quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Sempre Lembrados: Auta de Souza

O “Sempre Lembrados” desse mês, bem como todo trabalho do nosso blog será especialmente dedicado a “Auta de Souza” pela passagem de sua data natalícia e o seu legado de amor, nos planos físico e espiritual.

Nascida em 12 de setembro de 1876, em Macaíba, atual cidade do Rio Grande do Norte, essa franzina mulher teve uma vida marcada por sofrimentos e perdas em sua família. Muito cedo, mesmo antes de completar três anos de idade ficou órfã de mãe e aos quatro anos de idade perdeu o seu pai, ainda aos dez anos perde o seu irmão Irineu em trágico acidente. Auta de Souza, junto com seus quatro irmãos foram criados no Recife pela avó materna Dona Silvina Maria da Conceição de Paula Rodrigues (a Dindinha) e seu esposo Francisco de Paula Rodrigues, que desencarnou quando ela tinha 16 anos. Estudou em Colégios religiosos, no Colégio São Vicente de Paulo aprendeu idiomas como o inglês e o francês que lhe permitiu a leitura original de autores estrangeiros, como Victor Hugo, Chateaubriand, Fénelon entre outros e ávida em conhecer os ensinamentos do Mestre Jesus, dedica-se a leituras diárias do evangelho.
Católica, não se rendeu aos dogmas da igreja e demonstrou seu amor por Jesus Cristo com a sua fé ardorosa e sentimento de compaixão aos humildes e escravos, se comovendo com as dores dos menos favorecidos. Aos 14 anos começam a aparecer os sintomas da tuberculose, doença que lhe tiraria a vida estando ainda muito jovem, com apenas 24 anos, em 07 de fevereiro de 1901, na cidade de Natal.
Uma sucessão de fatos tristes marcou muito a sua vida, aos 16 anos conhece o Promotor Público da cidade de Macaíba, Sr. João Leopoldo da Silva Loureiro, por quem enamora-se, tendo com o mesmo um curto relacionamento não correspondido ao tamanho da pureza dos seus sentimentos; tudo isso era demonstrado em seus versos.
Entre suas obras em vida estão: “Histórias de Carlos Magno” em brochuras, “Horto” seu único livro publicado em 20 de junho de 1900, que retrata a sua fé cristã e suas dores. Após o seu desencarne, seu espírito iluminado apresenta-se nas mensagens psicografadas pelo médium Chico Xavier no livro “Parnaso de Além Túmulo”, lançado em 1936 pela Federação Espírita Brasileira.

Suas frases, pensamentos e poesias:


“Todo o bem que plantares nessa vida há de esperar tua alma redimida nos caminhos de luz e redenção!” (do poema Carta Íntima, psicografia de Chico Xavier)

“Cessa a mágoa que te agride. No momento de derrota... A caridade dos Céus é fonte que não se esgota.” (Auta de Souza. Chico Xavier - Do Livro: "Roseiral de Luz")

“Por mais tropeços na estrada, serve, crê, constrói e avança, quem caminha com Jesus não se afasta da esperança.” (Auta de Souza)




NOSSA SENHORA DA AMARGURA


Mãe das Dores, Senhora da Amargura,
Eu vos contemplo o peito lacerado
Pelas mágoas do filho muito amado,
Nas estradas da vida ingrata e dura.

Existe em vosso olhar tanta ternura,
Tanto afeto e amor divinizado,
Que do vosso semblante torturado
Irradia-se a luz formosa e pura;

Luz que ilumina a senda mais trevosa,
Excelsa luz, sublime e esplendorosa
Que clareia e conduz, ampara e guia.

Senhora, vossas lágrimas tão belas
Assemelham-se a fúlgidas estrelas:
Gotas de luz nas trevas da agonia.

Auta de Souza


Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier - Publicado
em "Novo Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro para 1932" - Lisboa/Portugal

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