Necessidade da rígida disciplina dos Hábitos Mentais
Por Jorge Hessen*
A ciência acadêmica, materialista por excelência, estabelece que o pensamento é um fenômeno meramente fisiológico, decorrente da incessante atividade neuronal. A rigor, a matéria mental é criação da energia que se exterioriza do Espírito e se difunde por um fluxo de partículas e ondas, como qualquer outra forma de propagação de energia do Universo. Tanto quanto no campo físico, o pensamento, em graus variados de excitação, gera ondas de comprimento e freqüência correspondentes ao teor do impulso criador da vontade ou do objetivo desejado. Pensar é um processo de projeção de matéria mental. Nesse aspecto, o pensamento deixa de ter uma dimensão intangível para se consubstanciar na condição de matéria em movimento. Expressando qualquer pensamento com muita determinação, estamos induzindo os outros a pensarem como pensamos. A anuência que os outros fazem de nossas ideações passa a ser questão de sintonia. Até porque, nossos pensamentos geram nossas atitudes e nossas atitudes geram pensamentos nos outros. Destarte, nossas idéias e convicções nos ligam, forçosamente, a todas as mentes que pensam como nós e, quanto maior nossa obstinação em sustentar uma idéia ou uma opinião, mais nos fixamos às correntes mentais das pessoas que se sentem quais nos sentimos e que abraçam as mesmas opiniões.
“Nossa mente projeta fora de nós as formas, as figuras e os personagens de todos os nossos desejos, inclusive com todo o conteúdo dinâmico do cenário elaborado. Com essa constelação de adornos mentais, atraímos ou repelimos as mentes que conosco assimilam ou desaprovam nosso modo de pensar,”(1) porque a nossa atividade mental, através do discernimento e do raciocínio, nos dá a prerrogativa de escolhermos nossos próprios objetivos.
Pensar ou conversar, continuadamente, significa projetar nos outros e atrair para si as mesmas imagens que criamos, suportando em nós mesmos a conseqüência decorrente dessa influência recíproca. Na persistência das idéias fixas, em comportamentos obsessivos ou tensões emocionais deliberadamente violentas, nos escravizamos a um ambiente psiquicamente denso, com imagens que nós forjamos e que nos mantêm num circuito de reflexos condicionais viciosos.
Esses reflexos dos sentimentos e pensamentos negativos que alimentamos se voltam sobre nós mesmos, depois de transformados em ondas mentais, tumultuando nossas funções neurológicas, e essas respostas condicionadas inconseqüentes, derramando- se sobre o tecido cerebral, criam alucinações que podem variar do medo manifesto ao estado neurótico, situação em que os desencarnados e encarnados perturbados nos atingem com sugestões destruidoras, diretas ou indiretas, conduzindo- nos a deploráveis fenômenos de descontrole emocional.
O pensamento, como uma modalidade de energia sutil, atuando em uma forma de onda, com velocidade muito superior à da luz, quando de passagem pelos lugares e criaturas, situações e coisas que nos afetam a memória, age e reage sobre si mesmo, em circuito fechado, trazendo-nos, assim, de volta às sensações desagradáveis, contato de qualquer ação desequilibrante. “Isso tudo acontece porque, quando nos rendemos ao desequilíbrio ou estabelecemos perturbações em prejuízo dos outros, plasmamos nos tecidos fisiopsicossomáticos determinados campos de ruptura na harmonia celular, criando predisposições mórbidas para essa ou aquela enfermidade e, conseqüentemente, toda a zona atingida torna-se passível de invasão microbiana.” (2)
Consciência desarmonizada, revestida de remorso, completa de ambições desvairadas ou denegrida de aflições, não pode senão atrair forças semelhantes que a encadeiam a torvelinhos dolorosos. Pelo pensamento de medo, angústia exacerbada, dissabor, escravizamo-nos nos troncos de suplício doloroso, sentenciando-nos, por vezes, a anos e anos de peregrinação nos trilhos da intranqüilidade espiritual. E, para abreviar o tormento que nos flagela de vários modos a consciência, é imprescindível atender à renovação mental, único meio de recuperação da harmonia espiritual.
