"Nós não podemos amar, a menos que aceitemos o perdão. E quanto mais profunda for a nossa experiência do perdão, maior será o nosso amor." Paul Tillich
Na minha infância, minha mãe costumava colocar curativos nos meus machucados e retirava-os religiosamente dois dias depois. Nunca compreendi por que ela fazia isso, já que as feridas não estavam completamente curadas. Quando perguntei sobre o assunto, ela respondeu: - É preciso expor a ferida ao ar para que ela feche mais rápido. - O mesmo acontece com nossas feridas emocionais, que precisam de um pouco de exposição para começar o processo de cura.
Quando alguém diz ou faz algo que nos magoa, tendemos a nos apegar à ferida e a guardar ressentimentos em relação àquela pessoa. Do ponto de vista da energia psíquica, isto é um erro. Carregar uma ferida emocional estimula e alimenta emoções e pensamentos negativos relacionados com essa ferida, e a dor contagia nosso espaço. Como já disse várias vezes, semelhante atrai semelhante. Portanto, atrairemos elementos igualmente negativos. Quanto antes nos permitirmos vivenciar os sentimentos de raiva e frustração, mais cedo poderemos nos desapegar da dor. E com esse desapego vem o verdadeiro passo na direção da cura: o perdão.
O que cria o poder de curar a si mesmo? O que dá a uma pessoa a coragem de perdoar? Dois ingredientes são fundamentais: a compreensão espiritual conquistada através do processo constante de autoconhecimento e a prática persistente do desapego. Pessoas capazes de compaixão aprendem as lições do perdão. Elas percebem que o apego à mágoa faz com que o sofrimento se repita indefinidamente. O perdão traz a cura para a pessoa e ajuda a difundir esta consciência para toda a humanidade.
James Van Praagh
Do livro "Em Busca da Espiritualidade", de James Van Praagh.
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