sexta-feira, 27 de julho de 2018

Por quê?


Por Antônio Moris Cury

O artigo intitulado A importância das tarefas e do tempo, publicado no jornal Mundo Espírita, do mês de julho de 2013, terminou assim: Façamos uma experiência. Com singelo planejamento, reservemos parte das vinte e quatro horas de cada dia como tempo de oportunidade, magnífica oportunidade de ler e estudar as obras fundamentais que compõem a veneranda Doutrina Espírita. O resultado será imediato e, no mínimo, seremos melhores e mais felizes desde agora.

É possível que alguém, especialmente alguém que esteja recebendo as primeiras informações sobre o Espiritismo, tenha se perguntado: Por quê? Por que, lendo e estudando as obras fundamentais que compõem a Doutrina Espírita, o resultado será imediato e eu serei melhor e mais feliz desde agora?

É que com a leitura, o estudo e a compreensão do conteúdo das cinco obras basilares [dentre elas, sobretudo, O Livro dos Espíritos, a obra fundamental por todos os títulos], seguramente seremos pessoas melhores, mais confiantes, mais otimistas, mais tolerantes, mais afetuosas, com melhor e maior discernimento e ampliada lucidez, mais agradáveis, com mais amor na mente e no coração e, portanto, mais felizes desde logo, desde agora, aqui mesmo neste planeta. Por quê?

Simplesmente porque passaremos a entender, com clareza solar, qual o nosso papel neste contexto: de onde viemos, o que estamos fazendo aqui na Terra e para onde iremos. Estas perguntas podem parecer sem grande significado, diante de sua constante repetição no meio espírita. Entretanto, quando refletidas, detalhadamente decompostas e submetidas à cuidadosa análise, seu resultado conduzirá a raciocínios da maior importância para o nosso dia a dia, para nossas vidas.

Passaremos a compreender, por exemplo, que a nossa existência teve início antes do berço; que a presente reencarnação, como sempre acontece, foi precedida de planejamento, com a preservação do livre-arbítrio, cujo uso pode mantê-lo ou alterá-lo, tornando-nos assim responsáveis pelas decisões que tomemos e, naturalmente, responsáveis por suas consequências. Conforme o Dicionário Escolar da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras, livre-arbítrio é a liberdade para tomar decisões de acordo com seu próprio discernimento (Companhia Editora Nacional, 2ª edição, 2008, página 792).

Passaremos a compreender que a reencarnação é a chave que explica, de modo convincente, as diferenças existentes entre as pessoas, em qualquer nível ou grau e, sob variados pontos de vista (científico, filosófico, religioso), além de extirpar qualquer resquício de dúvida sobre a aparente injustiça reinante na Terra.

A reencarnação, quando bem estudada e compreendida, em verdade revela que impera a justeza, que não há favorecimentos, que não há parcialidade, que não há erro de qualquer natureza, que não há vítimas no contexto em que vivemos. Trata-se de magnífica bênção, de excelente oportunidade para corrigir, e preferencialmente reparar, nossos erros, males e equívocos do passado recente ou remoto. É uma nova e extraordinária oportunidade de avançar rumo a Deus, que a nenhum de Seus filhos desampara.

Por igual, passaremos a compreender que estamos aqui para aprender, muito aprender, a começar pelo aprendizado da fraternidade, uma vez que, do ponto de vista da vida verdadeira e permanente, que é a Vida Espiritual, todos somos irmãos por sermos filhos de Deus, nosso Pai Celestial, que nos criou simples e ignorantes (no sentido de desconhecimento), com as mesmíssimas oportunidades de crescimento, de progresso, intelectual e moral, por partirmos todos do mesmo ponto inicial, sem exceção.

Neste ponto, é muito importante mencionar que o conhecimento de si mesmo é a chave do progresso individual (questão 919 de O Livro dos Espíritos, a obra fundamental da veneranda e abençoada Doutrina Espírita). Também vale lembrar o que afirmou o filósofo e poeta árabe Kalil Gibran: É no desejo de um homem que reside o poder de transformar névoa interior em sol.

Por fim, em brevíssimo resumo, passaremos a compreender também que, nada obstante seja nosso planeta de categoria inferior no Universo por superar, apenas, os chamados mundos primitivos, nos cabe, exatamente por isso, contribuir para a melhoria da Terra, para o seu avanço entre os demais mundos habitados [Deus não nos entregou o orbe terrestre pronto e acabado], o que se pode dar através do nosso comportamento digno e ético, com a nossa postura e compostura, com a nossa vontade firme e decidida [a propósito: A vontade é sagrado atributo do Espírito, dádiva de Deus a nós outros, para que decidamos, por nós, quanto à direção do próprio destino – O Espírito de Verdade, 8ª ed. FEB, 1992, página 139, mensagem ditada pelo Espírito André Luiz a Francisco Cândido Xavier], com disciplina e determinação, com a busca permanente de nosso aperfeiçoamento pessoal, com a nossa opção pelo Bem, sempre, em qualquer circunstância e em qualquer situação.

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