sábado, 30 de maio de 2015

Livros com o Tema Reencarnação

Livros que abordam o tema reencarnação dentro dos aspectos científico, filosófico e religioso.


Minha Vida na Outra Vida
Autor(a): Jenny Cockell

Baseado em fatos reais, "Minha Vida na Outra Vida" conta a história de Jenny, uma mulher do interior dos Estados Unidos, que vive nos dias de hoje e tem visões, sonhos e lembranças de sua última encarnação, como Mary, uma mulher irlandesa que faleceu na década de 1930. Ainda criança, Jenny Cockell, autora e personagem principal, já sonhava com lugares e pessoas de um outro tempo, e era preciso compreender os acontecimentos de sua vida no passado para seguir com sua vida atual em paz.

Intrigada, Jenny sai em busca de seus filhos da vida passada. Tem início uma jornada emocionante. Ela via-se em outra época e lugar, como jovem mãe, em recordações domésticas de sua pequena casa de campo. Mãe de vários filhos, morreu de complicações de parto, 21 anos antes do novo nascimento, atualmente na personalidade de Jenny. As visões e sonhos levaram-na a pesquisar o próprio passado e a reencontrar os filhos da existência anterior, agora idosos.

A história aborda conflitos familiares, vida e morte, mas especialmente lembranças de outras vidas e reencarnação. É uma lição de amor que traz a lógica da reencarnação de maneira clara e simples. E faz pensar.

O livro fez tanto sucesso que foi filmado como longa metragem, homônimo e lançado em diversos países. Pela primeira vez na história, um filme retrata, com fidelidade, lógica e respeito, a reencarnação, tema de interesse de milhões de pessoas em todo o mundo. Jenny é interpretada pela renomada atriz Jane Seymour, de Em Algum Lugar do Passado, que também tratava do tema de vidas passadas. Só, que desta vez, não se trata de ficção, mas de realidade.



Reencarnação: O Elo Perdido do Cristianismo
Autor(a) Elizabeth Clare Prophet

Tendo como base os textos gnósticos e descobertas recentes de fragmentos dos Manuscritos do Mar Morto, Elizabeth Clare Prophet desenvolve a corajosa tese de que a reencarnação esteve presente nos ensinamentos de Jesus e, portanto, em toda a origem do Cristianismo. Uma afirmação polêmica na medida em que a teoria reencarnacionista tem sido repudiada com veemência pelos cristãos, sejam católicos ou evangélicos. A autora revê a história da cristandade, desde Jesus e os primeiros fiéis, passando pelos concílios da Igreja e pelas perseguições aos hereges. Segundo Prophet, Jesus foi um místico que pregava que o destino final do homem é a união com o Eu Divino. Uma afirmação corroborada pela obra de diversos pensadores da Igreja. Entre citações que vão do apóstolo Paulo até Santo Agostinho, a autora sintetiza de forma eloquente a convicção de que a crença na pluralidade das vidas é parte inegável das escrituras cristãs.



Reencarnação: Quem somos nós? De onde viemos? Para onde vamos?
Autor (a): Orson Peter Carrara
Editora: Mythos Book

Quais as causas de tantas diferenças entre os seres humanos, tanto nas condições sociais, morais, intelectuais, emocionais e psicológicas? Eis a proposta do livro: refletir sobre essas instigantes questões, à luz da pluralidade das existências.



Reencarnação no Brasil
Autor(a): Hernani Guimarães Andrade

O autor desta obra, pesquisador de conceito internacional na área da problemática reencarcionista, selecionou oito casos verificados no Brasil, cujas evidências vêm reforçar a tese das vidas sucessivas.



Vida antes da Vida
Autor(a): Dr. Jim B. Tucker

Nos últimos quarenta anos, médicos do Centro Médico da Universidade da Virgínia têm pesquisado relatos que crianças fazem de vidas passadas. O Dr. Ian Stevenson, criador desse trabalho, sempre escreveu para um público científico. Agora, neste livro instigante e fascinante, o Dr. Jim B. Tucker, psiquiatra infantil que atualmente conduz as pesquisas, compartilha esses estudos com o público leigo. Vida Antes da Vida é uma obra marcante, capaz de desafiar e até modificar a nossa compreensão da vida e da morte.

As crianças que relatam lembranças de uma vida anterior começam a falar espontaneamente sobre isso quando têm dois ou três anos de idade. Algumas se referem a um parente falecido, outras descrevem a vida de um estranho. Elas podem fornecer detalhes a respeito de membros da antiga família, eventos da vida passada ou o modo como morreram. Muitas ostentam marcas de nascença semelhantes a ferimentos no corpo da pessoa que faleceu.

O Dr. Tucker apresenta esse acervo de maneira direta, relatando histórias extraordinárias recolhidas com espírito científico. Em seguida, examina a melhor forma de interpretar os indícios e deixa ao leitor a tarefa de tirar suas próprias conclusões que, para muitos, serão profundas.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Reencarnação: Mitos e Verdades



O que é “Erraticidade”? O que são “Espíritos Errantes”?
Para onde os Espíritos vão, depois que desencarnam?
Qual o intervalo entre as reencarnações?
Quantas vezes um Espírito reencarna na Terra? Há um limite?
Depois da Terra, onde os Espíritos reencarnarão?
Muito se fala a esse respeito. Kardec tratou do tema no Evangelho Segundo o Espiritismo, no Livro dos Espíritos e também no livro O Céu e o Inferno.
Vamos refletir sobre cada uma dessas questões, para saber o que é Mito, e o que é Verdade, dentro da Doutrina dos Espíritos.


O QUE É A ERRATICIDADE? O QUE SÃO "ESPÍRITOS ERRANTES"?

O Capítulo XXXII do Livro dos Médiuns, Kardec nos traz o Vocabulário Espírita. Lá, encontramos a definição do termo “Erraticidade”, a saber: "situação dos Espíritos errantes, quer dizer - não encarnados - durante os intervalos de suas existências corporais."

O termo “Espíritos errantes”, portanto, não tem a ver com “erro”, e sim com a “condição de estar desencarnado.”

