terça-feira, 29 de abril de 2014

DVD Dalai Lama no Brasil



DVD Duplo - O Dalai Lama no Brasil
Autor(a): Dalai Lama

O Dalai Lama no Brasil - A compaixão é um Poder, que contém a sequência de ensinamentos que ofereceu Sua Santidade o Dalai Lama quando da sua visita ao Brasil, em abril de 2006.

Com mais de quatro horas de duração, os dois DVDs registram o encontro inter-religioso na Catedral da Sé; o seminário sobre ciência e espiritualidade junto a pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo; os ensinamentos dirigidos a todas as comunidades budistas congregadas no Templo Zulai, e ainda a palestra pública celebrada no Ginásio do Ibirapuera com o tema emblemático que titula o registro que ora oferecemos - A compaixão é um poder.

domingo, 27 de abril de 2014

Iniciativas pela paz


Em setembro de 1987, Sua Santidade propôs o Plano de Paz de Cinco Pontos para o Tibet, como um primeiro passo na direção de uma solução pacífica para a situação que rapidamente se deteriorava no país. Em sua visão, o Tibet se tornaria um santuário, uma zona de paz no coração da Ásia, em que todos os seres sencientes poderiam viver em harmonia, com o delicado equilíbrio ambiental preservado. A China, até o momento, não respondeu positivamente às várias propostas de paz criadas por Sua Santidade.

O Plano de Cinco Pontos

Em seu discurso aos membros do Congresso Americano em Washington, D.C., realizado em 21 de setembro de 1987, Sua Santidade propôs o seguinte plano de paz, composto por cinco pontos básicos:

1. Transformação de todo o Tibet em uma zona de paz.
2. Cessação da política chinesa de transferência de população, que ameaça a própria existência dos tibetanos como povo.
3. Respeito pelos direitos humanos fundamentais dos tibetanos, bem como de suas liberdades democráticas.
4. Restauração e proteção do ambiente natural tibetano, e o abandono do uso do território tibetano, pela China, para produção de armas nucleares e como depósito de lixo nuclear.
5. Início de negociações sérias sobre o futuro status do Tibet e das relações entre os povos chinês e tibetano.

Proposta de Estrasburgo

Discursando no Parlamento Europeu de Estrasburgo, na França, em 15 de junho de 1988, Sua Santidade detalhou minuciosamente o último dos Cinco Pontos desse plano de paz. Ele propôs o estabelecimento de conversações entre chineses e tibetanos para a criação de um governo autônomo das três províncias tibetanas, "em associação com a República Popular da China". O governo chinês continuaria sendo responsável pela política exterior e defesa do Tibet.
Para Sua Santidade, essa proposta era "o modo mais realista para se restabelecer uma identidade independente do Tibet e restituir os direitos fundamentais do povo tibetano, conciliando ao mesmo tempo os próprios interesses da China." Enfatizou por outro lado que "qualquer que seja o resultado das negociações com os chineses, o povo tibetano por si mesmo deve ser a autoridade decisória máxima."

Posteriormente, no entanto, em 2 de Setembro de 1991 (Dia da Democracia Tibetana), o Governo do Tibet no exílio declarou que a Proposta de Estrasburgo não estava mais em vigor: "Sua Santidade, o Dalai Lama, deixou bem claro, em sua declaração de 10 de março, que em razão da atitude fechada e negativa da atual liderança chinesa, percebeu que seu compromisso pessoal com as idéias expressas na proposta de Estrasburgo tornou-se sem efeito, e que se não houver novas iniciativas por parte dos Chineses ele se considerará livre de qualquer obrigação com relação a essa proposta. Entretanto, continua firmemente compromissado no caminho da não violência e em encontrar uma solução para a questão tibetana através de negociações e entendimentos. Sob as atuais circunstâncias, Sua Santidade, o Dalai Lama, não mais se sente obrigado ou limitado a manter a Proposta de Estraburgo como uma base para encontrar uma solução pacífica para o problema tibetano."

Contatos Oriente-Ocidente

Desde 1967, Sua Santidade iniciou uma série de viagens que o levaram a 42 países. Em fevereiro de 1990, foi convidado pelo Presidente Vaclav Havel para ir à Tchecoslováquia, onde divulgaram uma declaração conjunta incitando "todos os políticos a desvencilharem-se de restrições e interesses de grupos públicos ou privados e a guiarem suas mentes por sua própria consciência, sentimento e responsabilidade, fundamentados na verdade e na justiça."

Em 1991, encontrou-se com o Presidente dos Estados Unidos da América, George Bush, Neill Kinnock, o lider britânico de opsição, os ministros das Relações Exteriores da França e da Suíça, o Chanceler e Presidente da Áustria, e vários outros membros de governo estrangeiros. Em reuniões com líderes políticos, religiosos, culturais e comerciais, como também em grandes platéias em universidades, igrejas ou centros comunitários, falou de sua crença na união da família humana e da necessidade do desenvolvimento de um senso de responsabilidade universal.

