sexta-feira, 30 de abril de 2010

Chico Xavier – Mediunidade e Caridade com Jesus e Kardec












A mediunidade, faculdade que possibilita ao homem comunicar-se com os Espíritos desencarnados, existe desde que o ser humano se encontra na Terra, tendo sido sempre instrumento da Providência Divina para a evolução da Humanidade.

A caridade, conforme a entende Jesus, ou seja, “benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”, é, para o homem, a expressão mais elevada da Lei de Amor que emana de Deus.

A Doutrina Espírita, revelada pelos Espíritos superiores, inserida nas obras básicas de Allan Kardec, a qual se constitui no Consolador prometido por Jesus, trouxe-nos a clara compreensão de que somos Espíritos imortais em constante processo de evolução, através de múltiplas encarnações, e que existem as leis morais regendo a nossa vida, cabendo-nos respeitá-las, em nosso próprio interesse.

Francisco Cândido Xavier, seguindo disciplinadamente os princípios da Doutrina Espírita, os quais possibilitam melhor compreensão do Evangelho de Jesus, demonstrou a todos nós que estes princípios não são apenas os mais nobres e elevados que se encontram ao alcance de todos os homens, mas, também, que é perfeitamente possível colocá-los em prática com fidelidade, sem desvios ou distorções.

Pondo a sua mediunidade a serviço do Evangelho, Chico Xavier possibilitou uma compreensão mais aprofundada dos ensinos que a Doutrina Espírita nos apresenta, e, tendo por diretriz de vida a prática fiel da caridade, tal como Jesus a ensinou e exemplificou, deixou um roteiro de vida que, se seguido, permitirá que saiamos, gradativa e seguramente, da faixa dos Espíritos, encarnados ou desencarnados, que vivem no círculo vicioso da dor e do engano, para ingressar na faixa dos Espíritos que, pela dedicação ao bem, começam a construir uma paz interior decorrente da tranqüilidade de consciência, por se esforçarem na vivência da Lei de Amor que emana do Criador e rege a nossa existência.

Sabemos, com a Doutrina Espírita, que Jesus é o Guia e Modelo da Humanidade. Agora temos, também, mais próximo de nós, o exemplo de Chico Xavier, que orienta, motiva e serve de referência para o exercício na prática do bem, que nos cabe realizar.


Texto e Imagem: Revista o Reformador, abril de 2010

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Música Espírita : Exílio (Homenagem a Chico Xavier) – Elizabete Lacerda

Uma homenagem a Chico Xavier com a canção Exílio, de autoria de Elizabete Lacerda e dedicada ao centenário de nascimento do médium. No vídeo acompanhamos cenas e fotos do filme Chico Xavier, entremeadas com a sensacional interpretação da canção, na voz da compositora mineira.


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Luzes de Amor

Luzes que são sementes no solo da alma, renovando as nossas vidas.


Luz de Amor

Luz de amor que se conserva,
Lembra o Sol varrendo a bruma:
Dá-se a todos sem reserva,
Mas não pede cousa alguma.

Meimei

Da obra: “Chão de Flores” de Francisco Cândido Xavier.




Ama Sempre

Descerra teu coração à luz do grande amor, a fim de que as dores humanas encontrem contigo o bálsamo do entendimento e a fonte do perdão.

Situados uns à frente dos outros, no campo imenso da vida, é imprescindível reconhecer que todos possuímos dificuldades e inibições.

Se pretendes acompanhar o Mestre da Cruz, compadece-te dos outros tanto quanto Ele se compadece de nós.

Através de todos os ângulos do caminho, Jesus não catalogou delinqüentes incorrigíveis naqueles que se lhe apresentavam à visão, carregando arrependimentos e culpas, mas sim vítimas infortunadas do mal na rede do sofrimento exigindo socorro para se levantarem na dignificação de si mesma.

Onde estiveres, passa ajudando!...

Aos teus olhos esse irmão entregou-se ao vício, aquele se rendeu à sombra do crime, aquele outro desceu ao menosprezo de si próprio com que se faz credor de sarcasmo e desconsideração... Entretanto, não sabes até que ponto terão resistido às sugestões das trevas e talvez jamais tiveram as oportunidades que te enriquecem os dias.

Lembra-te da Divina Misericórdia que te situou a existência nos braços maternais, olvidando-te o pretérito obscuro para que te restaures, e perdoa sempre aos companheiros necessitados de carinho e renascimento.

O pântano auxiliado converte-se em celeiro de pão.

Não acuses, nem critiques.

Ama sempre, para que o amor, o Cristo da Verdade, em se doando ao sacrifício supremo, se fez o divino renovador da Terra, transformando-se para nós todos em padrão de vida eterna e em modelo de luz.


Emmanuel

Psicografia em Reunião Pública.Data – 1958.
Local – Centro Espírita Luiz Gonzaga, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas.




Maior Amor

Maior amor é o que encerra
O amor que nos vem do Cristo,
Atende a todos, na Terra,
Amparando sem ser visto.

Juvenal Galeno

Da obra: “Chão de Flores”, de Francisco Cândido Xavier.




Ciência e Amor

“A ciência incha, mas o amor edifica.” — Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, capítulo 8, versículo 1.)

A ciência pode estar cheia de poder, mas só o amor beneficia. A ciência, em todas as épocas, conseguiu inúmeras expressões evolutivas. Vemo-la no mundo, exibindo realizações que pareciam quase inatingíveis. Máquinas enormes cruzam os ares e o fundo dos oceanos. A palavra é transmitida, sem fios, a longas distâncias. A imprensa difunde raciocínios mundiais. Mas, para essa mesma ciência pouco importa que o homem lhe use os frutos para o bem ou para o mal. Não compreende o desinteresse, nem as finalidades santas.

O amor, porém, aproxima-se de seus labores e retifica-os, conferindo-lhe a consciência do bem. Ensina que cada máquina deve servir como utilidade divina, no caminho dos homens para Deus, que somente se deveria transmitir a palavra edificante como dádiva do Altíssimo, que apenas seria justa a publicação dos raciocínios elevados para o esforço redentor das criaturas.

Se a ciência descobre explosivos, esclarece o amor quanto à utilização deles na abertura de estradas que liguem os povos; se a primeira confecciona um livro, ensina o segundo como gravar a verdade consoladora. A ciência pode concretizar muitas obras úteis, mas só o amor institui as obras mais altas. Não duvidamos de que a primeira, bem interpretada, possa dotar o homem de um coração corajoso; entretanto, somente o segundo pode dar um coração iluminado.

O mundo permanece em obscuridade e sofrimento, porque a ciência foi assalariada pelo ódio, que aniquila e perverte, e só alcançará o porto de segurança quando se render plenamente ao amor de Jesus-Cristo.


Emmanuel

Do livro Caminho, Verdade e Vida, de Francisco Cândido Xavier



Missão do Amor

Amor, o amor quando é puro;
É uma estrela em luz sem fim...
Brilha em lama, cinza e treva;
E ama sempre mesmo assim.

Targélia Barreto

Da obra: “Chão de Flores”, de Francisco Cândido Xavier.




Verdade e Amor


Efetivamente, todos nos dirigimos para a verdade suprema que é luz viva, mas, até lá, de quantas lições careceremos para nos desvencilharmos da sombra?

E, a fim de aprendermos o caminho certo para as realizações eternas, só o amor pode tutelar-nos com segurança.

***

Todos somos, na Terra - os espíritos encarnados e os desencarnados que ainda nos vinculamos a ela -- uma família só, a caminho da imortalidade.

