quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Feliz 2021!

 


Caríssimos irmãos e leitores,

Atravessamos um ano difícil marcado por uma crise mundial sanitária de grande proporção assinalando reflexos importantes nas áreas sócio econômica e ambiental do nosso planeta com a pandemia da Covid-19. Nós e de um modo muito específico os espíritas, sabemos que tudo isso são mecanismos naturais e divinos que nos ensina e impulsiona a evolução material e espiritual do orbe. São notáveis os avanços velozes que foram gerados nas áreas de saúde, educação e tecnologia, bem como também é visível o quanto aprendemos a olhar mais para dentro de nós mesmos e para os que estão caminhando ao nosso lado. Foi um ano de perdas, mas sobretudo de conquistas, foi o ano da resiliência.

Estamos chegando a um novo ano cheios de esperança. Que 2021 chegue fortemente regido pela égide das palavras superação e renovação. Que a esperança possa nos levar a acreditar cada vez mais de que somos capazes de nos superar e de transformar o mundo através da paz e do amor.

Um Feliz Ano Novo com as bênçãos de Deus e de Jesus, o Nosso Mestre!

São os votos do Manancial de Luz, por Carlos Pereira.

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

A Fé e a Caridade

 


Por Adriana Barreiros 

Fé, diferente de crença, expressa o sentimento do homem em relação à razão da vida, às relações entre os homens e seu Criador. Ter fé é identificar dentro de nós algo maior que nós mesmos e nosso mundo, responsável por tudo que há ao nosso redor e por nós inclusive. É reconhecer-se criatura e confiar no Criador. 

Sem ela, a vida perde seu sentido mais amplo, o altruísmo, a caridade, o desejo do progresso e do bem-estar alheios se esvaem, cedendo lugar às satisfações imediatistas, aos prazeres efêmeros, ao egoísmo e ao materialismo. 

O espírito protetor que nos trouxe esta mensagem, item 13 do capítulo XI do Evangelho Segundo o Espiritismo, nos diz que sem a fé não seria possível haver a verdadeira caridade. Esta só pode ser exercida pela “abnegação, pelo sacrifício constante de todo o interesse egoísta…” 

As pessoas sem religião, sem este vínculo com o Criador, não compreendem que somos todos irmãos e necessitados uns dos outros para vencer as tribulações da vida. Se não reconhece a Deus, não vê muito além de suas próprias necessidades, podendo até ter impulsos de generosidade, porém, não a ponto de ser abnegado ou resignado. 

Se nos ocupamos somente de nossa felicidade, onde o espaço para a caridade? Atropelamos as necessidades alheias para satisfazer as nossas próprias, não fazemos concessões em prol do outro e, muitas vezes, pagamos o preço da desarmonia entre os que estão ao nosso redor. 

A prática do bem, para a pessoa que tem fé, está acima da materialidade e suas ofertas tentadoras. Precisamos lutar contra o egoísmo, promovendo o bem ao próximo, abafando o orgulho, olhando para o outro e vendo nele um irmão e não alguém inferior. 

Me recordo de uma canção dos anos idos de não sei quando, uma canção americana chamada “he ain’t heavy, he’s my brother”. Esta música é belíssima em letra e melodia e fala de uma pessoa que carrega a outra, por uma longa estrada, com muitas curvas, com muitas dificuldades e ao ser questionado se o homem que ele carregava não era pesado, ele responde: ele não é pesado, ele é meu irmão! 

Estes atos que praticamos para o bem do próximo, exigindo de nós o sacrifício e a entrega, são a demonstração da fé viva em nós. 

Quando indagados a respeito das dificuldades do homem dominar suas más inclinações, os Espíritos superiores responderam a Allan Kardec, que sempre se pode conseguir a libertação quando a pessoa tem em si uma vontade firme e poderosa. Vontade é fé. 

A fé pode e deve ser multiplicada, pois é uma alavanca que pode nos ajudar em muitas realizações. Muitos desses que buscam os centros espíritas para pedirem ajuda, estão doentes da fé. A fé pode ser desenvolvida por vários fatores. E quem quiser ser forte em termos espirituais, com naturais consequências na vida material, deve procurar desenvolver essa potencialidade que dormita em nosso coração. 

