnica e da educabilidade como cultura superior da alma. Sempre admiramos Amélia Rodrigues, cujo livro Flores da Bíblia li associando-a, na memória afetiva, a outra mulher também sul e latino-americano, Gabriela Mistral, a grande chilena. Externamente desiguais, internamente irmãs.

A dificuldade inicial de um conhecimento mais aproximado de Amélia Rodrigues foi superada com o apoio de Hermano Gouveia que, no seu humanismo me entregou pasta inteira da educadora apóstola. O também amigo e confrade José Nilton Alves de Sousa, o complementou. Então, ao trabalho. Antes, porém outra recordação: linguagem cordial de quem envelhece, no corpo, sim, fatalidade bio-fisiológica, nunca no espírito, fato de transferência no afirmar do médico fisiológo Victor Franklin, que se liberta para sua pátria legítima, sim, através de um processo, o de se afirmar para o alto, a coerência fundamental, sede de infinito, vontade de eterno, aspirar do permanente: eis Amélia Rodrigues.

Recordemos também: quando há muitos anos, tantos que só a memória arquiva (lembro o gênio de Agostinho), estando no setor panamericano na Universidade do Brasil a fazer pesquisa, por indicação do querido companheiro Ático Villas Boas da Mota, baiano de Góias, do Rio e Macaubense sempre, a dirigente era uma chilena, dona Marta Elba de Miranda. Falamos, então, de Gabriela, e, baianamente, com maior naturalidade citei Amélia Rodrigues. Gabriela sem querer descreveu Amélia Rodrigues em seu poema sobre La Maestra Rural: “La Maestra és pura… La Maestra és pobre… La Maestra és alegre…” E eis Amélia Rodrigues: ser ela de nascimento santamarense, como santamarense, também de distrito do grande Município, é minha esposa, a mãe dos meus filhos, companheira de tantos anos, lutas e reveses e glória, doação e amor, educadora, como professora, com algo, “não exagere o afeto”, de sua conterrânea.

Finalmente, se Amélia Rodrigues nasce em vinte e seis de maio de mil oitocentos e sessenta e um, eu nasci, mera curiosidade dois dias depois, aos vinte e oito de maio e se ela morre em 1926, nasci eu, nesse ano mesmo. Exterioridade, talvez, refletirá o crítico racionalista; disposições da Providência, proclamarei com Agostinho, que era o externar da Filosofia, Teologia do gênio africano de Tagasta.

Amélia Rodrigues, sendo educadora, fez-se escritora: usou do conto e do romance, da dramaturgia, da tradução, do apostolado, para mais e melhor ser mestra. Carlos Chiacchio, a propósito do centenário de nascimento da grande mulher escreveu: “Era o seu instinto. A sua vocação. O seu destino. Nasceu para lutar. Onde houvesse luta, aí estaria a plantar o seu vexilo, paladina do ideal pelas melhorias humanas. Humanista por índole, por educação, por antevisionismo político, aos movimentos espirituais da época emprestou sempre o seu concurso, a sua força e o seu dessassombramento…

No seu tempo, sob o puro liberalismo político, a mestra foi aberta ao problema social e usou da poesia para alertar a todos sobre o destino triste da criança sem escola e sem amparo da sociedade. Assim em Réu de Amanhã”.

O dia inteiro pelas ruas anda
Enxovalhado, roto, indiferente, mãos nos bolsos,
Olhar impertinente,
Um machucado chapeuzinho à banda,

Cigarro à boca, modos de quem manda,
Um dandy da miséria,
Alegremente a procurar ocasiões somente
Em que as tendências bélicas expanda.

E tem doze só!… flor do monturo,
Que lhe arranca o veneno ao seio impuro
E os tentáculos do mal, que entorno avança?!

Quem vai fazer-lhe a peregrina esmola
De atirá-lo à oficina, ao templo, à escola,
Mudando essa ameça numa esperança?!…

Ontem e hoje dolorosas perguntas castroalvinas, pelo tempo, pelo ambiente, pelo ardor em ver, educadora radical, a liberdade dos irmãos negros, questão social do Império ainda não de todo vista e analisada, canta:

(Versos e Reversos)
Faz anos hoje a filha do Senhor; tudo é prazer nas salas do sobrado;
Das janelas través o cortinado,
Sai em jorros, a luz passa o calor.

