quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Música Espírita: Plenitude - Ana Cláudia Bittencourt

Mais um momento precioso da canção espírita com Ana Claudia Bittencourt interpretando a sua canção "Plenitude". Videoclipe exibido pelo programa Despertar Espírita, apresentado em dezembro de 2010.





Plenitude

Ana Claudia Bittencourt

Ele veio como brisa inesperada
Trazer suave aroma de Paz
Ele veio como luz na madrugada
Amenizar a sombra que jaz

Ele veio com seus lábios amorosos
Falar da nossa dor
E fez ver que nada nos seria fácil
Mas nos deixou o Seu Amor

E quem sou eu?...
Um viajante no caminho
Em luta interior
Que quer sentir
O chamado ecoando
No som da palavra amor.

Plena, estou plena de Luz
Pois meu coração
Descobriu Jesus
Plena, plena de Luz
Pois meu coração...

Ele veio... (repete)

Plena, estou plena de Luz
Pois meu coração
Descobriu Jesus
Plena, plena de Luz
Pois meu coração...
Descobriu Jesus

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Boas Notícias

Destaque para algumas das notícias positivas publicadas em sites durante esse mês.


Cultura de Paz

14º Movimento Você e a Paz com Divaldo Franco

























Seminário une Cultura de Paz, Educação e Espiritualidade



A Agência da Boa Notícia é uma das entidades participantes do II Seminário Cultura de Paz, Educação e Espiritualidade. O encontro, a ser aberto nesta quarta-feira (30), às 8h, no auditório Valnir Chagas da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará, prossegue até o dia 2 de dezembro. O Presidente da ABN, jornalista e professor Francisco Souto Paulino, falará sobre “Globalização, Democracia e paz”, na mesa redonda Comunicação, Mídia e Cultura de Paz, quinta-feira (1º), às 8h10min.

A promoção do II Seminário é do grupo de pesquisa Cultura de Paz, Espiritualidade, Juventudes e Docentes, da Faced, coordenado pela Profª Kelma Mattos. O objetivo do encontro é socializar experiências vinculando educação, paz e espiritualidade. Nas mesas, debates, oficinas, vivências, apresentações artísticas e de trabalhos acadêmicos haverá a participação de professores, jornalistas e estudantes do Ceará e de outros estados brasileiros.

A programação do Seminário começa às 8h desta quarta-feira, com credenciamento dos participantes. Em seguida, haverá apresentação do Coral Euterpe e, às 9h, mesa redonda sobre “Cultura de Paz, Ética e Formação de Professores”. O tema será exposto e debatido pelo Prof. Miguel Bordas, da Universidade Federal da Bahia, estudioso das temáticas ética e educação para a paz; e pelas professoras Maria do Carmo Alves do Bonfim, da Universidade Federal do Piauí, pesquisadora da temática paz nas escolas; e Kelma Mattos, da Faced/UFC.

O Seminário prossegue às 11h com Vivência em Educação Biocêntrica, coordenada pela Profª Ruth Cavalcante, do Centro de Desenvolvimento Humano (CDH). Às 14h, Erick Fernandes faz apresentação artística. Em seguida, Malu Lima, do Projeto Um Novo Olhar, da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), coordena vivências de harmonização e Ikebana Sanguetsu. Às 14h25min, acontece mesa redonda sobre o tema “Educação e Valores Humanos”, com participações do Prof. Paulo Barros (Programa Vivendo Valores em Educação), Profª. Socorro Sousa (Programa Cinco Minutos de Valores Humanos) e Inez Cabral (Programa de Educação em Valores Humanos Sathya Sai). Após de troca de ideias, haverá socialização de experiências sobre Escolas e Cultura de Paz, envolvendo representantes de escolas de Horizonte, Baturité, Eusébio e Fortaleza.


Leia notícia na íntegra


Fonte: Agência da Boa Notícia, 29/11/2011



Campanha "Quem ama, abraça" chama a atenção da sociedade para a violência contra a mulher

Alcione, Ana Carolina, Beth Carvalho, Carlinhos Brown, Chico César, Daniel, Daniela Mercury, Ed Motta, Elba Ramalho, Lenine, Margareth Menezes e Martinho da Vila são alguns dos cantores que gravaram o clipe para a campanha Quem ama, abraça, que combate a violência contra as mulheres, a ser lançado no portal www.quemamaabraca.org.br, no próximo dia 25 de novembro. A ação é uma iniciativa da Rede de Desenvolvimento Humano e do Instituto Magna Mater em comemoração aos 30 anos do Dia Internacional de Luta pela Não Violência contra Mulheres. O primeiro evento de lançamento da campanha, que conta ainda com intervenções urbanas, aconteceu nesta quarta-feira (23), no Espaço Cultural do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), no Rio de Janeiro. O segundo acontece na sexta-feira (25), no Largo da Carioca.

A campanha tem como principal objetivo chamar a atenção da população para os dados alarmantes, extraídos do Mapa da Violência 2011, do Ministério da Justiça, e da pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc).

A pesquisa constatou que 30% das mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de violência doméstica; que a cada duas horas, uma mulher é assassinada no Brasil; que seis em cada dez brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica; e que a cada dois minutos, cinco mulheres são violentamente agredidas no país.

“Tivemos a preocupação de fazer uma campanha que dialogasse com a sociedade. O que queremos muito é atrair a sociedade, as pessoas, homens e mulheres, para que a gente possa fazer um mutirão. Criar uma grande onda de abraços pelo fim da violência contra as mulheres. Infelizmente, os dados que temos até hoje são assustadores”, ressaltou a coordenadora executiva da Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh), Schuma Schumaher.

Segundo a coordenadora, existem leis que garantem proteção para a mulher que denuncia seu agressor, e é importante denunciar os agressores. Para ela, o movimento busca assegurar os direitos das mulheres e é preciso encontrar meios para que os índices de violência sejam menores na sociedade.

Desde o dia 16 de novembro, sete estatuetas de mulheres estão espalhadas em pontos de grande movimento da cidade. A intervenção faz parte da ação Mulheres pela Cidade, que se propõe, por meio de representação simbólica de estatuetas de madeiras, a mostrar às autoridades e à opinião pública como as mulheres são tratadas.

De sexta-feira (25) ao dia 10 de dezembro, a campanha Quem Ama, Abraça estará na TV, no metrô e nas ruas de importantes cidades brasileiras. Esta é a primeira vez que o movimento se apresenta no Brasil. Além do Rio, foram colocadas estatuetas nas cidades de Porto Alegre, Vitória, Natal e Belém.

Fonte: Viva Pernambuco, 23/11/2011



Meio Ambiente

Vídeos ambientais serão exibidos em duas mil salas do País


Letícia Freire, para o MMA

Começou a distribuição dos 82 vídeos ambientais selecionados para o Circuito Tela Verde. Vídeos de animação, clipes e filmes didáticos serão exibidos em 2 mil salas em todos os estados brasileiros a partir do dia 21 de novembro até o final de dezembro. A expectativa é de que no período mais de 10 mil pessoas assistam as sessões, sempre seguidas por debates sobre meio ambiente.

O diretor do Departamento de Educação Ambiental do MMA, Nilo Diniz, espera que o circuito dê uma contribuição substancial para o debate sobre sustentabilidade com vistas à Rio+ 20, marcada para junho de 2012. O Circuito Tela Verde é um dos principais programas de educação ambiental do Ministério do Meio Ambiente. “É uma forma de trabalhar o tema socioambiental, usando com mais eficiência os meios de comunicação”, disse.

A 3ª edição do circuito, lançada no último dia 10 de novembro na Universidade de Brasília, com a exibição de 10 curtas de animação e três filmes ambientais, um deles, “Em busca da Carobinha”, é um bom exemplo de busca de identidade social associado a práticas ambientais. Realizado pelo projeto Vídeo Ambiental, coordenado por Eduardo Strucchi, narra a história dos pequenos habitantes de um planeta chamado “Carobinha”. Eles visitam a Terra em busca da semente de Caroba (Jacarandá puberula). Nessa procura, os extraterrestres se unem aos estudantes de uma escola da favela do Rio de Janeiro.

O filme foi todo rodado na escola. O objetivo da produção foi promover o resgate do nome da comunidade, marcado pela violência.

Fonte: Viva Pernambuco, 17/11/2011



Ciência e Saúde

Testes clínicos de nova terapia contra o lúpus são promissores



Um novo tratamento contra o lúpus, doença autoimune que pode ser fatal, apresentou resultados promissores nos primeiros testes clínicos feitos em pacientes europeus, disseram esta terça-feira cientistas reunidos em uma conferência nos Estados Unidos. O novo tratamento contra este mal, no qual o sistema imunológico ataca os tecidos saudáveis, neutraliza uma proteína chamada interferon alfa, encontrada em quantidades maiores nos pacientes com lúpus e que pode levar a uma inflamação crônica e à autoimunidade.

O novo tratamento, similar a uma vacina, é desenvolvida pela empresa de biotecnologia Neovacs, com sede na França. As injeções desta imunoterapia chamada Kinoid demonstraram ser seguras em testes de fase I/II em um pequeno número de pacientes europeus, que desenvolveram anticorpos contra o interferon alfa, anunciou a Neovacs em reunião científica do Colégio Americano de Reumatologia (ACR, na sigla em inglês), em Chicago.

"A injeção de Kinoid produz uma reação do sistema imunológico, o que resulta na produção de vários anticorpos que neutralizam o interferon alfa", disse o presidente executivo da Neovacs, Guy-Charles Fanneau de La Horie. "O que estamos propondo é um tratamento muito simples e fácil de seguir por parte do paciente", declarou à AFP, em entrevista por telefone antes da apresentação formal dos resultados em Chicago. O tratamento consiste em um trio de injeções no primeiro mês, seguido de uma injeção de três a quatro meses depois.