Entretanto, na longa excursão evolutiva, quantos de nós teremos tido necessidade ou ainda estaremos necessitados de apoio?

Este acreditou que o afeto exigia violência para confirmar-se e caiu na criminalidade, mutilando-se ao pretender mutilar.

Aquele se admitiu suficientemente forte para oprimir os destinos alheios e estirou-se nos excessos do poder, destrambelhando o cérebro e gastando tempo vasto em moléstia e restauração.

Outro assumiu débito enorme, escravizando-se a situações complexas, das quais dependerá laborioso esforço para sair.

Outro, ainda, se iludiu com relação a repouso e alegria sem bases na responsabilidade e perdeu temporariamente a faculdade de discernir, transviando-se em labirintos de cegueira espiritual.

Realmente, devem todos esses nossos irmãos ser reajustados e curados, a fim de prosseguirem jornada acima. Entretanto, para isso, não bastaria sacudi-los com afirmativas condenatórias acerca das ruínas e lutas em que se encontram.

Urge administrar-lhes cuidado, assistência, remédio, compreensão.

***

Assemelhamo-nos, de modo geral, no Planeta Terrestre, até agora, a alunos no educandário ou doentes no sanatório.

Sem que nos entendamos e nos auxiliemos mutuamente, ser-nos-á impossível adquirir reajuste e esclarecimento.

***

Com toda a certeza brilharão mundos na Imensidade Cósmica, nos quais criaturas já se transformaram em luz, confundindo-se com o esplendor dos Sóis em que se conjugam as realidades excelsas da vida. Mas, na Terra, por enquanto, e provavelmente por muitos séculos ainda embora a nossa obrigação de render culto incessante à verdade -- fora do amor o nosso problema de equilíbrio e de reequilíbrio não terá solução.


Emmanuel

Do livro, Chico Xavier pede Licença, de Francisco Cândido Xavier - Espíritos diversos.

terça-feira, 27 de abril de 2010

O Caso Humberto de Campos

O Curioso Caso do Poeta Humberto de Campos


Desencarnado em 1934 o festejado escritor brasileiro Humberto de Campos iniciou, em 1937, pela mediunidade de Chico Xavier, a transmissão de várias obras de crônicas e reportagens, todas editadas pela Federação Espírita Brasileira, entre as quais sobressai "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho".
No ano de 1944, a viúva de Humberto de Campos ingressou em juízo, movendo um processo, que se torna célebre, contra a Federação Espírita Brasileira e Francisco Cândido Xavier, no sentido de obter uma declaração, por sentença, de que essa obra mediúnica "era ou não do ‘Espírito’ de Humberto de Campos", e que em caso afirmativo, se aplicassem as sanções previstas em Lei. O assunto causou muita polêmica e, durante um bom tempo, ocupou espaço nos principais periódicos do País.

D. Ana de Campos Veras, mãe do popular escritor, rompeu o silêncio para ofertar ao médium de Pedro Leopoldo a fotografia do seu próprio filho, com esta expressiva dedicatória:

"Ao Prezado Sr. Francisco Xavier, dedicado intérprete espiritual do meu saudoso Humberto, ofereço com muito afeto esta fotografia, como prova de amizade e gratidão. Realmente - disse dona Ana Campos - li emocionada as Crônicas de Além-Túmulo, e verifiquei que o estilo é o mesmo de meu filho. Não tenho dúvidas em afirmar isso e não conheço nenhuma explicação científica para esclarecer esse mistério, principalmente se considerarmos que Francisco Xavier é um cidadão de conhecimentos medíocres. Onde há fraude? Na hipótese de o Tribunal reconhecer aquela obra como realmente da autoria de Humberto, é claro que, por justiça, os direitos autorais venham a pertencer à família. No caso, porém, de os juízes decidirem em contrário, acho que os intelectuais patriotas fariam ato de justiça aceitando Francisco Cândido Xavier na Academia Brasileira de Letras... Só um homem muito inteligente, muito culto, e de fino talento literário, poderia ter escrito essa produção, tão identificada com a de meu filho."

Na noite de 15 de julho de 1944, quando o processo atingia o clímax, o Espírito Humberto de Campos retorna pelo lápis do médium Chico Xavier, tecendo, no seu estilo inconfundível, uma belíssima e emocionante página sobre o triste problema levantado pela incompreensão humana, página que pode ser devidamente apreciada no livro "A Psicografia ante os Tribunais".

Daí por diante, ele passou a assinar-se, simplesmente, Irmão X, versão evangelizada do Conselheiro XX, como era conhecido nos meios literários quando encarnado.

A Autora, D. Catarina Vergolino de Campos, foi julgada carecedora da ação proposta, por sentença de 23 de agosto de 1944, do Dr. João Frederico Mourão Russell, juiz de Direito em exercício na 8° Vara Cível do antigo Distrito Federal. Tendo ela recorrido dessa sentença, o Tribunal de Apelação do antigo DF manteve-a por seus jurídicos fundamentos, tendo sido relator o saudoso ministro Álvaro Moutinho Ribeiro da Costa.


Miriam Lins Caetano ( do Jornal Revelação on-line )


Essa é uma das mensagens ditadas a Chico Xavier pelo espírito Humberto de Campos, que está na obra “Pontos e Contos”, livro que reúne contos e crônicas do Irmão X ( pseudônimo usado nessa época pelo médium, nas mensagens do autor espiritual ) :


O Discípulo de Perto


Efraim, filho de Atad, tão logo soube que Jesus se rodeava de pequeno colégio de aprendizes diretos para a enunciação das Boas Novas, veio apressado em busca de informes precisos.

Divulgava-se, com respeito ao Messias, toda sorte de comentários.

O povo se mantinha oprimido. Respirava-se, em toda parte, o clima de dominação. E Jesus curava, consolava, bendizia... Chegara a transformar água em vinho numa festa de casamento...

Não seria ele o príncipe esperado, com suficiente poder para redimir o Povo de Deus?

Certamente, ao fim do ministério público, dividiria cargos e prebendas, vantagens e despojos de subido valor.

Aconselhável, portanto, disputar-lhe a presença. Ser-lhe-ia discípulo chegado ao coração.

De cabeça inflamada em sonhos de grandeza terrestre, procurou o Senhor que o recebeu com a bondade de sempre, embora tisnada de indefinível melancolia.

O Cristo havia entrado vitorioso em Jerusalém, mas achava-se possuído de imanifesta angústia.

Profunda tristeza transbordava-lhe do olhar, adivinhando a flagelação e a cruz que se avizinhavam.

Sereno e afável, pediu a Efraim lhe abrisse o coração.

– Senhor! – disse o rapaz, ardendo de idealismo – aceita-me por discípulo, quero seguir-te, igualmente, mas desejo um lugar mais próximo de teu peito compassivo!... Venho disputar-te o afeto, a companhia permanente!... Pretendo pertencer-te, de alma e coração...

Jesus sorriu e falou, calmo:

– Tenho muitos seguidores de longe; aspirarás, porventura, à posição do discípulo de perto?

– Sim, Mestre! – exclamou o candidato, embriagado de esperança no poder humano – que fazer para conquistar semelhante glória?

O Divino Amigo, que lhe sondava os recônditos escaninhos da consciência, esclareceu, pausadamente:

– O aprendiz de longe pode crer e descrer, abordando a verdade e esquecendo-a, periodicamente, mas o discípulo de perto empenhará a própria vida na execução da Divina Vontade, permanecendo, dia e noite, no monte da decisão.

O seguidor de longe provavelmente entreter-se-á com muitos obstáculos a lhe roubarem a atenção, mas o companheiro de perto viverá em suprema vigilância.