Recende fora do banquete a dor;
Soa em trilos o piano bem tocado;
E os gorjeios de um canto apaixonado
Do rouxinol nos lábios de uma flor.

Mas, enquanto lá dentro a festa, a dança,
Brindes, discursos, riso, intemperrança,
misturam-se ao fragor de urras e bravos,
Do engenho em negro e imundo calabouço
Presos num tronco vil pelo pescoço,
Gemem tintos de sangue, alguns escravos…

Não se há assim de chamar a educadora de alienada, nunca. A luta do seu tempo lhe pertence, sua pátria lhe merece, cotidianamente, amor e ânimo de peleja contra o negativo, pois a educadora, se tem visão do universal, o comunitário nacional lhe está à frente de imediato. Ainda aqui a poetisa vê o problema sócio político imediato: a questão da liberdade.

(Ainda não)

Outrora, quando a pátria se estorcia
Nos ferros da metropole humilhante
um grupo, de homens não, mas de gigantes,
Ergueu-se para comprar-lhes a autonomia.

E o sangue que nos campos escorria,
E dos canhões as bocas retumbantes
Aos europeus disseram, triufantes,
Que a liberdade no Brasil nascia…

Porém os brasileiros desgraçados
Ao poste das misérias amarrados
Sucumbindo ao horror da escravidão,

Quando os heróis de júbilo exaltaram,
No estertor de angústias exclamaram
Do fundo dos engenhos: ainda não!

Lelis Piedade em A NOVA ÉPOCA, em vista de tal espírito escrevia em mil novecentos e quatro: “Amélia Rodrigues tem nos seus livros em prosa ou em verso, a nota quente do patriotismo. A Pátria tem no seu coração um culto especial, ardente de verdadeira propagandista”. “Nos tempos da Abolição a sua pena entrou triufante na grande liça, defendendo os escravos com uma dedicação que mereceu aplauso dos que na Bahia contribuíram para a grande obra do treze de maio”.

Era o drama político social econômico e Amélia educadora, não poderia alhear-se da realidade imediata. Participante sempre, a educadora usa deste soneto histórico:

(Soror Joana Angélica)
Infrene soldadesca, alucinada,
Sedenta de oiro, horrível de furor,
como um tufão de ódio e de terror,
corre pela cidade consternada…

roubando, mata, e vai desenfreada
contra as portas da casa do Senhor,
Onde viceja da pureza a flor,
Pelos anjos do céu custodiada…

Salta a madeira aos golpes da alavanca da turba vil…
Mas, à segunda porta, uma figura surge, doce e branca
É Soror Joana que a passagem corta!

“Mate-se a freira!…”
E logo a entrada franca
Se faz, por cima da abadessa morta…

E o que fazia assim a grande moça? Educava – seu método e educar se realiza sempre por uma metodologia – era o despertar a consciência de seus contemporâneos e, de modo mais direto os educandos, na ação e na prática para os grandes problemas brasileiros, humanos e da comunidade imediata. Um deles era face política de nacionalista equilibrada, de profundidade patriótica, jamais xenófoba. O educador é universal no nacional, sempre voltado à pequena pátria do município e da região. Na linha de Miguel de Unamuno. Alma intuitiva, distinguia Amélia neste problematizar, os assuntos da educação ligados à crença e a Deus. Não é nunca uma crença desligada, inscônscias, mas, antes, dentro do valor do trabalho, certa sempre de que Deus é Pai e Providência, não apenas um argumento racional, mas um valor concreto.

Assim do arquivo particular de Hermano Gouveia transcrevo o poemeto que ilumina o que acabo de expressar, datado de Santo Amaro, novembro de mil oitocentos e oitenta e três, sem título:

Rezemos!…
De longe nos trazem os ecos
O toque dos sinos da igreja vizinha,
Os pobres campôneos, devotos orando
Já ergue-se a porta de cada casinha.

Ó! Nada é mais doce do que est’hora
Em que a luz é dúbia e o ar tão manso!
Mais terno que a luz é dúbia e o ar tão manso
E após o trabalho melhor do que o descanso!

Em A Tarde em dois de fevereiro de mil novecentos e cinqueta e sete e também em folheto sobre o Centenário de Nascimento da Educadora, em vinte e seis de maio de mil novecentos e sessenta e um, a professora Jésse Damasio De Paula, diretora de uma escola com nome da poeta, escreve: “Se não lhe bastasse a grande obra social que realizou, abnegada e estóica, na vanguarda das damas de Maria Auxiliadora e de quantas instituições de caridade foi estrênue partícipe, as cintilações de seu talento, verberando ali e alhures, por si sós lhe dão direito a mais gloriosa imortalidade”.