Sua Santidade disse: "Vivemos atualmente em um mundo interdependente. Os problemas de uma Nação não podem ser solucionados muito tempo somente por ela mesma. Sem um senso de responsabilidade universal, nossa sobrevivência está em perigo. Basicamente, responsabilidade universal significa sentir pelo sofrimento de outras pessoas o mesmo que sentimos pelo nosso próprio sofrimento. Eu sempre acreditei num melhor entendimento, numa cooperação mais próxima e num respeito maior entre as várias Nações do mundo. Além disso, sinto que o amor e a compaixão são a tessitura moral para chegar à paz mundial."

Sua Santidade encontrou-se no Vaticano com os papas Paulo VI (em 1973) e João Paulo II (em 1980, 1982, 1986, 1988 e 1990).

Em um encontro com a imprensa em Roma, em 1980, expressou deste modo seu desejo de se encontrar com o Papa João Paulo II: "Vivemos em um período de grandes crises, de desenvolvimentos mundiais turbulentos. Não é possível encontrar paz na alma sem segurança e harmonia entre os povos. Por esta razão, espero ansiosamente por um encontro com o Santo Padre, para trocar idéias e sentimentos, e para ouvir suas sugestões sobre os caminhos para uma pacificação progressiva entre os povos."

Em 1981, Sua Santidade conversou com o Arcebispo de Canterbury, Dr. Robert Runcie, e com outros líderes da Igreja Anglicana em Londres. Ele também se encontrou com lideranças da Igreja Católica e comunidades judaicas, e pronunciou-se em um serviço interreligioso promovido em sua honra pelo Congresso Mundial da Fé. Em Outubro de 1989, durante um diálogo realizado em Dharamsala contando com a presença de oito rabinos e acadêmicos dos Estados Unidos, Sua Santidade enfatizou: "Quando nos tornamos refugiados, sabemos que nossa luta não seria fácil; ela levará muito tempo, gerações. Com freqüência nos referimos ao povo judeu e à forma como ele manteve sua identidade e fé a despeito de tamanha privação e sofrimento. Quando as condições externas amadureceram, ele estava prontos para reconstruir sua nação. Assim, pode-se concluir que há muitas coisas a aprender com os irmãos e irmãs judeus."

Em outro fórum sobre a comunhão de fé e a necessidade de união entre as diferentes religiões, ele afirmou: "Sempre acreditei que é muito melhor termos uma série de religiões e várias filosofias, do que uma única religião ou filosofia. Isto é necessário por causa das disposições mentais diferentes de cada ser humano. Cada religião possui certas idéias ou técnicas características, e aprender sobre elas só pode enriquecer a fé de alguém."


Texto extraído do portal www.dalailama.org.br

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Os Alicerces da Paz Interior


Minha mensagem é a prática do amor, da compaixão e da bondade. Estas qualidades são muito úteis para vivermos nosso cotidiano mais harmoniosamente, e também muito importantes para a sociedade humana como um todo.

Uma profunda compaixão é a raiz de todas as formas de adoração.

Aonde quer que eu vá, sempre aconselho as pessoas a serem altruístas e bondosas. Tento concentrar toda a minha energia e força espiritual na disseminação da bondade. É o que há de mais essencial.

A bondade é o que realmente importa. A bondade, o amor e a compaixão combinados são sentimentos que levam à essência da fraternidade. São os alicerces da paz interior.

Com sentimentos de ódio e rancor, é muito difícil alcançar a paz interior. Neste sentido, as religiões e crenças são convergentes. Em todas as grandes religiões do mundo, a ênfase é no espírito de fraternidade.

São os inimigos que verdadeiramente nos ensinam a vivenciar sentimentos de compaixão e tolerância. As guerras surgem porque não há compreensão do lado humano das pessoas. Ao invés de conferências e encontros políticos, por que não convocar as famílias a fazerem um piquenique para que se conheçam mutuamente, enquanto suas crianças brincam juntas?

Nos tempos antigos, quando havia uma guerra, o embate era corpo a corpo. O vitorioso entrava em contato direto com o sangue e o sofrimento do inimigo durante a batalha. Hoje, as guerras adquiriram uma proporção muito mais horrenda. Um homem, sentado em uma sala, aperta um botão e mata milhões de pessoas instantaneamente, sem ao menos ver o sofrimento humano que infligiu. A mecanização da guerra e a automação dos conflitos humanos são, cada vez mais, uma ameaça à paz mundial.

Sempre acreditei que a determinação humana e a verdade prevaleceriam sobre a violência e a opressão. No mundo de hoje, em todos os lugares, há mudanças importantes ocorrendo, que poderão afetar profundamente nosso futuro e o futuro da humanidade, bem como nosso planeta. Decisões corajosas por parte de vários líderes mundiais propiciam a resolução pacífica de conflitos. A esperança de haver paz, preservação do meio ambiente e uma abordagem mais humana aos problemas do mundo parecem estar mais presente que nunca.

Ninguém pode prever o que acontecerá em algumas décadas ou séculos, por exemplo, qual o impacto que o desflorestamento terá sobre o clima, o solo, as chuvas. Temos muitos problemas porque as pessoas estão centradas em seus próprios interesses, em ganhar dinheiro e não estão pensando no bem-estar da comunidade como um todo. Não estão pensando na Terra a longo prazo, e nos efeitos ambientais adversos sobre o homem. Se nós, da atual geração, não refletirmos sobre estas questões agora, as gerações futuras não terão como lidar com elas.