Após um pequeno teste aleatório, há mais testes clínicos previstos e estudos de fase IIb poderão começar em meados do próximo ano, disse Piers Whitehead, vice-presidente de desenvolvimento corporativo da Neovacs. "Acreditamos que uma vantagem chave do nosso enfoque é que sabemos que podemos neutralizar os 13 subtipos (de interferon alfa) com o nosso produto", disse.

Os cientistas também conseguiram ver as mudanças no perfil de expressão genética em alguns pacientes com excesso de interferon, um sinal promissor de que o tratamento está funcionando, apesar de ser cedo demais para chamá-lo de cura. Em março, a Administração de Drogas e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos aprovou o primeiro fármaco para tratar o lúpus em 56 anos.

O Benlysta, desenvolvido pelo americano Human Genome Sciences e o britânico GlaxoSmithKline, aponta para uma proteína diferente do Kinoid, da Neovacs. É um tratamento intravenoso, um anticorpo monoclonal, o primeiro lançado no mercado americano desde o Plaquenil, em 1955. A aspirina foi aprovada para tratar o lúpus em 1948.

O lúpus causa úlceras, fadiga, inchaço, dores no peito e problemas de coagulação, afeta mulheres em idade fértil com mais frequência do que os homens, e é particularmente comum nas negras. Cinco milhões de pessoas em todo o mundo têm lúpus, que geralmente se manifesta entre os 15 e os 44 anos. Suas origens são incertas e não há cura conhecida.

Fonte: Terra Notícias, 08/11/2011


Meditação ajuda a proteger o cérebro de doenças psiquiátricas, diz estudo


Pessoas mais experientes são capazes de 'desligar' áreas cerebrais.
Técnica também pode contribuir para parar de fumar e lidar com o câncer.


Pessoas que têm experiência em meditação parecem ser capazes de “desligar” áreas do cérebro associadas a devaneios, transtornos psiquiátricos (como esquizofrenia) e autismo, segundo um novo estudo de imagens cerebrais feito por pesquisadores da Universidade Yale, nos EUA. O trabalho foi publicado esta semana na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

A capacidade da meditação em ajudar indivíduos a manter o foco no presente tem sido associada a maiores níveis de felicidade, destacou o principal autor da pesquisa e professor assistente de psiquiatria em Yale, Judson A. Brewer.

Entender como funciona a meditação pode ajudar na investigação de uma série de doenças, afirmou Brewer. "Essa prática tem se mostrado capaz de amenizar vários problemas de saúde, ao contribuir para que pessoas parem de fumar, lidem melhor com o câncer e até mesmo evitem a psoríase", enumerou o cientista.

A equipe de Yale realizou exames de ressonância magnética funcional em pessoas experientes e novatas na meditação, enquanto elas praticavam três diferentes técnicas de esvaziar a mente dos pensamentos.

Os pesquisadores descobriram que meditadores experientes tiveram uma redução da atividade em áreas cerebrais da chamada rede neural de modo padrão, que tem sido associada a lapsos de atenção e distúrbios como ansiedade, deficit de atenção e hiperatividade, e até acúmulo de placas senis na doença de Alzheimer.

A queda da atividade nessa rede, que engloba a parte medial do córtex cingulado pré-frontal e posterior, foi percebida nos participantes mais experientes, independentemente do tipo de meditação que faziam.

Os exames de imagem também mostraram que, quando a rede neural era ativada, regiões cerebrais associadas ao automonitoramento e ao controle cognitivo foram acionadas nos meditadores de longa data, mas não nos novatos. Isso pode indicar que os primeiros estão constantemente acompanhando e suprimindo o surgimento de divagações e pensamentos sobre si mesmos. Em formas patológicas, esses estados são associados a doenças como autismo e esquizofrenia.

Os participantes mais experientes fizeram isso durante a meditação e também quando estavam descansando. Isso indica que eles desenvolveram um modo padrão "novo", em que há uma maior consciência no presente e menos foco no "eu", ressaltam os pesquisadores.

"A capacidade da meditação em ajudar as pessoas a permanecer no presente tem sido parte de práticas filosóficas e contemplativas há milhares de anos", disse Brewer. "Por outro lado, as marcas de muitas doenças mentais são uma preocupação com os próprios pensamentos, condição que a meditação parece atingir. Isso nos dá algumas pistas de como os mecanismos neurais podem atuar clinicamente”, conclui o autor.

Fonte: G1- Globo Notícias, 22/11/2011

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O Livro Espírita: Algumas Considerações



Um esboço histórico e atual da Literatura Espírita


Por Aécio Pereira Chagas


1 – A importância do livro

Muitos marcos históricos e culturais da humanidade têm sido indicados pelo livro: O povo judeu, conhecido como o povo do livro, devido a seus livros sagrados. Os Livros da Boa Nova, caracterizando os primeiros cristãos (a propósito: os textos eram anteriormente escritos em rolos de papiro ou pergaminho chamados em latim de volumem, depois surgiram os códices, folhas costuradas, como atualmente são os livros e esta mudança, segundo alguns historiadores, está associada à difusão do cristianismo). No início dos tempos modernos temos a epopeia das navegações em Os Lusíadas, de Camões, e o Do Movimento dos Corpos Celestes, de Copérnico, ambos no século XVI. O nascimento da Química moderna com o Tratado Elementar de Química, de Lavoisier, em 1789. Citamos apenas alguns exemplos.

O surgimento da Doutrina do Espíritos não poderia ser de outra forma: o lançamento de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, em 18 de abril de 1857. Lembremos aqui uma mensagem recebida na Sociedade Espírita de Paris em 19 de fevereiro de 1864 e que está publicada na Revue Spirite (Revista Espírita) , assinada pelo Espírito Guttemberg. Ele disserta sobre o surgimento da imprensa, em 1456, mostrando que até aquela época, as civilizações se expressavam através dos monumentos de pedra, a partir daí “o pensamento mistura-se ao ar, espiritualiza-se, será indestrutível”. É interessante este contraponto: a transitoriedade da pedra e a perenidade do que se mistura ao ar.

O livro foi, é e será, por muito tempo ainda, um dos principais instrumentos de instrução e aprendizagem, de transmissão e armazenagem de ideias. Melhor que qualquer prosa são os versos de Castro Alves: Oh! Bendito o que semeia Livros... livros à mão cheia... E manda o povo pensar! O livro caindo n’alma É germe – que faz a palma, É chuva – que faz o mar (Castro Alves, O Livro e a América). Como dissemos, a Doutrina Espírita surge com o livro. O Movimento Espírita vai se formando, se estruturando sobre o livro, inicialmente na França e, depois, no resto do mundo, com as traduções.

No Brasil, o Espiritismo é inicialmente conhecido apenas por alguns intelectuais, ou seja, pessoas letradas e conhecedoras da língua francesa, capazes de ler as obras de Kardec no original . O Espiritismo torna-se um pouco mais popular depois que surgiram as primeiras traduções (não podemos nos esquecer que o Brasil, na época, era um país em que a grande parte da população era analfabeta). A primeira tradução, no Brasil, de O Livro dos Espíritos foi em 1875, por Joaquim Carlos Travassos, sob o pseudônimo de Fortúnio (Editora Garnier, Rio de Janeiro) . Entretanto, dois fatos históricos interessantes, do início deste século, mostram a importância da imprensa na difusão do Espiritismo: Na cidade de São Paulo, Antônio Gonçalves da Silva, o Batuíra, fazia circular (a partir de 1890), o periódico espírita Verdade e Luz, com tiragem de 15 mil exemplares!. Em Matão, interior de São Paulo, Cairbar de Souza Schutel inaugura, em 1905, o periódico O Clarim, de grande penetração e que circula até hoje.

2 – Uma definição e uma classificação da literatura espírita

O conjunto de obras escritas sobre um determinado assunto é chamado bibliografia ou literatura. Assim podemos falar de Bibliografia Médica ou Literatura Médica, significando o conjunto das obras escritas (livros, revistas etc.) sobre Medicina ou que tenham interesse médico.

Fala-se também em literatura espírita ou bibliografia espírita, porém é necessário uma definição da mesma: Literatura Espírita é o conjunto de obras que versam sobre a Doutrina Espírita, ou foram escritas sob sua inspiração ou modelo, ou ainda, que foram incorporadas por lhe serem concordes. Note que há uma diferença entre a Bibliografia Espírita e a Doutrina Espírita.

A Bibliografia Espírita consta atualmente mais de *10.000 títulos disponíveis no mercado, ou seja, obras listadas nos catálogos das distribuidoras e das livrarias espíritas. Para auxiliar os estudantes da Doutrina Espírita, é interessante considerar dois critérios de classificação dessas obras, mais para mostrar o que há para ler, do que externar alguma posição doutrinária. Estamos menos na posição de um bibliotecário, porém mais na de um livreiro, ou melhor, de alguém que simplesmente resolve arrumar sua biblioteca.

O primeiro critério considera que a obra pode ser mediúnica ou não mediúnica. As primeiras são aquelas em que o autor é um espírito desencarnado, que, através de um médium, transmitiu sua obra até nós. As não mediúnicas são, evidentemente, as obras comuns, de autores encarnados. Do ponto de vista jurídico, o autor de uma obra mediúnica é o médium. Muitas obras espíritas são constituídas por partes mediúnicas e partes não mediúnicas, como por exemplo O Livro dos Espíritos.

O segundo critério é uma classificação das obras espíritas em cinco grupos:

Obras de Kardec
Obras complementares
Obras de divulgação ou didáticas
Romances e poesias
Periódicos

Vejamos um pouco de cada uma delas:

- Obras de Kardec: Podem ser também divididas em:

As cinco obras básicas: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.

Outras obras, inclusive de divulgação: O que é o Espiritismo, O Espiritismo em sua Mais Simples Expressão, Obras Póstumas, Viagem Espírita de 1862 e outras.

Revista Espírita, editada por Kardec, perfazendo, neste período, 1858 a 1869, 12 volumes. A Revista Espírita, pouco conhecida pelos próprios espíritas, constitui um repositório de ensaios, relatos de fatos espíritas ocorridos em diversas partes do mundo e em várias épocas, análises de vários problemas à luz da Doutrina Espírita, mensagens espirituais, citações da imprensa de vários países, refutações a acusações levantadas ao Espiritismo etc.