Alguns procedimentos podem ser tomados para que a fé seja fortalecida. O primeiro deles, é ter paciência. Sim, pois a fé não se conquista do dia para a noite, ela vem como resultado de outras providências igualmente morosas para o Espírito. O estudo deve ajudar aquele que deseja desenvolver sua fé a compreender os mecanismos inteligentes da vida. 

A experiência encarnatória segue orientada por um plano traçado por Deus em torno do próprio Espírito. Entender que a vida flui naturalmente e que não adianta violentá-la, desejando alguém ser uma coisa que não pode ser. 

Agir com moderação, quando avançar, dando tempo para que as pedras do grande jogo a que se está incluído possam ser movidas convenientemente. Outra providência indispensável é a oração. Com ela, protegemo-nos da influência dos maus Espíritos e abrimos nosso coração para a inspiração dos anjos e dos nossos guardiães invisíveis. 

Sem orarmos diariamente, em particular, a vida toma um aspecto sombrio. Torna-se semelhante a um vidro embaçado pelo vapor, que nos tira a clara visão de tudo. Orando, desligamo-nos um pouco das coisas materiais e nos voltamos para nossa própria natureza: a espiritual. 

A prece é uma experiência pessoal, que precisa se desenvolver na intimidade do ser. 

A humildade é amiga da fé. O orgulhoso, o soberbo, aquele que pensa em si ou em sua glória não pode estar imbuído da verdadeira fé. 

Sempre que nossas preocupações estiverem voltadas para nossa personalidade, estamos no caminho contrário ao de amar ao próximo como a nós mesmos, conforme assevera Jesus. Simplicidade no viver. 

Paulo de Tarso, ao referir-se ao conjunto de valores do coração, denominando-o “caridade”, assim se expressa: “A caridade tudo sofre, tudo espera, tudo crê. Não folga com a injustiça, mas folga com a Verdade”. Como se vê, é um estado especial, particular daquele que crê em Deus, na Vida Eterna e na Promessa de Jesus. 

A fé, quando desenvolvida, pode ser um grande instrumento da prática do Bem. Com ela, podemos estender as mãos abençoando os que sofrem, doentes, obsedados, perdidos. 

Busquemos a fé verdadeira, e ela nos levará ao exercício inevitável da caridade. 

Centro Espírita Léon Denis

domingo, 27 de dezembro de 2020

O Amor de Deus


O amor Divino se expressa em todo o Universo. 

Sua presença está na leve brisa que acaricia as pétalas de uma flor, e nos vendavais que agitam ondas imensas nos oceanos. 

Está no tênue sussurro da criança e também nas estrondosas explosões solares. 

Está presente na luz singela do vaga-lume, que quebra a escuridão das noites silenciosas do sertão, e nas estrelas de primeira grandeza, engastadas na imensidão dos espaços siderais. 

O amor Divino está na florzinha singela, que espalha aroma em pequenos canteiros, e nas miríades de mundos que enfeitam galáxias nos jardins dos céus... 

Os passarinhos que saltitam nos prados, cantam nos ramos e alimentam seus filhotes, dão mostras do amor de Deus. 

As ondas agitadas que arrebentam nas praias, tanto quanto o filete de água cristalina que canta por entre as rochas, falam do amor de Deus. 

A fera que ruge na selva e os astros que giram na amplidão enaltecem o amor Divino, enquanto falam dessa cadeia que une os seres e as coisas no Universo infinito. 

No andar pesado do elefante e no voo leve e gracioso do beija-flor, expressa-se o amor de Deus. 

Da ferocidade da leoa em busca do alimento à dedicação do pinguim chocando os ovos, percebe-se o amor Divino. 

Da leviandade do chupim, que bota seus ovos em ninho alheio, à operosidade e engenharia do joão-de-barro, notamos a presença do amor de Deus. 

Nos insetos nocivos tanto quanto no exemplo de trabalho comunitário das abelhas, cupins e formigas, percebemos o amor Divino. 

No instinto de sobrevivência de homens, animais e plantas está presente o amor de Deus. 

Na minúscula semente que traz no íntimo o código genético de sua espécie, está contemplado o amor do Criador. 

A destreza instintiva do pássaro tecelão, a graciosidade da borboleta, a habilidade inconteste dos reflorestadores alados, falam do amor de Deus. 

A criança que sorri, inocente e feliz no regaço materno, e a que chora triste, sem rumo e sem lar, são a presença do Criador no mundo, com acenos de esperança. 