Muitos de nós juntam-se sob o mesmo sol resplandecente, falando línguas diversas, vestindo indumentárias diferentes e até mesmo possuindo crenças distintas. Contudo, nós todos somos idênticos como seres humanos e individualmente únicos. Desejamos todos, indistintamente, a felicidade e não o sofrimento.

Mesmo que não possamos resolver certos problemas, não devemos nos frustrar. Como humanos devemos enfrentar a morte, a velhice e doenças, que, tal qual um furacão, são fenômenos naturais que fogem ao nosso controle. Devemos enfrentá-los, não podemos evitá-los. São sofrimentos que já bastam em nossa vida. Por que criarmos mais problemas por apego à nossa ideologia ou porque pensamos de maneira diferente? É inútil e triste! Milhões de pessoas sofrem com esse tipo de problema. É um verdadeiro desperdício, visto que podemos evitar o sofrimento adotando uma atitude diferente e reconhecendo a humanidade à qual as ideologias deveriam servir.

Rancor, ódio, ciúme: não é possível encontrar a paz com eles. Podemos resolver muitos de nossos problemas por meio da compaixão e do amor. Só assim nos desarmaremos e encontraremos a verdadeira felicidade. Uma das maiores virtudes é a compaixão. A compaixão não pode ser comprada numa loja de departamentos ou fabricada por máquinas. Ela advém do crescimento interior. Sem paz de espírito, é impossível haver paz no mundo.

Na nossa vida, cultivar a tolerância é muito importante. Com tolerância, pode-se facilmente superar as dificuldades. Caso você tenha pouca ou nenhuma tolerância, ficará irritado com as mínimas coisas. Em situações difíceis, terá reações extremadas. Em minha vida, já refleti muito a respeito desta questão e sinto que a tolerância é algo que deve ser praticado no mundo inteiro, no seio da sociedade humana. Mas, quem nos ensina tolerância? Pode ser que seus filhos o ensinem a cultivar a paciência, mas é seu inimigo quem irá ensinar-lhe a prática da tolerância. O inimigo é seu mestre. Mostre-lhe respeito, ao invés de ódio. Dessa forma, a verdadeira compaixão irá brotar de seu interior e essa compaixão é a base de tudo aquilo que você é e acredita.

Bens e compensações materiais são absolutamente necessários à sociedade humana, a um país, a uma nação. Ao mesmo tempo, o progresso material e a prosperidade somente não podem levar à paz interior. A paz interior vem de dentro. Portanto, nossa atitude perante a vida, perante os outros e principalmente em relação às nossas dificuldades conta muito.

Quando duas pessoas enfrentam o mesmo problema, atitudes mentais distintas fazem com que o problema seja de mais fácil resolução para uma pessoa do que para outra. Desta forma, o que realmente nos diferencia é a perspectiva interna de cada um.

Se colocarmos os níveis de consciência mais sutis a nosso serviço, estaremos expandindo nossa mente. Assim sendo, as virtudes originárias da mente podem se expandir ilimitadamente.

A compaixão e o amor são as virtudes mais preciosas da vida. Por serem muito simples, são difíceis de serem colocados em prática. A compaixão só poderá ser plenamente cultivada à medida que se reconhece que cada ser humano é parte da humanidade e pertencente à família humana, independente de religião, raça, cultura, cor e ideologia. A verdade é que não há diferença alguma entre os seres humanos.

Sem amor, a sociedade humana encontra-se em situação difícil. Sem amor, iremos enfrentar problemas terríveis no futuro. O amor é o centro da vida.

Se tiver amor e compaixão por todos os seres sencientes, em especial por seus inimigos, este é o verdadeiro amor e a verdadeira compaixão. O amor e compaixão, nutridos por seus amigos, esposa e filhos, não são verdadeiros em sua essência. São apego, e esse tipo de amor não pode ser infinito.

Insisto em afirmar que as principais religiões do mundo — budismo, cristianismo, judaísmo, confucionismo, hinduísmo, islamismo, jainismo, sikhismo, taoísmo, zoroastrismo — possuem os mesmos ideais de amor, o mesmo objetivo de beneficiar a humanidade por meio da prática espiritual, e a mesma determinação de aprimorar seus praticantes como seres humanos. Todas as religiões pregam preceitos morais para o aperfeiçoamento da mente, do corpo e da fala. Todas nos ensinam a não mentir, roubar ou tirar a vida de outras pessoas. A essência de todos os preceitos morais preconizados pelos grandes mestres da humanidade é o não-egoísmo. Esses mestres tinham como objetivo remir os praticantes de ações negativas, frutos da ignorância, e conduzi-los ao caminho do bem.

Se percebemos a humanidade como sendo una e singular, iremos constatar que as diferenças são secundárias. Com atitude de respeito e preocupação pelo próximo, experimentamos a felicidade. Só assim criamos a verdadeira harmonia e fraternidade. À sua maneira, tente cultivar a paciência. Modifique sua atitude. As mudanças vêm com a prática. A mente humana tem esse potencial. Aprenda a treiná-la.