- Obras complementares: São as obras escritas por outros autores que complementam, desenvolvem, ampliam os temas apresentados nas obras de Kardec, desdobram determinados assuntos com mais esclarecimentos ou que trazem, inclusive, acréscimos e novidades, nos aspectos científicos, filosóficos e religiosos do Espiritismo. São constituídas por obras mediúnicas e não mediúnicas, englobando as escritas desde o século passado até recentemente. Dentre os autores espirituais citamos alguns: Emmanuel, André Luiz, Philomeno de Miranda, Bezerra de Menezes. Entre os encarnados podemos citar: Léon Denis, Gabriel Delanne, Bezerra de Menezes, Herculano Pires, Hermínio Miranda. Note que Bezerra de Menezes figura entre os dois grupos.

– Obras de divulgação ou didáticas: São obras destinadas a divulgarem a doutrina entre as pessoas que desconhecem o Espiritismo ou àqueles que começam a estudar a Doutrina, caracterizando-se, muitas vezes, por uma linguagem mais simples. Algumas são destinadas a crianças e jovens, outras a pessoas de “poucas letras”. Vamos destacar algumas a título de exemplo: O Espiritismo em Linguagem Simples e Ensinamento dos Espíritos, ambas de Homero Barros, destinadas a pessoas, crianças e adultos, que têm ainda dificuldades na leitura. Estudando a Mediunidade, de Martins Peralva, indicada para aqueles que começam a estudar a mediunidade. O Principiante Espírita, de Kardec, destinada a pessoas que querem ter uma ideia do que é o Espiritismo, insere-se também nesta categoria.

– Romance e poesia: Esta categoria constitui o maior contingente de obras, pois os romances têm a grande preferência do público. Os romances são às vezes obras de ficção, onde o elemento espiritual tem um aspecto importante, outras são narrativas verídicas, relatadas pelos próprios protagonistas que, na maioria das vezes, estão no plano espiritual. Parte são mediúnicos e parte são não mediúnicos. Além do deleite da leitura, os romances trazem também muitos ensinamentos doutrinários. Os livros de poesia, principalmente os mediúnicos, em menor número, são talvez mais significativos, pois além de seu lado belo, trazem também, em termos de estilo, a marca registrada do autor.

Façamos agora um parêntesis para comentar um pouco sobre um livro de poesia muito importante, chamado Parnaso de Além-túmulo, que é o primeiro livro psicografado por Francisco Cândido Xavier, lançado em 1932. No caso, parnaso significa antologia, coletânea de poesias. São cerca de 40 poetas brasileiros e portugueses que se manifestaram através do médium, com suas características, seus estilos próprios, alguns inconfundíveis. Como exemplo, uma estrofe de Castro Alves (espírito), para ser comparada com a que já mostramos no início deste artigo: Oh! Bendito quem ensina, Quem luta, quem ilumina, Quem o bem e a luz semeia Nas fainas do evolutir: Terá a ventura que anseia Nas sendas do progredir. (Castro Alves (espírito), Marchemos!, Parnaso de Além-túmulo).

Na linguagem literária, pasticho significa escrever imitando o estilo de outro autor. Pastichar um autor é coisa comum. Dois, é difícil. Três é raridade. 40 então...! A primeira vista, poder-se- a dizer que O Parnaso seria um pasticho feito pelo próprio Chico Xavier. Para isso ser possível ele deveria ter lido e estudado muito a literatura brasileira e portuguesa, além de ter dotes intelectuais muito raros. Quando o livro foi lançado o médium tinha cerca de vinte anos (muito jovem para tanta leitura), apenas o curso primário (4a série de hoje) e não demonstrava os raros dotes intelectuais necessários. É mais lógico e simples admitir a mediunidade que apelar para teorias do inconsciente ou coisas semelhantes. E há ainda vários outros livros deste tipo (antologias poéticas), psicografados pelo Chico, envolvendo ainda outros autores.

No segundo semestre de 2001, Alexandre Caroli Rocha defendeu sua tese de mestrado, “A poesia transcendente de Parnaso de além túmulo”, no Instituto de Estudos da Linguagem, na Unicamp (Campinas, SP), tendo sido aprovada. Neste trabalho, utilizando as ferramentas da Análise Literária, Rocha compara os poemas do Parnaso com os poemas escritos pelos autores “vivos” (João de Deus, Antero de Quental, Guerra Junqueiro, Cruz e Souza e Augusto dos Anjos), concluindo que ambos os grupos de poemas têm as mesmas características. Rocha ainda mostra algo muito interessante: o plano do Parnaso é o mesmo de O Livro dos Espíritos, ou seja, para cada capítulo deste último, há pelo menos um poema no Parnaso, que ilustra e exemplifica o tema tratado (Deus, Lei divina ou natural, prece etc.).

De qualquer forma, cabe ainda a pergunta: São eles mesmos? Na realidade a identificação dos espíritos é um problema difícil, conforme já disse Kardec: “A questão da identidade dos Espíritos é uma das mais controvertidas, mesmo entre os adeptos do Espiritismo. É que, com efeito, os Espíritos não nos trazem um ato de notoriedade e sabe-se com que facilidade alguns dentre eles tomam nomes que nunca lhes pertenceram. Esta, por isso mesmo, é, depois da obsessão, uma das maiores dificuldades do Espiritismo prático. Todavia, em muitos casos, a identidade absoluta não passa de questão secundária e sem importância real.”

Este parágrafo resume também as considerações que há no restante do capítulo. Kardec enfatiza sempre que o importante é o conteúdo da mensagem e não quem a assina. Na Revista Espírita há uma interessante polêmica entre espíritos, com relação aos estilos. No século XVIII, Buffon, célebre naturalista e escritor francês, em seu discurso de posse na Academia, proferiu o aforismo que “O homem é o seu próprio estilo” e que ficou conhecida na forma mais abreviada “O homem é o estilo”. Em 19 de julho de 1864, na Sociedade Espírita de Paris, Lamennais, outro destacado autor francês, dita uma comunicação em que contradiz Buffon, mencionando que muitas vezes a pessoa afirma algo que lhe é contrário e “longe de ser o autor moral de suas obras, é apenas o autor material,...”.

Lamennais refere-se ao fato de muitas vezes o autor atuar como médium. Dias depois o próprio Buffon envia uma réplica ao ditado de Lamennais, reafirmando seu aforismo, proferido quando encarnado, e tecendo alguns comentários sobre Lamennais. O espírito Buffon responde também a perguntas feitas por Kardec. Depois, em defesa de Lamennais há outras comunicações envolvendo luminares das letras francesas, além de respostas de Buffon e de Lamennais. Finalmente Erasto, mentor da reunião, comenta sobre o “torneio literário e filosófico ocorrido nas últimas sessões de vossa sociedade”. As conclusões que podemos tirar é que todos estão certos: o homem é o estilo, porém nem sempre ele é o autor moral de sua obra.

Há um romance mediúnico psicografado por Waldo Vieira, chamado Cristo Espera Por Ti cujo autor espiritual é Balzac, um dos mais importantes escritores franceses. O prefácio, que ele indica apenas por um ponto de interrogação, começa assim: ? E o leitor dirá: “Será mesmo?” Decerto, quem nos conhece não espera encontrar, nestas páginas, o mesmo Balzac, em tudo semelhante àquele de mais de século atrás. Imensas transformações se operaram dentro e fora de nós, tivemos outras experiências, passamos enormes temporadas sem vestir o burel, sem empunhar a pena, sem ingerir café... Mas isso não quer dizer que deixamos de ser nós próprios. Quem quiser averiguá-lo analise com imparcialidade os múltiplos ângulos deste volume e nos encontrará, intrinsecamente qual éramos, apresentando, não qualquer reedição do que já escrevemos, mas uma história original.

O que é chamado de burel era uma bata que Balzac vestia sobre a roupa, quando escrevia, o que fazia tomando café o tempo todo. Mas o convite feito por Balzac foi atendido por Osmar Ramos Filho, do Rio de Janeiro. Psicólogo de profissão, porém profundo conhecedor da obra de Balzac (este deixou cerca de 120 romances), resolveu “psicanalisar” não Balzac, mas a psicografia. Os resultados de sua pesquisa estão no livro O Avesso de um Balzac Contemporâneo]. É um livro com quase 600 páginas e letra miúda (para comparar, a psicografia tem 325 páginas, metade do formato e letra grande) e a conclusão a que ele chega é que Cristo Espera por Ti é um pasticho da obra de Balzac, feito à moda de Balzac, com o estilo de Balzac e que, portanto, só poderia ter sido feito pelo próprio Balzac. Osmar mostra, por exemplo, que Balzac se repetia, pois personagens secundários de um romance surgem em outros como principais e vice-versa, situações da vida se repetem (Balzac é um historiador dos costumes), e o mesmo padrão de repetição encontra-se na psicografia. É algo impressionante acompanhar esta análise. Segundo Hermínio Miranda, no prefácio de O Avesso, trata-se de obra única no mundo.

Com respeito a análise de uma obra mediúnica, pode-se ainda levantar a questão: “e a participação do médium?” A respeito disto há um estudo interessante na Revista Espírita. Alguém escreve a Kardec perguntando sobre a validade de uma comunicação recebida por uma médium, em que aconselhava um outro médium a cobrar pelas suas consultas e distribuir o dinheiro aos pobres. A comunicação era atribuída ao Sr. Jobard. Na Revista Espírita há várias comunicações de Jobard, figura destacada, na época, da indústria belga: sua carta, quando encarnado, comunicando sua adesão à causa espírita e várias outras via a pergunta a seis médiuns da Sociedade Espírita de Paris para que o próprio Jobard, se possível, pudesse responder à pergunta. Estes médiuns, desconhecendo que a mesma pergunta havia sido formulada a outros, trabalharam em suas casas e no dia seguinte deram sua resposta a Kardec, conforme este havia solicitado. Todas as seis respostas são perfeitamente coincidentes em sua essência, apesar das diferenças, diríamos, de estilo. Todas, assinadas por Jobard, afirmam que não se deve cobrar e em todas há um trocadilho: “estão querendo me fazer de jobard” (jobard em francês quer dizer também bobo, tolo), devido ao fato da mensagem recebida anteriormente ter sido assinada com seu nome. Este é um caso muito interessante que merece ser analisado por todos aqueles que se dedicam aos trabalhos de intercâmbio com o mundo espiritual.