Ela, pois, ao mesmo tempo mulher de pensamento e de ação social, uma educadora agindo pela transformação do meio ambiente, uma escritora que visava a mudança do homem e da mulher, no seu eu social e cultural, religioso e humano. A escritora e a poeta, a personalidade total de Amélia Rodrigues visava contudo a educação.



*O professor Germano Machado é membro da Academia de Artes e Letras Matter Salvatoris, Membro da Academia de Letras e Arte de Salvador (ALAS), professor aposentado da UCSAL e da UFBA, colaborador do Jornal Tribuna da Bahia.



Trecho do artigo "Análise Crítica de Amélia Rodrigues, por Germano Machado.
Leia aqui o artigo na íntegra.
Foto de Germano Machado : LBV

sexta-feira, 21 de maio de 2010


Melodia


Escuta a melodia da vida, afagando a Natureza.

Mensageira de Deus, é o murmúrio luminífero das estrelas, nos céus, embelezando a noite como harmoniosos solfejos de ninar.

Na água do regato refrescante que atende o solo, canta na vibração de milhares de gotículas quais diamantes liquefeitos, num impulso de tudo acariciar.

Penteando os cabelos de ouro do trigo maduro, no coração da seara, conduz-se nos braços do vento como alegria cantante em ritmo de felicidade.

Voluteando com o perfume das flores que as correntes aéreas carregam, saúda, canora, a face doirada do Sol que lhe oferece palco luminoso, enquanto sua música embevece os ouvidos do arvoredo exuberante que aplaude com um vibrante farfalhar de folhas.

Tomando as vozes do mar, desfeito em rendas de brancas espumas, na areia, evoluciona, ligeira, e abraça a praia orlada de verde relva qual tapete de esperança.

Evita, assim, que a tua aflição se transforme em tristeza e a amargura desfaça a vibração da melodia divina no teu coração.

Mesmo que tudo pareça conspirar contra a esperança que acalentas, escuta a ridente melodia da vida que te cerca e mantém a alegria como indicio de felicidade.

Vibra, feliz, mesmo que o coração esteja dilacerado e o rosto se encontre banhado de lágrimas...

A tempestade que beneficia, muitas vezes causa danos, para que a madrugada, bondosa, depois que a tormenta cesse, renove todas as coisas com a melodia da paz, num renascimento de esperança, sobre a terra vergastada onde as aves, felizes, construirão novos ninhos, entoando a sublime melodia da vida vitoriosa.


Amélia Rodrigues

Por Divaldo Pereira Franco

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Poder do Pensamento : Psicosfera Ambiental


Psicosfera Ambiental


É a aura ambiental, que pode ser sentida como agradável quando formada pela emissão de forças espiritualmente mais purificada, ou desagradável – e, até, repulsiva -, no caso contrário. Como, evidentemente, a energia predominante é de natureza mental. Nesta linha, poder-se-ia também cogitar a existência da aura coletiva e, até, da aura terrestre (psicosfera terrestre), “constituído pela multi e variadíssima gama de pensamentos e emoções que traduz o grau de evolução geral da Humanidade”.

Também, as emanações de natureza psíquica que envolvem a Humanidade, provenientes das colônias de seres desencarnados que rodeiam a Terra.

Quando nos reunimos àqueles a quem amamos, ocorre algo de confortador e construtivo em nosso íntimo. É o alimento do amor. Quando numerosas almas se congregam no círculo de tal ou qual atividade, seus pensamentos se entrelaçam, formando núcleos de força viva, através dos quais cada um recebe seu quinhão de alegria ou sofrimento, da vibração geral. É por essa razão que, no planeta, o problema do ambiente é sempre fator ponderável no caminho de cada homem. Cada criatura viverá daquilo que cultiva.

* Quem se oferece diariamente à tristeza, nela se movimentará;
* quem enaltece a enfermidade, sofrer-lhe-á o dano.

Não há nisto mistério. É lei da vida, tanto nos esforços do bem, como nos movimentos do mal.

