terça-feira, 23 de julho de 2019

Eu escolho a Paz


É lamentável constatarmos que a história das civilizações é quase que integralmente permeada por guerras e desentendimento. De tempos em tempos, a tênue linha que representa o equilíbrio e a cooperação entre os povos é severamente ameaçada – ou mesmo rompida – tolhendo de muitos as liberdades públicas conquistadas a duras penas e trazendo consigo nada mais do que angústia, dor e sofrimento.

Em nome de uma busca incontida pela manutenção das estruturas de poder e da defesa de um ideário no mais das vezes tolo e egoísta, nossos representantes põem em risco a vida e a incolumidade de centenas de milhares de pessoas inocentes chegando a ameaçar toda a vida na Terra.

Paralelamente, constatamos que a história particular de muitos de nós também costuma ser escrita a partir de conflitos, discussões e uma agressividade descomedida e desproporcional. Não é difícil percebermos que são essas cotidianas atitudes de dissensão que, somadas, fomentam essa mentalidade beligerante que por vezes parece imperar.

É preciso nos habituarmos a enxergar em cada instante de nosso dia-a-dia aquilo que nos faz semelhantes uns aos outros, não havendo sentido em seguirmos sempre enfatizando as diferenças. Também é sempre conveniente lembrarmos que, independentemente de nossa cultura ou posição geográfica, estamos todos de passagem pela Terra, visando fazer o máximo aprendizado possível para nos burilarmos.

Se ainda há em alguns de nós o predomínio das más tendências, isso apenas se deve ao seu grau de aperfeiçoamento ainda primário, e deve ser visto como uma oportunidade para a prática da comiseração pelos demais, nunca de revides ou mais provocações.

Não há sentido em continuarmos a nos digladiar pelos motivos mais simples. Não há mais espaço para pensarmos constantemente em guerras e conflitos. Urge a necessidade de que as pessoas de bem de um modo geral se comprometam e fazer um repensar constante na paz e nos meios de sua manutenção, extirpando de suas vidas qualquer espécie de pensamento agressivo.

Precisamos aprender a nos autoconhecer de uma forma tal que nos permita alcançarmos a serenidade típica daqueles que conseguem de fato enxergar a vida aos olhos do espírito. Ademais, também é conveniente nos convencermos de que só alcançaremos paz nas questões externas – seja nas de convívio com o próximo ou nas de Estado – se antes disso formos capazes de alcançar essa paz interior que, como dissemos, é peculiar aos que conseguiram compreender a vida em sua integralidade.

Aqueles que fizerem essa escolha consciente de serem firmes agentes disseminadores da paz servirão como faróis em meio à escuridão, pouco a pouco trazendo à lume os demais. As grandes transformações se operam a partir das pequenas atitudes individuais corajosamente tomadas por alguns que ousaram divergir do pensamento outrora dominante. Só assim conseguiremos suplantar essa visão belicista ora dominante.

Eu escolho a paz! E você?

Rodrigo Fontana França

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