A nossa sombra interior, a que chamamos de ignorância, é a raiz de todo o sofrimento. Quanto mais luz houver, menos a sombra se manifestará. A luz é o único caminho para a salvação, para alcançar o nirvana.

Deve haver um equilíbrio entre o progresso espiritual e o material. Atinge-se esse equilíbrio por meio de princípios calcados no amor e na compaixão. O amor e a compaixão são a essência de todas as religiões, que têm muito a aprender entre si. O objetivo primordial de todas as religiões é criar seres humanos mais tolerantes, mais compassivos e menos egoístas.

Os seres humanos são dotados de uma natureza tal que não deveriam apenas possuir bens materiais, mas deveriam antes possuir sustento espiritual. Sem o sustento espiritual, torna-se difícil adquirir e manter a paz de espírito.

Para cultivar a sabedoria, é preciso força interior. Sem crescimento interno, é difícil conquistar a autoconfiança e a coragem necessárias. Sem elas, nossa vida se complica. O impossível torna-se possível com a força de vontade.


Dalai Lama

quarta-feira, 23 de abril de 2014

O Dalai Lama e o Processo de Democratização no Tibet


Com o estabelecimento do Governo Tibetano no Exílio, *Sua Santidade percebeu que a tarefa mais imediata e urgente era lutar pela preservação da cultura tibetana. Fundou 53 assentamentos agrícolas de larga escala para acolher os refugiados; idealizou um sistema educacional tibetano autônomo (existem hoje mais de 80 escolas tibetanas na Índia e Nepal) para oferecer às crianças refugiadas tibetanas pleno conhecimento de sua língua, história, religião e cultura. Em 1959 criou o Instituto Tibetano de Artes Dramáticas; o Instituto Central de Altos Estudos Tibetanos se transformou em uma universidade para os tibetanos na Índia. Sua Santidade inaugurou vários institutos culturais com o propósito de preservar as artes e ciências tibetanas, e ajudou a restabelecer mais de 200 monastérios para preservar a vasta obra de ensinamentos do budismo, a essência do espírito tibetano.

Pelo lado da política, em 1963 Sua Santidade apresentou o esboço de uma constituição democrática para o Tibet, baseada nos princípios budistas e na Declaração Universal dos Direitos Humanos. A nova constituição democrática promulgada como resultado desta reforma foi denominada "Carta dos Tibetanos no Exílio". Essa carta defende a liberdade de expressão, crença, reunião e movimento. Oferece também detalhadas linhas de ação para o funcionamento do governo tibetano no que diz respeito aos que vivem no exílio.

Em 1992, Sua Santidade publicou linhas diretrizes para a constituição de um futuro Tibet livre. Anunciou que o a primeira e imediata tarefa do Tibet libertado será estabelecer um governo interino com a principal responsabilidade de eleger uma Assembléia Constituinte, para criar e implantar uma constituição democrática tibetana. Nesse dia, Sua Santidade transferirá toda a sua autoridade política e histórica para o Presidente interino, passando a viver como um cidadão comum. Ele também afirmou esperar que o Tibet, incluindo suas tradicionais três províncias (U-Tsang, Amdo e Kham), seja federativo e democrático.

Em maio de 1990, as reformas propostas por Sua Santidade deram ensejo à realização de uma administração verdadeiramente democrática para a comunidade tibetana no exílio. O Gabinete tibetano (Kashag), que até então sempre fora indicado por Sua Santidade, foi dissolvido, juntamente com a Décima Assembléia de Deputados do Povo Tibetano (o Parlamento tibetano no exílio). Nesse mesmo ano, tibetanos exilados no subcontinente indiano e em mais de 33 outros países elegeram 46 membros da ampliada 11ª Assembléia Tibetana, numa votação direta. A Assembléia, por sua vez, elegeu os novos membros do Gabinete. Em setembro de 2001, um passo ainda maior para a democratização foi dado quando o eleitorado tibetano elegeu diretamente o Kalon Tripa, ministério-mor do Gabinete, que por sua vez indicou seu próprio Gabinete, a ser aprovado pela Assembléia Tibetana. Na longa história do Tibet, essa foi a primeira vez que o povo elegeu seus líderes políticos.


*Sua Santidade - modo de tratamento usado pelos seguidores do budismo para o Dalai Lama.

Texto extraído da biografia oficial do Dalai Lama no portal dalailama.org.br

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Somos Iguais

Todos somos iguais em busca de um mesmo ideal e juntos constituímos a grande família humana. Essa é a mensagem do Dalai Lama que foi transformada numa bela produção mostrada nesse vídeo.



**Para assistir com legendas em português selecione o item “legendas ocultas”, a segunda opção do canto inferior direito do player.

sábado, 19 de abril de 2014

Breve Diálogo com Leonardo Boff


No intervalo de uma mesa-redonda sobre religião e paz entre os povos, na qual ambos participávamos, eu, maliciosamente, mas também com interesse teológico, lhe perguntei em meu inglês capenga:

— Santidade, qual é a melhor religião?

Esperava que ele dissesse: "É o budismo tibetano" ou "São as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo".

O Dalai Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, me olhou bem nos olhos — o que me desconcertou um pouco, por que eu sabia da malícia contida na pergunta — e afirmou:

— A melhor religião é aquela que te faz melhor.