– Periódicos: São os jornais, as revistas, os boletins etc. destinados aos espíritas e aos não espíritas, divulgando a Doutrina e o Movimento Espírita. Merece ser destacado aqui que o primeiro periódico espírita do Brasil foi o Echo d'Além-Túmulo, lançado na Bahia em 1865, por Luís Olímpio Teles de Menezes. Este pioneiro parece ter sido também o fundador do primeiro grupo espírita do país. A Revista Espírita, que existe até hoje, foi fundada em 1858 por Kardec e os volumes deste período (1858-69) encontram-se totalmente traduzidos para o português (EDICEL e IDE). É interessante que a Revista Espírita faz menção ao surgimento do Echo d'Além-Túmulo. Há em nosso país duas revistas que, em nossa opinião, consideramos das mais importantes:

Reformador, editada pela FEB e fundada em 1883 por Augusto Elias da Silva, e Revista Internacional de Espiritismo editada pela Casa Editora O Clarim e fundada em 1925 por Cairbar Schutel.

No Brasil há centenas de jornais e boletins, alguns mais volumosos, outros mais singelos, porém todos divulgando a Doutrina e o Movimento Espírita, inclusive no exterior. Pedimos vênia ao leitor, mas não podemos deixar de citar o Alavanca, jornal da USE Intermunicipal de Campinas (SP), pelo fato de fazermos parte de sua equipe editorial.


Texto (parcial) extraído da Revista Reformador, edições abril e maio de 2003.

(*) dado atualizado para o ano atual.

sábado, 26 de novembro de 2011

Imagem e Mensagem: A Tecnologia - Momento Espírita

Um paralelo entre as conquistas intelectuais e o progresso moral da humanidade com a mensagem do Momento Espírita "A Tecnologia".


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A Literatura Espírita Infantil



Por *Wellington Balbo


É gigantesco o compromisso que o Espiritismo tem com a sociedade e sua reforma moral. Em um mundo que atingiu patamares de evolução tecnológica extraordinários, urge fazer com que a conduta moral do ser humano se equipare aos níveis de evolução tecnológica descortinados pela ciência.

Kardec na Revista Espírita de 1860 (p.320) afirma que um dia o Espiritismo exercerá grande influência sobre a estrutura social, porém, assevera o Codificador que este dia está distante, porquanto há a velha disposição humana à acomodação, deixando reinar em si o homem velho, o que impede de florescer o homem novo. Talvez ainda demore algumas décadas, ou mesmo séculos, para que a humanidade venha assimilar plenamente lições que falam do amor ao próximo e do significado de combater as imperfeições para que se conquiste a paz interior.

Diante da afirmação de Kardec cresce a responsabilidade do espírita, porquanto seu compromisso não se limita tão somente ao centro espírita, mas sim, a toda sociedade. Daí a necessidade do estudo constante das obras da codificação para que a transmissão das ideias espíritas sejam claras e objetivas, e possam assim encontrar eco na sociedade. Dentro deste contexto de transmissão das ideias espíritas importante observar a questão da qualidade em transmiti-las. Ora, qualidade equivale à competência, forçoso, então, admitir que o ideal do Espiritismo deve ser transmitido por alguém que tenha competência para tal tarefa. E a competência para realização desta tarefa que agregará valores à sociedade só se faz com estudo e pesquisa avalizados pelo esforço em conhecer e praticar Kardec. E para conhecer Kardec não é necessário qualquer diploma ou rótulo, mas sim o estudo sistematizado de sua obra.

Todavia, há atalhos que podem fazer chegar mais rápido o Espiritismo à sociedade. O caminho, sem dúvida, está no plantio do ideal espírita nos pequenos corações infantis. Imperioso, portanto, que o dirigente espírita faça uma reflexão e veja se a instituição sob sua coordenação privilegia o ensino espírita às crianças. Importante que o dirigente espírita observe se as crianças e jovens frequentadores da casa espírita sob sua responsabilidade estão interessados na literatura espírita infantil. A questão é de definir objetivos para a divulgação espírita às crianças e jovens. A pergunta é:

Quem fará o futuro da sociedade?

A resposta é simples: as crianças. Logo, imprescindível presenteá-las com livros espíritas infantis de boa qualidade.

O escritor espírita Adeilson Salles concedeu entrevista ao site O Consolador – www.oconsolador.com e discorreu sobre a importância da divulgação espírita às crianças e jovens. O autor possui diversos livros espíritas para o público infantil e deixou interessante mensagem, que transcrevemos parcialmente: “Não haverá regeneração sem educação. Pais e educadores espíritas, criem salas de leitura em suas instituições, abram espaço para a literatura infantil em suas Casas Espíritas. Mais do que isso, que se montem bibliotecas infantis”.

Cabe a nós, espíritas, pais, educadores, tomarmos ciência de que a humanidade necessita mais do que nunca do esclarecimento proporcionado pela mensagem espírita para que o mundo melhore, seja mais justo e fraterno. As crianças são terrenos férteis para a germinação do ideal espírita. O caminho é trabalhar nos pequenos corações para que pereça o homem velho, simbolizado pelo egoísmo e floresça o homem novo, simbolizado pelo amor ao próximo.









(*)Wellington Balbo é de Bauru-SP, realiza trabalho na área de literatura espírita publicando artigos e textos em diversos sites e blogs da doutrina.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Gotas de Luz


As Colônias Espirituais


Os livros de André Luiz dão-nos informações detalhadas a respeito da vida nas três primeiras esferas espirituais. Segundo ele, estas faixas vibratórias são formadas de inúmeras cidadelas espirituais, umas maiores, outras menores, onde se reúnem Espíritos em condições evolutivas semelhantes.

As condições de sociabilidade das esferas mais purificadas nos são totalmente desconhecidas, no entanto, a vida nas regiões mais próximas da crosta desenvolvem-se de maneira semelhante:

a) Habitação: há semelhança com a que existe na Terra. No plano extra-físico vamos identificar casas, hospitais, escolas, templos, etc. Ernesto Bozzano em "A Crise da Morte" afirma que a paisagem astral se compõe de duas séries de objetivações do pensamento. A primeira é permanente e imutável, por ser objetivação do pensamento e da vontade de entidades espirituais muito elevadas, prepostas os governo das esferas espirituais. A outra é, ao contrário, transitória e muito mutável; seria a objetivação do pensamento de cada entidade desencarnada, criadora do seu próprio meio imediato.

Examinando o pensamento deste autor, podemos aceitar que as construções das colônias espirituais enquadram-se na primeira série, enquanto a paisagem das regiões umbralinas pertencem a segunda;

b) Vestuário: a apresentação externa dos Espíritos depende de sua força mental e de seu desejo, pois eles são capazes de modificarem a sua aparência por um processo denominado ideoplastia.

Nem todos os Espíritos, no entanto, têm condição evolutiva suficiente para plasmarem suas vestes perispirituais, donde a necessidade de roupas confeccionadas por especialistas na área. André Luiz em "Nosso Lar" mostra departamentos reservados a esta tarefa;

c) Alimentação: nem todos os Espíritos são capazes de retirar do Fluido Cósmico Universal a energia reparadora para as suas células, daí a necessidade dos Espíritos materializados, alimentarem-se de recursos energéticos mais consistentes. Por esse motivo, observam-se no mundo espiritual alimentos a base de sucos , sopas e frutas;

d) Sono e Repouso: quanto mais evoluído o Espírito, menos necessita de repouso, para reparar as suas energias. Espíritos inferiores dormem à semelhança do homem encarnado;

e) Transporte: os Espíritos superiores se locomovem através de um processo denominado volitação, onde transforma a sua energia latente em energia cinética, deslocando-se no espaço em altas velocidades. No entanto, Espíritos existem, que ainda não desenvolveram esta faculdade, daí a necessidade de veículos para transporte nas faixas espirituais mais próximas da Terra;

f) Linguagem: a linguagem oficial entre os Espíritos é a do pensamento. No entanto, muitas almas ainda involuídas, não conseguem se comunicar através do pensamento, donde a necessidade de palavra articulada. Assim sendo, vamos observar colônias onde se fala o português, o inglês, etc.;

g) Vida Social: a vida social nas colônias espirituais é intensa e tem como objetivo a preparação dos Espíritos para o seu retorno a Terra em nova roupagem física.

Estudam, trabalham, repousam e se divertem. Há relatos de casamento, festas e jogos, segundo hábitos e costumes da colônia. O Maria João de Deus em "Cartas de Uma Morta" afirma:

"Os saxões, os latinos, os árabes, os orientais, os africanos, formam aqui grandes falanges à parte, e em locais diferentes uns dos outros. Nos núcleos de suas atividades conservam os costumes que os caracterizavam e é profundamente interessante verificar como essas colônias diferem umas das outras."

Manoel Philomeno de Miranda em "Loucura e Obsessão" lembra-nos:

"Católicos, protestantes e outros religiosos após a morte, não se tornam espíritas ou conhecedores da realidade ultra-tumular; ao revés, dão curso aos seus credos, reunindo-se em grupos e igrejas afins."

Cabe-nos lembrar que nem todas as cidadelas espirituais têm uma orientação sadia, voltada para o bem e para o equilíbrio das criaturas. André Luiz em "Libertação" diz:

"Incapacitados de prosseguir, além do túmulo, a caminho do Céu que não souberam conquistar, os filhos do desespero organizam-se em vastas colônias de ódio e miséria moral, disputando entre si a dominação da Terra."

