Entre os chineses de épocas venerandas, afiançávamos que a imortalidade era a absoluta integração com os antepassados.
Na Índia bramânica, admitíamos que o éden fosse a condição privilegiada de alguns eleitos, na pureza intocável dos cimos.
No Egito remoto, imaginávamos que a glória, na Esfera Espiritual, consistisse na intimidade com os deuses particulares, ainda mesmo quando se mostrassem positivamente cruéis.
Na Grécia antiga, supúnhamos que a felicidade suprema, além da morte, brilhasse no trono das honrarias domésticas.
Com gauleses e romanos, incas e astecas, possuíamos figurações especiais do paraíso e, ainda ontem, acreditávamos que o céu fosse região deleitosa, em que Deus, teologicamente transformado em caprichoso patriarca, vivesse condecorando os filhos oportunistas que evidenciassem mais ampla inteligência, no campeonato da adulação.
De existência a existência, entretanto, aprendemos hoje que a vida se espraia, triunfante, em todos os domínios universais do sem-fim; que a matéria assume estados diversos de fluidez e condensação; que os mundos se multiplicam infinitamente no plano cósmico; que cada espírito permanece em determinado momento evolutivo, e que, por isso, o céu, em essência, é um estado de alma que varia conforme a visão interior de cada um.
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É por esse motivo que Allan Kardec pergunta e responde:
–Nessa imensidade ilimitada, onde está o Céu?
“Em toda parte. Nenhum contorno especial lhe traça limites.
Os mundos superiores são as últimas estações do seu caminho, que as virtudes franqueiam e os vícios interditam.”
E foi ainda, por essa mesma razão que, prevenindo-nos para compreender as realidades da natureza, no grande porvir, ensinou-nos Jesus, claramente:
“O Reino de Deus está dentro de vós.”
Emmanuel
Do livro Justiça Divina, de Emmanuel, Por Francisco Cândido Xavier, Reunião pública de 24-4-611ª Parte, cap.III, item 18
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