Evidências Científicas atuais sobre a existência de Vida após a Morte
Por Elaine Cristina Vieira (*)
Já faz muitos anos que os seres humanos se perguntam se há algo além da vida. Muitas culturas, religiões e doutrinas têm sido baseadas na crença de que os mortos vão viver em outros mundos, vão ao paraíso ou reencarnam. Mas o que aconteceria se a ciência nos desse evidências de que há vida depois da morte? Nas últimas décadas, vários cientistas e médicos pesquisadores de várias universidades do mundo estão revolucionando o paradigma do século XXI mostrando evidências de que a consciência de fato sobrevive à morte física.
Mediunidade no Laboratório
No Instituto Windbridge no Arizona, USA, a Dra. Julie Beischel está conduzindo uma pesquisa importante para demonstrar que há vida após a morte. Basicamente, utiliza três métodos para estudar o fenômeno da mediunidade: proof-focused - são testes para verificar que os médiuns estão dando a informação correta; process-focused - estuda a experiência dos médiuns durante as comunicações espirituais; applied-research - examina como a informação dos médiuns pode beneficiar a sociedade em geral. Os resultados da Dra. Beischel confirmaram a hipótese de que o espírito sobrevive à morte. Entramos em contato com a Dra. Julie Beischel para perguntar mais sobre o método científico que aplica em suas pesquisas. Ela disse que utiliza controles muito estritos para pesquisar o fenômeno de mediunidade através de um programa científico que contém uma quantidade grande de dados: ”No Instituto Windbridge, estamos interessados principalmente no estudo da mediunidade. Utilizamos o método científico e controles estritos para pesquisar estes fenômenos e o programa de pesquisa de mediunidade abrange uma quantidade enorme de dados. Através de nosso método científico do quíntuplo-cego (protocolo científico realizado para evitar resultados tendenciosos, onde nem o examinado (objeto de estudo) nem o examinador (pesquisador) sabem das variáveis do estudo. No caso do quíntuplo-cego são usadas 5 pessoas diferentes para ajudar na analise dos dados sem que nenhuma delas saiba do que se trata o estudo). Com médiuns certificados pelo Instituto Windbridge, podemos demonstrar que as informações dos médiuns sobre familiares já mortos são exatas, e, além do mais, os médiuns não têm nenhum conhecimento prévio sobre a família ou o desencarnado”. Além disso, Beischel disse: "Este paradigma de pesquisa é ideal porque o fenômeno da mediunidade é facilmente replicável e podemos trazer o fenômeno da mediunidade ao laboratório”. A pesquisa da Dra. Beischel certamente demonstra que o fenômeno da mediunidade é de fato autêntico.
No Brasil, a mediunidade de Chico Xavier foi estudada pelo Dr. Paulo Rossi em 1991. Chico Xavier ficou conhecido pelo seu trabalho gratuito, pelo qual publicou mais de 400 livros recebidos de mais de 600 autores espirituais, e também recebia cartas de pessoas já falecidas. O estudo do Dr. Paulo Rossi confirmou que 93,3% das pessoas que visitavam Chico Xavier não o conheciam; 62,2% das mensagens mostraram mais de seis fatos reais cada uma e 71,1% continham informações detalhadas sobre pessoas falecidas, que foram posteriormente confirmadas como verdadeiras por suas famílias. Rossi concluiu que as informações reveladas por Chico Xavier de fato provêm de espíritos de pessoas mortas e não são resultado de qualquer classe de fraude.
Em 2004, Alexander Moreira de Almeida concluiu sua tese de doutorado pela USP, na área de experiências mediúnicas. Almeida estudou 115 médiuns espíritas que seguem a doutrina codificada por Allan Kardec, com o objetivo de construir seu perfil sociodemográfico e para comprovar sua saúde mental. Os pesquisadores concluíram que a maioria dos médiuns desenvolveu sua mediunidade durante a infância e mostraram altos níveis socioeducativos.
Além disso, os resultados mostraram um nível muito baixo de desordens psiquiátricas entre os médiuns. Esse estudo mostra que os médiuns que com frequência são tachados como “loucos” são, na verdade, pessoas sem quaisquer problemas psicológicos e apresentam um nível muito alto de escolaridade.
O Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, da USP de São Paulo, usa técnicas de difração de raios X, tomografia computadorizada e ressonância magnética para explicar a relação entre a glândula pineal e a mediunidade. Dr. Sérgio demonstrou que médiuns de incorporação possuem mais cristais de apatita na glândula pineal e que durante o momento de comunicação espiritual os médiuns possuem alta atividade cerebral e aumento de fluxo sanguíneo na região da glândula pineal. A hipótese do Dr. Oliveira é que a glândula pineal é o órgão sensorial da mediunidade.