Mas lembra também o benfeitor que, a Misericórdia Divina não os desampara pois, são observados e assistidos por entidades luminosas;

h) Animais e Plantas: o solo do mundo espiritual, à semelhança do solo do planeta é coberto por uma infinidade de plantas, flores e hortaliças que são cultivadas, com muito esmero, por mãos bondosas.

Os animais, como regra geral, reencarnam quase imediatamente após a morte, no entanto, em certas ocasiões, eles podem vir a ser preparados por entidades especializadas para serem utilizados em tarefas específicas.

Muitas vezes, no entanto, as descrições da paisagem espiritual, quando falam de "formas animalescas", estão se referindo a Espíritos humanos em processo de deterioração de seus corpos espirituais (licantropia ou zoantropia), como também de "formas ideoplásticas", fruto do pensamento e da vontade de entidades viciosas do astral inferior.


Referências bibliográficas:

Coleção Nosso Lar (16 obras) - André Luiz, por Chico Xavier
Cartas de Uma Morta - Maria João de Deus, por Chico Xavier
Cidade no Além - Heigorina Cunha
Loucura e Obsessão - Manoel Philomeno de Miranda, por Divaldo Pereira Franco

Fonte: CVDEE
Imagem do filme "Nosso Lar"

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Os Melhores Livros Espíritas do Século XX


Apresentamos o resultado da pesquisa bibliográfica inédita, desenvolvida pelas Organizações Candeia sobre os melhores livros espíritas publicados no século XX


Para a realização desta pesquisa, nosso Conselho Editorial convidou estudiosos do Espiritismo, dentre eles inúmeros escritores, alguns dirigentes e todos os presidentes das Federações e Órgãos Estaduais, que fazem parte do Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira.

A cada um deles foi solicitada uma lista com os dez melhores livros, seus autores e, se achassem necessário, comentários e impressões pessoais acerca das obras. A pesquisa se ateve às obras cuja primeira edição se deu no século XX, no Brasil ou em outros países.

Zelando pela credibilidade que sempre norteou as tarefas das Organizações Candeia, foram encaminhadas cópias das participações de cada convidado à Federação Espírita Brasileira (FEB) e à Associação de Editoras, Distribuidoras e Divulgadoras do Livro Espírita (ADELER), para que pudessem conhecer e acompanhar o resultado.

Qual o resultado? A obra suprema do Espiritismo produzida no século que terminou é Nosso Lar. Esta obra, segundo o escritor Alysson Mascaro, tem o mérito de ter sido a primeira grande descrição do plano espiritual que influenciou, de maneira decisiva, os estudos e as pesquisas espíritas brasileiras e mundiais. O autor inconteste, com sete indicações, é Francisco Cândido Xavier, com mais de 400 livros psicografados que o colocaram na posição de o mais respeitado dos autores espíritas do século!

Além das obras psicografadas por Francisco Cândido Xavier, os outros títulos indicados foram: O Problema do Ser, do Destino e da Dor, de Léon Denis; Memórias de um Suicida, de Yvonne A. Pereira; e O Espírito e o Tempo, de J. Herculano Pires.

Outros autores consagrados também se destacaram na pesquisa com várias citações. É o caso de Arthur C. Doyle, Carlos Imbassahy, Carlos Toledo Rizzini, César Lombroso, Deolindo Amorim, Divaldo P. Franco, Ernesto Bozzano, Francisco Thiesen, Gabriel Dellane, Dr. Jorge Andréa, Hermínio C. Miranda, Dr. Hernani G. Andrade, Ney Lobo, Pedro Granja e Waldo Vieira.

Ao entregar-nos a lista, satisfeitos com o trabalho realizado, os colaboradores foram unânimes em reafirmar o grau de dificuldade de compor lista exígua com apenas 10 títulos, já que eles como nós entendem que a biblioteca espírita de superior qualidade multiplica aquele número por dez ou cem!

Sugerimos que esta lista seja divulgada em sua livraria, entre os trabalhadores de sua Casa Espírita ou amigos. Você já leu e estudou estes livros? Se já o fez, recomende-os. Caso ainda não tenha feito, tome-os emprestado na bilbioteca da Instituição mais perto de sua casa ou adquira-os. E boa leitura!

Quem participou da pesquisa

Os nossos agradecimentos aos autores que, ao atender nosso pedido, responderam prontamente o questionário. São eles: Adalgiza Campos Balieiro, Adelino da Silveira, Alexandre Sech, Alysson Leandro Mascaro, Amílcar Del Chiaro Filho, Ariston S. Telles, Armando Fernandes de Oliveira, Ary Lex, Carlos de Brito Imbassahy, Celso de Almeida Afonso, César Soares dos Reis, Clayton B. Levy, Domério de Oliveira, Durval Ciamponi, Éder Fávaro, Eliseu F. Mota Jr., Felipe Antônio G. Macedo Salomão, Francisco Cajazeiras, Hércio M.C. Arantes, Humberto Carlos Pazian, Ivan Renê Franzolim, Juvanir Borges de Souza, Lamartine Palhano Júnior, Maria Gertrudes Coelho, Marilusa M. Vasconcellos, Nancy Puhlmann Di Girolamo, Nélson Moraes, Ney Lobo, Oneida Terra, Orson Peter Carrara, Ricardo Di Bernardi, Ricardo Magalhães, Rita Foelker, Rogério Coelho, Saara Nousiainem, Suely Caldas Schubert, Telmo J. Souto Maior, Vítor Ronaldo Costa, Waldo Lima do Valle, Walter Oliveira Alves e Washington Luiz Nogueira Fernandes.

O século terminou?

A pesquisa foi publicada no ano 2000. Por essa razão, alguns de nossos leitores podem até ter questionado a data de realização, alegando que o século XX ainda não tinha terminado. Não tiramos a razão desse questionamento, sabedores que somos do grande potencial de nossos escritores, mas assumimos o risco de surgir ainda naquele ano alguma obra exponencial.

Outros segmentos apontaram seus destaques e sentimos que aquele era o momento para a divulgação do que denominamos os Melhores Livros Espíritas do Século XX. Se esperássemos mais um pouco, perderíamos o calor dos acontecimentos e poderíamos apresentar uma lista na época certa, mas que, muito provavelmente, despertaria pouco ou nenhum interesse do público, uma vez que o assunto já estaria esgotado e a curiosidade arrefecida.

Isto não significa que sobrevalorizamos o poder da mídia, mas sim que não devemos ignorar sua força para determinar comportamentos e formar opiniões.


OS DEZ MELHORES DO SÉCULO










1º - Nosso Lar – FEB – Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito André Luiz.












2º - Paulo e Estevão – FEB – Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel












3º - Parnaso de Além-Túmulo – FEB – Francisco Cândido Xavier por Espíritos Diversos












4º - O Problema do Ser, do Destino e da Dor – FEB – Leon Denis












5º - Memórias de Um Suicida – FEB – Yvonne A Pereira pelo Espírito Camilo Castelo Branco











6º - A Caminho da Luz – FEB – Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel












7º - O Espírito e o Tempo – EDICEL – José Herculano Pires











8º - Há 2000 Anos... – FEB – Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel











9º - Evolução em Dois Mundos – FEB – Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito André Luiz











10º - Missionários da Luz – FEB – Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito André Luiz


Texto transcrito da Revista Candeia, publicado no ano 2000.

Fonte: Livraria Espírita Candeia

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Médiuns e Livros Espíritas

Alguns dos médiuns que contribuíram ou ainda contribuem nos trazendo as páginas luminosas da doutrina dos espíritos:


ALPHONSE BOUVIER - (O grande médium passista). Toda a vida de Alphonse Bouvier foi impulsionado pelo seu amor ao próximo através do trabalho para aliviar o sofrimento físico e moral dos outros. Sua vontade também levou em seu próprio aperfeiçoamento moral e intelectual. Ele nasceu 22 de dezembro de 1851, na Borgonha, e o seus passos o levaram à idade de 29 anos a morar na região de Lyon. Foi então que ele se interessou em hipnotismo e no magnetismo. E aliviando um paciente com o magnetismo que ele descobriu a sua habilidade como um curador. Transformado por essa revelação, ele se tornou em um humilde servo de Deus. Ele trabalhou durante cinquenta anos usando as suas faculdades de médium curador para realizar muitas curas. Palestrante reconhecido e um dos mais apaixonados pelos fenômenos da Doutrina Espírita. Ele também participou de conferências espíritas sobre o magnetismo, e também em experiências com Coronel de Rochas sobre a regressão memória. Em 1919 ajudou o seu amigo e colaborador Georges Mélusson a fundar a Sociedade de Estudos Psíquicos e Espíritas, como a conhecemos hoje e que foi o seu diretor. Posteriormente ele cria uma Federação Espírita de Lyon e uma instituição de caridade: a "Fundação Bouvier". Alphonse Bouvier retornou ao mundo espiritual em 16 de novembro 1931. Seus livros publicados foram: A História do Passe Magnético; Magnetismo Curativo VOl.I e Vol.II.



ANDREW JACKSON DAVIS - Andrew Jackson Davis deve figurar entre nós como um dos maiores médiuns da sua época, não só pelos fenômenos que produzia, como também pela sua obra no campo da literatura. Nasceu no dia 11 de agosto de 1826, nas margens do rio Hudson, nos Estados Unidos da América do Norte, e desencarnou em 1910, com a idade de 84 anos. Jackson Davis descendia de família humilde. Sua faculdade mediúnica desabrochou quando tinha apenas 17 anos. Primeiro, desenvolveu a audiência. Ouvia vozes que lhe davam bons conselhos. Depois, surgiu a clarividência, tendo notável visão, quando sua mãe morreu. Viu ele uma belíssima região muito brilhante, que supôs fosse o lugar para onde teria ido sua mãe. Mais tarde, manifestou-se outra faculdade muito interessante e muito rara: a de ver e descrever o corpo humano, que se tornava transparente aos seus olhos espirituais. Dizia ele que cada órgão do corpo parecia claro e transparente, mas se tornava escuro quando apresentava enfermidade. Não é de se admirar que Davis descrevesse a constituição anatômica do ser humano, pois já Hipócrates, o pai da Medicina, dizia: "A alma vê de olhos fechados as afecções sofridas pelo corpo". Obras publicadas: The Principles of Nature, Her Divine Revelations, and a Voice to Mankind (1847); The Great Harmonia (1850-1861); The Philosophy of Special Providences (1850); The Magic Staff: an Autobiography (1857); Death after Life (1865); A Stellar Key to the Summer Land (1868).



