Por *Iriê Salomão de Campos
Dos milenares tempos dos primatas aos dias de hoje, sem muito esforço, vemos que o bicho homem progrediu bastante. Aprendemos a caminhar sobre duas pernas, perdemos os pêlos e a cauda, desenvolvemos inteligência e aprendemos a falar. De certo em ordem avessa. Dos grunhidos à formação vocabular, passaram-se milênios, e a evolução idiomática é sem fim.
Na mitológica gênese planetária, encontramos a palavra de Deus: “Fiat lux”, e a luz se fez. Criados o céu, a terra e os mares, a vida salpicou-se em vegetais, animais e minerais; delineava-se a fisionomia terrena. Humanos vagavam perdidos em si mesmos, unidos que eram por laços materialistas das aparências físicas, distinguindo-se uns dos outros pelas vestes ou simples corte de cabelos. Dominação cruenta da espada. Até que o Cristo desceu à Terra, para ensinar a verdadeira razão da existência e o porquê de estarmos aqui. Jesus mostrou o reino do Amor e Perdão. Seus lábios só se abriam para abençoar, esclarecer, consolar e perdoar. Quando não doutrinava, calava-se em bênção e profunda meditação. Após cada cura, vinha uma lição, o verbo divino, que significa a sabedoria eterna. De tamanha profundidade, os ensinamentos nos levam a pensar que o menos importante foi a cura do enfermo. Não raro, o beneficiado com o restabelecimento da saúde física, pouco se importava, indo embriagar-se junto aos viciados e prostitutas, relegando o Cristo e seus feitos a algo corriqueiro. O Verbo permanece entre nós; sua força é tanta que dividiu a história em duas etapas, antes e depois de Cristo. Esse espírito de força moral imensurável viveu exemplificando, modificou a humanidade, sem que tenha escrito uma só linha, tudo foi verbal, e o Império Romano desmoronou frente à sabedoria.
Nós, descendentes mais apurados dos hominídeos, o que temos feito com a bênção da palavra? Não valeu o esforço da mãe natureza em nos dotar de magistral aparelho fonador, privilegiando-nos com a capacidade intelectual de pensar, buscar soluções, raciocinar logicamente e emocionar-se, podendo transmitir aos descendentes todo conhecimento adquirido e acumulado, forjando a cultura humana e a supremacia sobre as demais raças habitantes do planeta? Muito nos desenvolvemos, mas pouco progredimos. Falamos de modo irresponsável, usamos mal o dom divino da fala. Quanto tempo precioso perdemos, comentando defeitos alheios, os mesmos que temos em demasia; ironizando situações; presumindo erros; mentindo sem qualquer constrangimento; caluniando aos brados? A plenos pulmões, insultamos; aos sussurros, elogiamos. Onde está o aprendizado? De que valem tanta reza e ritos, se o Verbo Divino, o Ensinamento Eterno, continua empanado nos misticismos das religiões, nas letras empoladas? Tudo procede do homem falível. O erro é inerente à espécie humana e presente em quase tudo que sai de nossa mente, mãos e corações. Nossas obras trazem a evidência da imperfeição, porém a Justiça Divina nos brindou com traços do ser perfectível; fato que ascende a esperança de podermos resgatar o real sentido da vida, o progresso, como ensina o Cristo ao dizer: “Vá e não voltes a pecar”. Recomenda-nos não cometermos os mesmos erros, pois significa que não aprendemos e que ensinaremos errado, fazendo através da palavra. Por isso Kardec nos conclama: “Espíritas, amai-vos; espíritas, instruí-vos”. Pois o amor ao próximo é a máxima de Jesus, e a instrução, a força motriz para compreendermos a Divina Sabedoria.
*Iriê Salomão de Campos nasceu em 1954 na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. Graduado em História, dedicou-se ao magistério por mais de três décadas, das quais por 22 anos foi Diretor do Colégio Allan Kardec na cidade de Juiz de Fora. Fora das salas de aulas, dedicou-se ao estudo de tudo um pouco, aprofundando-se nas obras de seus mentores Darcy Ribeiro, Léon Dénis, Herculano Pires e Allan Kardec. Como escritor publicou o livro de crônicas "Casos de Minha Casa" e o romance biográfico " Elo de Amor". Palestrante e articulista Espírita, tem artigos publicados país a fora e seus artigos, já a alguns anos são presença constante no jornal Tribuna de Minas.
