sábado, 15 de agosto de 2020

Causa e Efeito: a Visão do Espiritismo sobre a Pandemia

 

Por Clóvis Holanda

Desde que entramos em isolamento e a pandemia da Covid-19 se consolidou no Brasil, tenho escutado líderes de religiões e filosofias, que refletem de forma holística sobre este momento. Conversei com Luciano Klein, historiador, sócio efetivo do Instituto do Ceará e presidente da Federação Espírita do Estado, que apresenta a visão da filosofia espírita a respeito do que vivemos hoje no mundo. Seguem trechos. 

 

Luciano Klein

Como o espiritismo vê um momento como estes que estamos atravessando?

Luciano Klein: É um momento evidente de transição pela qual passa a Terra. Períodos assim ensejam lições profundos acerca das nossas relações com os valores éticos, morais, das criaturas humanas, como também em relação ao nosso apego às questões de ordem material. Certamente é um momento que permite à criatura humana tirar as lições necessárias ao enriquecimento de seu patrimônio espiritual.

Individualmente, à luz da crença espírita, estamos, portanto, diante de um convite à evolução humana, espiritual?

Luciano Klein: Certamente, tudo na natureza está em processo permanente de metamorfose e evolução, individual e coletiva. Estamos no limiar de um novo século, que é também o início do terceiro milênio. Certamente muito vai acontecer. Visto por um outro lado, quando já se acreditava nesta mudança, muitos esperando inclusive uma hecatombe de proporções mundiais com armas atômicas, estamos tendo a oportunidade, embora dolorosa, de termos a cada um, na intimidade do lar, reaprendermos a conviver com os próximos mais próximos. Se tivermos a necessária calma, tiramos as lições importantes.

Que outros períodos da história podem ser comparados a este e qual a mensagem coletiva que passagens assim deixam?

Luciano Klein: Sempre houve ao longo da história da humanidade momentos em que pandemias se deram, quase sempre após grandes conflitos ou guerras. No Egito Antigo, segundo a tradição bíblica com Moisés, temos aquela enfermidade que ceifou a vida física de muitas crianças. Retirada a parte alegórica, nos mostra que epidemias eram recorrentes. Na Idade Média temos a célebre peste negra, durante o período final das cruzadas, que ceifaria a vida de praticamente um terço da população europeia, provocada por uma pulga que vivia na pelagem do rato medieval. Provocou muita dor e sofrimento. Na triste forma democrática de ser, a morte àquele tempo não fazia distinções, levava nobres, servos, crentes, descrentes, animais. Mais recentemente, no século passado, tivemos a chamada gripe espanhola, que também se alastrou pelo mundo, levando a vida de muitas pessoas. Agora temos a terrível pandemia.

Em vídeo recente, o conhecido médium Divaldo Franco, informa que desde setembro os "amigos espirituais" já sinalizavam para um momento de crise na Terra. Os espíritas já aguardavam o que vivemos hoje?

Luciano Klein: Divaldo Franco tem sido para nós um arauto da esperança. Porque com a serenidade que lhe é peculiar e uma vida intensamente dedicada ao espiritismo, que ele abraçou desde a juventude, vem nos trazendo alento ao porvir. Em se tratando de uma mediunidade limpa, clara, segura como a de Divaldo, com certeza é possível que estas informações ele já tivesse recebido do mundo espiritual, como também nós sabemos e Allan Kardec já fazia alertas neste sentido, na última obra da codificação, que é a obra Gênese, lançada em 1868, que essas mudanças planetárias são seguidas de dor e sofrimento, em razão, às vezes, da nossa não observância em relação às diretrizes que devemos seguir, que são as preconizadas por Jesus de Nazaré. A necessidade do amor, da fraternidade. Por não fazermos opção por este caminho, por não investirmos na ciência, na tecnologia, no auxílio aos necessitados, em vez de estarmos gastando bilhões de dólares na confecção de armas de destruição em massa. Certamente o mundo seria outro e enfermidades como essa estaríamos enfrentando de outra maneira.

Os sofrimentos e as perdas são processos necessários à vida terrena? Como o espiritismo vê essa vivência coletiva?

Luciano Klein: Vivemos num mundo classificado pelos espíritos superiores como sendo de provas e expiações. Mundos desta estirpe, por não seguirmos as diretrizes seguras ao encontro consigo mesmo, do equilíbrio interior, da implantação do reino dos céus, que se estabelece primordialmente na intimidade do coração, por não atentarmos à necessidade de sermos fraternos uns com os outros, por sermos irresponsáveis na relação com a natureza, a vida nos dá as respostas. Às vezes de forma dolorosa. Isso faz parte de uma lei de causa e efeito. Não que Deus seja um juiz implacável, punidor, não. Deus na concepção espírita é o amor, demonstrado pelo próprio Jesus na relação com seus contemporâneos. Sofrimentos e dores fazem parte desta maturação.

