Anúncio do Reino (*)
As anêmonas marchetavam a orla dos caminhos com verdadeiras explosões de delicadas e volumosas flores de tons variegados.
As folhas de tabaco verdejantes compunham as paisagens exuberantes, na qual as árvores frutíferas apresentavam os seus frutos abundantes aguardando a colheita.
A Primavera entoava hinos de luz e cor em toda parte, enquanto o casario à margem noroeste do lago de Tiberíades em pequenos e volumosos aglomerados, que se estendiam por quase vinte quilômetros, falavam sem palavras da expansão humana, política e social na região.
A sinagoga de Cafarnaum, erguida aproximadamente um século antes de Jesus, era o referencial para o culto religioso, estudos e resoluções administrativas da cidade.
Tiberíades, logo adiante, com as características helênicas, esplendia com as suas majestosas construções em homenagem ao imperador Tibério César.
Mas entre as cidades grandiosas, os povoados, os aglomerados de casebre de agricultores, pescadores e vinhateiros, salpicavam os caminhos movimentados à beira-mar ou entre sebes oscilantes ao vento.
O Mestre dera início ao ministério e atraía multidões que se avolumavam ao seu lado, com curiosidade, interesses pessoais, necessidade de todo tipo.
Ele a todos atendia, ampliando, porém, os Seus ensinamentos, a fim de que os indivíduos se libertassem da miséria mais grave, a ignorância sobre si mesmos, a verdade e a vida.
Por isso, as lições se assemelhavam a pérolas que fossem sendo distendidas por todos os lugares a fim de que, em momento próprio, pudessem ser enfeixadas em um grande colar que unisse todos os indivíduos em um tesouro de amor.
Inicialmente, porque as obsessões fossem cruéis e inumeráveis, em intercâmbio de impiedade que resultava da ignorância, o Mestre convidou os discípulos e deu-lhes poder de expulsar os Espíritos impuros, assim como a energia curativa para os males do corpo e da alma de todos quantos viessem até eles martirizados pelas doenças.
A seguir, enviou-os a diferentes partes para que pudessem preparar os alicerces do reino que viria a ser implantado nos corações.
Recomendou-lhes prudência e coragem, generosidade e inteireza moral, a fim de que não se imiscuíssem em questiúnculas descabidas, nem se perturbassem com os gentios, com os discutidores inúteis, mas que fizessem todo o bem possível, curando as doenças, afastando as perturbações, mas anunciando a Era que logo mais se iniciaria.
Era como a apoteótica Abertura de uma Sinfonia de incomparável beleza, anteriormente jamais ouvida.
- Eu vos envio - disse Ele - como ovelhas para o meio dos lobos; sedes prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Tende cuidado com os homens: hão de entregar-vos aos tribunais... Mas não os temais, porque o Pai falará por vossas bocas.
Os amigos partiram emocionados, cantando esperanças no coração, sem ter idéia de como reagiriam as criaturas à nova proposta.
Ensinaram pelos caminhos e veredas, detiveram-se nas praças e nas praias, narraram o que haviam visto e ouvido, expuseram o pensamento do Rabi, mas não foram tomados em consideração.
Somente quando as palavras foram coroadas pelos feitos, arrancando das traves invisíveis das doenças, aqueles que as padeciam, é que lhes concediam alguma atenção, dando-lhes as costas de imediato e sugerindo que viesse pessoalmente o Messias... para que o vissem e pudessem testificá-lo.
Por sua vez, Jesus foi também pregar em outras cidades, especialmente a respeito de João, o Batista, causando espanto a sua coragem, em razão do filho de Zebedeu e Isabel encontrar-se prisioneiro na Peréia por ordem de Herodes, insuflado por sua mulher e cunhada Herodíades, com quem vivia em concubinato.
Os ventos generosos da estação perfumada levaram a Mensagem de boca-a-boca, disseminado-a por toda a parte até os confins das fronteiras no além Jordão.
Uma grande calmaria emocional passou a viger nas almas em expectativa. Os comentários se faziam freqüentes e as interrogações levantavam-se nos grupos que se reuniam nos diferentes lugares.
A música do Seu verbo iria inflamar os corações e provocar incêndios nos sentimentos e nas mentes apaixonadas, que não estavam preparadas para a mudança radical de comportamento que Ele propunha.
Já agora não era mais possível deter a odisséia em pleno desenvolvimento.
Quando os discípulos retornaram e relataram os acontecimentos que tiveram lugar à sua volta, o Mestre definiu que aquele era o momento de dar curso ao messianato.
Ergueu-se como um gigante e se expôs por amor, arrostando todas as conseqüências dos Seus severos sermões, Suas graves admoestações, Suas generosas concessões.
Esclareceu que o reino de Deus se encontrava dentro da criatura humana, que deverá alcançá-lo com muito empenho e arrojada decisão, negociando tudo que é transitório para a aquisição eterna.
Abrindo os braços às multidões que sempre o cercariam, naquela oportunidade abençoou o mundo e os seus habitantes, compondo a mais notável sinfonia de todos os tempos, musicada pelas Suas palavras e atos ao compasso do inefável amor.