Pesquisas sobre Experiências de Quase Morte
No King´s College de Londres está acontecendo uma revolução no mundo da tanatologia, o estudo científico sobre a morte. O pesquisador e médico Peter Fenwick está fazendo experimentos detalhados sobre um fenômeno que acontece entre as 24 e 48 horas antes e depois da morte e também no momento da morte. As experiências de quase morte se referem ao conjunto de visões ou sensações frequentemente associadas a situações de morte iminente. Essas sensações incluem: experiência fora do corpo; levitação; medo extremo; serenidade total, segurança, calor e a presença de uma luz. Esses fenômenos são normalmente informados após uma pessoa ter sido considerada clinicamente morta e que depois volta à vida. Dr. Fenwick estuda as visões de pessoas que estão internadas e que falam com parentes já mortos. Também pesquisa coincidências de desencarnados que contactaram alguém somente para dizer que ela/ele havia morrido. “Esses acontecimentos ocorrem com muita frequência e em grande porcentagem dos casos e afirmam que a consciência é diferente do cérebro”, conclui Dr. Fenwick.
O Dr. Kenneth Ring, da Universidade de Connecticut e Sharon Cooper, da Universidade de Nova York, fizeram um estudo de dois anos sobre as experiências de quase morte em deficientes visuais, com resultados espantosos. Os resultados foram publicados no livro Mindsight (1999), o qual comprovou que 31 pessoas cegas que passaram pela experiência de quase morte descreveram a experiência de terem podido ver pela primeira vez em suas vidas, dando detalhes de procedimentos médicos na mesa cirúrgica.
O médico oncologista Jeffrey Long, que dirige a fundação de pesquisa sobre experiência de quase morte (http://www.nderf.org), tem recolhido mais de 2.500 estudos de casos em todo o mundo de pessoas que tiveram esse tipo de experiência. Por usar o método científico em sua pesquisa, decidimos contatar Dr. Long para descobrir mais sobre seu trabalho. Em nossa entrevista, feita por e-mail, ele nos declarou: “Minha área profissional está baseada em pesquisas sobre experiências de quase morte. Em minha opinião, as experiências de quase morte proporcionam uma das maiores evidências científicas da vida após a morte”.
Em seu livro Evidence of the Afterlife (Evidências da vida após a morte), Dr. Long faz um resumo das linhas de evidência que apontam a veracidade das experiências de quase morte: os pacientes clinicamente mortos experienciam: 1) consciência clara; 2) experiências reais fora do corpo; 3) sentidos aguçados; 4) consciência durante a anestesia; 5) lembranças claras de reencontros com familiares falecidos. Além disso, Dr. Long confirma que as experiências de quase morte em crianças são as mesmas que em adultos, que experiências de quase morte ocorrem no mundo todo e que as pessoas que passam por experiências de quase morte geralmente promovem uma mudança de vida significativa.
Terapia de Regressão de Vidas Passadas e Reencarnação
As pesquisas em regressão de vidas passadas constam de práticas baseadas em evidências. Os resultados provêm de questionários que são preenchidos antes e depois da terapia com um número grande de participantes com um tipo específico de problema e inclui um grupo de controle para demonstrar sua efetividade (o duplo-método científico cego). Entre 1985 e 1992, Hazel Denning, fundador da Associação Internacional para Pesquisa de Regressão e Terapias (http://www.iarrt.org), estudou os resultados de oito terapeutas de regressão com aproximadamente 1.000 pacientes. Os resultados foram medidos imediatamente após a terapia, com acompanhamento de seis meses, um ano, dois anos e cinco anos após a terapia. Dos 450 pacientes que puderam ser localizados após cinco anos, 24% informaram que seus sintomas tinham desaparecido completamente, 23% confirmaram uma grande melhora, 17% confirmaram uma melhora, e 36% não obtiveram nenhuma melhora. Em geral, isto faz um saldo positivo de 64%.
O psicoterapeuta Dr. Brian Weiss, do Centro Mount Sinai em Miami, USA, que se declarava cético, mudou de opinião e decidiu pesquisar o fenômeno da reencarnação e espiritualidade ao constatar que uma de suas pacientes, após recordar uma vida passada, podia dar detalhes impressionantes sobre seu filho já morto. Ele também constatou que durante a sessão de hipnose seus pacientes diziam ver professores (Espíritos). Dr. Weiss teve a oportunidade de conversar com tais professores, que lhe deram informações detalhadas sobre assuntos que a paciente desconhecia. Depois de muita investigação, Dr. Weiss escreveu vários livros, entre eles Many Lives, Many Masters (Muitas vidas, muitos mestres), Messages from the Masters (Mensagens dos mestres), Only love is real, (Somente o amor é real), entre outros, nos quais explica a realidade da reencarnação e do mundo espiritual numa perspectiva psiquiátrica.