Nas obras de Kardec, encontramos muitas vezes o termo “erraticidade”, que indica “estado dos espíritos durante os intervalos entre as encarnações”. Espíritos “na erraticidade” são espíritos que se encontram “entre uma encarnação e outra”.

Na questão 226 do Livro dos Espíritos, Kardec pergunta: Pode-se dizer que todos os Espíritos não encarnados são errantes?

E a resposta dos Espíritos foi:

"Os que devem reencarnar-se, sim. Mas os Espíritos Puros, que chegaram à perfeição, não são errantes: seu estado é definitivo".

Explicação de Kardec:

"No tocante às suas qualidades íntimas, os Espíritos pertencem a diferentes ordens ou graus, pelos quais passam sucessivamente, à medida que se purificam (ver Escala Espírita, Item 100 do Livro dos Espíritos).
No tocante ao estado, podem ser:
Encarnados, ou seja, ligados a um corpo material;
Errantes, ou desligados do corpo material e esperando por uma nova encarnação para se melhorarem;
Espíritos Puros ou Perfeitos: os que não tem mais necessidade de encarnação."

Portanto, ao desencarnarmos, nos encontraremos na “erraticidade”. Note-se que “estar na erraticidade” não se refere a um lugar, e sim a uma condição (a de espíritos desencarnados, esperando por nova encarnação).

Encontramos também a definição do termo “Erraticidade” no livro “Instruções Práticas Sobre as Manifestações Espíritas”, de Allan Kardec, publicado em 1858, um ano após a primeira edição de O Livro dos Espíritos. O livro “Introdução ao Espiritismo”, organizado por José Herculano Pires, traz em um só volume, este e outros dois livros pouco conhecidos de Kardec: “O Espiritismo na Sua Mais Simples Expressão” e “O Que É O Espiritismo”.

No livro “Instruções Práticas Sobre as Manifestações Espíritas”, encontramos uma definição mais completa do termo “erraticidade”, a saber:

“Estado dos Espíritos errantes, isto é, não encarnados, durante os intervalos de suas diversas existências corpóreas. A erraticidade não é um sinal absoluto de inferioridade para os Espíritos. Há Espíritos errantes de todas as classes, salvo os da Primeira Ordem, ou Espíritos Puros, que não tendo mais que reencarnar, não podem ser considerados como errantes. Os Espíritos Errantes são felizes ou infelizes, segundo o grau de sua purificação. É nesse estado que o Espírito, tendo despido o véu material do corpo, reconhece suas existências anteriores e os erros que o afastam da perfeição e da felicidade infinita. É então que ele escolhe novas provas, a fim e avançar mais depressa.”

Ou seja: não existe a ideia de “inatividade” para o espírito. Tampouco a de “contemplação eterna”. O Espírito não morre, e mesmo não estando revestido da veste carnal, ele continua evoluindo no Plano Espiritual, durante o período de erraticidade. É aí que ele retoma a lembrança do passado, analisa seus progressos e fracassos nas encarnações sucessivas, e prepara-se para novas provas, que ele mesmo escolhe, a fim de progredir.

Na erraticidade o Espírito reencontra afetos e desafetos, e os grupos se reúnem e se preparam para novos desafios terrenos. É por isso que se diz que há uma “pré-programação” para o Espírito, que deve sofrer provas ou expiações que ele mesmo escolheu, pois sabe que elas irão lhe trazer o APRENDIZADO NECESSÁRIO para sua evolução espiritual. É o “remédio amargo”, que causa um desconforto passageiro, mas que conduz à cura do Espírito.

PARA ONDE VÃO OS ESPÍRITOS QUE SE ENCONTRAM NA ERRATICIDADE?

No item II do mesmo capítulo do Livro dos Espíritos (Cap. VI – Vida Espírita), Kardec faz a seguinte pergunta:
Questão 234: Existem, como foi dito, mundos que servem de estações ou de lugares de repouso aos Espíritos errantes?
E os Espíritos responderam:
"Sim, há mundos particularmente destinados aos seres errantes, mundos que eles podem habitar temporariamente, espécies de acampamentos, de lugares em que possam repousar de erraticidades muito longas, que são sempre um pouco penosas. São posições intermediárias entre os outros mundos, graduados de acordo com a natureza dos Espíritos que podem atingi-los e que neles gozam de maior ou menor bem estar".

COMO INTERPRETAR ISSO?

Da mesma forma que a Terra é um mundo que abriga Espíritos encarnados, em determinado grau de evolução, há mundos destinados a abrigar Espíritos na erraticidade (ou seja, preparando-se para reencarnar). Também estes mundos têm diferentes níveis de evolução, pois abrigam Espíritos de diferentes graus de adiantamento moral e intelectual. (Ver O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. III, item 19, mensagem de Santo Agostinho: Progressão dos Mundos).

QUANTAS VEZES UM ESPÍRITO REENCARNA NA TERRA? HÁ UM LIMITE?

Não existe um limite; a reencarnação na Terra, ou em outros mundos, está diretamente relacionada com o grau de evolução do Espírito, e não no número de vezes que ele já encarnou.
Todos nós estamos destinados ao progresso, e nossas vidas sucessivas são os meios que Deus nos oferece para vivenciarmos os aprendizados, e assim depurar o Espírito. Há Espíritos que avançam mais rapidamente; há os Espíritos recalcitrantes, empedernidos, obstinados no mal. Esses, progridem com maior lentidão, e precisam passar por mais provas e expiações, do que o Espírito que se dedica à trilha do bem, e ao seu adiantamento moral e intelectual.
O reencarne na Terra também obedece o mesmo princípio, de evolução do Espírito. Aquele que já progrediu, pode passar a um mundo mais evoluído que a Terra; e o Espírito recalcitrante pode ter que reencarnar em um mundo inferior, o que para ele é motivo de sofrimento.
No Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. III, Há Muitas Moradas Na Casa de Meu Pai, encontramos a seguinte explicação, nos itens 4 e 5:

Diversas Categorias de Mundos Habitados

4 - "...Embora não possamos fazer uma classificação absoluta dos diversos mundos, podemos, pelo menos, considerando o seu estado e o seu destino, com base nos seus aspectos mais destacados, dividi-los assim, de um modo geral:

Mundos Primitivos, onde se verificam as primeiras encarnações da alma humana;
Mundos de Expiação e de Provas, em que o mal predomina;
Mundos Regeneradores, onde as almas que ainda têm o que expiar adquirem novas forças, repousando das fadigas da luta;
Mundos Felizes, onde o bem supera o mal;
Mundos Celestes ou Divinos, morada dos Espíritos purificados, onde o bem reina sem mistura.