O homem sábio, que emprega seus conhecimentos nos serviços do bem e aquele que se enobrece no trabalho rude da lavoura apresentam o amor de Deus, elevando a vida. 

Até mesmo nas tempestades que destroem nossas flores de ilusão, vemos o convite do Criador para que plantemos em solo firme de felicidade perene. 

O ar que respiramos é dádiva do amor Celeste... 

O amor que trazemos na alma é herança do Criador da vida... 

A esperança que alimentamos é ânfora de luz nutrindo a vida com a chama do amor de Deus. 

Por fim, não há espaço algum no Universo, onde não pulse o amor de Deus. 

*   *   * 

Na inquietude dos delinquentes, o amor Divino se faz atento... 

Na dor dos aflitos, o amor de Deus é afago... 

Na inocência da criança, o amor Divino se mostra... 

Na mansuetude dos sábios, o amor de Deus é quietude. 

Na harmonia do Universo, o amor do Criador repousa... 

No coração de quem ama, o amor de Deus se realiza.

 

Redação do Momento Espírita


 

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Um Feliz Natal!

Esse é um Natal diferente, é verdade... Um Natal de quarentena.

Estaremos longe do aconchego dos parentes, amigos e pessoas queridas... dos abraços... mas, com certeza, os nossos corações estarão unidos na paz e alegria para celebrar o nascimento do menino Jesus. Ele chegou para restaurar a fé. E é com essa mesma fé que tudo isso vai passar!

Enquanto isso, abraços e carinho serão enviados e chegarão até nós sob forma de vibrações e pensamentos ou até mesmo através das redes sociais fazendo da fraternidade e o amor as nossas melhores conexões.

Que tenhamos todos um Natal de Paz, Alegria, Fraternidade e Amor com Jesus nascente a cada dia em nossos corações! 

Essa é a mensagem de Natal do Manancial de Luz. 

Por Carlos Pereira.

 


quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Fé Inabalável

 


A fé é o maior tesouro da alma. 

É a grande luz que ilumina nossos destinos, enriquece nossa inteligência e exalta o nosso coração. 

A fé é o emblema da perfeição e a insígnia do poder. 

Por isso, Jesus disse aos Seus discípulos: Se tivésseis fé do tamanho de uma semente de mostarda, diríeis a esta amoreira: transplanta-te para o mar e ela vos obedeceria. 

A fé é um cabedal que valoriza a alma, tal como o ouro no mundo valoriza o homem. 

Na esfera material o homem tem sido considerado pelo que tem. 

Na esfera espiritual cada um vale pela fé que possui. 

Para se possuir legalmente bens materiais, na Terra, é necessário trabalho, raciocínio e esforço. 

Para se adquirir a verdadeira fé também é indispensável o trabalho, o raciocínio, o estudo e o esforço. 

A prosperidade material é produto do trabalho. 

A prosperidade espiritual é uma conquista do Espírito. 

O dinheiro facilita o bem-estar físico. 

A fé, por sua vez, felicita o homem, não só espiritualmente, mas também atinge o seu físico. 

A fé não se compra nos templos de mercadores, nem nas feiras. Não se dá por esmola, nem se adquire por herança. 

A fé adquire-se especialmente pela aquisição de conhecimento. 

Sobre esse assunto, Allan Kardec deixou-nos o seguinte ensinamento: Fé verdadeira é a que pode encarar a razão face a face, em qualquer época da Humanidade. 

Deus tem concedido aos homens as mais variadas bênçãos, menos a fé. 

Por essa razão, vê-se em todas as religiões, pessoas capazes de nos cativar pela bondade, maravilharem-nos por sua paciência, atraírem-nos pela sua caridade. 

Entretanto, facilmente notamos também nelas a ausência da verdadeira fé. 

Por quê? 

Porque a fé não se adquire sem estudo, sem trabalho, sem o exercício do livre-arbítrio. 

Muitos homens ainda encontram-se cegos em face da luz e surdos em relação aos sons. São, ainda, pessoas sem fé. 

Têm o entendimento encoberto pelos véus dos dogmas e dos preconceitos. 

A fé verdadeira é poderosa, mas não se impõe pela força. 

A cada um de nós foi dada a liberdade para buscar a verdade e abandonar o engano. 

A fé é o alimento que sustenta o Espírito. 

É a água pura que dessedenta a alma. 