Para sair da perplexidade diante de tão sábia resposta, voltei a perguntar:

— O que me faz melhor?

— Aquilo que te faz mais compassivo (e aí senti a ressonância tibetana, budista, taoísta de sua resposta), aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável... A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião...

Calei, maravilhado, e até os dias de hoje estou ruminando sua resposta sábia e irrefutável.



(Citado no livro Conselhos Espirituais, Verus Editora)

Leonardo Boff, pseudônimo de Genézio Darci Boff (Concórdia, 14 de dezembro de 1938), é um teólogo brasileiro, escritor e professor universitário, expoente da Teologia da Libertação no Brasil. Foi membro da Ordem dos Frades Menores (franciscanos). Ficou conhecido pela sua história de defesa das causas sociais. Atualmente dedica-se sobretudo às questões ambientais.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Dalai Lama: Livros Publicados no Brasil


Relação dos livros de autoria do Dalai Lama publicados em nosso país:

 Amor, Verdade, Felicidade: Reflexões para Transformar a Mente. Dalai Lama. Rio de Janeiro: Nova Era, 2001.
 Arte de Lidar com a Raiva, A: O Poder da Paciência. Dalai Lama. Traduzido por A. B. Pinheiro de Lemos. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
 Bondade, Amor e Compaixão. Dalai Lama. São Paulo: Pensamento, 1997.
 Caminho da Felicidade, O. Dalai Lama. Traduzido por Bazán Tecnologia e Lingüística. Rio de Janeiro: Ediouro Agir, 1998.
 Caminho para a Liberdade, O. Dalai Lama. Rio de Janeiro: Nova Era, 2001.
 Coleção Sua Santidade o Dalai Lama: 2 Volumes. Dalai Lama. Rio de Janeiro: Sextante, 2001.
 Coleção Sua Santidade, o Dalai Lama. Dalai Lama. Rio de Janeiro: Nova Era, 2001.
 Compaixão ou competição: Valores humanos nos negócios e na economia.Traduzido por Arnaldo Bassoli e Lamara Bassoli. São Paulo: Palas Athena, 2006.
 Compaixão Universal, A: Col. Nomes de Deuses. Dalai Lama. São Paulo: Unesp, 2002.
 Conselhos do Coração. Dalai Lama. Traduzido por Célia Regina dos Anjos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
 Contos Populares do Tibet. Dalai Lama. São Paulo: Landy, 2000.
 Dalai Lama: Princípios de Vida. Dalai Lama. Rio de Janeiro: Record, 2001.
 Dalai Lama: A Compaixão Universal. Dalai Lama. São Paulo: Unesp, 2002.
 Dalai Lama: Sobre Budismo e Paz de Espírito. Dalai Lama. Rio de Janeiro: Nova Era, 2002.
 Despertar da Visão da Sabedoria, O. Dalai Lama. Brasília: Teosófica, 1992.
 Essência do Sutra do Coração, A. Dalai Lama. Traduzido por Lúcia Brito. São Paulo: Gaia, 2006.
 Estágios da Meditação, Os. Dalai Lama. Rio de Janeiro: Rocco, 2001.
 Iluminando o Caminho: Nossa Busca pela Felicidade. Dalai Lama. Traduzido por Edite Siegert Sciulli. São Paulo: Fundamento, 2005.
 Liberdade no Exílio: Uma Autobiografia do Dalai Lama. Dalai Lama. São Paulo: Siciliano, 2001.
 Livro da Sabedoria, O. Dalai Lama. Traduzido por Waldéa Barcellos. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
 Livro de Dias, O: Mensagens de Sabedoria e Compaixão. Dalai Lama. Rio de Janeiro: Sextante, 2001.
 Livro de Ouro da Felicidade, O: um Guia Prático aos Estágios de Meditação. Dalai Lama. Traduzido por Bazán Tecnologia e Lingüística. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.
 Na Terra da Iluminação: os diálogos de Bokhaya. Dalai Lama. Porto Alegre: Paramita, 1996.
 Meditações. Dalai Lama. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
 Minha Terra e Meu Povo: A Autobiografia de Sua Santidade, o Dalai Lama. Dalai Lama. Traduzido por Heloisa Maria Lanari. Rio de Janeiro/São Paulo: Sextante/Palas Athena, 2001.
 Mundo do Budismo Tibetano, O. Dalai Lama. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
 Prática da Benevolência e da Compaixão, A. Dalai Lama. Traduzido por Angela Machado. Rio de Janeiro: Nova Era, 2002.
 Princípios de Vida. Dalai Lama. Rio de Janeiro: Record, 2003.
 Sentido da Vida, O. Dalai Lama. Traduzido por Lúcia Brito. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
 Transformando a Mente. Dalai Lama. Traduzido por Waldéa Barcellos. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
 Uma Ética para o novo Milenio. Dalai Lama. Traduzido por Maria Luiza Newlands. Rio de Janeiro: Sextante, 2000.
 Universo em um Átomo, O: O encontro da ciência com a espiritualidade. Dalai Lama. Traduzido por Vera Paula de Assis. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.
 Vida de Compaixão, A. Dalai Lama. Traduzido por Fernanda Abreu. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.



domingo, 13 de abril de 2014

Pensando Globalmente - Uma Tarefa Universal


As previsões científicas para alterações ambientais são difíceis de serem inteiramente compreendidas por seres humanos comuns. Ouvimos falar de aquecimento global e elevação dos níveis dos oceanos, aumento dos índices de câncer, explosão demográfica, devastação de recursos, e extinção de espécies. Por toda parte, a atividade humana está acelerando a destruição de elementos-chave de ecossistemas naturais dos quais todos os seres viventes dependem.