A Terra pertence à categoria dos mundos de expiações e de provas, e é por isso que nela está exposto a tantas misérias".

5 - Os Espíritos encarnados num mundo não estão ligados a ele indefinidamente, e não passam nesse mundo por todas as fases do progresso que devem realizar, para chegar à perfeição. Quando atingem o grau de adiantamento necessário, passam para outro mundo mais adiantado, e assim sucessivamente, até chegarem ao estado de Espíritos puros. Os mundos são as estações em que eles encontram os elementos de progresso proporcionais ao seu adiantamento. É para eles uma recompensa passarem a um mundo de ordem mais elevada, como é um castigo prolongarem sua permanência num mundo infeliz, ou serem relegados a um mundo ainda mais infeliz, por se haverem obstinado no mal.

QUAL O INTERVALO ENTRE AS ENCARNAÇÕES?

O intervalo entre as reencarnações obedece ao mesmo princípio, de evolução do Espírito. No Livro dos Espíritos, Cap. VI, Vida Espírita, Kardec faz a seguinte pergunta aos espíritos:
Questão 223: A alma se reencarna imediatamente após a separação do corpo?
E a resposta foi:
“Às vezes, imediatamente, mas na maioria das vezes, depois de intervalos mais ou menos longos. Nos mundos superiores a reencarnação é quase sempre imediata.”
E na questão 224, Kardec indaga:
224. O que é a alma, nos intervalos das encarnações?
"Espírito errante, que aspira a um novo destino e o espera".
224 – a) Qual poderá ser a duração desses intervalos?
"De algumas horas a alguns milhares de séculos. De resto, não existe, propriamente falando, limite extremo determinado para o estado errante, que pode prolongar-se por muito tempo, mas que nunca é perpétuo. O Espírito tem sempre a oportunidade, cedo ou tarde, de recomeçar uma existência que sirva à purificação das anteriores".
224 – b) Essa duração está subordinada à vontade do Espírito, ou pode lhe ser imposta como expiação?
"É uma consequência do livre-arbítrio. Os Espíritos sabem perfeitamente o que fazem, mas para alguns é também uma punição infligida por Deus. Outros pedem o seu prolongamento para prosseguir estudos que não podem ser feitos com proveito a não ser no estado de Espírito".


REFLEXÕES SOBRE AS RESPOSTAS DOS ESPÍRITOS:

1. Os Espíritos explicaram que, embora às vezes os espíritos reencarnem imediatamente, na maioria das vezes o reencarne se dá depois de intervalos mais ou menos longos.

2. O intervalo entre uma encarnação e outra é o que chamamos de “erraticidade” (não se refere a um local, mas a uma condição do espírito).

3. A duração desse intervalo é uma “consequência” do livre-arbítrio – ou seja: se empregamos mal o nosso livre-arbítrio, podemos ter que permanecer um período mais longo na condição de espíritos errantes, como uma pena imposta por Deus.

4. O intervalo entre as reencarnações pode ser muito longo, mas nunca eterno. Espíritos dominados por sentimentos de revolta, vingança, ódio, cobiça, inveja, ciúme, orgulho, egoísmo, acabam por não aproveitar o tempo na erraticidade para aprender e progredir. Esses sentimentos, aliás, são os que impedem o nosso progresso aqui na Terra, também. É por isso que temos que lutar contra eles, e vencê-los, para que eles não se tornem motivo de nossas quedas, e tragam, como consequência, sofrimento para o Espírito em vida, e além da vida.
5. Mas Deus não quer que suas criaturas sofram para sempre, e cedo ou tarde, o Espírito acorda para os seus compromissos espirituais, arrepende-se de seus erros, compreende que perdeu muito tempo preso a sentimentos inferiores, e pede uma nova encarnação, para reparar os males que tenha causado, e para passar pelas provas necessárias à sua evolução.

6. Embora no estado de erraticidade, o Espírito continue progredindo, se assim o quiser, é através das vidas sucessivas que ele vivencia todo o aprendizado adquirido na erraticidade. Portanto, o Espírito precisa reencarnar. Cabe ao próprio espírito, que tem o livre-arbítrio, trabalhar pelo seu progresso, vencendo em si mesmo todos os sentimentos que são motivos de sua queda moral.

7. A designação do mundo que nos abrigará na erraticidade, e do mundo no qual deveremos reencarnar, está diretamente relacionada com nossa “evolução” moral e espiritual. Da mesma forma, o número de reencarnações e a duração entre as encarnações. Não há espaços delimitados, número programado de encarnações, prazos pré-estabelecidos, duração mínima e máxima na erraticidade. Está tudo diretamente relacionado com o progresso do espírito, com seus esforços e sua predisposição no sentido de evoluir e aprender, e sua dedicação à causa do Bem.

8. Deus nos concedeu o livre-arbítrio, para que cada Espírito possa decidir os caminhos que irá percorrer, até atingir o estado de Espírito Puro. Em casos extremos, os espíritos recalcitrantes são sujeitos às reencarnações compulsórias, e não podem opinar sobre quando, como e onde irão reencarnar.

9. Mas, via de regra, nós participamos dessas escolhas, pois durante nossos períodos na erraticidade recobramos a lembrança de nossas existências anteriores, e analisamos onde progredimos e onde ainda precisamos melhorar, e Deus nos concede a oportunidade de reencarnamos no lugar adequado, nas condições ideais, com as pessoas certas, para que possamos passar pelas provas necessárias ao nosso aprendizado e crescimento. Não existe o acaso na casa do Pai. Portanto, nada de queixas...

