Por:
Wanderson Silva
É sabido que
a humanidade está passando por um período difícil atualmente, com a epidemia do
Coronavírus, fazendo com que quase todos os países sofram com esses flagelos, e
tomem medidas drásticas em relação a pandemia. Mas o que o Espiritismo tem a
dizer sobre isso?
É ponto
pacífico para os cientistas atualmente, que as revoluções geológicas,
meteorológicas e biológicas, são coisas comuns e necessárias para a todo o
ecossistema do nosso planeta, apesar dos estragos que causam, diante do ponto
de vista humano. Por isso que, numa periodicidade impressionante, a humanidade
presencia todo tipo de sinistro como terremotos, maremotos, furacões, nevascas,
enchentes e dilúvios, erupções vulcânicas, epidemias, etc… causando um enorme
constrangimento para as populações das regiões onde tais fenômenos acontecem,
necessários do ponto de vista biológico/geológico, mas aparentemente do ponto
de vista humano, só causam devastação, sofrimento e morte, fazendo o homem se
perguntar se Deus realmente existe, por que deixa que tais coisas aconteçam a
humanidade?
Essa
pergunta sempre foi feita, através da História, tanto que esses fenômenos são
conhecidos como Flagelos Destruidores. Todos os povos, de uma maneira ou de
outra, já presenciaram e passaram por fenômenos assim, deixando seus relatos em
livros sagrados e profanos que contaram a sua epopeia de luta e superação do
ocorrido para as gerações futuras.
Muitas
delas, acreditando na ira de Deus, ou seja, tais coisas acontecem por castigo
divino aos homens corrompidos e egoístas, ou não. Como foi o caso, por exemplo,
do Grande Terremoto de Lisboa, no século XVIII, onde milhares de pessoas
morreram devido a um enorme Tsunami que se formou além-mar e avançou contra a
costa da capital Portuguesa, dizimando quase toda a sua a população. Ou o fato
da grande Peste Negra que igualmente dizimou milhões na Europa, quando no
período da Idade Média, ou até mesmo Pompeia, só para citar alguns.
Parece que a
ideia da ira de Deus é um conceito bastante difundido e popular hoje em dia e
isso foi também a causa da criação de filosofias seculares que não aceitavam
essa ideia de um deus cioso, colérico e vingativo com sua criação que, segundo
eles, absolutamente não pediu para nascer, demonstrando que ambas vertentes não
conseguiram solucionar essa problemática, pois, os flagelos continuam a
acontecer, apesar de tudo.
Sabendo
disso, Allan Kardec reservou algumas perguntas aos espíritos superiores sobre
essas questões, no Livro dos Espíritos; como conciliar a justiça de Deus diante
da destruição causada pelos flagelos naturais?
Os bem
feitores espirituais então, apresentaram a Kardec a Lei de Destruição, ou seja,
a lei da impermanência de tudo que existe, inclusive o homem, pela ótica da
imortalidade do espírito humano. Nada no universo é perene; perene somente Deus
o É. Tudo no Universo evolui, nada é estático, parado; tudo é dinâmico, está na
natureza, portanto, a destruição dos seres e das coisas materiais para a
evolução do próprio Universo. Nada se cria; tudo se transforma.
Muito dos
flagelos que acontecem tem por objetivo somente a manutenção dos sistemas
naturais do planeta, outras vezes tem por objetivo a própria humanidade egoísta
e recalcitrante no mal, que vez por outra é abalada em seu orgulho e preguiça
para que reconheça a necessidade do bem e das reformas. É necessário aqui
refletir sobre o ponto de vista da imortalidade; são três os elementos
constitutivos do Universo, a saber…Deus, Espírito e a Matéria.
Deus, a Inteligência
Suprema, causa primária de tudo que o constitui o Universo.
A Matéria;
tudo que ocupa lugar no espaço universal, o fluido formidável que pode tomar
formas infinitas, tanto tangíveis quanto invisíveis, extrafísicas e
dimensionais, pois inexistência não é sinônimo de invisibilidade. A ferramenta
que o Espírito usa para sua evolução e trabalho.
E por fim…
O Espírito,
o sinônimo de Vida ou Inteligência como força da Natureza, no sentido geral,
Universal, capaz de se apresentar de formas que variam ao infinito. Assim como
a matéria, pode tomar formas tanto físicas quanto extradimensionais, capaz de
preexistir e sobreviver a tudo, ou seja, a imortalidade é o seu principal
atributo.
Assim sendo,
Kardec tomou conhecimento sobre a ótica dos espíritos superiores e imortais, a
respeito da Destruição.
Encarando
por esse prisma, os espíritos superiores esclarecem que os flagelos
destruidores acontecem para fazer com que determinada leva de espíritos sejam
obrigados a saírem da inércia moral em que se encontram; quanto mais
materializados ficarem, mais estacionados estarão. Seria absurdo então conceber
que em um Universo onde seu próprio Criador trabalha sempre existiram criaturas
onde não fazem absolutamente coisíssima alguma por si mesmos ou pela criação.
Logo, não é um castigo de Deus, e sim uma provação que Ele nos impõe para
amadurecermos espiritual e moralmente, apesar de todos os recursos que ele nos
proporciona para distinguirmos o bem do mal e que nós deliberadamente
menosprezamos através de nossas vidas sucessivas.