O de longe sente-se com liberdade para buscar honrarias e prazeres, misturando-os com as suas vagas esperanças no Reino de Deus, mas o de perto sofrerá as angústias do serviço sacrificial e incessante.

O de longe dispõe de recursos para encolerizar-se e ferir; o de perto armar-se-á, através dos anos, de inalterável paciência para compreender e ajudar.

O de longe alegará dificuldades para concentrar-se na oração, experimentando sono e fadiga; o de perto, contudo, inquietar-se-á pela solução dos trabalhos e caminhará sem cansaço, em constante vigília.

O de longe respirará em estradas floridas, demorando-se na jornada quanto deseje; o de perto, porém, muita vez seguirá comigo pelo atalho espinhoso.

O de longe dar-se-á pressa em possuir; o de perto, no entanto, encontrará o prazer de dar sem recompensa.

O de longe somente encontra alegria na prosperidade material; o de perto descobre a divina lição do sofrimento.

O de longe padecerá muitos melindres; o de perto encher-se-á de fortaleza para perdoar sempre e recomeçar o esforço do bem, quantas vezes se fizerem necessárias.

O de longe não cooperará sem honras; o de perto servirá com humildade, obscuro e feliz.

O de longe adiará os seus testemunhos de fé e amor perante o Pai; o de perto, entretanto, estará pronto a aceitar o martírio, em obediência aos Celestes Desígnios, a qualquer momento.

Após longa pausa, fixou em Efraim os olhos doces e indagou :

– Aceitarás, mesmo assim?

O candidato, algo confundido, refletiu, refletiu e exclamou:

– Senhor, os teus ensinos me deslumbram!...

Vou à Casa de Deus agradecer ao Santo dos Santos e volto, dentro de uma hora, a fim de abraçar-te o sublime apostolado, sob juramento!...

Jesus aceitou-lhe o amplexo efusivo e ruidoso, despediu-se dele, sorrindo, mas Efraim, filho de Atad, nunca mais voltou.



Irmão X

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Imagem e Mensagem : Agradecemos – Emmanuel

Esse é um vídeo mensagem da TV espírita Mundo Maior, com a psicografia "Agradecemos", de Chico Xavier, ditada pelo espírito Emmanuel e gravada em áudio na voz do próprio médium. A mensagem nos convoca ao autoconhecimento e traz um momento de reflexão e agradecimento a Deus pelos dons que nos são ofertados.


domingo, 25 de abril de 2010

Mensagem da Semana


Ouvir a Mensagem
Voz de Chico Xavier


Pão, Ouro e Amor



Aquele diz: “Isto é meu”.

Outro afirma: “Guardo o que me pertence”.

Entretanto, só Deus é o legítimo Senhor de Tudo.

Rejubilas-te com a nutrição...

Contudo foi Ele quem promoveu a sustentação da semente para que a semente, convertida em pão, te assegure o equilíbrio.

Orgulhas-te do dinheiro que te garante a aquisição das utilidades imprescindíveis à segurança e ao conforto...

No entanto, foi Ele, quem te garantiu indiretamente os recursos precisos para que te não faltassem saúde e raciocínio, disposição e inteligência na tarefa em que a fortuna te sorri.

Regozijas-te com o lar...

Todavia, foi Ele quem te situou nos braços maternais que te acalentaram os vagidos primeiros, aproximando-te dos afetos que te enriquecem os dias...

Lembra-te de Deus, o Todo Misericordioso que nos confia os tesouros da existência, a fim de que aprendamos a buscar-Lhe o Paterno Seio...

E reparte com teu irmão do caminho os talentos que Ele nos empresta, na certeza de que somente a preço de fraternidade infatigável e pura, subirás para a Glória Divina, em que Deus te reserva a imortalidade da vida entre as fulgurações da Sabedoria Imperecível e as bênçãos do Eterno Amor.


Scheilla

Do livro “Caridade”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos

sábado, 24 de abril de 2010

Luzes de Felicidade

Luzes que norteiam o caminho rumo à felicidade.



A Felicidade Na Terra


A felicidade é uma questão de compreensão. As criaturas que encaram a vida sem nenhuma compreensão da sua realidade espiritual não podem ser felizes. Seus momentos de alegria e satisfação passam depressa e são bem poucos. Porque elas colocam a felicidade onde ela não pode estar, querem encontrá-la em coisas ilusórias que logo se desfazem. A felicidade mora em nós mesmos, em nossa consciência.
Temos um objetivo na vida e só somos felizes quando o estamos realizando.

As regras que André Luiz nos oferece mostram isso de maneira bem clara e confirmam O Livro dos Espíritos em sua questão 921. No comentário a essa questão Kardec adverte: “O homem bem compenetrado do seu destino futuro só vê na existência corpórea uma rápida passagem”. Descartes já nos alertava contra o perigo de confundirmos a alma com o corpo. Quando não sabemos nos distinguir do próprio corpo o que buscamos é uma felicidade ilusória, egoísta e efêmera. Ela pode nos satisfazer por alguns instantes, mas logo murchará em nossas mãos e nos sentiremos grandemente infelizes.

É bom gravarmos em nossa mente este ensino de André Luiz: “Criar alegria e segurança nos outros é aumentar o nosso rendimento de paz e felicidade”. Esta não é apenas uma recomendação moral, é uma lei cientifica. Porque a vida humana é psíquica e não material. Vivemos num oceano de vibrações psíquicas, em permanente permuta com as outras pessoas. Se pensamos no mal atraímos vibrações más, se pensamos no bem atraímos boas vibrações, e se fazemos o bem criamos um potencial de bondade, paz e felicidade ao nosso redor, beneficiando também os outros.

É evidente que não podemos mudar o mundo por nós mesmos. Nem podemos fazer-nos anjos de um momento para outro. Temos o nosso passado negativo, mas o presente nos oferece a oportunidade de criar um futuro positivo. Enquanto o criarmos com nossos bons pensamentos e boas ações teremos a felicidade que é possível ao homem gozar na Terra, mundo ainda inferior, de provas e expiações. Venceremos nossas provas com alegria e superaremos nossas provações com esperança, compreendendo que nos libertamos a nós mesmos para a felicidade real do espírito que é o destino de todas as criaturas.


Irmão Saulo

Do livro “Na Era do Espírito”, de Francisco C. Xavier e Herculano Pires.





A Alegria no Dever


Quando Jesus estava entre nós, recebeu certo dia a visita do apóstolo João, muito jovem ainda, que lhe disse estar incumbido, por seu pai Zebedeu, de fazer uma viagem a povoado próximo.

Era, porém, um dia de passeio ao monte e o moço achava-se muito triste.

O Divino Amigo, contudo, exortou-o a cumprir o dever.

Seu pai precisava do serviço e não seria justo prejudicá-lo.

João ouviu o conselho e não vacilou.

O serviço exigiu-lhe quatro dias, mas foi realizado com êxito.

Os interesses do lar foram beneficiados, mas Zebedeu, o honesto e operoso ancião, afligiu-se muito porque o rapaz regressara de semblante contrafeito.

O Mestre notou-lhe o semblante sombrio e, convidando-o a entendimento particular, observou :

– João, cumpriste o prometido?

– Sim – respondeu o apóstolo. Nesse instante, o doente acordou, compreendeu a Vontade Divina e rendeu graças a Deus.

– Atendeste à Vontade de Deus, auxiliando teu pai?

– Sim – tornou o jovem, visivelmente contrariado –, acredito haver efetuado todas as minhas obrigações.

Jesus, entretanto, acentuou, sorrindo calmo :

– Então, ainda falta um dever a cumprir – o dever de permaneceres alegre por haveres correspondido à confiança do Céu.