SOBRE OS MITOS E AS VERDADES

Há teorias que não tem nenhum embasamento em Kardec, que definem a média de tempo entre as encarnações, o número de reencarnações na Terra, e indicam até diferentes Planos, como um "roteiro" para a evolução do Espírito. Quanto desconhecimento de Kardec...
Outro dia, por exemplo, em uma palestra (vejam vocês...) ouvi o palestrante dizer que “a média entre encarnações é de 250 anos”, segundo pesquisas "científicas" de um pesquisador espírita. Teoria totalmente infundada, que muito se distancia de tudo o que Kardec e os Espíritos Superiores nos trouxeram.
Deus nos deu o livre-arbítrio. Deus respeita o nosso livre-arbítrio. Se cada Espírito evolui a seu passo, a seu tempo, como estabelecer prazos? O próprio Livro dos Espíritos diz, claramente, que "esse tempo pode ser de horas, ou séculos". E como estabelecer um número fixo de encarnações para um Espírito? Isso vai contra tudo o que os Espíritos nos ensinaram, através da obra de Kardec.
Não há autor espírita cuja obra não deva passar pelo crivo da razão, e cujas afirmações não devam ser confrontadas com os ensinamentos dos Espíritos, que nos foram dados através das obras de Kardec.
Por isso, é mais sensato para todos aqueles comprometidos com a Verdade e com a causa espírita, sejam eles palestrantes espíritas, médiuns, frequentadores de Casas Espíritas e a todos os que desejam difundir o espiritismo, que façam uma pesquisa EM KARDEC, antes de disseminar informações que mais confundem, do que esclarecem, e que prestam um desserviço à Doutrina Espírita, colocando-a no campo do maravilhoso e do sobrenatural.
Essas teorias fantasiosas iludem, e não aclaram – impressionam, mas em nada contribuem para dissipar o véu da ignorância que é um entrave para o progresso do Espírito.
“Espíritas, amai-vos, eis o primeiro mandamento. Instrui-vos, eis o segundo.”


por Liz Bittar, em 20/08/2013

terça-feira, 26 de maio de 2015

Reencarnação por Divaldo Franco

O médium e orador espírita Divaldo Pereira Franco responde a questões sobre o tema reencarnação no programa Transição.


domingo, 24 de maio de 2015

Reencarnação e Ciência na Atualidade


Renomado cientista cria teoria que pode abrir portas para o estudo da reencarnação

Um livro publicado pelo cientista Robert Lanza, abre novas perspectivas sobre nossa noção de vida e morte. Sua obra, chamada “O biocentrismo: Como a vida e a consciência são as chaves para entender a natureza do Universo”, sugere que a vida não acaba quando o corpo morre e poderia durar para sempre.

Lanza, especialista em medicina regenerativa e diretor científico da Advanced Cell Technology Company, também estuda física, mecânica quântica e astrofísica. A partir desta mistura de conhecimentos, ele formulou a teoria do biocentrismo, em que defende que a nossa consciência cria o Universo material e não o contrário.

Lanza acredita que o Universo parece conspirar para a existência da vida, o que significaria que a inteligência seria anterior ao Universo. Desta maneira, sua teoria sugere que não há morte da consciência. O que há é apenas a morte do corpo, que seria um veículo físico desta consciência, que existe fora das restrições de tempo e espaço. Para adicionar mais ingredientes à polêmica teoria, Lanza, assim como vários pesquisadores, acredita que múltiplos universos (multi-universo) podem existir simultaneamente. Desta forma, o corpo poderia estar morto em um universo e continuar a existir em outro, absorvendo essa suposta consciência migratória. A consciência, ou pelo menos proto consciência, é teorizada por este grupo de pesquisadores como propriedade fundamental do Universo. “Em uma dessas experiências conscientes, comprova-se que o proto esquema é uma propriedade básica da realidade física acessível a um processo quântico associado com atividade cerebral.”, diz Lanza.

De acordo com cientistas que pesquisam o assunto, as informações quânticas de nossa consciência estariam armazenadas em microtúbulos do nosso corpo. Quando morremos, esta informação não é destruída, mas distribuída e dissipada pelo Universo, ou em vários deles.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Porque nos esquecemos das nossas Vidas Passadas?



Por Regis Mesquita*

O Livro dos Espíritos (LE) possui um capítulo intitulado “Retorno à Vida Corporal”. Neste capítulo são respondidas várias perguntas; inclusive uma pergunta básica: se reencarnamos, por que não nos lembramos das outras encarnações? A resposta é que “o esquecimento do passado” é um grande benefício para facilitar a evolução dos espíritos encarnados no planeta Terra.

O esquecimento do passado é uma proteção para o ser humano que encarna. “A encarnação é uma nova oportunidade de desenvolver habilidades, desenvolver recursos e fazer boas escolhas. A encarnação com menos influência do passado é uma nova oportunidade facilitada. As decisões e as experiências nesta nova encarnação servirão de contraponto às experiências de outras encarnações”, diz o livro Nascer Várias Vezes. Ou seja, ao reencarnar, somente algumas informações do passado influenciam a nova encarnação; isto evita que a mente seja inundada por influências do passado.

Do total de memórias do espírito, somente algumas fazem parte e influenciam a encarnação atual. As outras memórias do espírito ficam dissociadas; não influenciam a vida encarnada. De um modo bem simplificado podemos dizer: ao invés de encarnar com “milhares” de problemas para resolver, o espírito encarna com a missão de vida de resolver alguns problemas.

O capítulo citado do Livro dos Espíritos (LE) diz: “o homem não pode nem deve saber de tudo” (pergunta 392). Um espírito com milhares e milhares de anos possui uma história tão rica e diversa que seria exagero querer saber tudo sobre ela. Além de exagero, desperdício de tempo e perda de foco da sua real missão de vida. Por isto, existe a dissociação da memória que mantém a imensa maioria das memórias do espírito sem ascendência sobre esta encarnação.

Existem, por outro lado, uma minoria de memórias que ajudam a formar o novo corpo/mente desde a concepção. A vida que temos hoje é uma continuidade da vida espiritual e das encarnações passadas. Para que exista esta continuidade é necessário que muitos conteúdos de encarnações passadas (“vidas passadas”) façam parte desta vida atual. Ou seja, somos formados primeiramente por experiências e memórias de encarnações passadas e do plano espiritual que se armazenam em nossa mente a partir da vida intrauterina.