Uma mensagem aos leitores:

Luciano Klein: Nós não podemos perder a esperança. Na visão espírita, Jesus é o governador do nosso planeta. Diferente dos governantes terrestres, que muitas vezes enxergam as questões relacionadas à vida e ao homem de forma enviesada, ele não. Ele tem uma visão plena, perfeita, em relação à criatura humana. E se a embarcação na qual estamos, chamada planeta Terra, está sob a sua condução, devemos seguir com confiança. Nunca perdermos a capacidade de crer. E termos a certeza, como dizia Heráclito, um velho filósofo grego, que tudo passa, tudo flui. Relembrando um trecho da música de Nelson Mota, interpretada por Lulu Santos, "nada do que foi será, de novo, do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará, porque a vida vem em ondas como o mar, neste infinito ir e vir".

domingo, 9 de agosto de 2020

Homenagem ao Dia dos Pais

 

Dia dos Pais é o Dia de Deus

 

Pensando em Deus, pensa igualmente nos homens, nossos irmãos.

Detém-te, de modo especial, na simpatia e no amparo possível, em favor daqueles que se fizerem pais ou tutores.

As mães são sempre revelações angélicas de ternura, junto aos sonhos de cada filho, mas é preciso não esquecer que os pais também amam…

Esse perdeu a juventude, carregando as responsabilidades do lar; aquele se entregou a pesados sacrifícios, apagando a si mesmo, para que os filhos se titulassem com brilho na cultura terrestre; outros se escravizaram a filhinhos doentes; muitos foram banidos do refúgio doméstico, às vezes, pelos próprios descendentes, exilados que se acham em recantos de imaginário repouso, por trazerem a cabeça branca por fora, e, em muitas ocasiões alquebrada por dentro, sob a carga de lembranças difíceis que conservam em relação aos infortúnios que atravessaram para que a família sobrevivesse, e, ainda outros renunciaram à felicidade própria, a fim de se converterem nos guardais da alegria e da segurança de filhos alheios!…

Compadece-te de nossos irmãos, os homens, que não vacilaram em abraçar amargos compromissos, a benefício daqueles que lhes receberam os dons da vida.

Ainda mesmo aqueles que se transviaram ou enlouqueceram, sob a delinquência, na maioria dos casos, nos merecem respeitoso apreço pelas nobres intenções que os fizeram cair.

A vida comunitária, na Terra de hoje, instituiu datas de homenagens às profissões e pessoas.

Lembrando isso, reconhecemos, por nós, que o Dia das Mães é o Dia do Amor, mas reconhecemos também que o Dia dos Pais é o Dia de Deus.

Emmanuel, do livro “Seara de Fé”,

Francisco Cândido Xavier

Nós, como Espíritos e filhos amados do Senhor, somos convidados em nossa trajetória evolutiva terrestre a missões sublimes, dentre as quais uma é passível de indubitável louvor: a paternidade. Feliz daquele Espírito, que tendo recebido a abençoada condição de pai, fortalece-se na fé, no amor e na bondade para fazer cumprir essa árdua tarefa de prover os seus filhos com o pão material e espiritual da vida.

Ao meu pai e a todos os pais desejo muitas bênçãos de Paz e Felicidade!

Carlos Pereira – Manancial de Luz

 

domingo, 2 de agosto de 2020

Especial do Mês



Scheilla viveu na França, como Joana Francisca Frémiot (Dijon, 28 de janeiro de 1572 – Moulins, 13 de dezembro de 1641). Foi desposada, aos 20 anos de idade, pelo barão de Chantal. Em 1604, tendo ouvido pregar em Dijon, o bispo de Genebra, São Francisco de Salles, submeteu-se à sua direção espiritual.

Juntos fundaram, em Annecy, a Congregação da Visitação de Maria (1610), que, à data de sua morte, já contava com 87 conventos e, no primeiro século de existência, com 6.500 religiosos. A baronesa de Chantal dirigiu, como superiora, de 1612 a 1619 a casa que fundou em Paris, no bairro de Santo Antônio.

Deixou o cargo de superiora da Ordem da Visitação e voltou a Annecy, onde ficava a casa-mãe da ordem. Foi canonizada em 1767 pela Igreja Católica como Santa Joana de Chantal.

Em uma outra encarnação, sob o nome de Scheilla, teria vivido na Alemanha, à época da Segunda Guerra Mundial. Aos 28 anos de idade, quando exercia as funções de enfermeira em Hamburgo, desencarnou durante um bombardeio Aliado, em 1943.

Por ter vividos por tantas coisas, Irmã Scheilla aprendeu a superar muitos desafios na vida. Mesmo desencarnada ela quis ajudar as pessoas, dando esperança e amor através de suas mensagens que foram psicografadas por Chico Xavier e João Nunes Maia. Nesse mês, o Manancial de Luz faz uma homenagem ao espírito Scheilla com o especial “Scheilla em Pensamentos”. Nele, traremos destaques de algumas frases e mensagens desse venerando Espírito amoroso e iluminado.

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