Dr. Ian Stevenson, falecido em 2007, era um dos pesquisadores mais conhecidos na área da reencarnação. Ele atuava na Universidade da Virgínia. Stevenson não utilizava o método de hipnose para verificar se uma pessoa teve uma lembrança de uma vida anterior. Ao contrário, ele estudou milhares de casos em crianças nos Estados Unidos, na Inglaterra, Tailândia, Birmânia, Turquia, Líbano, Canadá, Índia etc. Primeiro, ele verificava toda a informação sobre a vida anterior da criança. Depois, identificava o desencarnado que a criança dizia ter sido na vida anterior. Mais tarde, confirmava os fatos da vida passada do desencarnado que coincidiam com as lembranças das crianças. Ele também comparava marcas no corpo e defeitos de nascimento das crianças com feridas e cicatrizes que os desencarnados possuíam quando vivos, tudo isso confirmados por registros médicos.
Dr. Jim Tucker, diretor médico da Clínica Psiquiátrica Child and Family, da Universidade da Virgínia, é o atual sucessor do Dr. Stevenson. Nós entramos em contato com Dr. Tucker para saber um pouco mais sobre as provas da vida após a morte. Ele respondeu: "As provas mais importantes da vida após a morte, além das experiências de quase morte, são as pesquisas com médiuns, relatórios detalhadamente estudados de aparições e lembranças de vidas passadas em crianças. Ian Stevenson passou 40 anos estudando tais casos, onde a maioria deles vinha de culturas com uma crença em reencarnação. Eu agora estudo os casos ocidentais, e os resultados são praticamente os mesmos”.
A ciência da Vida após a Morte
A ciência do pós-morte foi investigada do ponto de vista judicial pelo advogado australiano e escritor Victor Zammit. Ele afirma que todas as provas que ele reuniu sobre a vida após a morte são bastante fortes para serem aceitas em qualquer tribunal (http://www.victorzammit.com). Em seu livro A Lawyer Presents the Case for the Afterlife (2006, 4ª ed.) Zammit mostrou 23 áreas diferentes que demonstram a existência de vida após a morte. Ele propôs um desafio para os cientistas, pelo qual pagaria U$ 1.000.000 para que alguém provasse que não há vida após a morte!
Atualmente, há numerosos estudos sendo conduzidos na área de espiritualidade e vida após a morte, em que os cientistas estão utilizando tecnologias de ponta e métodos científicos. A pesquisa pioneira de Raymond Moody e Elisabeth Kübler-Ross tem contribuído para o desenvolvimento dessa área. Podemos citar vários outros nomes, como, por exemplo, Erlendur Haraldsson, da Universidade de Islândia, Morris Netherton, terapeuta de vida passada, o psicólogo Peter Ramster, o psicoterapeuta Andy Tomlinson, o cardiologista Pim Van Lommel e muitos outros. Embora vários pesquisadores estejam encontrando evidências impressionantes que sugerem que há vida após a morte, ou pelo menos a sobrevivência da consciência, eles ainda não sabem como explicar como tudo funciona...
É, às vezes a ciência funciona desta maneira. Um exemplo clássico são os astrônomos e os astrofísicos que podem identificar uma relação entre os ciclos de atividade do Sol e o clima na Terra, assumindo que esta relação existe, apesar de não saberem como funciona, como explica o professor Sami Solanki, do Instituto Max Planck, do Departamento de Pesquisa do Sistema Solar na Alemanha (http://tinyurl.com/77taz9c): “A correlação entre os ciclos solares e o clima terrestre não tem sido demonstrada”. Então, por que estudam esta correlação se ainda não sabem que isto realmente existe? A resposta é simples: é porque eles têm observado evidências que sugerem que isso pode ser desta maneira. Pois bem, parece que estamos em uma situação muito similar com os estudos sobre a vida após a morte. Os pesquisadores têm observado evidências que sugerem que a consciência sobrevive à morte física, mas ainda não conseguem entender bem como isso funciona. Se nos dois casos a ciência ainda não foi capaz de demonstrá-los, então, nós ainda não podemos rechaçar a possibilidade de uma possível existência da vida após a morte!
(*) Participou na elaboração deste artigo Mado Martínez, também radicada na Espanha.
Elaine Cristina Vieira é fisiologista e pesquisadora PhD na área de doenças metabólicas em Barcelona, Espanha.
Mado Martínez é filóloga e está concluindo pós-graduação em estudos de culturas e tradições na Universidade de Alicante, Espanha. Ela mantém na internet o website http://www.madomartinez.com.
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