Qual a função da encarnação? Propiciar a evolução (desenvolvimento moral e intelectual do ser). Cada um nasce com suas missões de vida, ou seja, com metas evolutivas prioritárias. As memórias de vidas passadas que continuam a atuar na vida atual estão, principalmente, relacionadas a estas missões de vida.

“Os conteúdos do espírito são filtrados quando da encarnação, isto permite o foco nos objetivos traçados como a missão de vida. Nascemos com objetivos evolutivos bem determinados, e nascemos com boas condições para atingi-los. Este filtro favorece a realização da missão de vida”, diz o livro Nascer Várias Vezes.

Existem três tipos de memórias do espírito: aquela que ficou dissociada e a que está ativa na vida encarnada (a terceira será abordada mais a frente no texto). A memória ativa está relacionada com os desafios evolutivos que o espírito tem que enfrentar.

Acontece que a memória que está ativa também está “esquecida”, porque ela está no inconsciente. Somente podemos percebê-las pelos resultados de sua influência. Algumas vezes elas aparecem como medos irracionais, como interesses por algo, ou como um traço da personalidade, ou outra particularidade qualquer. Enquanto o sintoma ou característica da personalidade está presente na consciência, a origem (história) permanece no inconsciente influenciando a mente total. Este não é um esquecimento verdadeiro. É mais uma ignorância. Ignoramos parte da nossa verdade interior. Ignoramos parte do motivo de sermos como somos. A verdade é esta: o ser humano ignora o que está no seu inconsciente e que ajudou a formá-lo como ele é. A terapia de vidas passadas (TVP) lida com estas memórias que ignoramos. São memórias ativas, presentes e que nos fazem sofrer (ou nos favorecem com suas qualidades e experiências). A maioria destas memórias inconscientes é de encarnações passadas e do plano espiritual – e fazem parte desta encarnação.

Podemos dizer que a TVP é uma forma a mais de ajuda para que todos possam evoluir e superar os desafios da vida. É uma forma de caridade, de compaixão e de facilitar o cumprimento das missões de vida.

Existem quatro tipos de memórias no ser humano: as que são conscientes, as que ignoramos (que estão no inconsciente), as que são próprias do espírito (que estão dissociadas da mente encarnada) e as memórias transpessoais.

No livro “A Gênese”, Kardec escreve que existem ideias intuitivas e inatas ao ser. Estas ideias inatas foram desenvolvidas antes do nascimento, em parte são originadas de “memórias” que vão além da história do espírito. Por exemplo, há uma capacidade inata de o espírito escolher “o bem ao invés do mal”. Esta capacidade não foi desenvolvida pelo espírito, e sim “dada” por Deus como um recurso a ser utilizado para facilitar a evolução. C.G.Jung deu o nome de arquétipo a um tipo de “memória” inata que todos os humanos possuem e que serve de referência para a mente desenvolver. 

A importância da memória transpessoal para a evolução do espírito advém do fato de que é um dos recursos mais poderosos que existem à disposição de cada um para aprender, amadurecer e progredir. A existência desta memória é um dado lógico. Deus, ao criar espíritos destinados a evoluir, lhes deu condição (desde a primeira encarnação) de fazer boas escolhas. Estas condições presentes desde o início são memórias presentes no espírito e, portanto, em cada ser humano.

“Conheça a verdade, e esta vos libertará”, diz o ditado. O ser humano, espírito encarnado, pode evoluir mais facilmente quando busca a origem dos seus problemas em memórias que ele ignora e que estão guardadas no seu inconsciente. Ele supera sofrimentos e, acima de tudo, pode contribuir mais efetivamente para o progresso da sociedade e dos seus familiares.



*Regis Mesquita é psicólogo e Terapeuta de Vidas Passadas em Campinas, SP, autor e escritor do livro “Nascer Várias Vezes”.
Texto resumido, imagem, mensagem do próprio autor.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

O Social na Visão Reencarnacionista



O retorno à vida corporal demonstra a soberana bondade e justiça do Criador, que sempre oferece uma nova oportunidade de reajuste e continuidade do trabalho não concluído. Faz parte da Lei de Progresso, que ocorre tanto em nível individual como coletivo, onde os planetas e até as galáxias acham-se submetidos à evolução.

O espírito, de posse de seu livre arbítrio, estabelece a sua situação no relacionamento com os companheiros em evolução, frente a problemas que necessita solucionar através do trabalho constante. Estando encarnado, dá continuidade ao seu processo de crescimento em todos os sentidos. Os sofrimentos individuais e coletivos têm, desse modo, a sua razão de ser, pois cada um constrói a sua própria vida e está aqui não para simplesmente sofrer, de forma abnegada e impassível, mas para vencer a si mesmo e superar os problemas causados pelas suas imperfeições, sua inexperiência, seja na família ou na sociedade.

Todos os obstáculos a serem removidos pela nossa atuação não existem ao acaso. Por outro lado, a nossa existência não é projetada arbitrariamente pelo “plano espiritual”. Trata-se de uma condição natural determinada pelo nosso estágio evolutivo.

A injustiça e a opressão sociais estabelecem relações que definem situações existenciais utilizadas pela Natureza para a evolução dos espíritos, que pelas suas necessidades de reajuste educativo, reencarnam em um meio adequado e conveniente para com o gênero de provas no qual aspiram.

A escolha das provas existenciais que desejam experimentar é feita livremente, de acordo com sua capacidade e merecimento, assessorados, segundo a teoria espírita, por espíritos mais elevados, responsáveis pelos renascimentos físicos. As chamadas provas existem para serem enfrentadas e vencidas, constituindo um desafio para o espírito, artífice da sua própria evolução.

O entendimento da lógica da organização social necessita do conhecimento de sua estruturação interna e de como se deu historicamente o estabelecimento das atuais relações econômicas.