* Das reuniões de fraternidade, de esperança, de amor e de alegria, sairemos com a fraternidade, a esperança, o amor e a alegria de todos;
* mas, de toda assembléia de tendências inferiores, em que predominam o egoísmo, a vaidade ou o crime, sairemos envenenados com as vibrações destrutivas desses sentimentos.

Igualmente aos princípios que regem a vida nos lares humanos.

* Quando há compreensão recíproca, vivemos na antecâmara da ventura celeste e,
* se permanecemos em desentendimento e maldade, temos o inferno vivo.

Sustentava Emanuel Swedenborg que uma densa nuvem se havia formado em redor da Terra, devido à grosseria psíquica da humanidade e que de tempos em tempos havia um julgamento e uma limpeza, assim como a trovoada aclara a atmosfera material. Via que o mundo, já em seus dias, entrava numa situação perigosa, devido à sem-razão das Igrejas por um lado, e a reação contra a absoluta falta de religião, causada por isto. As modernas autoridades em psiquismo, especialmente Vale Owen, falaram dessa nuvem crescente e há uma sensação geral de que o necessário processo de limpeza geral não tardará.

Estamos penetrando a esfera de vibrações mais fortes da mente humana. Achamo-nos a grande distância da Crosta; entretanto, já podemos identificar, desde logo, a influenciação mental da Humanidade encarnada. Grandes lutas desenrolam-se nestes planos e milhares de irmãos abnegados aqui se votam à missão de ensinar e consolar os que sofrem. Em parte alguma escasseia o amparo divino.

Infelizmente, as emissões vibratórias da Humanidade encarnada são de natureza bastante inferior, em nos referindo à maioria das criaturas terrestres, e estas regiões estão repletas de resíduos escuros, de matéria mental dos encarnados e desencarnados de baixa condição.

A Natureza nunca é a mesma em toda parte. Não há duas porções de terra com climas absolutamente iguais. Cada colina, cada vale, possui expressões climatéricas diferentes. É forçoso reconhecer, porém, que o campo, em qualquer condição, no círculo dos encarnados, é o reservatório mais abundante e vigoroso de princípios vitais. Em geral, todos nós, os cooperadores espirituais, estimamos o ar da manhã, quando a atmosfera permanece igualmente em repouso, isenta dos glóbulos de poeira convertidos em microscópicos balões de bacilos e de outras expressões inferiores.

* Na floresta temos uma densidade forte, pela pobreza das emanações, em vista da impermeabilidade ao vento. Aí, o ar costuma converter-se em elemento asfixiante, pelo excesso de emissões dos reinos inferiores da Natureza.

* Na cidade, a atmosfera é compacta e o ar também sufoca, pela densidade mental das mais baixas aglomerações humanas.

* No campo, desse modo, temos o centro ideal...



Fonte : Guia de Referência


Bibliografias :

Perispírito - Zalmino Zimmermman
Missionários da Luz – André Luiz
Nosso Lar – André Luiz
História do Espiritismo – Sir Arthur Conan Doyle
Os Mensageiros – André Luiz

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Destaque : Evangelho no Lar

O Espírito Amélia Rodrigues, através das psicografias do médium Divaldo Pereira Franco, traz sempre em suas palavras as mensagens do Evangelho como guia de Luz, comentando os acontecimentos na Vida do Mestre Jesus como forma de equacionar as atuais necessidades humanas.

Destacamos hoje, especialmente em sua homenagem, a mensagem de Emmanuel sobre a importância de levarmos ao seio da família o culto do Evangelho no Lar.





Evangelho no Lar


O culto do Evangelho no Lar não é uma inovação. É uma necessidade em toda parte onde o Cristianismo lance raízes de aperfeiçoamento e sublimação.

A Boa Nova seguiu da Manjedoura para as praças públicas e avançou da casa humilde de Simão Pedro para a glorificação no Pentecostes.

A palavra do Senhor soou, primeiramente, sob o teto simples de Nazaré e, certo, se fará ouvir, de novo, por nosso intermédio, antes de tudo, no círculo dos nossos familiares e afeiçoados, com os quais devemos atender às obrigações que nos competem no tempo.

Quando o ensinamento do Mestre vibra entre as quatro paredes de um templo doméstico, os pequeninos sacrifícios tecem a felicidade comum.

A observação impensada é ouvida sem revolta.

A calúnia é isolada no algodão do silêncio.

A enfermidade é recebida com calma.

O erro alheio encontra compaixão.