Estes desenvolvimentos ameaçadores são individualmente drásticos e coletivamente surpreendentes. A população mundial triplicou apenas neste século e espera-se que ela dobre ou triplique no próximo século. A economia global pode crescer um fator de cinco ou dez vezes, inclusive com índices extremos de consumo de energia, produção de gás carbônico, e desflorestamento. É difícil imaginar todas estas coisas realmente acontecendo durante a nossa vida e as vidas de nossos filhos. Precisamos considerar este panorama de sofrimento e degradação ambiental global sem par na história humana.

No entanto, penso que há boas notícias e que agora definitivamente teremos de encontrar novas formas de sobrevivermos juntos neste planeta. Já vimos neste século guerras, pobreza, poluição e sofrimentos suficientes. Segundo os ensinamentos budistas, tais coisas acontecem como resultado da ignorância e de atos egoístas, porque freqüentemente deixamos de ver a relação comum essencial entre todos os seres. A terra está nos enviando avisos e indicações claras dos vastos efeitos e potencial negativo do comportamento humano mal direcionado.

Para neutralizar estas práticas prejudiciais podemos aprender a ser mais conscientes de nossa dependência mútua. Todo ser senciente quer a felicidade em vez de dor. Então, compartilhamos o mesmo sentimento básico. Podemos desenvolver a ação correta para ajudar a terra e uns aos outros baseados em uma motivação melhor. Portanto, sempre falo da importância de desenvolver um senso genuíno de responsabilidade universal. Quando somos motivados por sabedoria e compaixão, os resultados de nossas ações beneficiam a todos e não a nós mesmos ou a alguma conveniência imediata. Quando conseguirmos reconhecer e perdoar atos ignorantes do passado, ganhamos força para solucionar os problemas do presente de forma construtiva.

Devemos estender esta atitude para sermos preocupados com todo o nosso meio ambiente. Como princípio básico, penso que é melhor ajudar se puder, e se não puder, pelo menos tentar não prejudicar. Esta é uma orientação especialmente adequada quando houver ainda muito a compreender sobre as inter-relações complexas dos diversos e únicos ecossistemas.

Precisamos saber cuidar, nós mesmos, de toda a Terra e da vida sobre ela, e também de todas as gerações futuras. Isto significa que a educação do meio ambiente é de grande importância para todos. O aprendizado científico e o progresso tecnológico são essenciais para melhorar a qualidade de vida no mundo moderno. Ainda mais importante é a prática simples de conhecer e melhor apreciar os nossos arredores naturais, e a nós mesmos, quer sejamos crianças ou adultos. Se tivermos um apreço verdadeiro pelos outros e resistirmos agir movido por ignorância, estaremos cuidando da Terra.

No sentido maior, educação ambiental significa aprender a manter um modo de vida equilibrado. Todas as religiões concordam que não podemos encontrar satisfação interna duradoura baseada em desejos egoístas e aquisição do conforto de coisas materiais. Mesmo se pudéssemos, agora há tanta gente que a terra não nos sustentaria por muito tempo. Penso que é muito melhor praticar apreciar uma simples paz de espírito.Podemos compartilhar a terra e juntos cuidarmos dela, em vez de tentarmos possuí-la e, no processo, destruir a beleza da vida.

As culturas antigas que se adaptaram aos seus meio ambientes naturais podem oferecer uma visão especial sobre a estruturação de sociedades humanas para que existam em equilíbrio com o meio ambiente. Por exemplo, os tibetanos estão singularmente familiarizados com a vida no Planalto do Himalaia. Isto evoluiu para uma longa história de uma civilização que cuidou de não sobrecarregar e destruir o seu frágil ecossistema. Os tibetanos há muito apreciam a presença de animais selvagens como símbolos da liberdade. Uma profunda reverência pela natureza está aparente em grande parte das artes e cerimônias tibetanas. O desenvolvimento espiritual prosperou apesar do limitado progresso material. Assim como as espécies podem não se adaptar a alterações ambientais relativamente repentinas, as culturas humanas também precisam ser tratadas com cuidado especial para garantir a sobrevivência. Portanto, aprender o modo de vida dos povos e preservar suas heranças culturais é também uma parte do aprendizado de cuidar do meio ambiente.

Eu sempre tento expressar o valor de ter um bom coração. Este simples aspecto da natureza humana pode ser alimentado e alcançar uma grande força. Com um bom coração e sabedoria, você tem a motivação correta e automaticamente fará o que for preciso. Se as pessoas começarem a agir com uma autêntica compaixão por todos, ainda podemos proteger uns aos outros e o meio ambiente natural. Isto é muito mais fácil do que ter que adaptar às condições ambientais severas e incompreensíveis que são projetadas para o futuro.