A leitura e o estudo de diversos pensadores que se debruçaram sobre as questões socioeconômicas, como Keynes, Marx, Engels, Weber etc., ao lado da Kardequiana e de seus continuadores, oferece condições para que haja uma interpenetração conceitual, que resultará numa visão fundamentada do fenômeno social segundo o Espiritismo. No entanto, o que se tem notado no movimento espírita é uma reação a qualquer tentativa de se intervir no plano social, cabendo lembrar a pressão e a marginalização que sofreram os integrantes do MUE (Movimento Universitário Espírita) nos anos 60, que marca um deprimente episódio da história do Espiritismo no Brasil.

A problemática social ainda é justificada inocentemente pela Lei de Ação e Reação e se não tomarmos cuidado, repetiremos erros históricos, como no caso da Índia, onde as castas eram justificadas pela reencarnação devido a interesses ideológicos que desfiguram a sua divulgação para as massas.

O social, dentro da perspectiva reencarnacionista, apoiada nas teorias sociológicas, torna-se mais abrangente, abrindo campos de análise ainda desconsiderados pelos cientistas sociais e pelos próprios espíritas. O seu entendimento possibilita condições para se analisar a injustiça e as desigualdades sociais, onde os espíritos encarnados diante de tal quadro, geram conflitos necessários à mudança da ordem social, em busca de seu bem-estar, caracterizando tais conflitos, o que Karl Marx denominou de luta de classes. “As convulsões sociais são a revolta dos espíritos encarnados contra o mal que os oprime, índice de que anseiam por um reino de justiça, do qual têm sede, sem entretanto saberem bem o que querem e os meios de consegui-los.”

“O bem-estar é um desejo natural” que predomina em todos os homens. Se desprovidos das condições essenciais para a sua reprodução e conservação, se revoltam violentamente ou, em outro extremo, devido à ideologia dominante e conservadora, se conformam. A busca do bem-estar, segundo o Espiritismo, é necessária e nunca será um crime se for conquistada sem o prejuízo de alguém.

Os Espíritos sustentam que as desigualdades sociais não são obra de Deus, são obras dos homens e serão eles próprios que através de existências sucessivas irão eliminando essas desigualdades.

Humberto Mariotti, em sua magistral obra Parapsicologia e Materialismo Histórico (Edicel - 2ª edição/cap. XVI) coloca o seguinte:

“A reencarnação, ou lei palingenésica, não justificará, como ainda se pretende, as desigualdades sociais. A lei de causalidade espiritual ou existencial não determina as formas de sociedade, pois o destino individual do homem carece de força histórica para estabelecer um regime social, baseado no sistema de propriedade privada”, e acrescenta ainda que “a lei de renascimento origina destinos individuais, mas não poderá jamais determinar sistemas sociais. Os sistemas ou formas de convivência social, estabelece-os a ciência da sociedade, elaborada pelos mais brilhantes espíritos”.

A existência de comunidades desprovidas de recursos essenciais a sua existência nunca será legitimada pela reencarnação, pois sabemos que, historicamente, os ricos sempre foram minoria, havendo portanto uma desproporção aritmética entre ricos e pobres que, em todas as épocas da humanidade, constituíram a grande massa.

A aceitação conformista dos problemas de natureza econômica e política, concebendo-os como algo estático e insensível a mudanças pelas nossas ações, vem atender aos interesses de uma elite que quer se perpetuar no poder. A necessidade de se transformar a nossa sociedade desigual em uma sociedade igualitária torna-se um dever, implicando numa melhoria do planeta em que vivemos a fim de que todos possamos progredir de forma sadia e adequada.

Individual e Coletivo


Através da reencarnação ocorre uma integração constante entre o mundo físico e o extrafísico. Um reage sobre o outro, incessantemente. Tanto os espíritos quanto os homens, que são também espíritos, desempenham um papel imprescindível no aperfeiçoamento da humanidade, pois além de promoverem seu progresso individual, estão colocados “em condições de enfrentar sua parte na obra da criação.”

Afirma o pensador espírita Herculano Pires, com muita propriedade, que “a renovação do homem implica a renovação social, mas desde que o homem renovado se empenhe na transformação do meio que vive, sendo esta, aliás, a sua indeclinável obrigação.”

Essa posição é reafirmada por Herculano nas seguintes palavras: “melhorar apenas o homem numa estrutura imoral equivaleria a melhorar a estrutura com um homem imoral” e “transformar o mundo pela transformação do homem e transformar o homem pela transformação do mundo, eis a dialética do Reino.”

É um equívoco pensar que o Espiritismo propõe a renovação social a partir de uma transformação individualista e que os seus princípios levem o indivíduo a promover a sua transformação na intimidade de sua consciência, sem se politizar e desempenhar o seu papel social como espírita e ser político que é.

Allan Kardec afirma que o “resultado de todos os progressos individuais é o progresso geral” e complementa essa afirmação ao dizer que “a aspiração do homem por uma ordem de coisas melhor que a atual é um indício certo da possibilidade de que chegará a ela. Cabe, pois, aos homens amantes do progresso, ativar este movimento pelo estudo e a prática dos meios que julgam mais eficazes.”

O homem, “concorrendo para a obra geral, também progride”. É parte primordial da sociedade e a sociedade, seu espaço de integração. Assim como não pode viver sem a sociedade, a sociedade sem ele deixaria de existir. Um reafirma o outro. “No isolamento o homem se embrutece e se estiola” e a necessidade de sociabilização se impõe como um impulso natural, necessário para o seu progresso e o da coletividade.

Pelos renascimentos sucessivos, o trabalho elaborado em prol de uma sociedade mais fraterna nunca será em vão, pois além de ser uma herança para os que momentaneamente permanecem encarnados, será uma futura recompensa para quem reencontrar a realidade que ajudou a transformar.

Eugenio Lara, A Reencarnação no Plano Social, novembro de 2002.

sábado, 16 de maio de 2015

Reencarnação e Biologia

Dr. Décio Iandoli Jr explica a reencarnação como lei biológica abrindo um debate sobre os rumos das investigações científicas da reencarnação na atualidade e as suas perspectivas para o futuro.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

A Investigação Científica Moderna da Reencarnação pelo Dr. Ian Stevenson


O Dr. Ian Stevenson nasceu em 31 de outubro de 1918 e faleceu no dia 8 de fevereiro, depois de uma longa e produtiva carreira caracterizada por não aceitar as hipóteses como fatos, simplesmente porque a maioria das pessoas pensava que eram verdadeiras.

