O Espírito de Humberto de Campos narra, num de seus livros, a importante visita que Isabel e seu filho João Batista fizeram ao lar de Jesus, em Nazaré, propiciando oportuno encontro entre as duas crianças que revolucionariam o Mundo.
O diálogo entre as duas primas é muito significativo, revelando-se perfeitamente preparadas para a sublime tarefa, como veremos neste pequeno trecho:
“- o que me espanta – dizia Isabel com caricioso sorriso – é o temperamento de João , dado às mais fundas meditações, apesar da sua pouca idade.
(..) – Essas crianças, a meu ver – respondeu-lhe Maria, intensificando o brilho suave de seus olhos – trazem para a humanidade a luz divina de um caminho novo. Meu filho também é assim, envolvendo-me o coração numa atmosfera de incessantes cuidados. Por vezes, vou encontrá-Lo a sós, junto das águas, e, de outras , em conversação profundas com os viajantes que demandam a Samaria ou as aldeias mais distantes , nas adjacências do lago. Quase sempre, supreendo-lhe a palavra caridosa que dirige às lavadeiras, aos transeuntes , aos mendigos sofredores. Fala de sua comunhão com Deus com uma eloquência que nunca encontrei nas observações dos nossos doutores...”
Nesse mesmo livro, Humberto de Campos dedica o derradeiro capítulo a Maria, descrevendo a suas impressões intimas diante do filho crucificado …a sua curta estadia em Batanéa…a mudança, com João Evangelista, para Éfeso, onde “estabeleceriam um pouso e refúgio aos desamparados, ensinariam as verdades do Evangelho a todos os espíritos de boa vontade e, como mãe e filho, iniciaria uma nova era de amor, na comunidade universal”
De fato, “a casa de João, ao cabo de algumas semanas, se transformou num ponto de assembleias adoráveis (…) Maria externava as suas lembranças. Falava dele com maternal enternecimento, enquanto o apóstolo comentava as verdades evangélicas, apreciando os ensinos recebidos. E não foi só. Decorridos alguns meses, grandes fileiras de necessitados acorriam ao sítio singelo e generoso(….) Sua choupana era, então, conhecida pelo nome de Casa da Santíssima (..) Eram velhos trôpelos e desenganados do mundo, que lhe vinham ouvir as palavras confortadoras e afetuosas, enfermos que invocavam a sua proteção, mães infortunadas que pediam a benção de seu carinho.
Outros Trabalhos no mais Além
Em belíssima e comovente poesia, intitulada “Retrato de Mãe”, Maria Dolores descreve a assistência maternal e efetiva prestada pelo Espírito de Maria a Judas, que se encontrava em região umbralina, cego e solitário, muito tempo depois da crucificação do Mestre.
No final do dialogo com o discípulo suicida, em grande sofrimento, preso a terrível remorso, a benfeitora convence-o argumentando com profundo amor:
“Amo-te, filho meu, amo-te e quero Ver-te, de novo, a vida Maravilhosamente revestida
De paz e luz, de fé e elevação...
Virás comigo à Terra,
Perderás, pouco a pouco, o ânimo violento,
Terás o coração
Nas águas de bendito esquecimento
Numa nova existência de esperança ,
Levar-te-ei comigo
A remansoso abrigo,
Dar-te-ei outra mãe! Pensa e descansa!...
E Judas, neste instante,
Como quem olvidasse a própria dor gigante
Ou como quem se desagarra
De pesadelo atroz,
Perguntou: – quem sois vós
Que me falais assim, sabendo-me traidor?
Sois divina mulher, irradiando amor
ou anjo celestial de quem pressinto a luz?!…
No entanto, ela a fitá-lo, frente a frente,
Respondeu simplesmente:
- Meu filho, eu sou Maria, sou a mãe de Jesus”
No livro mediúnico Memórias de um Suicida inteiramo-nos da notável e completa assistência aos suicidas em profundo sofrimento no Além, pela Legião dos Servos de Maria, “chefiada pelo grande Espírito Maria de Nazaré, ser angélico e sublime que na Terra mereceu a missão honrosa de seguir, com solicitudes maternais Aquele que foi o redentor dos homens!”
Fonte: Anuário Espírita 1986 - Instituto de Difusão Espírita - IDE
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