Encerramos nossas homenagens ao escritor, filósofo e fiel “Apóstolo do Espiritismo”, Leon Denis, com esse artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo que relata ,dentre outros fatos, os seus últimos trabalhos e instantes da sua vida dedicada à Doutrina Espírita.
Mantinha volumosa correspondência e jamais se aborrecia. Amava a juventude, possuía a alegria da alma. Era inimigo da tristeza. O mal físico, para ele, devia ser bem menor do que a angústia que experimentava pelo fato de não mais poder manejar a pena. Secretárias ocasionais substituíam-no nesse ofício. No entanto, a grande dificuldade para Denis consistia em rever e corrigir as novas edições dos seus livros e dos seus escritos. Graças, porém, ao seu espírito de ordem e à sua incomparável memória, superava todos esses contratempos, sem molestar ou importunar os amigos.
Depois da morte da sua genitora, uma empregada cuidava da sua pequena habitação. Ele só exigia uma coisa: o absoluto respeito às suas numerosas notas manuscritas, as quais ele arrumava com meticulosa precaução. E foi justamente por causa dessa sua velha mania que a duquesa de Pomar o denominara "o homem dos pequenos papéis".
Em 1911, após despender não pequeno esforço no preparo da nova edição de O Problema do Ser, do destino e da Dor, ficou gravemente doente com uma pneumonia. Foi o tratamento a tempo do seu médico que, num curto espaço de tempo, o colocou de novo em pé. Contudo uma grande e profunda dor lhe estava reservada: veio a Guerra de 1914-18 e o seu espírito condoía-se ao ver partir para a frente de batalha a maioria dos seus amigos.
Léon Denis e a Primeira Guerra Mundial
Léon padecia, então, de uma doença intestinal e estava parcialmente cego. Pela incorporação, os seus amigos do espaço e, entre eles, um espírito eminente comunicavam-lhe, de tempos em tempos, as suas opiniões sobre essa terrível guerra, considerada nos seus dois aspectos: o visível e o oculto.
A guerra a qual se referem aqui é a Primeira Grande Guerra Mundial, ocorrida em 1914 . Estas comunicações levaram-no a escrever um certo número de artigos, publicados na Revue Spirite, na Revue Suisse des Sciences Psychiques e no Echo Fid, onde transparece, dentro da lei de causa e efeito, o seu grande amor pela terra onde nasceu. Quando a guerra se aproximava do fim, a Revue Spirite passou a publicar, em todos os seus números, artigos de Léon Denis.
Léon aprende braile
Após a Primeira Guerra Mundial, aprendeu braile, o que lhe permitiu fixar no papel os elementos de capítulos ou artigos que lhe vinham ao espírito, pois, nesta época da sua vida, estava, por assim dizer, quase cego.
Em 1915, iniciava ele uma nova série de artigos, repassados de poesia profunda e serena, sobre a voz das coisas, preconizando o retorno à natureza. Nesta época, um forte vento soprava contra a Codificação Kardequiana. O fenomenismo metapsiquista espalhava aos quatro ventos a doutrina do filósofo puro. Heuzé fazia muito barulho através do L’ Opinion, com as suas entrevistas e comentários tendenciosos. Afirmava prematuramente que, à medida que a metapsíquica fosse avançando, o Espiritismo iria, a par e passo, perdendo terreno. A sua profecia, no entanto, ainda não se realizou. Aliás, como tantas outras que profetizaram o fim do Espiritismo.
Em defesa do Espiritismo
Após a vigorosa resposta de Jean Meyer na Revue Spirite, Léon Denis, por sua vez, entrou na discussão, na qualidade de presidente de honra da União Espírita Francesa, numa carta endereçada ao "Matin", na qual estabelecia, com admirável nitidez, a diferença entre Espiritismo e Metapsiquismo. A partir desse momento, Léon Denis teve que exercer grande atividade jornalística para responder às críticas e ataques de altos membros da Igreja Católica, saindo-se, como era de esperar, de maneira brilhante.
Em março de 1927, com 81 anos de idade, terminara o manuscrito que intitulou de O Gênio Céltico e o Mundo Invisível. Neste mesmo mês, a Revue Spirite publicava o seu derradeiro artigo.
Os últimos momentos no corpo físico
Terça-feira, 12 de março de 1927, pelas 13h, respirava Denis com grande dificuldade. A pneumonia atacava-o novamente. A vida parecia abandoná-lo, mas o seu estado de lucidez era perfeito. As suas últimas palavras, pronunciadas com extraordinária calma, apesar de muita dificuldade, foram dirigidas à sua empregada Georgette: "É preciso terminar, resumir e... concluir".
Fazia alusão ao prefácio da nova edição biográfica de Kardec. Neste preciso momento, faltaram-lhe completamente as forças para que pudesse articular outras palavras. Às 21h, o seu espírito alou-se. O seu semblante parecia ainda em êxtase.
As cerimônias fúnebres realizaram-se no dia 16 de abril. A seu pedido, o enterro foi modesto e sem o ofício de qualquer Igreja confessional. Está sepultado no cemitério de La Salle, em Tours.