E assim como o comer e o beber exigem um esforço dirigido da vontade, também a fé não se conquista sem a aplicação de meios adequados a sua obtenção. 

A fé é a sabedoria consubstanciada no amor que nos conduz a Deus. 

Esta sim, a fé raciocinada, é a fé que efetivamente há de nos salvar. 

*   *   * 

Não é a repetição automática de palavras decoradas que nos aproximam de Deus. 

Não é a oferta de valores e de bens que nos concederá a paz que tanto almejamos. 

Não serão rituais, nem trajes específicos que garantirão às nossas almas o consolo e a orientação de que necessitamos. 

Deus dispensa fórmulas para estender seus braços amorosos em nossa direção. 

Somente a fé verdadeira, que deve ser conquistada por cada um de nós, individualmente e à custa de esforço e dedicação, é que nos oferecerá tais bênçãos de forma efetiva e permanente. 

Pensemos nisso! 

Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Reflexões sobre o Natal….

 


Por José Passini 

A palavra natal, como se sabe, significa nascimento. Assim, pode-se dizer terra natal, significando terra onde nasceu alguém. Emprega-se a palavra também para significar dia do aniversário, do natalício. Entretanto, quando escrita com maiúscula, a palavra significa, para os cristãos, o nascimento de Jesus. Nesse caso, dizemos O Natal, ou o dia de Natal. 

A maioria da Humanidade cristã comemora o Natal sem atentar no que significou, para a Terra, o nascimento de Jesus. A Sua vinda foi anunciada século após século, por vários profetas. O povo hebreu esperava ansiosamente pelo Messias. Esperava-O como se espera um libertador, um guerreiro que, segundo pensava a maioria, viria libertar o povo de Israel do domínio romano. Imaginavam muitos que o Messias seria um homem rico e poderoso, que viria à frente de exércitos, que venceria os romanos, devolvendo-lhes os sofrimentos e as humilhações impostos aos Judeus, anos a fio. 

Contrastando com as expectativas, a vinda de Jesus não se revestiu do luxo e da pompa de um palácio, nem de demonstrações exteriores de poder. Pelo contrário, as primeiras paredes que o abrigaram foram as de um estábulo e o seu berço foi a humilde palha de uma manjedoura. O seu poder manifestou-se na firmeza de Suas convicções, na força da Verdade e na exemplificação profunda do Amor. 

Sabe-se que o Seu nascimento se deu nessas circunstâncias não por estarem Seus pais em condições de penúria. José, conquanto fosse um carpinteiro pobre, tinha com que pagar uma pousada, pois conforme relatam o Evangelho de Lucas (2:7) e Irmão X (Francisco Cândido Xavier, Antologia mediúnica do Natal, ed. FEB, cap. 50), o casal procurou algumas hospedarias, mas a cidade, em vista do recenseamento, estava repleta de viajantes e não havia aposentos disponíveis. Pode parecer que Jesus nasceu em meio humilde por essa condição meramente circunstancial, de não terem Seus pais encontrado vaga em nenhuma hospedaria de Belém. O Seu nascimento num estábulo pode ter sido circunstancial, mas a condição de pobreza já estava programada, visto ter escolhido a família de um carpinteiro. 

Desde o Seu nascimento, Jesus deixou mensagens da mais profunda significação na História humana. Começou por mostrar que o verdadeiro poder não se manifesta de modo visível senão àqueles que têm olhos de ver, pois emana do Espírito imortal e não da matéria transitória. Começando a vida num berço pobre, entre pessoas comuns, demonstrou a força imensa da simplicidade e da humildade. 

Trinta e três anos mais tarde, para a grande massa popular de Jerusalém, naquela sexta-feira de triste memória, Jesus foi um derrotado, vencido ao peso da iniquidade e dos interesses materiais do sacerdócio judaico. Entretanto, como previsto pelo profeta, Sua passagem pela Terra seria a de um vencedor: O seu túmulo passará como o de um malvado e a sua morte como a de um ímpio. Mas, desde o momento em que oferecer a sua vida, verá nascer uma posteridade e os interesses de Deus hão de prosperar em suas mãos. (Emmanuel/Francisco Cândido Xavier, A Caminho da Luz, ed. FEB, cap. 12). E Emmanuel completa, na obra já citada, Começava a era definitiva da maioridade espiritual da Humanidade terrestre, de vez que Jesus, com a sua exemplificação divina, entregaria o código da fraternidade e do amor a todos os corações. 

