quarta-feira, 18 de maio de 2011

Convite à Palavra


"...Porque a sua boca fala o de que está cheio o coração." (Lucas:6-45)


Instrumento valioso é a palavra, doação divina, para o elevado ministério do intercâmbio entre os homens.

Resultado de notáveis experiências, o homem nem sempre a utiliza devidamente, dominado pela leviandade.

Embora o ser humano, com raras exceções expiatórias, seja dotado de recurso vocálico, somente poucos dele se servem com a necessária sabedoria, de modo a construir esperanças, balsamizar dores e traçar rotas de segurança.

Fala-se muito por falar, "matar-se o tempo."

A palavra não poucas vezes, se converte em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência, em bisturi da revolta e golpeia às cegas ao império das torpes paixões.

No entanto, pode modificar estruturas morais, partindo dos ensaios da tolerância às materializações do amor.

Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras dirigem conflitos, equacionam incógnitas, resolvem dificuldades.

Falando e lutando insistentemente, Demóstenes tornou-se o insigne orador e construtor de conceitos lapidares dos tempos antigos, vencendo a gagueira, qual Webster ante a timidez, nos tempos hodiernos, na América do Norte...

Falando, heróis e santos reformularam os alicerces da idiossincrasia ancestral, colocando alicerces para a Era Melhor.

Falando, não há muito, Hitler hipnotizou multidões enceguecidas que se atiraram sobre as Nações inermes, transformando-as em ruínas por onde passavam as sombras dos sofrimentos humanos...

Guerras e planos de paz sofrem a poderosa força da palavra.

De tal forma é importante, que os modernos governantes do Mundo, envidando esforços titânicos, modificaram as bases da Diplomacia Universal, visitando-se reciprocamente para conversar.

A palavra, todavia, deve partir das fontes do pensamento laurizado pelo Evangelho.

Há quem pronuncie palavras doces, com lábios tisnados de fel; há quem sorria embora chorando; há aqueles que falam meigamente, cheios de ira e ódio... Mas esses são enfermos em demorado processo de reajuste.

Desculpa a fragilidade alheia, lembrando-te das próprias fraquezas.

Evita censura.

A maledicência começa na palavra do reproche inoportuno.

Se desejas educar, reparar erros, não os aborde estando o responsável ausente.

Toda palavra torpe, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz.

Enriquece o coração de amor e banha o cérebro com as luzes da misericórdia divina e da sabedoria, a fim de que fales, e fales muito "o de que está cheio o coração."


Joanna de Ângelis

Do livro "Convites da Vida", de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis.

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