O companheiro da Boa Nova meditou sobre a lição e fez-se contente.

A tranqüilidade voltou ao coração e à fisionomia do velho Zebedeu e João compreendeu que, no cumprimento da Vontade de Deus, não podemos e nem devemos entristecer ninguém.


Meimei

Do livro “Pai Nosso”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier





Buscando a Felicidade


A felicidade que pode realmente não existir na Terra, enquanto a Terra padecer a dolorosa influenciação de um só gemido de sofrimento, pode existir na alma humana, quando a criatura compreender que a felicidade verdadeira é sempre aquela que conseguimos criar para a felicidade do próximo.

O primeiro passo, porém, para a aquisição de semelhante riqueza é o nosso entendimento das leis que nos regem, para que o egoísmo e a ambição não nos assaltem a vida.

O negociante que armazena toneladas de arroz, com o propósito de lucro fácil, não poderá ingeri-lo, senão na quantidade de alguns gramas por refeição.

O dono da fábrica de tecidos, interessado em reter o agasalho devido a milhões, não vestirá senão um costume exclusivo para resguardar-se contra a intempérie.

E o proprietário de extensas vilas, que delibera locupletar-se com o suor dos próprios irmãos, não poderá habitar senão uma casa só e ocupar, dentro dela, um só aposento para o seu próprio repouso.

Tudo na existência está subordinado a princípios que não podemos desrespeitar sem dano para nós mesmos, e, por esse motivo, a felicidade pura e simples é aquela que sabe retirar da vida os seus dons preciosos sem qualquer insulto ao direito ou à necessidade dos semelhantes.

Assim, pois, tudo aquilo que amontoamos, no mundo, em torno de nós, a pretexto de desfrutar privilégios e favores com prejuízo dos outros, redunda sempre em perigosa ilusão a envenenar-nos o espírito.

Felicidade é como qualquer recurso que só adquire valor quando em circulação em benefício de todos.

Em razão disso, saibamos dar do que somos e a distribuir daquilo que retemos, em favor dos que nos partilham a marcha, porque somente a felicidade que se divide é aquela que realmente se multiplica para ser nossa alegria e nossa luz, aqui e além, hoje e sempre.

Emmanuel

Do livro Inspiração, de Francisco Cândido Xavier















Carta aos Tristes


Alma irmã de nossas almas,

Por que vives triste assim?

Todos os males da Terra

Chegarão, um dia, ao fim.


Se tens o teu pensamento

Na idéia da salvação,

Já deves compreender

Que o mundo é de provação.


É justo que sintas muito

As lágrimas da saudade,

Que chores um ente amigo

Na senda da iniqüidade.


É certo que neste mundo,

Onde há espinho em toda a estrada

Não há lugar para o excesso

Do riso ou da gargalhada.


Mas, ouve. O amor de Jesus

É como um sol de harmonia.

Quem se banha em Sua luz

Vive em perene alegria.


Demasia de tristeza

É sinal de isolamento.

Quem foge à fraternidade

Busca a sombra e o desalento.


Guarda o bem de teus esforços

Num plano superior,

Não há tristeza amargosa

Para quem ama o labor.


Transforma as experiências

Pelas quais hajas passado,

Num livro fraterno e santo

Que ampare o mais desgraçado.


O serviço de Jesus

É tão grande, meu irmão,

Que não oferece ensejo

A qualquer lamentação.


O senso de utilidade

Deve sempre andar contigo.

Transforma em vaso de amor

Teu coração brando e amigo.


Dá sorrisos, esperanças,

Ensinos, consolação.

Espalha o bem que puderes

Na senda da redenção.


Enche a tua alma de fé,

De paz, de amor, de humildade.

Não há tristeza excessiva

Onde exista a Caridade.


Quando, de fato, entenderes

A caridade divina,

Tua dor será no mundo

Como fonte cristalina.


Dá sempre. Trabalha. Crê.

E a tua fonte de luz

Há de cantar sobre a Terra

Os júbilos de Jesus.


Casimiro Cunha

Psicografia de Francisco Candido Xavier















Feliz


Não digas: “não sou feliz”
Ante a dor que te acrisola;
A Terra é uma sublime escola,
Lembrando imenso jardim;
Fita o quadro que te cerca:
Do mar as mínimas fontes,
Do abismo ao topo dos montes,
Tudo é vida aos Céus sem fim.


Maria Dolores

Do livro Agenda de Luz, de Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Chico e o Encontro com Emmanuel


Muito prazer, Emmanuel


O ano de 1931 foi movimentado para Chico. E triste. Cidália morreu em março.

Pouco antes de ir embora, chamou o enteado e fez um pedido: ele deveria evitar que João Cândido se desfizesse, novamente, dos filhos - seis dela e nove do primeiro casamento.

Ah, mãe, fique despreocupada. Eu prometo que, enquanto minha última irmã não estiver casada, minha missão no lar não terá acabado.

Depois da promessa, o apelo.

Não vá embora, não. Com quem vou conversar sobre minhas visões? Quem vai acreditar em mim?

Num último esforço, Cidália o consolou.

Tenho fé de que você ainda há de encontrar aquelas pessoas do arco-íris e elas vão te entender mais do que eu.

Chico se sentia sozinho apesar das visitas esporádicas da mãe e das sessões no Centro Luiz Gonzaga. Para escapar do coro dos céticos, ele arrastava os pés pelas ruas de terra do arraial e, com os sapatos sempre frouxos, tomava o rumo do açude. Aquele era seu refúgio. Ali, ele se encolhia à sombra de uma árvore, na beira da represa, encarava o céu e rezava ao som das águas. Em 1931, o bucolismo da cena deu lugar ao fantástico. O rapaz teve sua conversa com Deus interrompida pela visita de uma cruz luminosa. Franziu os olhos e percebeu, entre os raios, a poucos metros, a figura de um senhor imponente, vestido com túnica típica de sacerdotes. O recém-chegado foi direto ao assunto.

Está mesmo disposto a trabalhar na mediunidade?

- Sim, se os bons espíritos não me abandonarem.

- Você não será desamparado, mas para isso é preciso que trabalhe, estude e se esforce no bem.

O senhor acha que estou em condições de aceitar o compromisso?

- Perfeitamente, desde que respeite os três pontos básicos para o serviço.

Diante do silêncio do desconhecido, Chico perguntou:

Qual o primeiro ponto?

A resposta veio seca:

Disciplina.

E o segundo?

Disciplina.

- E o terceiro?

Disciplina, é claro.

Chico Xavier concordou. E o estranho aproveitou a deixa:

- Temos algo a realizar. Trinta livros para começar.

O rapaz levou um susto. Como iria comprar tinta e papel? Quem pagaria a publicação de tantos títulos? O salário de caixeiro no armazém de Felizardo mal dava para as despesas de casa, os 13 mil-réis mensais eram gastos com catorze irmãos; seu pai era apenas um vendedor de bilhetes de loteria.

Chico arriscou uma previsão.

Papai vai tirar a sorte grande?

O forasteiro encerrou as apostas:

- Nada, nada disso. Sorte grande mesmo é o trabalho com fé em Deus. Os livros chegarão por caminhos inesperados.

O roteiro estava escrito. Restava ao matuto de Pedro Leopoldo - seguir as instruções.

Seus passos, tropeços e quedas, muitas quedas, seriam acompanhados de perto por aquele estranho a cada dia mais íntimo, O nome dele: Emmanuel, o mesmo que tinha se apresentado a Carmem Perácio quatro anos antes. A missão: guiar o rapazote e evitar que ele fugisse do script traçado no além. Chico deveria colocar no papel as palavras ditadas pelos mortos e divulgar, por meio do livro, a doutrina dos espíritos.

