Por W.A.Cuin
“Se há mais alegria em dar que receber, há mais felicidade em servir que em ser servido”. (Emmanuel, no Livro “Fonte Viva”, item 82 – Psicografia de Francisco C. Xavier).
Faz parte ainda da natureza inferior do homem, na Terra, entender que o mundo deva se curvar aos seus pés. Raramente nos propomos a servir àqueles que caminham conosco, mas com muita frequência exigimos que eles nos sirvam.
Cultivamos, com muito empenho, o desejo de que tudo nos seja facilitado, no entanto não temos a mesma vontade de facilitar o propósito dos outros.
O ensinamento do Cristo: “faze aos outros o que queres para ti mesmo”, ainda é uma informação que não se incorporou em nossas ações, pois que lutamos acirradamente para que façam por nós sem o cuidado de agir em favor do próximo.
E, assim vamos vivendo, fechados em nós mesmos, enclausurados em nosso mundo íntimo, dando vazão ao egoísmo, essa chaga terrível que acarreta tantos sofrimentos e nos amargura a vida, pois não permite que exteriorizemos nossos sentimentos em direção da coletividade, mas retém os nossos pensamentos na órbita apenas de nossos interesses imediatistas e particulares.
Emmanuel afirma que há mais alegria em dar que em receber, no entanto, dentro das condições que ainda ostentamos, se dá o contrário, preferimos receber. Isso nos alegra e temos dificuldades em dar, mesmo que seja algo material.
Ciente disso e de posse dessas informações, cabe a cada um exercitar o desejo de pautar a vida na direção dos outros, para que cada ação nossa seja um benefício ao próximo, pois quando conseguimos implantar o sorriso nos lábios do nosso irmão e encher-lhe o coração de felicidade, em realidade, estamos plantando a nossa própria paz.
E podemos fazer isso todos os dias, sem que para tanto tenhamos que desprender recursos financeiros ou bens materiais.
Um aperto de mão, com sinceridade, é uma mensagem de esperança e um gesto de caridade em qualquer momento.
Uma prece ao irmão em penúria é um recado de alerta ao coração da espiritualidade para o desenvolvimento de recursos em favor dos que sofrem.
Uma palavra de consolo é uma atitude de alento ao aflito do caminho, muitas vezes envergado pelo peso da dor e das decepções.
Um minuto de silêncio para ouvir a queixa de um desesperado pode ser um valioso recurso terapêutico, agindo em socorro da sua aflição.
Uma visita fraterna ao irmão em dificuldades sempre será uma atitude de carinho para aquele que enfrenta os transtornos da vida.
Uma mensagem consoladora endereçada ao companheiro em conflito pode ser o início de uma nova estrada de esperança para os dias do futuro.
Agindo assim, mesmo que por disciplina, estaremos exercitando o sentimento da doação e, por consequência, deixando exteriorizar os nossos sentimentos em direção aos outros, com isso pensando menos em nós, sofrendo menos por nós e vivendo mais para o próximo.
E, perseverando, haveremos de sentir muito mais alegria em dar que em receber, em servir ao irmão que em ser servido, em plantar a felicidade no coração alheio e por consequência enriquecendo o nosso íntimo de sentimentos nobres e sublimes.
É bem melhor servir.
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