Depois de se formar como um dos melhores de sua turma, na escola médica da Universidade de McGill, Ian estudou bioquímica e posteriormente interessou-se por psiquiatria, em particular por medicina psicossomática. Embora, Ian tenha alcançado muito sucesso na psiquiatria convencional – tornando-se o presidente do Departamento de Psiquiatria e Neurologia da Universidade da Virgínia, aos 38 anos –mostrou uma tendência inovadora em sua linha de pesquisas. Isto pode ser visto em seu artigo desafiando o conhecimento convencional psicanalítico, no qual explica que a personalidade humana é mais flexível nos bebês e na infância do que nos anos posteriores (Stevenson, 1957). Para ele, a questão era como isto poderia ser provado e no caso, achou que faltavam evidências.

Logo depois, quando começou a explorar tópicos na parapsicologia, Ian manteve ênfase nas evidências, assim como sua vontade de desafiar o conhecimento convencional. Ele escreveu uma peça na Harper’s Magazine com o título “The Uncomfortable Facts about Extrasensory Perception” na qual dizia que estudos parafisiológicos, mostraram que a mente poderia funcionar sem os sentidos físicos (Stevenson, 1959). A sua abertura para considerar tais possibilidades o levaram a apresentar um artigo para consideração, em um concurso anunciado pelo Journal of the American Society for Psychical Research.

O concurso tinha o objetivo de escolher a melhor publicação sobre fenômenos mentais paranormais e suas relações com a vida após a morte. Ele foi o vencedor com um artigo sobre crianças de várias partes do mundo que descreveram recordações de vidas passadas (Stevenson, 1960). Este não seria o último artigo escrito por ele sobre o assunto.

Neste primeiro artigo, ele compilou 44 relatórios de diversas fontes, tais como livros, revistas e jornais. Em seguida, ele investigou seus próprios casos e criou um novo campo de estudos.

Seguiram numerosas publicações, todas com ênfase nas evidências dos casos estudados. O título de seu primeiro livro sobre estas crianças, “Twenty Cases Suggestive of Reincarnation” (Stevenson,1966. Em português: Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação), mostrou o cuidado que ele teve em evitar quaisquer conclusões exageradas, e seus conteúdos, com longas listas de relatos de vidas passadas e a tentativa de verificar a precisão de cada um, demonstrou sua atenção metódica ao detalhe.

Ian publicou uma série de livros, “Cases of the Reincarnation Type”, que continham relatos de países específicos, com um dos casos indianos citado no editorial do JAMA Journal of the American Medical Association, que dizia “no que se refere à reencarnação ele coletou cuidadosamente e sem emoções uma detalhada série de casos na Índia, nos quais as evidências são difíceis de explicar em quaisquer outras bases” (King 1975). Esta série eventualmente foi seguida por sua grande obra, “Reincarnation and Biology” (Stevenson, 1997), na qual ele descreveu mais de 200 casos de crianças com marcas de nascimento ou malformações congênitas.

Além das memórias, algumas crianças apresentavam também sinais ou defeitos de nascença que pareciam corresponder a ferimentos, geralmente fatais, sofridos na encarnação anterior. Esses casos motivaram o Dr. Stevenson a publicar um livro sobre o assunto intitulado “Where Reincarnation and Biology Intersect” (a tradução literal seria “Onde a Reencarnação e a Biologia se Encontram”), não disponível no Brasil.

A idade média quando começavam a relatar uma vida passada era de 3 anos, e embora algumas crianças relatassem suas lembranças sem grande emotividade, muitas mostravam forte emotividade relacionada às suas memórias e tendiam a relatar mais os acontecimentos do final da vida. Quase 75% dos indivíduos davam detalhes da morte, principalmente se fora violenta.

Apenas 20% dos indivíduos se lembravam de eventos entre as reencarnações, ou seja, enquanto desencanados. Alguns diziam terem ficado onde viveram previamente ou onde desencarnaram, e muitos podiam descrever o funeral ou outros eventos que envolviam a família prévia.

Harold Lief, uma notável figura na psiquiatria, comentando sobre a decisão de Stevenson de devotar sua carreira a este trabalho, escreveu que ele, ou estava cometendo um erro colossal, ou seria reconhecido como “o Galileu do século XX” (Lief, 1977). A conclusão sobre esta questão será feita no futuro, assim como a adoção do modelo heliocêntrico de Galileu e do sistema solar de Copérnico não foi aceita até muito tempo após sua aparição ante a Inquisição em 1633, e sua morte nove anos depois. Foi dito que quando Galileu tentou dar evidências às suas declarações, alguns hesitavam em olhar através de seu telescópio. Desafiar as pessoas em suas crenças mais arraigadas não é uma tarefa fácil.

Hoje a ciência convencional tem a crença arraigada no materialismo, acredita que o mundo físico é tudo que existe; que nosso corpo físico é o todo de nossa existência. Ian escreveu que “certos fenômenos relatados não ocorreriam se o materialismo fosse verdade; mas a partir do momento que eles ocorrem, o materialismo é falso” (Stevenson 1977, p.153). Esta afirmação coloca os fatos acima das hipóteses, como Ian sempre tentou fazer.

Em seus anos seguintes, Ian reconheceu que seu objetivo, de que a reencarnação seja seriamente considerada pela ciência convencional, não seria atingido durante sua vida; algo que ele aceitou sem rancor. Esta falha não foi por falta de tentativas da parte de Ian. Durante seus 40 anos de parapsicologia, ele registrou uma enorme quantidade de informações, não somente a respeito de pesquisas sobre vidas passadas, mas também muitos trabalhos em outras áreas; fazendo uma contribuição significante com evidências, desafiando a hipótese do materialismo.

Esta área de trabalho continua existindo, disponível para todos os que desejam, assim como Ian, investigar idéias novas. Para estes, o telescópio está aguardando.