Agora, olhando de perto, a mente humana, o coração humano, e o meio ambiente estão inseparavelmente interligados. Neste sentido, a educação ambiental ajuda a gerar a compreensão e o amor que precisamos para criar a melhor oportunidade jamais vista para a paz e coexistência duradoura.


Dalai Lama

(Transcrita do Boletim EPA: Uma Revista sobre Perspectivas Nacionais e Globais do Meio Ambiente, publicada pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, Washington DC, Setembro/Outubro de 1991, vol. 17, Número 4. Traduzido por Marly Ferreira.)

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Frases reflexivas do Dalai Lama

Uma seleção com frases extraídas dos textos e pronunciamentos públicos do Dalai Lama que nos convidam a reflexão.

                

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Tenzin Gyatso, A Educação no Tibet


Tenzin Gyatso, o Dalai Lama, começou sua educação monástica aos seis anos. O currículo consistia de cinco disciplinas maiores e cinco menores. As maiores são: lógica, arte e cultura tibetana, sânscrito, medicina e filosofia budista — e esta por sua vez se compõe de outras cinco categorias: Prajnaparamita, a perfeição da sabedoria; Madhyamika, a filosofia do Caminho do Meio; Vinaya, o cânone da disciplina monástica; Abhidharma, metafísica; e Pramana, lógica e epistemologia. As disciplinas menores são: poesia, música e teatro, astrologia, gramática e sinônimos. Aos 23 anos, fez seu exame final no Templo de Jokhang, em Lhasa, durante o Festival Anual de Orações Mönlam. Foi aprovado com honras e recebeu o grau de Geshe Lharampa (título máximo, equivalente a um Doutorado em Filosofia. Em complemento a esses temas budistas, estudou inglês, ciências, geografia e matemática.


Fonte: Biografia do portal Dalai Lama

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Educar o Coração

O Dalai Lama Center é uma instituição sem fins lucrativos inspirado nos ensinamentos filosóficos e religiosos do Dalai Lama. Fundado em setembro de 2005, O Dalai Lama Center tem por finalidade criar suportes e ambientes para permitir qualidades humanas positivas em crianças e jovens. Sediado na cidade de Vancouver (Ca), o centro proporciona um ambiente de aprendizagem que cultiva a atenção plena com a integração da mente, corpo e espírito e promovendo a paz através do incentivo de valores como a compaixão, o perdão, a tolerância, o contentamento e a autodisciplina.

Assista ao vídeo com a mensagem do Dalai Lama Center.



**Para assistir com legendas em português selecione o item “legendas ocultas”, a segunda opção do canto inferior direito do player.

Conheça mais sobre o Dalai Lama Center clicando aqui    .

sábado, 5 de abril de 2014

Ensinamentos do Dalai Lama


Harmonia Religiosa



Uma grande pergunta está subjacente em nossa experiência, quer pensemos nela conscientemente, ou não: Qual é o propósito da vida? Tenho estudado esta pergunta e, gostaria de compartilhar meus pensamentos na esperança de que possam ser de benefício prático e evidente àqueles que os lêem.

Acredito que o propósito da vida seja sermos felizes. Desde o momento do nascimento, todo ser humano quer a felicidade e, não quer o sofrimento. Nem a condição social, nem a educação e, nem tampouco a ideologia, altera isso. Simplesmente desejamos o contentamento, a partir do mais profundo âmago de nosso ser. Não sei se o universo, com suas incontáveis galáxias, estrelas e planetas, possui um significado mais profundo ou não, mas, no mínimo, está claro que nós humanos, que vivemos nesta terra, encaramos a tarefa de nos proporcionar uma vida feliz. É, portanto, importante, descobrirmos o que produzirá o mais alto grau de felicidade.

Como alcançar a felicidade


Para começarmos, podemos dividir todo tipo de felicidade e sofrimento em duas categorias principais: mental e física. Das duas, é a mente que exerce a maior influência em muitos de nós. A menos que estejamos gravemente doentes, ou privados de nossas necessidades básicas, a condição física representa um papel secundário na vida. Se o corpo está satisfeito, praticamente o ignoramos. A mente, entretanto, registra cada evento, por mais pequeno que seja. Por isso, deveríamos devotar nossos mais sérios esforços à produção da paz mental. A partir de minha própria limitada experiência, descobri que o mais alto grau de tranquilidade interior vem do desenvolvimento do amor e da compaixão. Quanto mais nos ocuparmos com a felicidade alheia, maior se tornará nossa sensação de bem-estar. O cultivo de sentimentos amorosos, calorosos e próximos para com os outros automaticamente descansa a mente. Isto ajuda a remover quaisquer temores ou inseguranças que possamos ter e, nos dá força para enfrentarmos quaisquer obstáculos que encontramos. É a principal fonte de sucesso na vida. Enquanto vivemos neste mundo estamos destinados a encontrar problemas. Se, nessas ocasiões, perdemos a esperança e nos desencorajamos, diminuímos nossa habilidade de encarar as dificuldades. Se, por outro lado, nos lembramos que não se trata apenas de nós, mas, que todos têm de passar por sofrimento, esta perspectiva mais realista aumentará nossa capacidade e determinação para sobrepujarmos os problemas. Na verdade, com essa atitude, cada novo obstáculo pode ser encarado como sendo mais uma valiosa oportunidade de aprimorar nossa mente! Desse modo, podemos gradualmente nos esforçar para nos tornarmos mais compassivos, ou seja, podemos desenvolver tanto a genuína empatia pelo sofrimento dos outros, quanto a vontade de ajudar a remover sua dor. Como resultado, crescerão nossas próprias serenidade e força interior.