BARÃO LUIS GULDENSTUBBÉ- Este paladino do Espiritismo foi um grande trabalhador das primeiras horas da doutrina espírita, um grande pesquisador da alma e que teve também as suas obras queimadas na Espanha pela Santa Inquisição, no dia 9 de outubro de 1861 no conhecido Auto-de-Fé em Barcelona. O Barão Luis Guldenstubbé, que deixou a vida em 27 de maio de 1873, na sua residência, em Paris, 29 rua de Trévise, aos 53 anos de idade, foi conhecido principalmente por suas investigações e experiências em pneumatografia. De origem sueca, pertencia a antiga família escandinava, de nomeada histórica, tendo dois dos seus antepassados do mesmo nome sido queimados vivos, em 1309, na companhia de Jaques de Molav, por ordem do Papa Clemente IV. O Barão passava uma vida retirada, em companhia de sua virtuosa irmã. Sua memória é afetuosamente respeitada por sua conduta nobre, urbana e benévola e por seus numerosos atos de modesta caridade. Dedicou-se mais às experiências da escrita direta, na França onde obteve em 13 de agosto de 1856, o primeiro sucesso nessa modalidade de comunicação espírita. Escreveu o livro intitulado "La Réalité des Spirites et de leurs Manifestations" (A Realidade dos Espíritos e de suas Manifestações). E também a obra Pensées d'outre-tombe (1858). Em poucos anos de trabalhos experimentais, o Barão obteve um número considerável de escrita direta, algumas obtidas sem o auxílio de lápis, papel ou ardósia. Os próprios espíritos comunicantes transportavam o material necessário para a obtenção das mensagens.



EMANUEL VON SWEDENBORG- (O Precursor do Espiritismo) - Emanuel von Swedenborg, nascido em Estocolmo a 29 de janeiro de 1688, filho de um bispo da Igreja luterana sueca, viveu na austera atmosfera evangélica alguns anos de sua vida. Foi profundo estudioso da Bíblia. Estudou em Upsala e visitou a Alemanha, a França, a Holanda e a Inglaterra, a fim de ampliar seus extensos conhecimentos de matemática, mecânica, astronomia, geologia, mineralogia. Aos 22 anos publicou um volume de versos latinos e aos 28 foi nomeado assessor de minas do governo sueco. Versátil, tanto quanto Leonardo da Vinci, criou engenhos mecânicos para transportar barcos por terra, analisou a economia da moeda corrente, a produção e o custo do álcool , a aplicação do sistema decimal, a relação entre importações e exportações e a economia nacional. Próximo aos 30 anos, voltou-se para a paleontologia, a geologia, o estudo dos fósseis e chegou a desenvolver uma avançada teoria sobre a expansão nebular, para explicar a origem do sistema solar. Dedicou-se também aos estudos da Medicina e da Fisiologia. Era hábil em latim, grego, inglês, além de sua língua pátria e chegou a estudar hebraico, a fim de empreender uma reinterpretação do Velho e do Novo Testamento. seus livros publicados são: O Céu e o Inferno; O Mundo dos Espíritos; Doutrina de Vida para a Nova Jerusalém; Doutrina da Nova Jerusalém sobre o Senhor; A Nova Jerusalém e sua Doutrina Celeste.



FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER - Francisco Cândido Xavier, ou Chico Xavier, foi o médium mais famoso e estimado, no Brasil e no exterior, e com maior tempo de atividade mediúnica. Nascido na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, em 02 de Abril de 1910, iniciou-se no Espiritismo ao 17 anos, quando sua irmã Maria Xavier Pena, doente e desenganada pelos médicos, foi levada até a casa de uma família espírita. Após uma prece em torno do leito da irmã, da qual participou Chico, ela ficou curada. A partir daí começou a frequentar reuniões espíritas. Auxiliado pelo irmão José Cândido Xavier, fundou o Centro Espírita Luiz Gonzaga, em maio de 1927. Em 8 de julho do mesmo ano, psicografou pela primeira vez, recebendo uma mensagem de 17 páginas, de um Espírito Amigo, e que versava sobre Deveres Espíritas. Mas José Xavier adoeceu, vindo a falecer em seguida, e o médium, sempre assediado por multidões súplices e sofredoras e rodeado de amigos e admiradores, chegou a trabalhar sozinho, por muito tempo, entre perseguições e preconceitos, por absoluta falta de companheiros. No final de 1931, conheceu Emmanuel, seu luminoso guia, e a partir daí iniciou-se o que se pode chamar de "sublime ponte" entre o Céu e a Terra. Sob a sua orientação espiritual, Chico Xavier psicografou milhares de páginas de instrução, educação e consolo, ditadas por inúmeros Espíritos, e compiladas em quatrocentos e dois livros, sendo que o último, chamado "Degraus da Vida" (Cornélio Pires, Editora CEU), foi publicado em 1996. Muitos deles foram traduzidos para outras línguas, quais o inglês, o espanhol e o esperanto. A renda da venda dos livros, uma admirável fortuna, foi, desde o início, totalmente doada em favor de hospitais, asilos, orfanatos e outras Instituições Beneficentes, vivendo Chico Xavier de seu parco salário de humilde funcionário público. A máxima de Jesus: "Daí de graça o que de graça recebestes" foi o lema deste formidável trabalhador cristão, no trato com o dinheiro havido de sua mediunidade abençoada. Mesmo doente e em idade avançada, compareceu, sempre que possível, aos sábados à noite, no Grupo Espírita da Prece, para receber as centenas de pessoas que se comprimiam no local, ansiosas por uma palavra de carinho, que ele tinha sempre para todos, e por seu gesto de amor, uma característica especial: o beijo terno nas mãos que o procuravam. Chico Xavier residiu por muitos anos em Uberaba, Minas Gerais, Brasil, desencarnando em 30/06/2002, por volta das 19:30, com a idade de 92 anos.



RAUL TEIXEIRA - Natural da cidade de Niterói (RJ), Raul Teixeira é licenciado em Física, Mestre e Doutor em Educação. Professor aposentado da Universidade Federal Fluminense. É um dos fundadores da Sociedade Espírita Fraternidade, localizada em Niterói (RJ). A instituição mantém uma obra de Assistência Social Espírita denominada "Remanso Fraterno", que atende a crianças e família socialmente carentes, apoiando-as no seu soerguimento material e espiritual. Conferencista dos mais requisitados no Brasil e no Exterior, já levou a mensagem espírita a 45 países, tendo servido como médium na recepção de 35 livros, publicados pela Editora Fráter. Há 37 anos Raul Teixeira visita o Paraná, trazendo sua palavra de orientação e lucidez.



YVONNE DO AMARAL PEREIRA - Nasceu em Valença a 24 de dezembro de 1900 e desencarnou no Rio de Janeiro a 9 de março de 1984. Foi uma das mais respeitadas médiuns brasileiras, autora de romances psicografados bastante conhecidos entre os espíritas. Dedicou-se por muitos anos à desobsessão e ao receituário mediúnico homeopático. São suas obras: Memórias de um Suicida (Rio de Janeiro: FEB, 1955. 568p.) – atribuída aos espírito de Camilo Castelo Branco e de Léon Denis. Constitui-se num libelo contra o suicídio, descrevendo em sua primeira parte, os sofrimentos experimentados pelos que atentaram contra a própria vida. Na segunda e na terceira partes focaliza os trabalhos de assistência e de preparação para uma nova encarnação. Esta obra é considerada um marco na bibliografia mediúnica brasileira e o melhor exame sobre o suicídio sob o ponto de vista doutrinário espírita. Nas Telas do Infinito – apresenta duas novelas: uma atribuída ao espírito Bezerra de Menezes e outra a Camilo Castelo Branco. Amor e Ódio (Rio de Janeiro: FEB, 1956. 553p.) – atribuída ao espírito Charles, enfoca o drama de um ex-aluno francês do Prof. Rivail (Allan Kardec), o artista Gaston de Saint-Pierre, acusado de um crime que não cometera. Após grandes padecimentos, recebe os esclarecimentos elucidativos por meio de um exemplar de O Livro dos Espíritos, à época em que este foi lançado pelo codificador. A Tragédia de Santa Maria (Rio de Janeiro: FEB, 1957. 267p.) – atribuído ao espírito Bezerra de Menezes, ambientado em uma fazenda de café em Vassouras (RJ). Ressurreição e Vida (Rio de Janeiro: FEB, 1963. 314p.) – atribuído ao espírito Leon Tolstoi, compreende seis contos e dois mini-romances ambientados na Rússia dos czares. Nas Voragens do Pecado (Rio de Janeiro: FEB, 1960. 317p.) - primeiro volume de uma trilogia atribuído ao espírito Charles, relata a trágica história do massacre dos huguenotes na Noite de São Bartolomeu (23 de Agosto de 1572), durante o que seria uma encarnação anterior da médium, na personalidade de Ruth-Carolina de la Chapelle. O Cavaleiro de Numiers (Rio de Janeiro: FEB, 1976. 216p.) - segundo volume da trilogia, mostra outra suposta encarnação da médium, ainda na França, na personalidade de Berth de Sourmeville. O Drama da Bretanha (Rio de Janeiro: FEB, 1974. 206p.) – terceiro e último volume da trilogia, ilustra como a médium, agora na personalidade Andrea de Guzman, não consegue suportar os embates de sua expiação e se suicida por afogamento. Dramas da Obsessão (Rio de Janeiro: FEB, 1964. 209p.) – atribuído ao espírito Bezerra de Menezes, compreende duas novelas abordando o tema obsessão. Sublimação (Rio de Janeiro: FEB, 1974. 221p.) – apresenta dois contos atribuídos ao espírito Charles (um ambientado na Pérsia e outro na Espanha) e três contos atribuídos ao espírito Leon Tolstoi (ambientados na Rússia). Como escritora, publicou muitos artigos em jornais populares, produção atualmente desconhecida, que carece de um trabalho amplo de recuperação. São ainda da autora: A Família Espírita; À Luz do Consolador (Rio de Janeiro: FEB, 1997. ) - coletânea de artigos da médium na revista Reformador, originalmente entre a década de 1960 e a de 1980. Cânticos do Coração (Rio de Janeiro: Ed. CELD. 1994. 2 v. 246 p.) - coletânea de artigos publicados no jornal Obreiros do Bem. Contos Amigos ; Devassando o Invisível (Rio de Janeiro: FEB, 1963. 232p.) – a autora desenvolve uma dezena de estudos sobre temas doutrinários, com base em suas experiências mediúnicas. Evangelho aos Simples; O Livro de Eneida; Pontos Doutrinários – reúne crônicas publicadas na revista Reformador. Recordações da Mediunidade (Rio de Janeiro: FEB, 1968. 212p.) – a autora discorre sobre reminiscências de vidas passadas, arquivos da alma, materializações, premonição e obsessão e A Lei de Deus.