Dos milenares tempos dos primatas aos dias de hoje, sem muito esforço, vemos que o bicho homem progrediu bastante. Aprendemos a caminhar sobre duas pernas, perdemos os pêlos e a cauda, desenvolvemos inteligência e aprendemos a falar. De certo em ordem avessa. Dos grunhidos à formação vocabular, passaram-se milênios, e a evolução idiomática é sem fim.
Na mitológica gênese planetária, encontramos a palavra de Deus: “Fiat lux”, e a luz se fez. Criados o céu, a terra e os mares, a vida salpicou-se em vegetais, animais e minerais; delineava-se a fisionomia terrena. Humanos vagavam perdidos em si mesmos, unidos que eram por laços materialistas das aparências físicas, distinguindo-se uns dos outros pelas vestes ou simples corte de cabelos. Dominação cruenta da espada. Até que o Cristo desceu à Terra, para ensinar a verdadeira razão da existência e o porquê de estarmos aqui. Jesus mostrou o reino do Amor e Perdão. Seus lábios só se abriam para abençoar, esclarecer, consolar e perdoar. Quando não doutrinava, calava-se em bênção e profunda meditação. Após cada cura, vinha uma lição, o verbo divino, que significa a sabedoria eterna. De tamanha profundidade, os ensinamentos nos levam a pensar que o menos importante foi a cura do enfermo. Não raro, o beneficiado com o restabelecimento da saúde física, pouco se importava, indo embriagar-se junto aos viciados e prostitutas, relegando o Cristo e seus feitos a algo corriqueiro. O Verbo permanece entre nós; sua força é tanta que dividiu a história em duas etapas, antes e depois de Cristo. Esse espírito de força moral imensurável viveu exemplificando, modificou a humanidade, sem que tenha escrito uma só linha, tudo foi verbal, e o Império Romano desmoronou frente à sabedoria.
Nós, descendentes mais apurados dos hominídeos, o que temos feito com a bênção da palavra? Não valeu o esforço da mãe natureza em nos dotar de magistral aparelho fonador, privilegiando-nos com a capacidade intelectual de pensar, buscar soluções, raciocinar logicamente e emocionar-se, podendo transmitir aos descendentes todo conhecimento adquirido e acumulado, forjando a cultura humana e a supremacia sobre as demais raças habitantes do planeta? Muito nos desenvolvemos, mas pouco progredimos. Falamos de modo irresponsável, usamos mal o dom divino da fala. Quanto tempo precioso perdemos, comentando defeitos alheios, os mesmos que temos em demasia; ironizando situações; presumindo erros; mentindo sem qualquer constrangimento; caluniando aos brados? A plenos pulmões, insultamos; aos sussurros, elogiamos. Onde está o aprendizado? De que valem tanta reza e ritos, se o Verbo Divino, o Ensinamento Eterno, continua empanado nos misticismos das religiões, nas letras empoladas? Tudo procede do homem falível. O erro é inerente à espécie humana e presente em quase tudo que sai de nossa mente, mãos e corações. Nossas obras trazem a evidência da imperfeição, porém a Justiça Divina nos brindou com traços do ser perfectível; fato que ascende a esperança de podermos resgatar o real sentido da vida, o progresso, como ensina o Cristo ao dizer: “Vá e não voltes a pecar”. Recomenda-nos não cometermos os mesmos erros, pois significa que não aprendemos e que ensinaremos errado, fazendo através da palavra. Por isso Kardec nos conclama: “Espíritas, amai-vos; espíritas, instruí-vos”. Pois o amor ao próximo é a máxima de Jesus, e a instrução, a força motriz para compreendermos a Divina Sabedoria.
*Iriê Salomão de Campos nasceu em 1954 na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. Graduado em História, dedicou-se ao magistério por mais de três décadas, das quais por 22 anos foi Diretor do Colégio Allan Kardec na cidade de Juiz de Fora. Fora das salas de aulas, dedicou-se ao estudo de tudo um pouco, aprofundando-se nas obras de seus mentores Darcy Ribeiro, Léon Dénis, Herculano Pires e Allan Kardec. Como escritor publicou o livro de crônicas "Casos de Minha Casa" e o romance biográfico " Elo de Amor". Palestrante e articulista Espírita, tem artigos publicados país a fora e seus artigos, já a alguns anos são presença constante no jornal Tribuna de Minas.
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