Texto traduzido por Roldano Giuntoli

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Sempre Lembrados: Tenzin Gyatso, O Dalai Lama


O 14º Dalai Lama nasceu na aldeia de Takster, no leste do Tibet, em 6 de julho de 1935. Filho de uma família de agricultores, nasceu com o nome de Lhamo Dhondrub. Aos 2 anos de idade, foi reconhecido pelos monges tibetanos como a reencarnação do 13º Dalai Lama, Thubten Gyatso, a autoridade máxima do budismo tibetano. Os Dalai Lama, por sua vez, são considerados reencarnações do príncipe Cherezig, o Avalokitesvara, o portador do lótus branco, que representa a compaixão.

Dalai Lama Tenzin Gyatso é considerado a 14ª reencarnação do príncipe Cherezig. Aos 4 anos de idade, é separado de sua família, e levado para o Palácio de Potala, situado na montanha Hongsham, na capital Lhasa. É empossado como o líder espiritual do Tibet. Passa, então, a se chamar Jamphel Ngawang Lobsang Yeshe Tenzin Gyatso.

Começou sua rigorosa preparação, aos seis anos de idade, que inclui entre outros estudo, aulas de filosofia budista, arte e cultura tibetana, gramática, inglês, astrologia, geografia, história, ciências, medicina, matemática, poesia música e teatro.

Em 1950, após a invasão do Tibet, pela China, o partido comunista chinês, passa a controlar a província de Kham. Dalai Lama, com apenas 15 anos, assume o poder político do país. Em 1951, o 14º Dalai Lama, e integrantes de seu governo, assinam o "Acordo de Dezessete Pontos", com o qual a China pretendia adotar medidas para a libertação do Tibet. Em 1954, o Dalai Lama vai a Pequim, realizar acordos com Mao Tsé-Tung, Presidente do Governo Popular da China mas, a tentativa de buscar soluções pacíficas para a libertação do Tibet, foram frustradas.

Em 1959, após o fracasso de uma rebelião nacionalista contra o governo chinês, Dalai Lama, junto com um grupo de líderes tibetanos e com seus seguidores, a convite do governo indiano, exila-se na Índia e aí instala um governo do Tibet. Com o governo fora do Tibet, o Dalai Lama luta para preservar a cultura tibetana. Funda assentamentos agrícolas, para receber o grande número de refugiados, e oferece escolas onde ensina a língua, a história e a religião tibetana.

Vária propostas de paz já foram levas ao governo chinês, entre elas, transformar o Tibet em santuário, onde todos poderiam viver em harmonia. Em 1967 o Dalai Lama iniciou uma série de viagens por diversos países, levando sua crença e a esperança de encontrar a paz entre os povos. Esteve com o Papa Paulo VI em 1973 e com João Paulo II em diversos momentos. Foi aos Estados Unidos, Inglaterra, França, Suíça, Áustria, Brasil, entre outros, onde fez palestras para um grande número de admiradores.

Em 1989 recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Recebeu também o título de Doutor Honoris Causa, conferido pela Universidade de Seattle, em Washington, em reconhecimento por seu trabalho difundindo a filosofia budista e por seus esforços em busca dos direitos humanos e da paz mundial.


terça-feira, 1 de abril de 2014

Homenageado do Mês


Encontramos em todas as épocas da história da humanidade pessoas que nos trazem grandes ensinamentos, sejam no campo da ciência como no da filosofia ou mesmo da espiritualidade. Nos dias atuais, entre essas nobres almas missionárias, podemos identificar a figura emblemática de Tenzin Gyatso, O Dalai Lama, líder espiritual budista do Tibet. Dono de um notável carisma, irrepreensível sabedoria e admirável serenidade, ele viaja pelos quatro cantos do planeta espalhando a mensagem de que podemos viver e conviver em harmonia no mundo preservando o seu equilíbrio ambiental.

O conjunto de suas obras e o esforço incansável de libertação do Tibet do domínio chinês com plena oposição ao uso da violência, fez com que ele fosse agraciado no ano de 1989 com o Prêmio Nobel da Paz. Em seu discurso marcante de agradecimento pela premiação proferiu com maestria "Quando sentimos amor e benevolência para com os outros, isso não faz apenas com que eles se sintam amados e respeitados, mas nos ajuda a desenvolver felicidade e paz interiores. E existem maneiras com as quais podemos conscientemente trabalhar para desenvolver os sentimentos de amor e benevolência. Para alguns de nós, o modo mais eficaz para isso é por meio da prática religiosa. O que importa é cada um de nós fazer um esforço sincero para assumir seriamente a sua responsabilidade pelo outro e pelo ambiente natural.”

Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama é a menção honrosa do mês do Manancial de Luz.

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