O ex-aluno do Grupo São José ganhou de presente um professor particular constante e rigoroso. Nessa trama insólita, ele assumiu "o papel de um animal freado, irrequieto".

Emmanuel segurou as rédeas e estalou o chicote. Chico disparou. E levantou poeira.

Quem seria, afinal, este Emmanuel?

Poucos meses após o encontro no açude, chegou às livrarias o primeiro título da série inicial de trinta: Parnaso de Além- Túmulo. Um escândalo.

Parnaso de Além-Túmulo era quase um sacrilégio. Arrancava da sepultura poetas tão célebres quanto mortos.



Marcel Souto Maior

Trecho do livro, As Vidas de Chico Xavier – Marcel Souto Maior

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Gotas de Luz



Lei de Destruição


Destruição Necessária e Destruição Abusiva


A destruição recíproca dos seres vivos é, dentre as leis da Natureza, uma das que, à primeira vista, menos parece conciliar-se com a bondade de Deus. Pergunta-se porque lhes criou Ele a necessidade de mutuamente se destruírem, para se alimentarem uns à custa dos outros.

Uma primeira utilidade, que se apresenta desta destruição - utilidade puramente física, é verdade - é esta: os corpos orgânicos não se mantêm senão por meio de matérias orgânicas, sendo estas matérias as únicas que contém os elementos nutritivos necessários à sua transformação. Como os corpos, instrumentos da ação do princípio inteligente, têm necessidade de ser incessantemente renovados, a Providência os faz servir para sua manutenção mútua; é por esse motivo que o corpo se nutre, mas o Espírito não é nem destruído, nem alterado; apenas se despoja de seu envoltório.
Há, além disso, "considerações morais de ordem elevada”.

É necessária a luta para o desenvolvimento do Espírito. Na luta é que ele exercita suas faculdades. O que ataca em busca do alimento e o que defende para conservar a vida usam de habilidades e inteligência, aumentando, em conseqüência, suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe; mas, em realidade, que foi o que o mais forte ou mais destro tirou ao mais fraco? A veste de carne, nada mais; ulteriormente, o Espírito, que não morre tomará outra.” [GEN-cap 3]

Nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o senso de moral, em os quais a inteligência ainda não substitui o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a da alimentação. Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto é, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os poderia estimular. É nesse primeiro período que a alma se elabora e ensaia para a vida.

Sob outro prisma, ao se destruírem uns aos outros, pela necessidade de se alimentarem, os seres infra-humanos mantêm o equilíbrio na reprodução, impedindo-a de tornar-se excessiva, contribuindo, ainda, com seus desejos, para uma infinidade de aplicações úteis à Humanidade.

Restringindo o exame desta questão apenas ao procedimento do homem, que é o que mais nos interessa, aprendemos com a Doutrina Espírita que a matança de animais, bárbara sem dúvida, foi, é e será por mais algum tempo necessária aqui na Terra, devido às suas grosseiras condições de existência. À medida porém, que os homens se depuram, sobrepondo o Espírito à matéria, o uso de alimentação carnívora será cada vez menor, até desaparecer definitivamente, qual se verifica nos mundos mais adiantados que o nosso.

Aprendemos mais que, em seu estado atual, o homem só é escusado da responsabilidade dessa destruição na medida em que tenha de prover ao seu sustento e garantir a sua segurança. Fora disso, quando, por exemplo, se empenha em caçadas pelo simples prazer de destruir, ou em esportes mortíferos, como as touradas, o "tiro aos pombos", etc., terá de prestar contas a Deus por esse abuso que revela, aliás, predominância dos maus instintos.



Fonte: CVDEE

Continuaremos no próximo Gotas de Luz, com a Lei de Destruição...

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Luzes de Esperança

Luzes que nos fortalece a caminhada, a nos ofertarem palavras de conforto e esperança.















Espera e Ama sempre



Não elimine a esperança
De uma alma triste ou ferida
Que a esperança é a luz eterna
Nas grandes noites da vida.
Feliz daquele que espera,
No caminho da amargura,
Pois toda a dor vem e passa.
No coração da criatura.
Ama e crê. Espalha o bem.
Porque, na Terra, em verdade,
É infeliz quem cuida apenas
Da própria felicidade.


Casemiro Cunha

Do livro Cartas do Evangelho, de Francisco Cândido Xavier





Você Pode


Carregando nos próprios ombros as aflições que fustigam a Terra, o Senhor acreditou nas promessas de fidelidade que você lhe fez, enviando-lhe ao caminho aqueles irmãos necessitados de mais amor.

Chegam eles de todas as procedências...

É a esposa fatigada esperando carinho; é o companheiro abatido implorando, em silêncio, esperança e consolo.

De outras vezes, é o filho desorientado suplicando compreensão ou o parente, na hora difícil, aguardando braços fraternos.

Agora é o amigo transviado, esmolando compaixão e ternura, depois, talvez, será o vizinho atormentado em problemas esfogueantes, pedindo bondade e cooperação.

Isso acontece, porquanto você pode compartilhar com Ele a tarefa do auxílio.

Não desdenhe, desse modo, apoiar o bem.

Acendamos a luz, onde as trevas se adensem; articulemos tolerância, ao pé da agressividade; envolvamos as farpas da cólera em algodão de brandura; conduzamos a paz por fonte viva sobre a discórdia, toda vez que a discórdia se faça incêndio destruidor...

Deixe que Ele, o Mestre, se revele por sua palavra e por suas mãos. Não impeça a divina presença, através de seu passo, no amparo às humanas dores.

E, nessa estrada bendita, depois da luta cotidiana, sentirá você no imo da própria alma, o sol da alegria perfeita repetindo, de coração erguido à verdadeira felicidade.

- Obrigado Jesus, porque na força de Tua bênção, consegui esquecer-me, procurando servir.


André Luiz
Do livro Ideal Espírita, Francisco Cândido Xavier





Caridade e Esperança


Lembra-te da esperança para que a tua caridade não se faça incompleta.

Darás ao faminto, não somente a côdea de pão que lhe mitigue a fome, mas também o carinho da palavra fraterna, com que se lhe restaurem as energias.

Não apenas entregarás ao companheiro, abandonado à intempérie, a peça que te sobra ao vestiário opulento, mas agasalhá-lo-ás em teu sorriso espontâneo a fim de que se reerga e prossiga adiante, revigorado e tranqüilo.

Não olvides a paciência divina com que somos tolerados a cada hora.

Qual acontece ao campo da natureza, em que o Sol mil vezes injuriado pela treva, mil vezes responde com a bênção da luz, dentro de nossa vida, assinalamos a caridade infinita de Deus, refazendo-nos a oportunidade de servir e aprender, resgatar e sublimar todos os dias.

Não te faças palmatória dos próprios irmãos, aos quais deves a compreensão e a bondade de que recebes as mais elevadas quotas do Céu, na forma de auxílio e misericórdia, em todos os instantes da experiência.

Não profiras maldição nem espalhes o tóxico da crítica, no obscuro caminho em que jornadeiam amigos menos ditosos, ainda incapazes de libertarem a si mesmos das algemas da ignorância.

Recorda que Jesus nos chamou à senda terrestre para auxiliar e salvar, onde muitos já desertaram da confiança no eterno bem.

Seja onde for e com quem for, atende à esperança para que o mundo conquiste a vitória a que se destina.

Aliviar com azedume é alargar a ferida de quem padece e dar com reprimendas é envolver o socorro em repulsivo vinagre de desânimo ou desespero.