DIVALDO PEREIRA FRANCO - Divaldo é um verdadeiro apóstolo do Espiritismo. Dos seus oitenta e três anos, sessenta e três foram devotados à causa Espírita e às crianças excluídas, das periferias de sua Salvador. Nasceu em 5 de maio de 1927, na cidade de Feira de Santana, Bahia, e desde a infância se comunica com os espíritos. Cursou a Escola Normal Rural de Feira de Santana, recebendo o diploma de professor primário, em 1943. Trabalhou como escriturário no antigo IPASE, em Salvador, aposentando-se em 1980. É reconhecido como um dos maiores médiuns e oradores Espíritas da atualidade e o maior divulgador da Doutrina Espírita por todo o Mundo. Como médium, publicou 250 livros, com mais de 8 milhões de exemplares, onde se apresentam 211 Autores Espirituais, muitos deles ocupando lugar de destaque na literatura, no pensamento e na religiosidade universais. Dessas obras, houve 92 versões para 16 idiomas (alemão, albanês, catalão, espanhol, esperanto, francês, holandês, húngaro, inglês, italiano, norueguês, polonês, tcheco, turco, russo, sueco e sistema Braille). Além de 17 escritos por outros autores, sobre sua vida e sua obra. A renda proveniente da venda dessas obras, bem como os direitos autorais foram doados, em Cartório, à Mansão do Caminho e outras entidades filantrópicas.


Referências:

Wikipédia

Divaldo Pereira Franco (Site oficial)
Raul Teixeira (Site oficial)
Autores Espíritas Clássicos

Instituto André Luiz

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Poder do Pensamento


Sintonia Elevada


Toda e qualquer concentração mental emite vibrações equivalentes ao teor de que se reveste o pensamento em fixação.

Conforme o seu conteúdo direciona-se para campo semelhante com o qual sintoniza, passando a haurir energia correspondente que lhe aumenta a capacidade de irradiação.

Face a tal resultado, o homem lúcido edifica-se mediante o cultivo de ideias elevadas, graças às quais, sintoniza com as Fontes inexauríveis da Vida.

Constituindo esse mundo causal uma realidade caracterizada pela energia pura, quando lhe chegam emissões mentais significativas, estabelece-se o contato provedor de bênçãos que se derramam na direção da antena psíquica emissora da onda.

Desse magnificente campo de superior organização promanam as admiráveis conquistas do pensamento humano, que se materializam nas diferentes áreas da ciência, da arte, da filosofia, da religião, dos empreendimentos grandiosos que promovem as criaturas e a Humanidade.

Reflexos do Amor, essas Regiões felizes frequentemente são alcançadas por todos aqueles que aspiram ao bem, à harmonia, à felicidade ...

No conceito do Mestre Jesus, quando se referindo às muitas moradas na Casa do Pai, constatam-se, não somente os mundos materiais que pululam no Cosmo, como também essas Esferas espirituais, eminentemente vibratórias que envolvem o planeta terrestre e outros, que sediam os Espíritos ditosos, encarregados de promover o progresso moral dos Orbes.

Faz-se indispensável que as mentes humanas diluam as vinculações ancestrais com os círculos morais inferiores dos quais procedem e que predominam nos seus hábitos emocionais e interesses morais responsáveis, por sua vez, pelos vícios e desaires que se prolongam, transformando-se em enfermidades da alma.

O ser humano está destinado à gloria espiritual, cabendo-lhe desenovelar-se dos terríveis anéis mentais constritores que o mantém em tormento e frustração.

Para o êxito do cometimento, a seleção dos pensamentos a cultivar mediante o esforço da vontade para fixá-los, substituindo aqueles perniciosos a que se está acostumado, gerará nova conduta psíquica de resultados saudáveis.

Nessa fase de mudança de hábitos mentais, a oração se torna elemento de valor inestimável, por lenir as dores morais e propiciar inspiração que procede desses Núcleos de captação desse tipo de ondas, transformando-as em respostas portadoras de bem-estar, de alento e esperança, de beleza e harmonia.

À medida que se amplia o tempo de sintonia superior, alarga-se o campo de receptividade, proporcionando o registro já não exclusivo de pensamentos, mas também de percepção da vida em abundância em diferente expressão daquela material que é vivenciada.

Aspirando-se essa psicosfera que nutre interiormente, outros valores éticos e ambições emocionais passam a estabelecer diretrizes para o comportamento, impulsionando o ser para a conquista do amor pleno e a paz que não sofre qualquer perturbação nos embates do dia-a-dia da evolução.

Experimentando essa inefável conquista, o ser humano luta com melhores equipamentos para alterar o rumo das experiências e, ao mesmo tempo, para dilatar os sentimentos de fraternidade, que se solidariza com o próximo em aturdimento para o ajudar; com o amor, para expandi-lo e preencher os vazios existenciais em outrem; com a caridade, para tudo compreender, erguendo os combalidos físicos, morais, econômicos e espirituais, em consequência experimentando a alegria de viver.

A sintonia superior é indispensável para a erradicação dos compromissos perturbadores, dos hábitos perniciosos, dos instintos primários que se fazem substituídos pelas expressões de nobreza, de honestidade e de bem estar que lhe são inabituais.

Quando alguém consegue abandonar o charco em que se encontra e alcança o planalto formoso, deslumbra-se com o horizonte visual infinito, com a beleza de luz e de cor, com a musicalidade da Natureza, enquanto aspira o oxigênio puro, que vitaliza e renova o ser.

A ascensão espiritual não é diferente, sendo compensadores os esforços e tentativas de sintonia elevada, considerando-se a destinação espiritual que está reservada a todos os homens e mulheres do mundo.

O pensamento é, portanto, o veículo vigoroso que conduz o Espírito à sintonia com a faixa de que se constitui e ao campo vibratório de energia que o capta.

Enquanto luz a oportunidade no corpo ou fora dele, cumpre que a mente se edifique através de construções ideológicas salutares, a fim de se transformarem em ações dignificantes, graças à inspiração e aos impulsos vigorosos procedentes do mundo real de onde todos nos originamos e para onde retornamos, conforme o teor de qualidade psíquica e os conteúdos morais das ações praticadas.

Pensar bem para agir melhor, é o desafio do momento, que aguarda a decisão moral dos indivíduos.


Manoel Philomeno de Miranda

(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, na reunião mediúnica da noite de 05 de julho de 2000, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)

domingo, 20 de novembro de 2011

Mensagem da Semana


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Quando a Compreensão Estiver Conosco


Quando a compreensão estiver em nossos olhos, fixaremos na cicatriz do próximo a dificuldade respeitável de um irmão.

Quando a compreensão morar em nossos ouvidos, receberemos a injúria e a maldade, nelas sentindo o incêndio e o infortúnio que ainda lavram no espírito daqueles que nos observam sem exato conhecimento.

Quando a compreensão se nos aninhar no próprio verbo, o falso julgamento surgirá, junto de nós, por enfermidade lamentável de quem nos procura, e saberemos fazer o silêncio bendito com que se possa, tanto quanto possível, impedir a extensão do mal.

Quando a compreensão se nos associar ao raciocínio, identificaremos nos pensamentos infelizes a deplorável visitação da sombra, diante da qual acenderemos a luz da fé para a justa resistência.

Quando a compreensão clarear-nos o sentimento, a rigidez espiritual jamais encontrará guarida em nós outros, porque o calor da benevolência irradiar-se-nos-á do espírito, estimulando a alegria dos bons e reduzindo a infelicidade dos companheiros que ainda se confiam à ignorância.

Quando a compreensão brilhar em nossas mãos, a preguiça não nos congelará a boa vontade, e aproveitaremos as mínimas oportunidades do caminho para as tarefas do amor que o Mestre nos legou.

- Bem-aventurados os limpos de coração! - proclamou o Excelso Amigo.

Sim, bem-aventurados os que esposam o Bem para sempre, porque semelhantes trabalhadores da luz sabem converter a treva em claridade, os espinhos em flores, as pedras em pães e a própria derrota em vitória, criando invariavelmente o Céu onde se encontram e apagando os variados infernos que a ignorância inflama na Terra para tormento da vida.