Uma Alma Incansável
Mantinha volumosa correspondência e jamais se aborrecia. Amava a juventude, possuía a alegria da alma. Era inimigo da tristeza. O mal físico, para ele, devia ser bem menor do que a angústia que experimentava pelo fato de não mais poder manejar a pena. Secretárias ocasionais substituíam-no nesse ofício. No entanto, a grande dificuldade para Denis consistia em rever e corrigir as novas edições dos seus livros e dos seus escritos. Graças, porém, ao seu espírito de ordem e à sua incomparável memória, superava todos esses contratempos, sem molestar ou importunar os amigos.
Depois da morte da sua genitora, uma empregada cuidava da sua pequena habitação. Ele só exigia uma coisa: o absoluto respeito às suas numerosas notas manuscritas, as quais ele arrumava com meticulosa precaução. E foi justamente por causa dessa sua velha mania que a duquesa de Pomar o denominara "o homem dos pequenos papéis".
Em 1911, após despender não pequeno esforço no preparo da nova edição de O Problema do Ser, do destino e da Dor, ficou gravemente doente com uma pneumonia. Foi o tratamento a tempo do seu médico que, num curto espaço de tempo, o colocou de novo em pé. Contudo uma grande e profunda dor lhe estava reservada: veio a Guerra de 1914-18 e o seu espírito condoía-se ao ver partir para a frente de batalha a maioria dos seus amigos.
Léon Denis e a Primeira Guerra Mundial
Léon padecia, então, de uma doença intestinal e estava parcialmente cego. Pela incorporação, os seus amigos do espaço e, entre eles, um espírito eminente comunicavam-lhe, de tempos em tempos, as suas opiniões sobre essa terrível guerra, considerada nos seus dois aspectos: o visível e o oculto.
A guerra a qual se referem aqui é a Primeira Grande Guerra Mundial, ocorrida em 1914 . Estas comunicações levaram-no a escrever um certo número de artigos, publicados na Revue Spirite, na Revue Suisse des Sciences Psychiques e no Echo Fid, onde transparece, dentro da lei de causa e efeito, o seu grande amor pela terra onde nasceu. Quando a guerra se aproximava do fim, a Revue Spirite passou a publicar, em todos os seus números, artigos de Léon Denis.
Léon aprende braile
Após a Primeira Guerra Mundial, aprendeu braile, o que lhe permitiu fixar no papel os elementos de capítulos ou artigos que lhe vinham ao espírito, pois, nesta época da sua vida, estava, por assim dizer, quase cego.
Em 1915, iniciava ele uma nova série de artigos, repassados de poesia profunda e serena, sobre a voz das coisas, preconizando o retorno à natureza. Nesta época, um forte vento soprava contra a Codificação Kardequiana. O fenomenismo metapsiquista espalhava aos quatro ventos a doutrina do filósofo puro. Heuzé fazia muito barulho através do L’ Opinion, com as suas entrevistas e comentários tendenciosos. Afirmava prematuramente que, à medida que a metapsíquica fosse avançando, o Espiritismo iria, a par e passo, perdendo terreno. A sua profecia, no entanto, ainda não se realizou. Aliás, como tantas outras que profetizaram o fim do Espiritismo.
Em defesa do Espiritismo
Após a vigorosa resposta de Jean Meyer na Revue Spirite, Léon Denis, por sua vez, entrou na discussão, na qualidade de presidente de honra da União Espírita Francesa, numa carta endereçada ao "Matin", na qual estabelecia, com admirável nitidez, a diferença entre Espiritismo e Metapsiquismo. A partir desse momento, Léon Denis teve que exercer grande atividade jornalística para responder às críticas e ataques de altos membros da Igreja Católica, saindo-se, como era de esperar, de maneira brilhante.
Em março de 1927, com 81 anos de idade, terminara o manuscrito que intitulou de O Gênio Céltico e o Mundo Invisível. Neste mesmo mês, a Revue Spirite publicava o seu derradeiro artigo.
Os últimos momentos no corpo físico
Terça-feira, 12 de março de 1927, pelas 13h, respirava Denis com grande dificuldade. A pneumonia atacava-o novamente. A vida parecia abandoná-lo, mas o seu estado de lucidez era perfeito. As suas últimas palavras, pronunciadas com extraordinária calma, apesar de muita dificuldade, foram dirigidas à sua empregada Georgette: "É preciso terminar, resumir e... concluir".
Fazia alusão ao prefácio da nova edição biográfica de Kardec. Neste preciso momento, faltaram-lhe completamente as forças para que pudesse articular outras palavras. Às 21h, o seu espírito alou-se. O seu semblante parecia ainda em êxtase.
As cerimônias fúnebres realizaram-se no dia 16 de abril. A seu pedido, o enterro foi modesto e sem o ofício de qualquer Igreja confessional. Está sepultado no cemitério de La Salle, em Tours.
Pelo portal IRC-Espiritismo.
Publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 09.
Publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 09.
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