“Satisfazer-se alguém com o rótulo, em matéria religiosa, sem qualquer esforço de sublimação interior, é tão perigoso para a alma quanto deter uma designação honorífica entre os homens com menosprezo pela responsabilidade que ela impõe. Títulos de fé não constituem meras palavras acobertando-nos deficiências e fraquezas. Expressam deveres de melhoria a que não nos será lícito fugir, sem agravo de obrigações. Em nossos círculos de trabalho, desse modo, não nos bastará o ato de crer e convencer”. (3)
É fato que todos nos encontramos em processo de burilamento moral e espiritual, carregando úlceras ou cicatrizes, daquelas mais recentes ou remotas, que nos dilaceraram a alma. A presença da imperfeição moral, em nós, significa um convite para que percebamos o muito que ainda necessitamos realizar, a fim de nos libertarmos das heranças primárias que insistem em nos atormentar. Até porque, quando nos dispomos a servir em nome do Cristo, igualmente, nos renovamos e alcançamos níveis de consciência mais elevados, desde que apoiados nos bons propósitos, reconhecendo o erro em que estagiamos, mas não lhe dando trégua.
“Nosso remédio é e será sempre Jesus. Ajustemo-nos ao Evangelho Redentor, pois o Cristo é a meta de nossa renovação. Regenerando a nossa existência pelos padrões dEle, reestruturaremos a vida íntima daqueles que nos rodeiam. O Evangelho do Senhor nos esclarece que o pensamento puro e operante é a força que nos arroja das trevas para a luz, do ódio ao amor, da dor à alegria.” (4)
Procuremos adotar rígida disciplina de hábitos mentais e morais, estabelecendo como metas colocar os deveres que nos dizem respeito acima dos prazeres mundanos e mantenhamo-nos serenos com a oportunidade ímpar da atual experiência física, que nos favorece com a informação espírita. Afastemo-nos da irritação contumaz, não cultivando pessimismo, desculpando-nos quando nos equivocamos e procedendo da mesma maneira em relação ao próximo.
Nessa linha de ação, não nos permitamos desgastes psicológicos, quando acusados, nem euforias estonteantes, quando elogiados. Busquemos, acima de tudo, os hábitos salutares da oração, da meditação e do trabalho, procurando enriquecer-nos de esperança e de alegria, para nunca desanimarmos diante dos desafios do cotidiano. “Devemos vigiar e orar para não cairmos nas tentações, uma vez que mais vale chorar sob os aguilhões da resistência do que sorrir sob os narcóticos da queda.” (5)
Em resumo, “Procuremos a consciência de Jesus, para que a nossa consciência lhe retrate a perfeição e a beleza!... Saibamos refletir-lhe a glória e o amor, a fim de que a luz celeste se espelhe sobre as almas, como o esplendor solar se estende sobre o mundo.” (6) O Espiritismo derruba os muros invisíveis da ansiedade e da fobia, alargando os horizontes da felicidade, que vão além dos condicionamentos ilusórios das paixões, pois desta forma encontraremos consolação e paz, adquirindo ânimo e entusiasmo para prosseguir. Comecemos nosso esforço de soerguimento espiritual desde hoje e, amanhã, teremos avançado, consideravelmente, no grande caminho à conquista da luz.
Fontes:
(1) Cf. Nubor Orlando Facure, artigo publicado no Jornal Mundo Espírita em Abril/1998
(2) Artigo "Uma Visão Integral do Homem", Grupo Espírita Socorrista Eurípides Barsanulfo disponível no site http://www.geocities.com/Athens/9319/chacras.htm, acessado em 25/04/2006
(3) Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, ditada pelo Espírito André Luiz, 14ª edição, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, páginas: 118 a 125"
(4) Idem
(5) Xavier, Francisco Cândido. Fonte Viva, Ditada pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2002, cap 110
(6) Idem
*Jorge Hessen: Jorge Hessen, nascido no Rio de Janeiro a 18/08/1951, Servidor Publico Federal, residente em Brasília desde 1972. Formado em Estudos Sociais com ênfase em Geografia e Bacharel e Licenciado em História pela UnB. Escritor: livros publicados: Luz na Mente publicada pela Edicel, Praeiro, um Peregrino nas Terras do Pantanal publicado pela Ed do Jornal Diário de Cuiabá/MT, Anuário Histórico Espírita 2002, uma coletânea de diversos autores e trabalhos históricos de todo o Brasil, coordenado pelo Centro de Documentação Histórica da União das Sociedades Espíritas de São Paulo - USE. Articulista com textos publicados na Revista Reformador da FEB, O Espírita de Brasília, O Médium de Juiz de Fora, Brasília Espírita, Mato Grosso Espírita, Jornal União da Federação Espírita do DF. Artigos publicados na WEB da Federação Espírita Espanhola, Web da Irc Espiritismo.org e muitas outras web’Samara.