À maneira de raio solar que desce à furna cada manhã, restaurando o império da luz, sem reclamação e sem mágoa, sê igualmente para os que te rodeiam a permanente mensagem do amor que tudo compreende e tudo perdoa, amparando e auxiliando sem descansar, porque somente pela força do amor alcançaremos a luz imperecível da vida.

Emmanuel

Da obra: Caridade, de Francisco Cândido Xavier.
















Espiritismo


O Espiritismo é a ilha da bonança,
No oceano de lágrimas e de dor,
Onde o homem cansado e sofredor
Encontra o porto amigo da esperança.

Porto claro e feliz, onde a alma alcança
Os tesouros de fé, crença e amor,
Sob as bênçãos divinas do Senhor,
E onde a vida decorre calma e mansa.

É na doutrina da fraternidade
Que o coração de toda a humanidade
Há de alcançar mais vida, paz e luz.

Somente o seu ensino verdadeiro
Pode reunir na Terra o mundo inteiro
No Evangelho sublime de Jesus.


João de Deus

(Do Livro Lira Imortal, Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos)
Encerrando a semana metapsíquica no Teatro Municipal e São Paulo.





Perante o Mundo


“Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim.”
JESUS - JOÃO, 14:1.




“A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os Mundos que circulam no espaço infinito e oferecem aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos.” Cap. III, 2.


Clamas que não encontraste a felicidade no mundo, quando o mundo, - bendita universidade do espírito, dilapidada, por inúmeras gerações, te inclui entre aqueles de quem espera cooperação para construir a própria felicidade.

Quando atingiste o diminuto porto do berço, com a fadiga da ave que tomba inerme, depois de haver planado longo tempo, sobre mares enormes, conquanto chorasses argamassavas com teus vagidos, a alegria. E a esperança dos pais que te acolhiam, entusiasmados e jubilosos, para seres em casa o esteio da segurança.

Alcançaste o verde refúgio da meninice embora mostrasses a inconsciência afável da infância, foste para os mestres que te afagaram na escola a promessa viva de luz e realização que lhes emblemava o porvir.

Chegaste ao róseo distrito da juventude e apesar da inexperiência em que se te esfloravam todos os sonhos, os dirigentes de serviço, na profissão que abraçaste, contavam contigo para dignificar o trabalho e clarear os caminhos.

Constituíste o lar próprio e, não obstante tateasses os domínios da responsabilidade, em meio de flores e aspirações, espíritos, afeiçoados e amigos te aguardavam generoso concurso para se corporificarem, na condição de teus filhos, através da reencarnação.

Penetraste os círculos da fé renovadora que te honra os anseios de perfeição espiritual e se bem que externasses imediata necessidade de esclarecimento e socorro, companheiros de ideal saudaram-te a presença, na certeza de teu apoio ao levantamento das iniciativas mais nobres.

Casa que habitas, campo que lavras, plano que arquitetas e obras que edificas solicitam-te paz e trabalho. Amigos que te ouvem rogam-te bom animo.

Doentes que te buscam suspiram por melhoras.

Criaturas que te rodeiam pedem-te amparo e compreensão para que lhes acrescentes a coragem.

Cousas que te cercam requisitam-te proteção e entendimento para que se lhes aprimore o dom de servir.

Tudo é ansiosa expectativa, ao redor de teus passos.

Não maldigais a Terra que te abençoa.

Afirmas que esperas, em vão, pelo auxílio do mundo... Entretanto é o mundo que espera confiantemente por ti.


Emmanuel


Extraído do Livro da Esperança. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Chico Xavier – Perguntas e Respostas

Selecionamos nesse artigo, respostas do médium espírita, Chico Xavier, em algumas das suas entrevistas e depoimentos para TVs, jornais e revistas em nosso país e que estão publicadas no livro “Chico Xavier, Entrevistas”, idealizado por Elias Barbosa e tendo como autores o próprio Chico e Emmanuel, o seu mentor espiritual.

















OS ESPÍRITOS E O ESPIRITISMO

P – Mestre Chico Xavier, como é que os espíritos consideram o Espiritismo? Como uma Ciência experimental ou uma religião?

R – De início queremos agradecer aos nossos amigos da TV Tupi, canal 4, de São Paulo, na pessoa de nosso caro entrevistador, Saulo Gomes, a atenção que nos dispensa, proporcionando-nos, a alegria da presente visita à nossa Comunhão Espírita Cristã, aqui em Uberaba. Desejamos, também, com a permissão dos amigos, saudar e agradecer a atenção dos amigos telespectadores. Pedimos licença, ainda, para falarmos do entusiasmo com que nosso entrevistador a nós se referiu. Conhecemos nossa total desvalia e sabemos que as palavras do nosso caro Saulo Gomes nascem da sua generosidade, por méritos que não possuímos.

Feita essa ressalva, confessamo-nos ante um inquérito afetivo muito sério, que nos chama a grande responsabilidade, pois, entendemos estarmos diante de ouvintes que procuram a verdade.

...Confesso que, antes de me sentar aqui para a entrevista, pedi aos nossos amigos espirituais, especialmente ao nosso Emmanuel, que dirige nossas atividades mediúnicas desde 1931, que me ajudassem, pois, não tenho o dom da palavra, e me amparassem para que eu errasse o menos possível, nas respostas. Conto, assim, com o perdão de todos.

Os nossos amigos espirituais nos afirmam que apesar do Espiritismo englobar experimentações científicas valiosas para a Humanidade, devemos considerá-lo como doutrina que revive a Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, interpretado em sua pureza e em sua simplicidade para os nossos dias.

De nossa parte consideramos o Espiritismo como religião, em vista das conseqüências morais que a Doutrina Espírita apresenta para a nossa vida e para o nosso trabalho.
















OS AVARENTOS E A MISSÃO DO DINHEIRO

P – Nosso Chico Xavier, nós variamos muito no estilo das perguntas porque sabemos que é necessário e oportuno levar ao grande público uma autêntica lição, principalmente, de humanidade. Daí, então, a pergunta que se faz agora: Como é que o mundo espiritual encara a situação dos avarentos na Terra?

R- Os Avarentos, os sovinas, realmente são espíritos doentes. Emmanuel costuma dizer: a criatura que amontoa, amontoa e amontoa os recursos materiais, se nenhum proveito no trabalho, na educação, na beneficência, no socorro em favor dos semelhantes, está desequilibrada.
Quem assim procede está doente e, de certa, na próxima reencarnação enfrentará o resultado desse desvio da realidade.

Os espíritos amigos consideram o dinheiro como sendo o sangue da sociedade; quando colocamos o dinheiro, simplesmente a um canto, sem programa, só para que funcione em proveito dos nossos caprichos, estamos operando no organismo social aquilo que chamamos “trombose” na circulação do sangue. Impedindo a circulação vamos pagar as conseqüências do nosso ato impensado.

Não podemos de maneira nenhuma – dizem os nossos amigos espirituais – condenar o dinheiro ou desfigurar a missão do dinheiro, a pretexto de que nossos irmãos abastados estejam em condições de felicidade maiores que as nossas.

Devemos compreender os que desfrutam a riqueza material como administradores dos bens de Deus. E tantos deles, mas tantos deles, se fazem nossos benfeitores criando trabalho, estimulando a caridade, auxiliando a educação, fundando escolas, protegendo crianças desamparadas, salvando enfermos desprotegidos.

Precisamos valorizar os companheiros que são portadores da fortuna material, cooperando com eles para que possam administrar bem esses recursos, pois são profundamente responsáveis diante do Senhor, como também, aqueles nossos irmãos pobres, que são mais pobres, vamos dizer assim porque todos nós somos ricos diante de Deus.