A maldade não encontra brechas para insinuar-se.

E aí dentro desse paraíso que alguns já estão edificando, a benefício deles e dos outros, o estímulo é um cântico de solidariedade incessante, a bondade é uma fonte inexaurível de paz e entendimento, a gentileza é inspiração de todas as horas, o sorriso é a sombra de cada um e a palavra permanece revestida de luz, vinculada ao amor que o Amigo Celeste nos legou.

Somente depois da experiência evangélica do lar, o coração está realmente habilitado para distribuir o pão divino da Boa Nova, junto da multidão, embora devamos o esclarecimento amigo e o conselho santificante aos companheiros da romagem humana, em todas as circunstâncias.

Não olvidemos, assim, os impositivos da aplicação com o Cristo, no santuário familiar, onde nos cabe o exemplo da paciência, compreensão, fraternidade, serviço, fé e bom ânimo, sob o reinado legítimo do amor, porque, estudando a Palavra do Céu em quatro Evangelhos, que constituem o Testamento da Luz, somos cada um de nós o quinto Evangelho inacabado, mas vivo e atuante, que estamos escrevendo com os próprios testemunhos, a fim de que a nossa vida seja uma revelação de Jesus, aberta ao olhar e à apreciação de todos, sem necessidade de utilizarmos muitas palavras de advertência ou na pregação.



Emmanuel

Do livro Luz no Lar, por Francisco Cândido Xavier

Leia, clicando aqui, o nosso roteiro para o culto do Evangelho no Lar.

terça-feira, 18 de maio de 2010


Socorro e Curiosidade


As anêmonas espocando, em cores fartas, salpicavam de festa a Natureza, enquanto os miosótis, na gramínea verde, pontilhavam de azul a erva rasteira.

Os ventos perfumados venciam as distâncias, encrespando, levemente, as águas do Jordão, sinuoso, a correr pelos areais frescos na embocadura do mar da Galiléia.

A primavera cantarolava na Palestina, saudada pela orquestração das aves em bandos na copa do arvoredo.

Todas as coisas contribuíam para as auspiciosas Boas Novas, que chegavam aos homens.

As notícias alargavam as dimensões dos acontecimentos e estreitavam as distâncias entre os homens.

As aldeias das regiões ribeirinhas agitavam-se, sacudidas pelas emoções contínuas dos sucessos de cada dia.

Ele apareceu, e era Vida.

As enfermidades físicas desapareciam ante o Seu toque e a todos fascinava.

Suas palavras possuíam o encantamento de responder a perguntas não formuladas, que se diluíam ante a clareza de cada conceito.

Os Seus silêncios conseguiam aquietar as aflições, que não deviam ser afastadas.

Com a limpidez do olhar transparente, identificava as mazelas humanas, sem amesquinhar os seus portadores.

Naqueles dias de suaves júbilos, ninguém adivinharia os acontecimentos porvindouros, que culminariam no sacrifício da Cruz infamante !

Terminadas as azáfamas do cotidiano, era comum vê-lO cercado de pessoas humildes, que O crivavam de interrogações, sedentas de aprendizagem.

Homens e mulheres simples ignoravam as misérias das altas rodas sociais, mais preocupados com os problemas comezinhos, aqueles que mais os afetavam.

Entretanto, vez que outra, surgiam necessitados, sobrecarregados por fardos mais pesados, vítimas de enfermidades morais mais graves.

Numa das reuniões vespertinas, quase ao cair da noite, quando Ele se encontrava a sós, acercou-se uma mulher de distinta posição, que respeitosamente, Lhe apresentou os conflitos que a inquietavam.

Requestada, na comunidade, tinha acesso às autoridades religiosas e civis, desfrutando ao lado de outras personagens, de favores especiais.

- Senhor ! – disse gravemente. – Tenho ouvido falar de Vós. Minhas servas participam das Vossas prédicas e narram-me os Vossos feitos. Venho acalentando o desejo de falar-Vos, sem a coragem para fazê-lo. Hoje, porém, não posso sopitar o anseio, a necessidade, e aqui me encontro.

O Mestre olhou-a com brandura e docilidade.

Sentindo-se estimulada, a senhora prosseguiu :

- Vivo atormentada. As dúvidas sobre a Verdade me assaltam e padeço desassossegos que ninguém imagina. Não me encontro doente do corpo, senão, da alma, e isto me parece injusto. Invejam-me e sou generosa; respeitam-me de público, mas detestam-me no íntimo; saúdam-me na rua e na Sinagoga, todavia, evitam-me...