Por essas palavras do Benfeitor, vemos que a passagem de Jesus pela Terra não foi a de mais um missionário, mas constituiu-se num marco luminoso na História da evolução humana, foi algo de tal significação que chegou a mudar a contagem do tempo, em antes e depois de Cristo. 

Com o Cristo, o próprio conceito humano de religião mudou completamente. Não mais aquela religião mística, contemplativa, ritualística, cheia de oferendas e fórmulas repetitivas no interior dos templos. Religião, conforme Seus ensinamentos e, principalmente Seus exemplos, passou a ser, para aquele que lhe entendeu as lições, um novo modo de viver, de se relacionar com o próximo, em todos os ambientes, em todos os momentos. Ensinando que Deus está presente em todo o Universo, alargou os limites dos templos, transformando o mundo num templo imenso. 

Jesus, com simplicidade e humildade, mudou milenares conceitos religiosos, a começar pela ideia errônea que se tinha a respeito de Deus, substituindo o conceito Deus temor por Deus amor. Repetiu antigos conceitos de fé a respeito da justiça de Deus, mas em frases de luminosa beleza, colocou a misericórdia acima da justiça, apresentando Deus não mais como aquele soberano inflexível, e sim como Pai amoroso e bom. A bondade e a humildade eram tidas como atributos dos fracos, daqueles que não sabiam lutar, sendo, por isso, os humildes desprezados pelos fortes e poderosos. Jesus veio mostrar a força da humildade, pois Ele, a criatura mais humilde e mansa que a Terra conheceu, abalou para sempre os conceitos de força e de poder, deixando lições que sobreviveram e ganharam adeptos com o passar dos séculos, apesar dos esforços daqueles que quiseram sufocá-las. 

Ensinou, consolou, amparou, curou, libertou do mal pobres e ricos, fracos e poderosos, com a mesma naturalidade e solicitude amorosa. Soube contrapor-se ao mal com sinceridade e firmeza, sem arrogância ou revolta, mesmo nos momentos mais difíceis do Seu testemunho. Como diz Emmanuel, na obra já citada, combateu pacificamente todas as violências oficiais do judaísmo, renovando a Lei Antiga com a doutrina do esclarecimento, da tolerância e do perdão. Espalhou as mais claras visões da vida imortal, ensinando às criaturas humanas que existe algo superior às pátrias, às bandeiras, ao sangue e às leis humanas. Viveu essas verdades, enfrentando sereno e calmo a farsa do Seu julgamento, a zombaria, os flagelos, a cruz e a morte. Coroando Sua passagem pela Terra, deixou o marco da Imortalidade gloriosa ao ressurgir no esplendor do Seu corpo espiritual, mostrando aos discípulos a vitória da vida sobre a morte. 

Da palha da manjedoura à ressurreição gloriosa, Sua passagem pela Terra foi um marco luminoso. 

Nasceu sobre a palha simples de um estábulo, mas mudou o próprio calendário terrestre. 

Transformou aparentes derrotas em marcos luminosos para a evolução humana. 

Condutor da evolução humana, não apenas apontou o caminho a ser seguido, mas, como Mestre perfeito, o trilhou, Ele próprio, à frente. 

De Sua origem humilde, elevou-se como um gigante do Bem, cujas palavras amorosas ressoam até hoje. 

É o aniversário desse Missionário Maior, enviado por Deus à Terra, que comemoramos no dia de Natal. Por termos consciência do valor da mensagem que Ele nos deixou, é que devemos, nesta época do ano, meditar sobre como lhe oferecemos essa comemoração. O que temos a oferecer ao Mestre? É de senso comum que as lições bem aproveitadas agradam aos mestres. 

Estaremos demonstrando a Jesus que somos discípulos aplicados? 

Podemos apresentar-lhe algum progresso desde o último Natal? 

Quanto crescemos em tolerância, bondade, paciência, benevolência, caridade? 

Será que essas festas ruidosas, com bebidas, com excesso de comida, de doces, de presentes estariam ao gosto de Jesus, que primou sempre pela sobriedade e pelo equilíbrio? 

Como nos sentiríamos, se o Sublime Aniversariante viesse à nossa mesa participar da festa que, afinal, é em Sua homenagem? Justo festejemos com alegria, com boas refeições, na companhia de familiares e amigos queridos, num clima de tranquilidade e paz.

sábado, 19 de dezembro de 2020

Que bom que vieste, Jesus!