A ciência acadêmica, materialista por excelência, estabelece que o pensamento é um fenômeno meramente fisiológico, decorrente da incessante atividade neuronal. A rigor, a matéria mental é criação da energia que se exterioriza do Espírito e se difunde por um fluxo de partículas e ondas, como qualquer outra forma de propagação de energia do Universo. Tanto quanto no campo físico, o pensamento, em graus variados de excitação, gera ondas de comprimento e freqüência correspondentes ao teor do impulso criador da vontade ou do objetivo desejado. Pensar é um processo de projeção de matéria mental. Nesse aspecto, o pensamento deixa de ter uma dimensão intangível para se consubstanciar na condição de matéria em movimento. Expressando qualquer pensamento com muita determinação, estamos induzindo os outros a pensarem como pensamos. A anuência que os outros fazem de nossas ideações passa a ser questão de sintonia. Até porque, nossos pensamentos geram nossas atitudes e nossas atitudes geram pensamentos nos outros. Destarte, nossas idéias e convicções nos ligam, forçosamente, a todas as mentes que pensam como nós e, quanto maior nossa obstinação em sustentar uma idéia ou uma opinião, mais nos fixamos às correntes mentais das pessoas que se sentem quais nos sentimos e que abraçam as mesmas opiniões.
“Nossa mente projeta fora de nós as formas, as figuras e os personagens de todos os nossos desejos, inclusive com todo o conteúdo dinâmico do cenário elaborado. Com essa constelação de adornos mentais, atraímos ou repelimos as mentes que conosco assimilam ou desaprovam nosso modo de pensar,”(1) porque a nossa atividade mental, através do discernimento e do raciocínio, nos dá a prerrogativa de escolhermos nossos próprios objetivos.
Pensar ou conversar, continuadamente, significa projetar nos outros e atrair para si as mesmas imagens que criamos, suportando em nós mesmos a conseqüência decorrente dessa influência recíproca. Na persistência das idéias fixas, em comportamentos obsessivos ou tensões emocionais deliberadamente violentas, nos escravizamos a um ambiente psiquicamente denso, com imagens que nós forjamos e que nos mantêm num circuito de reflexos condicionais viciosos.
Esses reflexos dos sentimentos e pensamentos negativos que alimentamos se voltam sobre nós mesmos, depois de transformados em ondas mentais, tumultuando nossas funções neurológicas, e essas respostas condicionadas inconseqüentes, derramando- se sobre o tecido cerebral, criam alucinações que podem variar do medo manifesto ao estado neurótico, situação em que os desencarnados e encarnados perturbados nos atingem com sugestões destruidoras, diretas ou indiretas, conduzindo- nos a deploráveis fenômenos de descontrole emocional.
O pensamento, como uma modalidade de energia sutil, atuando em uma forma de onda, com velocidade muito superior à da luz, quando de passagem pelos lugares e criaturas, situações e coisas que nos afetam a memória, age e reage sobre si mesmo, em circuito fechado, trazendo-nos, assim, de volta às sensações desagradáveis, contato de qualquer ação desequilibrante. “Isso tudo acontece porque, quando nos rendemos ao desequilíbrio ou estabelecemos perturbações em prejuízo dos outros, plasmamos nos tecidos fisiopsicossomáticos determinados campos de ruptura na harmonia celular, criando predisposições mórbidas para essa ou aquela enfermidade e, conseqüentemente, toda a zona atingida torna-se passível de invasão microbiana.” (2)
Consciência desarmonizada, revestida de remorso, completa de ambições desvairadas ou denegrida de aflições, não pode senão atrair forças semelhantes que a encadeiam a torvelinhos dolorosos. Pelo pensamento de medo, angústia exacerbada, dissabor, escravizamo-nos nos troncos de suplício doloroso, sentenciando-nos, por vezes, a anos e anos de peregrinação nos trilhos da intranqüilidade espiritual. E, para abreviar o tormento que nos flagela de vários modos a consciência, é imprescindível atender à renovação mental, único meio de recuperação da harmonia espiritual.