Lágrimas de real sofrimento moral afloraram aos olhos da visitante, enquanto a voz se lhe embargou na garganta.

Com esforço, conseguiu concluir :

- Se vós vindes de Deus e conheceis os males de coração, ajudai-me!

Jesus compreendeu a dor surda que lhe solapava a aparência, e, sem qualquer afetação, respondeu :

- Sim, Raquel, eu sei.

Citada, nominalmente, a mulher surpreendeu-se, indagando, de pronto :

- Conheceis-me Senhor ? De onde ?

Sem titubeio, o Amigo esclareceu :

- Eu te conheço desde antes deste momento. Eu sou o bom pastor e a todas as ovelhas que o pai me confiou, eu as identifico no adito do coração. Não te surpreendas, portanto, por falar-te assim.

“ Quem me busca, procura meu Pai; aquele que me encontra, a meu Pai compreende, saindo da noite para o dia e da morte para a Vida. Não perece, porque não se acaba, transferindo-se de um para outro estado, porém continuando na Vida. ”

Fazendo uma pausa breve, continuou :

- Há muitos males do coração que afetam a alma.

“ A ambição desmedida leva à loucura.

“ É fugaz a estada no corpo, e, almejar além do que se pode utilizar, significa avançar para alienação.

“ A ambição cobiça o alheio e envenena, facultando a invasão de cruéis verdugos, na casa mental.

“ A calúnia é punhal invisível que retalha vidas e ceifa o caluniador.

“ A inveja é pedrada psíquica que fere o próximo e arrebenta quem atira.

“ A indiferença, a seu turno, mata os sentimentos e se irradia como humor mefítico.

“ Só o amor pode propiciar a paz e fomentar a saúde íntima.

“ É necessário, portanto ser livre.

“ Todo poder, na Terra, é o dado pelo Pai, que o transfere de mãos, exceto aquele que nasce do bem e aumenta sempre.

“ Se desejas a afeição dos outros, ama primeiro, repartindo os teus bens excedentes com os que possuem menos, observando que a melhor maneira de aumentar os valores amoedados será dividindo-os, em considerando que todo aquele que doa investe e quem guarda, deve à vida.

“ Ante a tentação da calúnia, provocada pela inveja, coloca a palavra de estímulo e de respeito, exercitando a amizade fraternal, a caminho da real afeição. “

Houve um silêncio, que se fez natural.

Sentindo-se desnudada, mas não censurada, a interlocutora, em pranto rogou :

- Amparai-me na minha incredulidade e fraqueza !

O Mestre, condoído, ripostou, bondoso :

- Vai Raquel, e começa. A transformação tem início no desejo íntimo e concretiza-se na ação renovadora.

“ Tropeçarás, várias vezes, quase vencida pelo desânimo. Sofrerás o hábito antigo, que se negará a ceder... No entanto, insistindo e orando, conseguirás o êxito que te coroará o esforço. Sê fiel e não receies.”

A consulente ergueu-se e saiu embalada por uma canção nova, que lhe musicava a alma.

Os discípulos, que estavam afastados, vendo-a retirar-se, aproximaram-se, curiosos, e um deles indagou :

- Mestre, qual o problema dela, rica e invejada por todos ?

O Rabi relanceou o olhar pelos companheiros inexperientes e respondeu :

- O reino dos Céus está reservado aos que ajudam sem interrogações e atendem ao próximo sem lhe sindicar das mazelas e fraquezas que o afligem.

“ A curiosidade malsã, injustificável, oferece elementos para males que podem ser evitados.”

Calando-se, mergulhou na magia da noite branda e fresca, refulgente de astros.


Amélia Rodrigues

Do livro Há Flores no Caminho, por Divaldo Pereira Franco.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Pensamentos Nobres

Uma seleção de frases do Espírito Amélia Rodrigues, psicografadas pelo médium Divaldo Pereira Franco:


“O processo da reencarnação é o único que se coaduna com a justiça de Deus, oferecendo a todos as mesmas oportunidades de evolução, mediante as quais, enriquece os Espíritos com as conquistas nobres do pensamento e da emoção, depurando-se dos atavismos infelizes que neles predominam como decorrência das experiências primitivas.”