 


Jesus, quanta alegria em nossa alma quando lembramos o teu nascimento em nosso mundo!

Habitas, por direito, planos de luz e paz na espiritualidade e deixaste-os, para vires viver entre nós...

Sabia que nós, teus irmãos menores, éramos e somos criaturas ainda rudes no sentimento e na ação.

Mas nos amas e saber que podemos nos transformar para melhor, desenvolvendo as qualidades espirituais que Deus, o Pai nosso e teu, colocou em nossos espíritos como semente de vida eterna e evolutiva.

E vieste! Para dizer-nos que a vida do espírito é muito mais valiosa que a do corpo. Não finda no túmulo e é eterna.

Para alcançá-la, é preciso apenas ter “olhos de ver” a verdade invisível e “ouvidos de ouvir” os chamados do Bem. E “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, perdoando sempre para também ser perdoado.

Mestre incomparável, não falaste somente. Demonstraste, vivendo, a lei do serviço incansável em favor do bem de todos, na mais pura e inalterável fraternidade.

Que bom que vieste, Senhor!

Ainda estamos procurando seguir-te os passos, mas já sabemos que, se nos guiarmos por essas verdades que nos ensinaste, encontraremos a paz e instalaremos o amor na Terra.

És, sim, o caminho da verdade e da vida! Ninguém vai ao Pai, senão por ti!

Como o povo de Israel anelava por ti, há dois mil anos, assim precisamos de ti, Messias, Ungido do Senhor, para sairmos das trevas e do pranto, da guerra e da dor, para um mundo de luz e alegria, de paz e solidariedade.

Nasce em nosso coração, Jesus! Aceita o humilde aposento que te oferecemos em nossa alma, neste momento de prece, e vem iluminar a paisagem de nossa vida!

Que estejas conosco, sempre!

Em nossos olhos, ao fitarmos os que nos rodeiam. Em nossa boca, quando com eles falarmos. Em nossos pés, para caminharmos ao encontro deles. E em nossas mãos, para ajudá-los sempre que precisarem.

Sentindo-te dentro de nós, Jesus, invade-nos imensa alegria e vem-nos um anseio de amor por toda a humanidade!

Ah, o canto dos anjos em teu Natal na Terra! .... Agora o compreendemos, integralmente, pois também a nossa alma canta:

Glória a Deus nas alturas! Paz na Terra! Boa vontade para com todas as criaturas!

 

Therezinha Oliveira. Jesus, O Cristo. Editora Allan Kardec. 2006.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

A Presença do Amor

 


O amor — alma da vida — é o hálito divino a espraiar-se em toda parte, manifestando a Paternidade de Deus.

Onde quer que se expresse, imanta quantos se lhe acercam, modificando a estrutura e a realidade para melhor.

No amor se encontram todas as motivações para o progresso, emulando ao avanço, na libertação dos atavismos que, por enquanto, predominam em a natureza humana.

Por não se identificar com o amor na sua realização incessante, a criatura posterga a conquista dos valores que a alçam à paz e a engrandecem.

Sem o amor se entorpecem os sentimentos, e a marcha da sensação para a emoção torna-se lenta e difícil.

Em qualquer circunstância o amor é sempre o grande divisor de águas.

Vivendo-o, Jesus modificou os conceitos então vigentes, iniciando a Era do Espírito Imortal, que melhor expressa todas as conquistas do pensamento.

Se te encontras sob a alça de mira de injunções dolorosas, sofrendo incompreensões e dificuldades nos teus mais nobres ideais, não te abatas, ama.

A noite tempestuosa e sombria não impede que as estrelas brilhem acima das nuvens borrascosas.

Se o julgamento descaridoso te perturba os planos de serviço, intentando descoroçoar-te, mediante o ridículo que te imponham, mesmo assim, ama.

O sarçal aparentemente amaldiçoado, no momento oportuno abre-se em flor.

Se defrontas a enfermidade sorrateira que intenta dominar as tuas forças, isolando-te no leito da imobilidade e reduzindo as tuas energias, renova-te na prece e ama.

O deserto de hoje foi berço generoso de vida e pode, de um momento para outro, sob carinhoso tratamento, reverdecer-se e florir.

O amor é bênção de que dispões em todos os dias da tua vida para avançares e conquistares espaços no rumo da evolução.