Hoje, damos graças a Deus por todos aqueles que nos ampararam e nos apontaram o caminho, com paciência e com respeito, sem ferir, ou aumentar as nossas aflições de alma e nossos propósitos de progresso e evolução.

Deus nos fez a todos ricos de saúde, ricos de força, de esperança e de fé. A palavra “pobre” é um tanto imprópria para nossa conservação, digamos, os que estão em penúria material, mas que são humildes diante de Deus, pois não adianta também a penúria material quando nós estamos num estado de inconformação, de rebeldia.

Os mais ricos e os menos ricos são irmãos diante de Deus e nós devemos valorizar os portadores do dinheiro.
















DIREITOS AUTORAIS

P – A quem pertencem os direitos autorais destas dezenas de livros psicografados, muitos deles desde 1932?

R – Todos estes livros estão com os direitos doados às instituições espíritas do Brasil que os editam; em maior número com a Federação Espírita Brasileira, sediada na Guanabara, e na Comunhão Espírita Cristã, sediada em Uberaba. Os direitos autorais pertencem a essas instituições e a outras instituições espíritas que os publicaram.

O SALÁRIO DA MEDIUNIDADE

P – Então quem trabalha tanto e trabalhou tanto até agora, nada recebe pelo seu trabalho?

R – Graças a Deus, nunca entrou em nossas cogitações receber qualquer remuneração pelos livros psicografados, que os nossos amigos espirituais consideram como sendo um depósito sagrado.

Mas é preciso que eu me explique. Tenho tido uma compensação muito maior que aquela que pudesse vir ao meu encontro através do dinheiro: é a compensação da amizade.

O Espiritismo e a mediunidade trouxeram-me amigos tão queridos, que me dispensam tanto carinho, que eu me considero muito mais feliz com estes tesouros do coração, como se tivesse milhões à minha disposição.

IMPRESSÕES NO TRANSE MEDIÚNICO

P – Quais as suas impressões quando está psicografando um dos romances de Emmanuel ou um livro de André Luiz, por exemplo?

R – Em verdade eu não sei as palavras, não tenho conhecimento do desenvolvimento verbal daquilo que o amigo espiritual está escrevendo, mas eu me sinto dentro do clima do livro que eles estão escrevendo.

Por exemplo: quando nosso amigo espiritual, Emmanuel, começou a escrever o livro “Há dois mil anos”, em 1938, comecei a ver uma cidade, depois vim a saber que era Roma. Havia jardins na cidade e aquilo me conturbou um pouco, causou-me um certo assombro.

Tendo perguntado, disse-me que estava escrevendo com ele como com alguém debaixo de uma “hipnose branda”; eu estava no seu pensamento conquanto não soubesse as palavras que ele escrevia. E assim tem sido até hoje.

MEDIUNIDADE E SERVIÇO

P – Compreendendo que, Chico Xavier, começou você com a mediunidade em 1927, como consegue perseverar com a mesma idéia no espaço dos últimos 41 anos?

R – Desde o princípio da mediunidade, os espíritos me habituaram à convivência com eles. Acredito que isso ocorreu dessa convivência pois, desde os cinco anos de idade, quando perdi minha mãe no plano material, sinto-me em contacto com os espíritos desencarnados.

A princípio na Igreja Católica e depois, mais tarde, desde 1927, no Espiritismo propriamente considerado.

Creio que foi a convivência com os amigos espirituais. Eles – como por misericórdia – me controlaram, me ajudaram a compreender a obrigação de atendê-los.

Desse modo, essa perseverança não é devida a mim, mas à influência deles.
















RESPEITO MÚTUO

P – Francisco Cândido Xavier, médium Chico Xavier, como os chefes da Igreja Católica o vêem, o entendem, o compreendem?

R – Até os quinze, dezesseis anos de idade, estive nas práticas católicas e encontrei na pessoa dos sacerdotes grandes amigos.

Em 1927, quando me afastei das práticas católicas e despedi-me daquele que era um particular amigo, o padre Sebastião Scarzelli, pedi que me abençoasse, que orasse por mim e pedisse à nossa Mãe Santíssima que me abençoasse. Ele prometeu-me que faria isso porque sabia dos meus conflitos interiores, das minhas dificuldades.

Todos os nossos amigos católicos, também, sempre me trataram com muito respeito e só tenho a agradecer-lhes pela bondade com que me tratam até hoje, tanto em Pedro Leopoldo, onde nasci, como aqui em Uberaba, onde estou praticamente há dez anos, vinculado à família uberabense, da qual recebo as maiores provas de estima e bondade, de católicos e profitentes de outras religiões.

TRANSPLANTES E CORPO ESPIRITUAL

P – Há uma pergunta que nós queremos ler com muita atenção. Mestre, dizem os espíritos que o corpo físico é uma duplicata do corpo espiritual; no transplante do coração não haverá um choque entre a existência do órgão que permaneceu no corpo astral ao lado do que foi substituído?

R – Por isso mesmo que o nosso amigo André Luiz considera a rejeição como um problema claramente compreensível, pois o coração do corpo espiritual está presente no receptor. O órgão astral, vamos dizer assim, provoca os elementos da defensiva do corpo, que os recursos imunológicos em futuro próximo, naturalmente, vão sustar ou coibir.
















IMPRESSÃO DEPOIS DA MORTE

P – Chico Xavier, não sabemos se esta pergunta está prejudicada: de modo geral, qual será a primeira impressão da criatura humana, na ocasião precisa da morte?

R – Para todos aqueles que terminaram a existência terrestre com uma consciência tranqüila, limpa, conquanto os muitos erros em que todos nós incorremos nesta existência, a impressão no outro mundo é de profunda alegria, de felicidade mesmo, no reencontro com as pessoas queridas que nos antecederam na grande transformação.

Mas, quando nós malbaratamos os patrimônios da vida, quando não consideramos as nossas responsabilidades, é natural que soframos as conseqüências disso no mundo espiritual, antes de voltarmos, naturalmente à Terra, em novo renascimento, para o resgate que se faz jus.

OS TRÊS ASPECTOS DO ESPIRITISMO

P – Dos três aspectos doutrinários do Espiritismo – o científico, o filosófico e o religioso –, qual o mais importante, no seu entender? Por quê?

R – Temos aprendido com os benfeitores da Vida Maior que todos os três aspectos do Espiritismo são essencialmente importantes, entretanto, o religioso é o mais expressivo por atribuir-nos mais amplas responsabilidades de ordem moral, no trato com a vida.

EMMANUEL E A RELIGIÃO ESPIRITA

P – Pelo que depreendemos, dá o benfeitor Emmanuel muita ênfase ao prisma religioso da Doutrina Espírita. Por que isso?

R – Emmanuel costuma afirmar-nos que, sem religião, seríamos na Terra, viajores sem bússola, incapazes de orientar-nos no rumo da elevação real.

TÉCNICA DOS ESPIRITO

P – Em seu contato permanente com o mundo Espiritual, nos seus 44 anos de mediunidade, qual a técnica dos Benfeitores Espirituais quanto à divulgação doutrinária?

R – Não posso precisar qual seja a técnica dos nossos Instrutores na divulgação doutrinária, mas a que vejo todos os dias é que, para eles, todas as criaturas são importantes e que todas, – mas claramente todas – são dignas da máxima atenção daqueles que ensinam e esclarecem, nos domínios da consolação e da Verdade.
















MEDIUNIDADE COM JESUS

P – Como entende você a mediunidade espírita com Jesus?

