Por Alexandre Fontes da Fonseca
“Espíritas, amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo.” Assim se expressou o Espírito de Verdade no item 5 do capítulo VI de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Entendemos bem a importância e a necessidade do amor, mas nem sempre percebemos o alcance do segundo ensinamento: instruí-vos. Para esclarecer isso, vejamos a escala espírita, itens de 100 a 113 de O Livro dos Espíritos (LE), especificamente o item 107 que descreve as características da 2ª ordem – Bons Espíritos: “Predominância do Espírito sobre a matéria; desejo do bem. Suas qualidades e poderes para o bem estão em relação com o grau de adiantamento que hajam alcançado; uns têm a ciência, outros a sabedoria e a bondade. Os mais avançados reúnem o saber às qualidades morais.”
Se o desejo do bem, oriundo do amor, determina a principal característica de um bom Espírito, a hierarquia das subclasses pertencentes à 2ª ordem (itens de 108 a 111 de LE), mostra que do menos para o mais evoluído, o que difere os Espíritos é o conhecimento e a sabedoria.
Paulo de Tarso, falando do amor deixa claro que “ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.”(1 Coríntios 13:2). Então, por que o conhecimento e a sabedoria hierarquizam os bons Espíritos na 2ª ordem da escala espírita? O amor não deveria ser a mais importante condição de elevação? De fato, o amor é condição necessária para o progresso espiritual. Por isso amai-vos é o primeiro ensinamento. Mas, para entender a importância do instruí-vos, analisemos Mahatma Gandhi.
Gandhi mostrou ao mundo que é possível realizar uma verdadeira revolução social através do princípio da não-agressão. Suas orientações ao povo indiano para realizarem protestos pacíficos, sem violência, levaram à independência política da Índia em 15 de agosto de 1947. Mas Gandhi não conseguiu isso apenas com vibrações de amor e preces. Cada orientação dada ao povo foi idealizada de modo racional de acordo com o conhecimento das leis da Inglaterra. Gandhi, que estudara direito na Inglaterra, conhecia as leis civis inglesas e as utilizou em favor de ideal de libertação da nação indiana. Não bastaria só o amor de Gandhi pelas pessoas; foi necessária a combinação do amor pela humanidade com sua capacidade intelectual para revolucionar a Índia.
Estudantes de todo o mundo, não busquemos apenas “obter nota para passar”, mas aprendamos, pois, o conhecimento liberta. Nós que escolhemos o Espiritismo como caminho, aproveitemos as oportunidades de estudo da Doutrina Espírita que as casas espíritas oferecem. Nos esforcemos pelo instruí-vos não por obrigação, mas por amor à Deus e às criaturas pois para quem já tem amor no coração, saber mais significa ajudar mais e melhor!
Jornal Momento Espírita 40, p. 7 (abril - 2013)
Nenhum comentário:
Postar um comentário