Não te canses de amar, sejam quais forem as circunstâncias por mais ásperas se te apresentem.

A Doutrina de Jesus, ora renascida no pensamento espírita, é um hino-ação de amor, assinalando a marcha do futuro através das luzes da razão unida à fé em consórcio de legítimo amor.


Joanna de Ângelis

Psicografia de Divaldo Pereira Franco

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

 


Fé que é sempre calma

Irmanada nas Leis da Natureza

Traz em si toda a certeza

De uma vida plena e nova

Fé que me esclarece e acrisola

Em minh’alma reside e vigora

Sublimando todo o meu ser.

 

Fé que me consola e conduz

És firmeza em meus passos

E que nas sombrias intempéries

dos caminhos, se faz luz

Teu nome indelével

em mim está escrito

com o selo de Jesus.

 

Amara Luzia 

Psicografado por Carlos Pereira

domingo, 13 de dezembro de 2020

O Brilho do Natal

 


Brilha, de novo, o Natal de Jesus no mundo!

A manjedoura, a estrela, os pastores felizes.

Chega o Mestre trazendo novas diretrizes,

Enaltecendo o bem, o trabalho e o amor,

Ensina, cura e canta o subido valor

Do sal que à Terra empresta sabor profundo.

 

Brilha um novo Natal com seus novos matizes,

E a busca de Jesus pelo agasalho humano

Incansável prossegue, ainda que seja um pano

Como a mais sincera oferta dos corações.

Busca alcançar as almas, famílias, nações,

Onde a ventura possa, então, deitar raízes.

 

Brilha agora o Natal com pujante vigor,

Esparzindo esperanças na vida da gente,

Quando claudica a fé e a dor é renitente.

Convoca-nos, Jesus, à coragem sem jaça,

A mostrar que na Terra toda angústia passa

Para quem forja a fé nos empenhos do amor.

 

É que, esplêndido, o Natal brilha ano após ano,

Como sempre inspirando-nos benevolência,

Ao mesmo tempo a lhaneza e a doce paciência,

Para que junto ao lar ou no trabalho diário,

Noss'alma seja qual precioso relicário

Das blandícias do Céu em prol do ser humano.

 

Brilha o Natal, cada vez mais aconchegante,

A nos propor novos caminhos de prudência

Ante as mais graves decisões e, sem violência,

Tudo possamos resolver na luz do bem,

Seguindo assim, sem guardar mágoa de ninguém,

Bem junto à vibração de Jesus abençoante.

 

Brilha o Natal no imo da mais tosca choupana,

Como brilha no paço mais rico do mundo,

Para ensinar-nos, em verdade, que, no fundo,

Tem pouca importância a riqueza exterior,

Quando seguimos vinculados ao Senhor,

Cuja aura sublime todo o planeta irmana.

 

Ave, Senhor, ante o Teu berço recordado!

Ante Tua saga proclamada como um marco,

Diante do poderio humano, ingênuo e parco,

Que não resiste do tempo à força e à voragem.

Que o Teu augusto coração dê-nos coragem

De viver Teu Natal de íntimo renovado.

 

Brilha, de novo, o Natal de Jesus no mundo!

A manjedoura, a estrela e novas esperanças

De que aqui se implemente as sonhadas mudanças.

A Terra roga a Deus equilíbrio, equidade,

P'ra viver sob a luz do amor e da verdade,

Cada dia, com Cristo, o Natal mais fecundo.

 

Raul Teixeira. Pelo Espírito Ivan de Albuquerque.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

A Presença de Jesus em nossa Vida

 


O mês de dezembro evoca-nos lembranças agradáveis. O ambiente parece renovado, leve e propício à paz. 

Não obstante os conflitos externos e o caos que teimam em imperar nas relações humanas, intimamente nos sentimos envolvidos por proteção espiritual elevada, que nos faz nutrir sentimentos, pensamentos e vibrações de solidariedade e bem-estar. 

Nesse período, ficamos dispostos a olhar para o semelhante como irmão, merecedor de atenção e acolhimento. Recordamo-nos dos ensinos do Evangelho e lembramo-nos de passagens que sugerem a prática do bem e o entendimento na relação com o próximo. 

