sábado, 4 de outubro de 2008

Sempre Lembrados: "Francisco de Assis"



“Irmão Sol, Poverello, “Médium do Cristo” (na doutrina espírita), “Apóstolo da Pobreza”, muitos são os títulos usados para definir a esse grande missionário, que em sua breve passagem entre nós, nos legou uma bela história de amor e fé. Francesco Bernadone, (Francisco de Assis), é o nosso homenageado do mês no Manancial de Luz, pela profunda admiração que tenho por ele e por seus exemplos de amor e devotamento ao Cristo e também pela passagem da data em que se recorda o seu desencarne, aos 3 de outubro de 1226. No “Sempre Lembrados”, dedico uma biografia que resume sua vida, destacando os principais acontecimentos e seus grandes ensinamentos”.

Aos 26 de setembro de 1181, na cidade de Assis, Úmbria (centro da Itália), nasceu Giovanni Bernadone (João Bernadone, seu primeiro nome, mais tarde seu pai o altera para Francesco Bernardone, muitos dizem que em homenagem a França, devido a suas relações comerciais com esse país), filho de Pietro Bernardone, um nobre comerciante de tecidos e Pica Bernardone, mulher amorosa, dada aos afazeres domésticos.
Francesco cresce em meio a uma vida abastada e como todo jovem rico daquela época, sonhava com os títulos de nobreza, muito influenciado pelo pai e os conflitos existentes entre os senhores feudais e os comunas, tornar-se guerreiro servindo ao exército, tentando assim, as honras militares.
Também desde cedo, a sua mediunidade aflorava, sua educação católica fazia com que entrasse em contato com os valores espirituais, possuía uma grande ligação com Maria, mãe de Jesus, e tinha por sua mãe verdadeira adoração e enorme afinidade. Tinha sonhos que na verdade, eram desdobramentos, em que era levado aos cenários da guerra e seduzido por toda sorte de armas e ricas indumentárias militares, em um deles, estando em combate, é questionado sobre as suas reais intenções. Uma voz lhe argüia: - Para onde vais?, -combater na Apúlia, ele respondia. – Quem lhe pode ser mais útil? o servo, ou o senhor? –O senhor, continuava ele.
-Então, por que preferes o servo ao senhor? -que queres que eu faça Senhor?, ele perguntava, –Volta para terra em que nasceste, pois farei se cumprir espiritualmente a visão que tiveste.
Ainda em combate é preso, e depois de longos meses de sofrimento no cárcere, retorna muito debilitado ao seu lar, ficando sob os cuidados de sua mãe.
A partir daí, começa os seus questionamentos entre os valores espirituais e os carnais, um dia, já refeito, quando caminhava pela cidade, encontra-se com um leproso (considerados na época como escória e abandonados ao relento); tomado por uma enorme compaixão, aproxima-se desse homem e beija a sua mão e generosamente, oferece-lhe uma bolsa de moedas. Sentindo as sensações benfazejas da caridade, retorna ao local de encontro para rever a esse homem e ele desaparece misteriosamente.
Após esse fato, ele começa a entender a sua missão e passa dedicar-se por inteiro a ela, costumava passar horas, orando em frente a um crucifixo, numa capela velha e abandonada de São Damião e pedia a Jesus que o fizesse sempre agir segundo a sua vontade, e lá é convidado por uma voz a restaurar aquela capela, o que faz com a ajuda do dinheiro que possuía do seu pai.
Acusado de furto pelo seu pai, humilhado num julgamento em praça pública, ele devolve todo o dinheiro e lhe entrega até a sua própria roupa, despindo-se e se proclamando filho e servo do Senhor, “arauto do grande Rei, Jesus Cristo”. Abandona a tudo, família, riqueza e passa a viver uma vida de recolhimento, ao lado dos pobres e doentes. Desperta para um amor tão profundo por todos os seres vivos, pela natureza, que dialogava com os animais; a tudo chamava de irmão: “irmão pássaro”, “irmã borboleta”, “irmão sol, irmã lua”. Seu magnetismo tão bom e intenso fazia com que fosse atendido, conta-se que certa vez pregara para um enorme bando de andorinhas.
Era desdenhado, perseguido e considerado como louco por muitos que não compreendiam e aceitavam os seus ideais nobres, elevados e o seu amor puro. Andarilho viajava percorrendo pelas cidades, pregando o evangelho e vivendo de esmolas, fundou junto com mais doze companheiros, em 16 de abril de 1209, a “Ordem dos Frades Menores”.
“Francisco orava e trabalhava sem cessar, assistia as viúvas, às crianças famintas e a todos os excluídos, fosse no campo, nas cidades ou nos mosteiros. Orava intensamente pela conversão dos pecadores, proclamava a paz, pregando a salvação e a penitência para remissão dos pecados, resolvia conflitos, desavenças, estabelecendo sempre a harmonia em nome do Senhor”. (Wikipedia)

Assistiu e conviveu com as perseguições aos cristãos, comandados por Mulçumanos nas “Cruzadas”, onde muitos dos seus seguidores foram martirizados, decapitados e mutilados. Mantinha intensos diálogos com Jesus, através de sua mediunidade, e era pego muitas vezes em profundos estados de êxtase, tendo “visões celestiais”.
Em 14 de setembro de 1224, já muito adoentado, quase cego, em um de seus desdobramentos recebe os estigmas do Divino Mestre, (seu corpo apresenta-se com as mesmas chagas do sofrimento de Jesus, em seu calvário), e em 3 de outubro do ano de 1226, despede-se de sua vida material, concluindo a sua missão, retornando a pátria espiritual, com toda certeza, ao lado do seu amigo e Mestre Jesus.

São suas mensagens:

"Concedei-me Senhor, que Vos conheça, para poder agir sempre segundo a vossa luz e de acordo à vossa Santíssima vontade".

"O trabalho, embora humilde e simples, confere honra e respeito e sempre será um mérito ante Nosso Senhor".

"Todos os seres são iguais, pela sua origem, seus direitos naturais e divinos e seu objetivo final."

"Senhor, fazei-me instrumento de Vossa paz..." (em sua famosa oração)

“Benditos sejam os que nos maltratam o coração porque, verdadeiramente, são estes, meus filhos, os nosso vigilantes e os que nos ajudam a seguir o Cristo com maior segurança, pois Deus, através deles, nos ajuda na auto educação, de maneira que fiquem abertas todas as portas para o Amor Universal.”


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