sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sejamos Humildes


A humildade é a sublime auréola do bem.

Quando a cólera troveja ou a blasfêmia projeta raios destruidores nos céus da nossa vida, os bons Espíritos, conquanto se mantenham junto de nós, à maneira de astros que jamais desertam da órbita do amor, parecem distante porque, na realidade, somos nós quem deles no afastamos, enrodilhando-nos em camadas espessas de pó e trevas...

Sejamos singelos, sejamos humildes, conscientes da nossa condição de criaturas do Criador, a cuja sabedoria e magnanimidade pertencem todos os tesouros do Universo.

Nem sempre a primavera arrasta pelos campos o seu manto de pétalas; muitas vezes escura cabeleira das nuvens cobre a face descomunal do firmamento.

Lembremo-nos assim de que, na existência humana, adversidades e dores se nos misturam às alegrias, carreando chuvas de lágrimas fecundantes para nos enriquecerem a colheita de láureas porvindouras.

Toda vida sofre para sutilizar-se e engrandecer-se: a própria madeira chora estalidos ao fazer-se luz e chama.

Utilizemos a dor por influxo divino à obra de redenção que nos compete efetuar em nós mesmos.

Nenhum Espírito pode permanecer, no corpo, fora dos prazos naturais. Da sabedoria que assinalou os egípcios antigos à ciência que caracteriza os povos modernos, ninguém conseguiu eternizar a existência física.

Tudo é glória perene da alma, sobrevivência triunfante. Urge aproveitar o tempo que nunca se repete e buscar os cimos da felicidade maior.

Nada na grandeza transitória do Globo que valha um átomo de orgulho.

Honrarias externas servem por marcos ao respeito humano e títulos convencionais exprimem valiosas oportunidades de trabalho, mas terminam nas roupas que os transportam ou nas mãos que os empunham, se não foram mobilizados com humildade no cultivo do bem.

Palácios dos vivos são irmãos dos mausoléus que relembram os mortos.

Acendamos a lâmpada do grande entendimento na cidadela do raciocínio. Deixemos que a vida nos penetre em sua radiosa eternidade, para que aprendamos a ser mais simples.

Se o júbilo chega, agradece a felicidade e sê humilde.

Se a provação aparece, abençoa o sofrimento e sê humilde.

Se a cultura te enobrece, aplica a inteligência ao trabalho nobilitante e sê humilde.

Se a penúria de conhecimento te acompanha as tarefas, procura instruir-te servindo onde te encontras e sê humilde.

Deus é amor e também humildade. Eis porque a Divina Providência colocou o Sol diante das criaturas, com possibilidade de se refletir tanto na face da Terra inteira como no espaço estreito de um pingo d’água.


Anália Franco

Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Um comentário:

GENINHA disse...

Oi Carlos,

Saudações de Portugal !

Neste seu post, tocou-me especialmente a frase "Toda a vida sofre para sutilizar-se e engrandecer-se, a própria madeira chora estalidos ao fazer-se luz e chama".

Verdadeira sabedoria, eterna sabedoria.

Um abraço fraterno
Geninha

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