Manuel Quintão1 afirma que o “Consolador é a onipresença de Jesus na Terra.” O contributo do Espiritismo está em divulgar a mensagem evangélica na sua essência e destacar a imperiosa necessidade de se vivenciar as lições do Cristo no cotidiano de nossas existências. Cada um fazendo o que for possível, o que estiver ao seu alcance, sem exigir nada além do que pode doar de si mesmo. O Divino Amigo espera que cada um faça a sua parte. Basta pouco para fazermos a diferença em benefício do próximo, seja amigo ou familiar, conhecido ou desconhecido. 

O Natal tem valioso significado para nós, aprendizes do Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita. Um novo olhar, para além do material e comercial, do Papai Noel e do utilitarismo, precisamos vislumbrar. 

Ao refletir sobre o significado do Natal, pensei no exercício que os poetas fazem para expressarem suas ideias por meio do acróstico. 

Nascimento do Cristo no coração de cada um. Renascimento em cada novo dia de existência aqui na Terra e dos que habitam outras paragens. Disposição para recomeçar quantas vezes forem necessárias e cada vez mais assertivamente para que a experiência tenha valido a pena. Sentir a presença do Cristo na intimidade, reconhecendo que somos deuses e podemos muito, se nos alinharmos com os propósitos superiores das Leis Divinas, por meio de atitudes e comportamentos que se coadunem com a ética e a moral, a conferir dignidade humana a todos os seres de boa vontade. 

Amor, a traduzir-se no olhar de Deus sobre nossas vidas, como nos ensina o filósofo espírita Léon Denis2, desejando registrar que nunca estamos sozinhos na caminhada evolutiva. A Paternidade Divina vela por todos os seus filhos, sempre lhes ofertando o melhor, em consonância com o merecimento e a necessidade de cada um. O amor é a palavra de ordem e de sensibilidade no automatismo do cumprimento da Lei Maior que rege as relações harmoniosas entre todos e tudo na Natureza. Por isso, o mandamento maior expressa-se no verbo amar e no substantivo amor: amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a nós mesmos. Se houver dúvida, Jesus esclarece: “um novo mandamento vos dou, o de que ameis uns aos outros como eu vos amei.” Jesus é nosso guia e modelo, Mestre e Senhor, e seu Evangelho, o nosso GPS… 

Tolerância é o convite ao entendimento universal, à compreensão do comportamento alheio, sem preconceitos nem julgamentos. É o requisito da paz e da fraternidade, culminando na tríade que fundamentou a missão de Allan Kardec: Trabalho, solidariedade e tolerância. Integra o conceito de caridade, conforme a entendia Jesus, por meio do vocábulo indulgência.3 

Alteridade consiste na consideração pelo próximo, por seus interesses e vontade, respeitando suas ideias e liberdade de ação e de pensamento, sem coerção de qualquer natureza. Trata-se do respeito ao direito do outro, independentemente de partido, religião, filosofia, gênero e classe social. 

Libertação das amarras do passado infeliz, de erros pretéritos e de preconceitos característicos do homem velho que demanda renovação. Descobrimento da verdade imortal e absoluta que sacia a sede espiritual da criatura para todo o sempre. Concessão ao Espírito em estado de plenitude, no usufruto de suas conquistas individuais pelo esforço e aplicação, abnegação (renúncia a si mesmo) e devotamento (doação ao próximo). 

É por isso que o Natal não é apenas a promessa da fraternidade e da paz que se renova alegremente, entre os homens, mas, acima de tudo, é a reiterada mensagem do Cristo que nos induz a servir sempre, compreendendo que o mundo pode mostrar deficiências e imperfeições, trevas e chagas, mas que é nosso dever amá-lo e ajudá-lo mesmo assim.4 

Eis o significado do Natal: a presença de Jesus em nossas vidas, materializada em gestos simples de caridade, ofertados aos irmãos de caminhada evolutiva em todos os dias de existência no abençoado planeta que nos serve de morada, escola, hospital e oficina de trabalho. 

Referências: 

1 QUINTÃO, Manuel. A poesia perdida. In: XAVIER, Francisco Cândido. O espírito da verdade. Por Espíritos diversos. Brasília: FEB, 2018. 

2 DENIS, Léon. A vontade. In: _____. O problema do ser, do destino e da dor. Brasília: FEB, 2018. 

3 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Brasília: FEB, 2018. Q. 886. 

4 XAVIER, Francisco Cândido. Antologia mediúnica do Natal. Por Espíritos diversos. Brasília: FEB, 2014. Cap. 7.

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