Fontes: Artigos de Jim B. Tucker e Alfredo José Rodrigues.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Pesquisas Científicas da Reencarnação na Atualidade

Programa Seara Espírita entrevistando o pesquisador, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora e médico, Alexander Almeida, palestrante da 23ª Semana de Kardec pela comunidade espírita A Casa do Caminho, onde o mesmo falou sobre as pesquisas científicas da reencarnação e o codificador Alan Kardec. Abordou também sobre o impacto da doutrina espírita na conduta e na ética do indivíduo e ainda sobre as pesquisas atuais da reencarnação.

Na sequencia, no quadro conhecimento espírita, a médium Isabel Salomão de Campos fala sobre a oportunidade da reencarnação e convida a todos ao progresso espiritual através da prática cristã.

domingo, 10 de maio de 2015

Dia das Mães


A todas as mamães muitas alegrias e paz nesse dia.
São os votos de,

Carlos Pereira - Manancial de Luz

sábado, 9 de maio de 2015

Reencarnação segundo o Espiritismo


Reencarnação é o processo pelo qual o espírito, estruturando um corpo físico, retorna, periodicamente, ao polissistema material. Esse processo tem como objetivo, ao propiciar vivência de conhecimentos, auxiliar o espírito reencarnante a evoluir.

O reencarne obedece a um princípio de identidade de frequências, ou seja, o espírito reencarna em um determinado continente, em um determinado país, em uma determinada região desse país, em uma determinada localidade dessa região, com determinadas características culturais (idioma, usos, costumes, valores, tradições, história etc.), bem como em uma determinada família, de acordo com a sintonia que a frequência do seu pensamento consiga estabelecer em relação a cada um desses elementos.

O espírito realiza a reencarnação conscientemente, inclusive traçando o seu próprio plano geral para a existência material que está se iniciando. O espírito reencarnante, de acordo com suas limitações, será mais ou menos auxiliado por espíritos com mais conhecimento e com os quais tenha afinidade. No entanto, se não estiver suficientemente equilibrado ou consciente, será orientado no planejamento de sua passagem pelo polissistema material.

Todavia, reencarnado o espírito, inicia-se o processo de existência corporal no polissistema material. É um processo aberto, pois a trajetória pessoal do encarnado segue o exercício do seu livre-arbítrio. Portanto, não há que se falar em destino, em caminhos previamente traçados.

O espírito encarnado, fundamentando-se em seu existente (a bagagem de conhecimentos e experiências adquiridos ao longo de toda a sua história, seja encarnado, seja desencarnado), passa a exercitar sua capacidade, a constatar e desenvolver suas potencialidades, enfim, passa a construir seu momento presente e seu momento futuro. Vai enfrentando contradições, dificuldades, obstáculos, facilidades, administrando encontros e desencontros, permanecendo no seu plano geral ou se desviando em função de algumas variáveis do processo, mas sempre de acordo com sua vontade.

No exercício do livre-arbítrio, o espírito encarnado vai construindo seu equilíbrio ou seu desequilíbrio, de acordo com a maneira pela qual enfrenta as situações e a vida. Vai, por assim dizer, determinando-se, segundo a natureza de seus pensamentos e atos. Por menos que faça, ou por mais que se desequilibre, o espírito sempre alcança progressos em um ou outro aspecto do seu ser.

A evolução não está necessariamente vinculada ao tempo de vida material, mas à intensidade com que ela é vivida. A quantidade de experiências e o aproveitamento que é feito delas é fundamental para o crescimento do espírito, não importando se as experiências estão sendo vivenciadas no polissistema material ou espiritual.

É de se ressaltar que, entre uma encarnação e outra, o espírito continua trabalhando, continua aprendendo, continua evoluindo, de modo que ele não reencarna no mesmo estágio em que desencarnou.
A Doutrina Espírita trabalha, atualmente, com a hipótese de que o processo reencarnatório envolve os conceitos de missão, provação, expiação e carma.

Vale ressaltar que no entendimento atual da Doutrina, os processos reencarnatórios apresentam facetas desses quatro conceitos, mas que algumas reencarnações podem apresentar o predomínio de algumas dessas características. Eles não são consequência de uma interferência ou controle externo ao espírito reencarnante, descartando-se portanto qualquer ideia de castigo, punição ou recompensa. Eles são decorrentes da lei de causa e efeito e das condições de equilíbrio e harmonia do espírito.

Missão é a situação na qual o espírito reencarnante aplica conhecimentos internalizados a favor de uma pessoa ou do grupo de sua convivência.

Provação é a situação na qual o conhecimento em processo de acomodação e internalização deve ser vivenciado; é a situação na qual o espírito é desafiado ao limite de seu conhecimento.

Expiação não se refere à aplicação de conhecimento, mas, sim, a uma consequência de um conhecimento aplicado, que provocou consequências difíceis, desagradáveis, muitas vezes dolorosas, que o seu responsável deverá enfrentar.

Carma ainda é um conceito útil dentro da concepção da Doutrina, desde que se esteja atento para o seu significado, diverso do de outras Doutrinas. Para o Espiritismo, carma caracteriza a situação na qual o espírito está enfrentando as consequências de atos seus que lhe provocaram um desequilíbrio muito intenso, tanto em qualidade como em quantidade, e que, pela sua intensidade, o espírito poderá levar toda uma encarnação, ou mais de uma, para recuperar seu equilíbrio.

A pessoa em desequilíbrio estará sempre em recuperação tanto pela sua reação própria como pela ajuda de outras pessoas ( curar, aliviar, consolar; conhecimento técnico, moral e afetivo). O que varia é apenas o tempo necessário para que o equilíbrio seja novamente retomado. É importante frisar que as dificuldades que o espírito encarnado encontra em seu cotidiano muitas vezes não são explicadas pela reencarnação. Reencarnação não explica tudo. Há muitas situações de desequilíbrio causadas em sua encarnação atual.

Em resumo, reencarnação não serve para explicar tragédias e desgraças; não serve para esconder a ignorância, não serve como desculpa ao imobilismo; não serve como consolo para aquelas situações que deveriam ser modificadas e não o são; não serve para destacar o passado e paralisar o presente. Reencarnação é oportunidade de aprendizado, é oportunidade de se aplicar o que se sabe e superar as limitações através de vivências sucessivas no polissistema material. Reencarnação é afirmação da unidade e da continuidade da vida.


Fonte: Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas
^