domingo, 20 de setembro de 2020

Suicídio: uma calamidade mundial

 


Por Luiz Guimarães Gomes de Sá 

O setembro amarelo foi instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS), no dia 10 de setembro de 2003, como data de campanha de prevenção contra o suicídio em todo o mundo, por conta dessa calamidade que assola a humanidade de forma alarmante. A cada ano identificam-se pelas estatísticas o aumento dessas ocorrências que se tornaram um problema de saúde pública. 

As causas são as mais diversas, sendo a depressão uma das mais importantes nesse contexto.  Dificuldades financeiras, doenças, drogas lícitas ou não, desenganos da vida e, também, a ausência de religiosidade do ser humano fazem com que essa incidência se torne cada vez mais preocupante. O suicida não quer deixar de viver, ele quer “livrar-se” daquilo que o aflige. 

A fragilidade humana decorrente dos sentimentos e emoções mal vivenciados oportuniza esse ato de desespero, e para quem acredita que a vida não se resume do berço ao túmulo, sabe que aumentamos em grau elevadíssimo nossas aflições do amanhã, ou seja, o Espírito segue além-túmulo com tudo que aqui construiu de bom ou não. Lembremo-nos sempre de que a vida é um ciclo de desafios que são provas para o nosso processo evolutivo. 

Abreviar a vida é a maior transgressão do ser humano às Leis de Deus, segundo a questão 944, de O Livro dos Espíritos: “Tem o homem o direito de dispor da sua vida”? - Não; só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário importa numa transgressão desta lei. 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu, em 22 de janeiro de 1998, que “saúde é um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social, e não meramente a ausência de doença ou enfermidade”, e o Ministério da Saúde apoia o Centro de Valorização da Vida (CVV). Em 2017, 2 milhões de pessoas ligaram de maneira gratuita para o número 188, que oferece apoio emocional e de prevenção do suicídio. Imaginemos quantas vidas foram poupadas desse desatino... 

Os números continuam crescentes e sabe-se que a cada 40s alguém comete o suicídio no mundo. No Brasil, a cada 42min isso acontece. Chega-se a um total de 800 mil casos por ano em todo o mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu a meta de reduzir em 10% os casos de mortes por suicídio até 2020. Não será fácil, visto que a pandemia do Covid-19 contribuiu fortemente para o crescimento dos processos depressivos. 

Quando cremos no Criador e que somente nele poderemos ter o amparo necessário para as nossas vicissitudes, além obviamente da nossa vontade, sentimo-nos fortalecidos e a fé aliada à perseverança e à resignação leva-nos ao caminho de uma dor menor, enquanto a revolta é a porta do sofrimento. Revoltar-se é agravar tudo que já nos incomoda e sabemos que essa postura nada resolve. 

Enquanto o ser humano não buscar no seu interior as virtudes do bem, como o amor, a caridade, a fraternidade, dentre tantas outras, não sairá desse Dédalo que o eterniza encarcerado no desespero. Esse reencontro com o seu “eu” constitui-se na chave do tesouro adormecido e que somente cada um de nós tem acesso. 

Tenhamos consciência de que as nossas lutas externas são fugazes, mas aquelas contidas em nosso íntimo são as difíceis, pois é imperioso que renunciemos aos fatores impeditivos do nosso progresso moral, como o egoísmo, o orgulho e outros sentimentos inferiores que trazemos de vidas pretéritas.

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