Emmanuel

Do livro Luz e Vida, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel.

sábado, 19 de novembro de 2011

O Uso da Mídia e os Espíritas


Fatores Implicados

Por *Éder Fávaro

Para a compreensão do desenvolvimento e da importância da mídia espírita no contexto atual, há que se entender que necessário se faz, o conhecimento de sua história e as variadas etapas do seu processo. Somente analisando e pesquisando as iniciativas, efetivamente postas em prática, é que teremos melhor condição de aproveitamento para um aprofundamento da questão. Tomando conhecimento de tudo que foi tentado antes, numa análise coerente dos caminhos da divulgação, visando o papel da mídia e seu futuro na difusão das ideias espíritas, com seus pontos fortes e dificuldades, é que poderemos dar um passo adiante com segurança e possibilidade de maior aproveitamento.

Hoje, já se discutem e se aprofundam estudos acadêmicos sobre a influência da mídia no contexto social, obedecendo o seu domínio a um alto grau de especialização, com cursos e novos conceitos nos estudos da comunicação. O avanço do conhecimento nessa área indica a necessidade de se aprofundar o estudo do assunto em nosso meio. Fomentar debates neste sentido, promover encontros específicos no movimento espírita, organizar seminários, simpósios, fóruns, além de reservar sempre na pauta dos eventos um espaço para o tema, é de capital importância.

É conveniente, no entanto, que se ofereçam também possibilidades de preparar o meio espírita para a melhoria dos recursos materiais e humanos, para aperfeiçoamento dos meios de divulgação da doutrina, fator esse que depende em maior proporção dos que dirigem os órgãos e instituições espíritas existentes, bem como de uma tomada de posição dos que atuam na mídia espírita e se auto afirmam, sejam seus divulgadores ou comunicadores. Sem dúvida, estamos em um novo tempo. Se pretendemos efetivamente competir no mercado das ideologias em curso no mundo, temos que ousar e para isso, há necessidade de aperfeiçoamento em todos os sentidos.

Com maior ou menor preparo para a disseminação das ideias espíritas, em vista dos recursos e meios existentes nas etapas de introdução da cultura espírita, apesar de não possuírem os idealistas dessa área as necessárias ferramentas para ir mais fundo, ou o conhecimento proporcionado pelas pesquisas acadêmicas sobre comunicação, que surgiram e estão hoje sendo estudadas, analisadas, discutidas e aprofundadas, com a preocupação primeira de fazê-las conhecidas, com os recursos então existentes, a doutrina espírita se popularizou. Da melhor qualidade da técnica, aplicada à divulgação do Espiritismo, é que surgirão novas propostas e iniciativas que poderão trazer concepções mais avançadas para o fortalecimento de políticas compatíveis com o pensamento espírita.

Divulgar, poderá ser o ponto de partida para comunicar algo, para expor ideias, para propôr reflexões, para gerar diálogos que levem os indivíduos a usar de sua autonomia, do seu discernimento, desenvolvendo seu espírito crítico, assimilando o conteúdo da mensagem, não se fazendo agente passivo no processo. A obtenção de resultados, no empreendimento de despertar a consciência do ser para o verdadeiro objetivo da vida, é processo lento e gradativo, e depende de muitos fatores. Na área da aquisição do conhecimento, sempre ouve e sempre haverá necessidade dos meios adequados que possibilitem ao ser um melhor preparo para alçar vôos mais altos. Hoje, temos teorias mais avançadas em todos os setores da cultura humana, elaboradas no espaço acadêmico dos países desenvolvidos, alimentadas e difundidas pelos meios técnicos existentes, propiciando ao homem uma visão mais ampla da vida e a aplicabilidade desses avanços no contexto social.

No tocante à Comunicação Social Espírita, convém considerar que, se atingimos hoje em Espiritismo um patamar mais avançado para um passo qualitativo na projeção da cultura espírita, no contexto da cultura do mundo, tivemos que contar no passado com os que nos precederam na tarefa de abrir caminhos para chegar até aqui. Ao fazer uma incursão na análise do trabalho daqueles que se dedicaram a este mister, tem-se a base para afirmar que sem seus desafios não teríamos hoje condições de aperfeiçoar e avançar o projeto de ampliação e melhoria do uso das mídias da atualidade para consecução dos nossos objetivos. Os veículos da grande mídia também ganharam melhor qualidade técnica e melhor apuro na maneira de divulgar, informar e comunicar. Há que considerar que cada coisa vem a seu tempo.

Para que a comunicação no novo conceito produzisse efeito no processo de transformação da humanidade, necessário foi que os mestres do saber se servissem dos meios disponíveis para a divulgação de suas ideias. E o processo vai continuar sendo o mesmo. Quando se discutia nas Listas de ABRADE, na gestão em que fui presidente, a questão da divulgação ou comunicação, cheguei a dar a minha opinião a respeito do assunto. A tese discutida no IV Simpósio Paulista de Divulgadores Espíritas - divulgação ou comunicação - e ainda hoje em pleno debate no ambiente espírita, deixa a impressão de que uma coisa exclui a outra, quando, na realidade, segundo o meu ponto de vista, são dois aspectos de uma mesma questão. Uma é a divulgação, que em qualquer tempo será necessária e terá que ser adequada aos meios disponíveis para melhor informar o que o Espiritismo oferece à criatura humana, e a outra é preparar o recurso humano que se dedica a oferecer ao homem a possibilidade de uma tomada de consciência para a sua transformação, tendo como norteamento os princípios da doutrina como proposta de vida.

Foi com os meios disponíveis no seu tempo - o livro, a revista e a comunicação - que Allan Kardec iniciou a difusão das ideias espíritas, isto é, divulgou para o mundo o conteúdo da doutrina inserindo, no contexto humano, a nova cultura. Quando a mensagem chegou ao nosso país, encontrou aqui espíritos encarnados conscientes, prontos para impulsionar através dos meios de comunicação existentes, os princípios e fundamentos do Espiritismo. É evidente que só podemos ressaltar o trabalho de alguns, que a história do movimento registrou, dentre outros tantos anônimos que contribuíram para que o grande projeto tivesse prosseguimento. As nossas andanças e as informações colhidas aqui ou ali, neste imenso território, mostram o valor desses tarefeiros que ajudaram na rega das sementes do que nos oferecem hoje as obras do Mestre de Lion.

Dentre aqueles conhecidos, podemos destacar os que se dedicaram ao estudo da doutrina. Um Olympio Teles de Menezes, lançando o primeiro periódico espírita na nossa terra, fato registrado por Kardec na Revista Espírita de junho de 1869. Surgem depois o Reformador, com Augusto Elias da Silva, em 1883; O Clarim, com Cairbar Schutel, Verdade e Luz, com Batuíra, Revista Internacional do Espiritismo e outros que vão pouco a pouco abrindo espaço para o avanço do desenvolvimento da mídia espírita.

Enquanto isso, o fenômeno vai se desdobrando também em outras partes do mundo. Surgem, no contínuo do processo, aqui no Brasil, no cenário do jornalismo e da literatura, comunicadores e divulgadores do mais alto nível, tais como Bezerra de Menezes, Leopoldo Machado, Júlio de Abreu, Carlos Imbassahy, Deolindo Amorim, J. Herculano Pires, Canuto de Abreu, Freitas Nobre e outros conhecidos, que trouxeram contribuição valiosa, em diferentes períodos, para o desenvolvimento da cultura espírita.

Com o tempo, dada a evolução dos meios de comunicação, com o surgimento do rádio, da televisão e da Internet, divulgadores e comunicadores espíritas passaram a buscar os espaços no desempenho de seus compromissos. Com sacrifício, vencendo barreiras difíceis (preconceitos, recursos financeiros e humanos, culturais e religiosos) pequenos espaços foram sendo conquistados, pouquíssimos, em relação ao mínimo necessário para um trabalho mais consistente na construção de uma política de ação nesta área.

No que diz respeito ao rádio, tivemos alguns avanços. Hoje já existem programas espíritas em todo o país. A maioria ainda realizada e produzida por espíritas e grupos de boa vontade, mas sem o apuro técnico mínimo para atingir um nível compatível como um veículo no mundo de hoje, para passar o conhecimento espírita para um universo de ouvintes que não é composto apenas de espíritas.

Depois de algumas iniciativas, melhor relatadas no livro "100 anos de Comunicação Espírita do Estado de São Paulo", de autoria do pesquisador Eduardo Carvalho Monteiro, em parceria com a Associação de Divulgadores do Espiritismo de São Paulo - coedição Madras Editora - destaca-se nesta área a Rede Boa Nova de Rádio (com transmissão AM em São Paulo - antena parabólica e Internet - on-line e off-line) e Rádio Rio de Janeiro, a primeira da Fundação Espírita André Luiz, e segunda da Fundação Paulo de Tarso.

Ainda com relação à radiofonia espírita, a Rádio Boa Nova e Rádio Clube de Sorocaba, promoveram em São Paulo, em 1987 e em parceria com a União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo e Conselho Regional Sul do CFN, o Encontro Regional sobre Radiodifusão Espírita, com a participação de 50 divulgadores e comunicadores da área.

Da apresentação, estudo e análise do assunto em congressos, fóruns, seminários e encontros é que surgiu o apostila Radiofonia Espírita, como contribuição para todos os que estivessem ou que viessem a se dedicar a essa atividade, dando início a uma nova fase no processo de divulgação e comunicação da doutrina.

Hoje, estamos aí com outros desafios: a ocupação com competência e qualidade no uso dos meios a ser conquistados na grande mídia, (televisão, internet etc.). Mas aí está também a necessidade de atentarmos para a verdadeira meta da doutrina espírita, na passagem do seu conteúdo com fidelidade, com bom-senso, sem fantasias, sem ufanismo, apontando o objetivo dessa doutrina libertadora, que é melhorar o homem para que o homem, interagindo com a sociedade, possa melhorar o mundo.



(*)Éder Favaro é presidente da EDE-SP -Associação dos Divulgadores do Espiritismo de São Paulo. A ADE-SP é uma associação que reúne espíritas e não espíritas, para realizar atividades com o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento da comunicação social espírita.

Fonte: ADE-SP
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