“Satisfazer-se alguém com o rótulo, em matéria religiosa, sem qualquer esforço de sublimação interior, é tão perigoso para a alma quanto deter uma designação honorífica entre os homens com menosprezo pela responsabilidade que ela impõe. Títulos de fé não constituem meras palavras acobertando-nos deficiências e fraquezas. Expressam deveres de melhoria a que não nos será lícito fugir, sem agravo de obrigações. Em nossos círculos de trabalho, desse modo, não nos bastará o ato de crer e convencer”. (3)
É fato que todos nos encontramos em processo de burilamento moral e espiritual, carregando úlceras ou cicatrizes, daquelas mais recentes ou remotas, que nos dilaceraram a alma. A presença da imperfeição moral, em nós, significa um convite para que percebamos o muito que ainda necessitamos realizar, a fim de nos libertarmos das heranças primárias que insistem em nos atormentar. Até porque, quando nos dispomos a servir em nome do Cristo, igualmente, nos renovamos e alcançamos níveis de consciência mais elevados, desde que apoiados nos bons propósitos, reconhecendo o erro em que estagiamos, mas não lhe dando trégua.
“Nosso remédio é e será sempre Jesus. Ajustemo-nos ao Evangelho Redentor, pois o Cristo é a meta de nossa renovação. Regenerando a nossa existência pelos padrões dEle, reestruturaremos a vida íntima daqueles que nos rodeiam. O Evangelho do Senhor nos esclarece que o pensamento puro e operante é a força que nos arroja das trevas para a luz, do ódio ao amor, da dor à alegria.” (4)
Procuremos adotar rígida disciplina de hábitos mentais e morais, estabelecendo como metas colocar os deveres que nos dizem respeito acima dos prazeres mundanos e mantenhamo-nos serenos com a oportunidade ímpar da atual experiência física, que nos favorece com a informação espírita. Afastemo-nos da irritação contumaz, não cultivando pessimismo, desculpando-nos quando nos equivocamos e procedendo da mesma maneira em relação ao próximo.
Nessa linha de ação, não nos permitamos desgastes psicológicos, quando acusados, nem euforias estonteantes, quando elogiados. Busquemos, acima de tudo, os hábitos salutares da oração, da meditação e do trabalho, procurando enriquecer-nos de esperança e de alegria, para nunca desanimarmos diante dos desafios do cotidiano. “Devemos vigiar e orar para não cairmos nas tentações, uma vez que mais vale chorar sob os aguilhões da resistência do que sorrir sob os narcóticos da queda.” (5)
Em resumo, “Procuremos a consciência de Jesus, para que a nossa consciência lhe retrate a perfeição e a beleza!... Saibamos refletir-lhe a glória e o amor, a fim de que a luz celeste se espelhe sobre as almas, como o esplendor solar se estende sobre o mundo.” (6) O Espiritismo derruba os muros invisíveis da ansiedade e da fobia, alargando os horizontes da felicidade, que vão além dos condicionamentos ilusórios das paixões, pois desta forma encontraremos consolação e paz, adquirindo ânimo e entusiasmo para prosseguir. Comecemos nosso esforço de soerguimento espiritual desde hoje e, amanhã, teremos avançado, consideravelmente, no grande caminho à conquista da luz.
Fontes:
(1) Cf. Nubor Orlando Facure, artigo publicado no Jornal Mundo Espírita em Abril/1998
(2) Artigo "Uma Visão Integral do Homem", Grupo Espírita Socorrista Eurípides Barsanulfo disponível no site http://www.geocities.com/Athens/9319/chacras.htm, acessado em 25/04/2006
(3) Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, ditada pelo Espírito André Luiz, 14ª edição, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, páginas: 118 a 125"
(4) Idem
(5) Xavier, Francisco Cândido. Fonte Viva, Ditada pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2002, cap 110
(6) Idem
*Jorge Hessen: Jorge Hessen, nascido no Rio de Janeiro a 18/08/1951, Servidor Publico Federal, residente em Brasília desde 1972. Formado em Estudos Sociais com ênfase em Geografia e Bacharel e Licenciado em História pela UnB. Escritor: livros publicados: Luz na Mente publicada pela Edicel, Praeiro, um Peregrino nas Terras do Pantanal publicado pela Ed do Jornal Diário de Cuiabá/MT, Anuário Histórico Espírita 2002, uma coletânea de diversos autores e trabalhos históricos de todo o Brasil, coordenado pelo Centro de Documentação Histórica da União das Sociedades Espíritas de São Paulo - USE. Articulista com textos publicados na Revista Reformador da FEB, O Espírita de Brasília, O Médium de Juiz de Fora, Brasília Espírita, Mato Grosso Espírita, Jornal União da Federação Espírita do DF. Artigos publicados na WEB da Federação Espírita Espanhola, Web da Irc Espiritismo.org e muitas outras web’Samara.
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