R – Para mim, e digo isso apenas com respeito à minha pobre e apagada pessoa, mediunidade espírita com Jesus tem sido um processo de iluminação, pelo qual, quanto mais os Bons Espíritos escrevem e se comunicam por meu intermédio, mais evidentes se tornam os meus defeitos e inferioridades, não só perante os outros como também diante de mim mesmo.

Compreendo, desse modo, que mediunidade com Jesus para mim tem sido um encontro progressivo e constante comigo mesmo, em que a luz dos Amigos Espirituais me mostra, sem violência, quanto preciso ainda aprender e trabalhar para melhorar-me.
















TERAPÊUTICA DAS OBSESSÕES

P – Quais os métodos terapêuticos ideais contra o processo obsessivo?

R – Os Bons Espíritos são unânimes em afirmar que quanto mais nos melhorarmos em espírito, menores serão sempre as nossas possibilidades de ligação com as forças desequilibradas das sombras.

RADICALISMO E OBSESSÕES

P – O radicalismo em matéria de fé pode ser encarado como obsessão?

R – Cremos que não, em nos referindo ao simples radicalismo, mas no radicalismo excessivo, admito que estaremos saindo em perturbações.
















O ESPIRITISMIO E A FAMILIA

P – Que acha você da posição da Família, nos dias que correm, e da contribuição que o Espiritismo pode dar para a sua consolidação em bases cristãs?

R – Os conceitos de família, à luz da Doutrina Espírita, a nosso ver, caminham para mais ampla compreensão da liberdade construtiva e do respeito mútuo que devemos uns aos outros.

ASSISTÊNCIA SOCIAL E DIVULGAÇÃO

P – No entender de Emmanuel, qual será mais importante: as tarefas de assistência social ou as de divulgação doutrinária?

R – Ambas as tarefas se revestem de importância fundamental na opinião de nosso abnegado orientador.
















ESPlRITISMO, LOUCURA E DOENÇAS INCURÁVEIS

P – Como entender a loucura e as doenças chamadas incuráveis, à luz do Espiritismo?

R – Loucura e doenças incuráveis, à luz Espiritismo, estão arraigadas às nossas necessidades e aprendizado e evolução, resgate e aperfeiçoamento, nos campos da reencarnação, e os Instrutores da Espiritualidade acrescentam que a Ciência e a Religião operam no Planeta, sob a inspiração da Providência Divina, para amenizar, diminuir, sustar ou extinguir as provações dos homens, conforme a necessidade e o merecimento de cada um.
















OS TEMPOS ESTÃO CHEGADOS

P – Os espíritas dizem sobre a transição de nosso planeta: "Os tempos estão chegados". O que diria Chico Xavier a esse respeito?

R – Sim, chegados para um maior conhecimento da verdade, com o patrocínio da Ciência.

Cada um de nós, no entanto tem sofrido impactos muito grandes dessas mesmas verdades, por falta de Cristo em nosso coração, e nós não estamos sabendo aliar o coração ao cérebro.

Temos uma inteligência talvez excessivamente cientificista, mas o coração um tanto quanto retardado.

Precisamos desalojar o ódio, a inveja, o ciúme, a discórdia de nós mesmos, para que possamos chegar a uma solução em matéria de paz, de modo a sentirmos que “os tempos estão chegados”, para a felicidade humana.

PROVA DA REENCARNAÇÃO

P – Qual a maior prova concreta que Francisco Cândido Xavier aponta sobre a reencarnação?

R – A lógica para compreendermos a desigualdade no campo das criaturas humanas.

Por que é que uns renascem sofrendo em condições muito mais difíceis do que os outros? Não podemos admitir a injustiça divina! Deus é a justiça suprema. Portanto nós devemos a nós mesmos a conseqüência dos nossos desajustes.

Se eu pratiquei um crime, se lesei alguém, é natural que não tendo pago a minha dívida moral, durante o espaço curto de uma existência, é justo que eu faça esse resgate em outra existência, porque de outro modo, compreenderíamos Deus como um ditador, distribuindo medalhas para uns e chagas para outros, o que é inadmissível.



Fonte: Livro "Chico Xavier, Entrevistas"

Imagens com frases : Grupo Espírita Renascer

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Poder do Pensamento: A Mente e a Obsessão



Obsessão


Observando-se a mediunidade como sintonia, a obsessão é o equilíbrio de forças inferiores, retratando-se entre si.

Fenômeno de reflexão pura e simples, não ocorre tão-somente dos chamados mortos para os chamados vivos, porque, na essência, muita vez aparece entre os próprios Espíritos encarnados a se subjugarem reciprocamente pelos fios invisíveis da sugestão.

A mente que se dirige a outra cria imagens para fazer-se notada e compreendida, prescindindo da palavra e da ação para insinuar-se, porquanto, ambientando a repetição, atinge o objetivo que demanda, projetando-se sobre aquela que procura influenciar. E, se a mente visada sintoniza com a onda criadora lançada sobre ela, inicia-se vivo circuito de força, dentro do qual a palavra e a ação se incumbem de consolidar a correspondência, formando o círculo de encantamento em que o obsessor e o obsidiado passam a viver, agindo e reagindo um sobre o outro.

Não há, por isto, obsessão unilateral. Toda ocorrência desta espécie se nutre à base de intercâmbio mais ou menos completo. Quanto mais sustentadas as imagens inferiores de um Espírito para outro, em regime de permuta constante, mais profundo o poder da obsessão, de vez que se afastam da justa realidade para o circuito de sombra em que entregam a mútuo fascínio.

É o mesmo que se verifica com a pedra quando em serviço de gravação.

Quanto mais repetida a passagem do buril, mais entranhado o sulco destinado a perpetuar a minudência da imagem.

Lembremo-nos, ainda, do disco comum, em cujas reentrâncias sutis permanecem os sons fixados para repetição à nossa vontade. Muita vez a mente obsidiada se assemelha à chapa de ebonite, arquivando ordens e avisos do obsessor (notadamente durante o sono habitual, quando liberamos os próprios reflexos, sem o controle da nossa consciência de limiar), ordens e avisos que a pessoa obsessa atende, de modo quase automático, qual o instrumento passivo da experiência magnética, no cumprimento de sugestões pós-hipnóticas.

Quanto mais nos rendamos a essa ou àquela idéia, no imo de nós mesmos, com maior força nos convertemos nela, a expressar-lhe os desígnios.

É assim que se formam estranhos desequilíbrios que, em muitas circunstâncias, concretizam moléstia e desalento, aflição e loucura, quando não plasmam a crueldade e a morte.

Toda obsessão começa pelo debuxo vago do pensamento alheio que nos visita, oculto.

Hoje é um pingo de sombra, amanhã linha firme, para, depois, fazer-se um painel vigoroso, do qual assimilamos apelos infelizes que nos aprisionam em turbilhões de trevas.

Urge, pois, que saibamos fugir, desassombrados, aos enganos da inércia, porque o espelho ocioso de nossa vida em sombra pode ser longamente viciado e detido pelas forças do mal que, em nos vampirizando, estendem sobre os outros as teias infernais da miséria e do crime.

Dar novo pasto à mente pelo estudo que eleve e consagrar-se em paz ao serviço incessante é a fórmula ideal para libertar-se de todas as algemas, pois que, na aquisição de bênçãos para o espírito e no auxílio espontâneo à vida que nos cerca, refletiremos sempre a Esfera Superior, avançando, por fim, da cegueira mental para a divina luz da Divina Visão.


Emmanuel

Do livro Pensamento e Vida, de Francisco Cândido Xavier
^