As folhas de tabaco verdejantes compunham as paisagens exuberantes, na qual as árvores frutíferas apresentavam os seus frutos abundantes aguardando a colheita.
A Primavera entoava hinos de luz e cor em toda parte, enquanto o casario à margem noroeste do lago de Tiberíades em pequenos e volumosos aglomerados, que se estendiam por quase vinte quilômetros, falavam sem palavras da expansão humana, política e social na região.
A sinagoga de Cafarnaum, erguida aproximadamente um século antes de Jesus, era o referencial para o culto religioso, estudos e resoluções administrativas da cidade.
Tiberíades, logo adiante, com as características helênicas, esplendia com as suas majestosas construções em homenagem ao imperador Tibério César.
Mas entre as cidades grandiosas, os povoados, os aglomerados de casebre de agricultores, pescadores e vinhateiros, salpicavam os caminhos movimentados à beira-mar ou entre sebes oscilantes ao vento.
O Mestre dera início ao ministério e atraía multidões que se avolumavam ao seu lado, com curiosidade, interesses pessoais, necessidade de todo tipo.
Ele a todos atendia, ampliando, porém, os Seus ensinamentos, a fim de que os indivíduos se libertassem da miséria mais grave, a ignorância sobre si mesmos, a verdade e a vida.
Por isso, as lições se assemelhavam a pérolas que fossem sendo distendidas por todos os lugares a fim de que, em momento próprio, pudessem ser enfeixadas em um grande colar que unisse todos os indivíduos em um tesouro de amor.
Inicialmente, porque as obsessões fossem cruéis e inumeráveis, em intercâmbio de impiedade que resultava da ignorância, o Mestre convidou os discípulos e deu-lhes poder de expulsar os Espíritos impuros, assim como a energia curativa para os males do corpo e da alma de todos quantos viessem até eles martirizados pelas doenças.
A seguir, enviou-os a diferentes partes para que pudessem preparar os alicerces do reino que viria a ser implantado nos corações.
Recomendou-lhes prudência e coragem, generosidade e inteireza moral, a fim de que não se imiscuíssem em questiúnculas descabidas, nem se perturbassem com os gentios, com os discutidores inúteis, mas que fizessem todo o bem possível, curando as doenças, afastando as perturbações, mas anunciando a Era que logo mais se iniciaria.
Era como a apoteótica Abertura de uma Sinfonia de incomparável beleza, anteriormente jamais ouvida.
- Eu vos envio - disse Ele - como ovelhas para o meio dos lobos; sedes prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Tende cuidado com os homens: hão de entregar-vos aos tribunais... Mas não os temais, porque o Pai falará por vossas bocas.
Os amigos partiram emocionados, cantando esperanças no coração, sem ter idéia de como reagiriam as criaturas à nova proposta.
Ensinaram pelos caminhos e veredas, detiveram-se nas praças e nas praias, narraram o que haviam visto e ouvido, expuseram o pensamento do Rabi, mas não foram tomados em consideração.
Somente quando as palavras foram coroadas pelos feitos, arrancando das traves invisíveis das doenças, aqueles que as padeciam, é que lhes concediam alguma atenção, dando-lhes as costas de imediato e sugerindo que viesse pessoalmente o Messias... para que o vissem e pudessem testificá-lo.
Por sua vez, Jesus foi também pregar em outras cidades, especialmente a respeito de João, o Batista, causando espanto a sua coragem, em razão do filho de Zebedeu e Isabel encontrar-se prisioneiro na Peréia por ordem de Herodes, insuflado por sua mulher e cunhada Herodíades, com quem vivia em concubinato.
Os ventos generosos da estação perfumada levaram a Mensagem de boca-a-boca, disseminado-a por toda a parte até os confins das fronteiras no além Jordão.
Uma grande calmaria emocional passou a viger nas almas em expectativa. Os comentários se faziam freqüentes e as interrogações levantavam-se nos grupos que se reuniam nos diferentes lugares.
A música do Seu verbo iria inflamar os corações e provocar incêndios nos sentimentos e nas mentes apaixonadas, que não estavam preparadas para a mudança radical de comportamento que Ele propunha.
Já agora não era mais possível deter a odisséia em pleno desenvolvimento.
Quando os discípulos retornaram e relataram os acontecimentos que tiveram lugar à sua volta, o Mestre definiu que aquele era o momento de dar curso ao messianato.
Ergueu-se como um gigante e se expôs por amor, arrostando todas as conseqüências dos Seus severos sermões, Suas graves admoestações, Suas generosas concessões.
Esclareceu que o reino de Deus se encontrava dentro da criatura humana, que deverá alcançá-lo com muito empenho e arrojada decisão, negociando tudo que é transitório para a aquisição eterna.
Abrindo os braços às multidões que sempre o cercariam, naquela oportunidade abençoou o mundo e os seus habitantes, compondo a mais notável sinfonia de todos os tempos, musicada pelas Suas palavras e atos ao compasso do inefável amor.
Amélia Rodrigues
Por Divaldo Pereira Franco
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(*) Mateus : 10 - 1 e seguintes
Nota da autora espiritual
Por Divaldo Pereira Franco
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(*) Mateus : 10 - 1 e seguintes
Nota da autora espiritual
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