Nós somos como quem sobe uma serra íngreme, pedregosa, juncada de abrolhos, mas que nas alturas, nos cimos em vasta planície a vida é suave, o ar é puro e infindos horizontes deleitam o observador munido de instrumentos que desvendam campinas em flores, metrópoles artísticas e populosas; de uma banda matas frondosas; outro lado, mares azulinos e esverdeados em que se destacam cidades flutuantes e cortados de embarcações que cruzam-se e recruzam-se num comércio febricitante e progressivo.
Nós somos como o astrônomo, ao iniciar os seus estudos, que trabalha para adquirir um certo grau de perfeição, constrói com dificuldade o seu observatório dotando-o dos instrumentos precisos para medir e pesar os astros, avaliar as distâncias e pesquisar no oceano etéreo os sóis, os planetas, os cometas, e depois da obra feita se extasia antes os esplendores celestes.
Nós somos um mundo que surgidos do caos, mas em movimento contínuo, aquecidos pelo Sol, banhados pelas chuvas, exalando o bafo cálido que nos vem das entranhas, ora recolhendo-nos ao frio tiritante que nos oprime, vamos nos consolidando através de sucessivos tremores, formando à custa de contínuas evoluções e nos apresentamos todos os dias em modelações mais perfeitas e de valor positivo para os meios em que nos achamos.
Somos como a semente de mostarda que, lançada em terra num dolente anseio, morre e desabrocha com verde haste trêmula aos primeiros lampejos da luz, mas afirma-se e cresce dia e noite tornando-se a maior das hortaliças que chega a abrigar em seus braços cobertos de folhas os pássaros do céu.
Fomos o mínimo, mas seremos o maximum; fomos pequenos, mas seremos grandes; saímos da Terra, mas seremos dos céus.
No fragor das lutas, nos embates consecutivos das vidas, no alvoroço contínuo dos choques, na sucessividade das quedas e levantes, das fadigas e fortalecimentos, das enfermidades e saúdes, das tristezas e alegrias, das mortes e ressurreições, o Espírito nasce, cresce e desenvolve-se; como a árvore enraíza e estende seus ramos em frutos, ele se afirma e salienta-se na Estrada da Vida pela luz do seu Saber, pelos afetos do seu Amor, para nunca mais extinguir-se e sempre viver congregando em torno de si uma família, uma sociedade, um mundo de almas que, como imensa colméia, trabalha pelo desenvolvimento e bem estar da coletividade na obra imensa do Universo Infinito.
Tal é a Vida, tal é o Espírito, tais são os providenciais desígnios que o Supremo Senhor decretou ao criar a Vida e as Almas, entregando-lhes este campo de ação, onde se desenvolvem para os altos cometimentos, a fim de servirem de executores de suas leis, mensageiros dedicados de seus beneplácitos, de sua clemência, de sua inexprimível Caridade.
Vida, Progresso e Amor, eis os brasões do Universo, cujas irradiações se estendem a todas as criaturas, fazendo-as nascer, crescer e crescer sempre para não mais se extinguirem.
Tal é a Lei: Vida Eterna e Perfeição.
Cairbar Schutel
Artigo publicado no jornal O Clarim em 17 de setembro de 1927.
Nós somos como o astrônomo, ao iniciar os seus estudos, que trabalha para adquirir um certo grau de perfeição, constrói com dificuldade o seu observatório dotando-o dos instrumentos precisos para medir e pesar os astros, avaliar as distâncias e pesquisar no oceano etéreo os sóis, os planetas, os cometas, e depois da obra feita se extasia antes os esplendores celestes.
Nós somos um mundo que surgidos do caos, mas em movimento contínuo, aquecidos pelo Sol, banhados pelas chuvas, exalando o bafo cálido que nos vem das entranhas, ora recolhendo-nos ao frio tiritante que nos oprime, vamos nos consolidando através de sucessivos tremores, formando à custa de contínuas evoluções e nos apresentamos todos os dias em modelações mais perfeitas e de valor positivo para os meios em que nos achamos.
Somos como a semente de mostarda que, lançada em terra num dolente anseio, morre e desabrocha com verde haste trêmula aos primeiros lampejos da luz, mas afirma-se e cresce dia e noite tornando-se a maior das hortaliças que chega a abrigar em seus braços cobertos de folhas os pássaros do céu.
Fomos o mínimo, mas seremos o maximum; fomos pequenos, mas seremos grandes; saímos da Terra, mas seremos dos céus.
No fragor das lutas, nos embates consecutivos das vidas, no alvoroço contínuo dos choques, na sucessividade das quedas e levantes, das fadigas e fortalecimentos, das enfermidades e saúdes, das tristezas e alegrias, das mortes e ressurreições, o Espírito nasce, cresce e desenvolve-se; como a árvore enraíza e estende seus ramos em frutos, ele se afirma e salienta-se na Estrada da Vida pela luz do seu Saber, pelos afetos do seu Amor, para nunca mais extinguir-se e sempre viver congregando em torno de si uma família, uma sociedade, um mundo de almas que, como imensa colméia, trabalha pelo desenvolvimento e bem estar da coletividade na obra imensa do Universo Infinito.
Tal é a Vida, tal é o Espírito, tais são os providenciais desígnios que o Supremo Senhor decretou ao criar a Vida e as Almas, entregando-lhes este campo de ação, onde se desenvolvem para os altos cometimentos, a fim de servirem de executores de suas leis, mensageiros dedicados de seus beneplácitos, de sua clemência, de sua inexprimível Caridade.
Vida, Progresso e Amor, eis os brasões do Universo, cujas irradiações se estendem a todas as criaturas, fazendo-as nascer, crescer e crescer sempre para não mais se extinguirem.
Tal é a Lei: Vida Eterna e Perfeição.
Cairbar Schutel
Artigo publicado no jornal O Clarim em 17 de setembro de 1927.
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