É assim que
de tempos em tempos, as humanidades de um planeta de provas e resgate, cada uma
a seu turno, que por ventura estejam estacionadas em determinado ponto da
evolução, são constrangidas a marcharem em direção a fraternidade e ao conhecimento,
através de determinada epidemia ou desastre natural.
Mas aí,
você, amigo leitor, leitora, pode se perguntar; e os mortos? O que eles
ganharam com isso?
Como dito
antes, devemos encarar a natureza pela ótica da imortalidade do espírito humano.
De toda maneira, o homem desencarnará, mais cedo ou mais tarde, a grande
diferença é que, nesses acontecimentos, muitos desencarnam juntos, constituindo
uma expiação para os que partem dos quais reencarnarão novamente, no futuro, e
uma prova para os que sobrevivem.
Contudo,
além dos flagelos naturais, há os causados pelo próprio homem, devido a sua
imprevidência, omissão e egoísmo, recebem o efeito do que causaram, mais cedo
ou mais tarde. Atualmente, estamos passando por um período semelhante a isso. A
epidemia do Coronavírus, é um flagelo causado por nós mesmos, através de ações
humanas mal sucedidas, com o objetivo de beligerância. Podemos considerá-lo
então como um flagelo antropológico, e por isso mesmo, estamos colhendo o que
plantamos. Deus para nos provar deixa que nós colhamos o resultado de nossas
ações e que nosso orgulho seja ferido, para que enfim tenhamos responsabilidade
por nossos atos coletivos.
Ainda
segundo os espíritos superiores, os efeitos bons dos flagelos naturais,
geralmente, somente as gerações futuras desfrutarão. Como foi o caso da Peste
Negra, falado supra. Ela foi causada pelo uso excessivo dela como arma de
guerra, pois os exércitos inimigos costumavam jogar cadáveres com a moléstia,
dentro dos lugares onde tentavam dominar, sem perceberem que, mais cedo ou mais
tarde, se contaminariam também. Muitos desses soldados voltavam depois de
guerras cruéis, a suas cidades de origem, totalmente contaminados com a doença
que era extremamente contagiosa, que encontrou caminho fácil devido a
ignorância e obscurantismo da Idade Média, conhecida também como a Idade da
Trevas.
Depois de
milhões de mortos, os sobreviventes de tal sinistro, se voltaram para a ciência
e a filosofia, derrubando finalmente a Idade das Trevas e criando o período do
Iluminismo, do qual pregava o conhecimento e a ciência como salvadoras da
humanidade.
O mesmo
aconteceu, de certa forma, com a destruição de Pompeia. Depois do ocorrido, um
sobrevivente da destruição, chamado Plínio, relatou o que presenciou em um livro,
explicando o que tinha acontecido dias antes do ocorrido. Segundo ele, o
Vesúvio deu sinais claros de que iria explodir, soltando uma fumaça negra e
criando pequenas erupções que o povo da época, orgulhoso e hedonista, se
limitou a fazer oferendas a Efestus, um antigo deus romano, para que ele se
acalmasse.
O livro de
Plínio – o sobrevivente, ficou tão famoso e seminal, que até hoje alguns
fenômenos vulcânicos levam o seu nome, como as famosas “Erupções Plinianas”.
Graças a ele, populações inteiras ao redor do mundo e através da História foram
salvas, devido somente a um homem que, providencialmente, usou de inteligência.
Inteligência essa que seus contemporâneos haviam esquecido.
Há então,
dois tipos de flagelos; os naturais, dos quais o homem realmente não tem como
fugir, somente encarar com coragem, emprenho e fé em Deus. E os flagelos
antropológicos, ou seja, causados por nós. Um nós podemos deter ou conjurar
somente nos melhorando moral e intelectualmente. O outro somente podemos
encarar com coragem e fé, reconhecendo a onipotência de Deus na natureza,
pedindo para que Ele tenha piedade de nós, até por que, a própria lei de
destruição nos mostra que tudo passa, como bem frisou Emmanuel, pela pena de
Francisco Candido Chico Xavier:
Todas as
coisas, na Terra, passam… Os dias de dificuldades, passarão… Passarão também os
dias de amargura e solidão… As dores e as lágrimas passarão. As frustrações que
nos fazem chorar… um dia passarão. A saudade do ser querido que está longe,
passará.
Dias de
tristeza… Dias de felicidade… São lições necessárias que, na Terra, passam,
deixando no espírito imortal as experiências acumuladas.
Se hoje,
para nós, é um desses dias repletos de amargura, paremos um instante.
Elevemos o
pensamento ao Alto, e busquemos a voz suave da Mãe amorosa a nos dizer
carinhosamente: isso também passará…
E guardemos
a certeza, pelas próprias dificuldades já superadas, que não há mal que dure
para sempre.
O planeta
Terra, semelhante a enorme embarcação, às vezes parece que vai soçobrar diante
das turbulências de gigantescas ondas.
Mas isso
também passará, porque Jesus está no leme dessa Nau, e segue com o olhar sereno
de quem guarda a certeza de que a agitação faz parte do roteiro evolutivo da
humanidade, e que um dia também passará…
Ele sabe que
a Terra chegará a porto seguro, porque essa é a sua destinação.
Assim,
façamos a nossa parte o melhor que pudermos, sem esmorecimento, e confiemos em
Deus, aproveitando cada segundo, cada minuto que, por certo… também passarão…”
” Tudo
passa…exceto DEUS!”
É o suficiente!
*É muito importante que todos cuidemos de nosso corpo físico seguindo as recomendações do Ministério da Saúde.
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