Por Cláudio Bueno da Silva
Daqui para frente muitas coisas precisarão mudar, outras deverão ser
substituídas. Elas foram necessárias, não são mais. Algumas nem tão
necessárias, mas criaram hábitos. Já temos capacidade de compreender e
agir na “desescravização” de nós mesmos. A força do ser humano está no
Espírito e este tem que se impor sobre a matéria.
A humanidade já foi cutucada muitas vezes ao longo da sua história.
Grandes fenômenos de ordem natural, política, social, sanitária sempre
chocaram e, de um jeito ou de outro, provocaram reflexões. Agora, mais
uma vez o homem está sendo chamado, compulsoriamente, a testar suas
capacidades. Quero crer que o alerta no momento é para que faça uma
revisão mais atenciosa de seus critérios de pensamento e comportamento.
A humanidade está há algum tempo numa rotatória que não a deixa sair do
lugar. Caminha, mas girando em círculos. O homem avançou muito,
inegavelmente. Porém, continua sem saber que é Espírito imortal; sem
saber qual é a finalidade da vida; sem saber que há pessoas vivas à sua
volta, o tempo todo, só que invisíveis. Não sabe, ou finge ignorar, o
que é mais grave.
Esse conhecimento soa repetitivo e até meio óbvio para aqueles que já
refletem sobre essas questões. No entanto, ignorá-lo faz total diferença
no modo de agir e reagir de pessoas, grupos, instituições, governos.
A Covid-19 é apenas mais um start para mudanças amplas sobre hábitos
cristalizados. Virão ainda outras situações de repercussão local e
mundial, já que, depois dessa pandemia, os homens continuarão se
relacionando uns com os outros e criando problemas, e todos sabemos que
a profunda renovação moral que o homem precisa demanda tempo. Ela já
começou, mas está longe de terminar.
O importante é compreender o recado que essas convulsões trazem, e que têm, dentro da sua naturalidade, o propósito de consolidar uma nova forma de ser, de viver, de habitar o planeta. O coronavírus certamente causará forte impressão sobre muitos Espíritos em todo o mundo e a humanidade dará alguns passos à frente. No entanto, como já se disse tantas vezes, “a natureza não dá saltos”, é bem possível que novas lições nos ponham à prova. É apenas um palpite. A vida continua.
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