“É muito difícil conceber-se, na atualidade tumultuada da sociedade, o significado da presença de Jesus e o convívio com Ele, em razão dos novos padrões comportamentais e dos interesses em jogo de paixões agressivas e asselvajadas. Entretanto, numa pausa para reflexão, numa silenciosa busca interior, num lugar tranqüilo de espera, pode-se ter uma idéia do grandioso significado da convivência pessoal com Ele.”




“Num mundo de combates armados e ferozes estão excluídos os pacificadores e os geradores de esperança, porque eles dificultam o processo guerreiro de predominância dos temerários combatentes. Mas esses - pacificadores e geradores de esperança - são perenemente os construtores da sociedade feliz, os alicerces das edificações nobres do Espírito, sem os quais a vida volveria ao primarismo do começo.”




“Jesus veio a fim de despertar os seres humanos para o encontro de si mesmos, a conquista das ilimitadas paisagens do belo, do Espírito, da imortalidade.”



“Amar em profundidade, saber selecionar interesses que devem e merecem maior soma de atenção, entregar-se à renovação íntima, a fim de suportar o testemunho que se derivam das incompreensões geradas no círculo das mais caras afeições, eis o início do ministério desafiador a que Jesus nos entregou a todos.”




“O Evangelho - a nova ou a boa nova - é a mais expressiva história de uma vida, através de outras vidas, iluminando a vida de todos os homens.”

domingo, 16 de maio de 2010

Mensagem da Semana


Ouvir a Mensagem
Voz de Divaldo Franco


Meu Deus, Meu Senhor


Meu Deus e Meu Senhor...

Enquanto lá fora, o desespero caminha, e a amargura dizima, eu quero lhe dizer, que lhe ofereço o Banquete do Amor !

Eu gostaria, Senhor, de ser a chuva generosa, que caísse na terra porosa e reverdecesse o chão.

Mas como eu não conseguirei, então eu lhe pedirei, para ser um copo de água fria, matando a sede, a agonia, de quem anda na desesperação !

Eu gostaria de ser, como a Via - Láctea de estrelas, para que as noites da Terra, fossem mais belas.

Mas se eu não conseguir, eu lhe quero pedir, para ser um pirilampo na noite escura, iluminando a amargura, de quem anda na escuridão !

Eu gostaria de ser, um jardim de flores, de todas as cores, para embelezar a Terra.

Mas na dor que a minh`alma encerra, se eu não puder ser um jardim, deixa-me ser uma rosa solitária, na fresta da montanha, colocando beleza, no painel sob a natureza !

Eu gostaria de ser a montanha altaneira, que levasse a criatura inteira, ao seu nobre fanal.

Nunca lograrei, então, eu lhe rogarei, para ser uma pedra, pavimentando o chão, por onde marche o herói, na conquista da amplidão !

Eu quero ser como a escada, que leva o triunfador ao seu fanal.

Mas se eu não puder, aqui eu estou, Senhor, para ser-lhe o primeiro degrau !

Eu gostaria de ser um trigal maduro, para repletar de pão, a mesa da Humanidade, mas, é demasiado para mim, então eu te peço para ser um grão que caindo no chão me multiplique no milhão e me transforme em pão para a sociedade.

Eu gostaria de ser, um pomar de frutos maduros, para atender a estesia, da criatura em agonia.

Mas, eu te venho pedir, para ser uma árvore com galhos, projetando sombra na estrada, para que alguém, quando passar de mansinho, pelo meu caminho, eu lhe possa dizer :

Olá amigo !

E se ele se voltar para trás e me inquirir:

O que é isso ? , eu lhe possa contestar:

Soberba, dá-me tua mão !, sou teu amigo ! irei contigo... - e lado a lado eu possa dizer :

Senhor, eu gostaria de ser artista ! Esteta ! Trovador !

Cantor ! Musicista ! Orador ! Para falar da magia, da beleza, da Sua glória !

Mas, como nada sou, me falta o verbo, me falta a mestria, eu então lhe peço, Senhor, para ser o companheiro da criatura deserdada, que segue caminhando na estrada da alucinação !

E dando-lhe a mão de sustento, lhe dizer :

Sou teu irmão ! Estou contigo ! Graças, Senhor, porque nasci ! Graças, porque creio em ti !

Pelo Seu Amor, obrigado, Senhor !


Amélia Rodrigues

Por Divaldo Pereira Franco.

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