domingo, 8 de janeiro de 2012

Momentos de Meditação


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Voz de Divaldo Franco


A vida moderna, rica de divertimentos e pobre de Espiritualidade, arrasta o homem para o exterior, para os jogos dos sentidos, em detrimento da harmonia que lhe deve constituir a base para quaisquer outras realizações, sem a qual ruem todas as suas construções, sempre efêmeras na sua realidade.

Sucessivas ondas de alucinados são jogadas nas praias do mundo, logo seguidas pelas dos deprimidos, ansiosos, insatisfeitos como a denunciar a falência dos valores ético-morais e das ambições tecnológicas que não felicitaram a criatura humana.

O descalabro e o absurdo campeiam, à solta, ao lado da corrupção de todo matiz, desenfreada, conspirando contra os ideais de nobreza, de justiça e de harmonia da Vida.

Há uma vaga imensa de descrença do homem pelo homem e uma terrível indiferença pelo amanhã, arrojando os indivíduos na corrente do desespero público ou mal controlado em ameaça crescente contra a cultura, a civilização, a família, o matrimônio...

Reserva-te periodicamente momentos para meditação.

Meditar é uma necessidade imperiosa que se impõe antes de qualquer realização.

Com esta atitude acalma-se a emoção e aclara-se o discernimento, harmonizando-se os sentimentos.

Não se torna indispensável que haja uma alienação, em fuga dos compromissos que lhe cumpre atender, face às responsabilidades humanas e sociais. Mas, que reserve alguns espaços mentais e de tempo, a fim de lograr o cometimento.

*

Começa o teu treinamento, meditando diariamente num pensamento do Cristo, fixando-o pela repetição e aplicando-o na conduta através da ação.

Aumenta, a pouco e pouco, o tempo que lhe dediques, treinando o inquieto corcel mental e aquietando o corpo desacostumado.

Sensações e continuados comichões que surgem, atende-os com calma, a mente ligada à idéia central, até conseguires superá-los.

A meditação deve ser atenta, mas não tensa, rígida.

Concentra-te, assentado comodamente, não, porém, o suficiente para amolentar-te e conduzir-te ao sono.

Envida esforços para vencer os desejos inferiores e as más inclinações.

Escolhe um lugar asseado, agradável, se possível, que se te faça habitual, enriquecendo-lhe a psicosfera com a qualidade superior dos teus anelos.

Reserva-te uma hora calma, em que estejas repousado.

Invade o desconhecido país da tua mente, a princípio reflexionando sem censurar, nem julgar, qual observador equilibrado diante de acontecimentos que não pode evitar.

Respira, calmamente, sentindo o ar que te abençoa a vida.

Procura a companhia de pessoas moralmente sadias e sábias, que te harmonizem.

Dias haverá mais difíceis para o exercício. O treinamento, entretanto, se responsabilizará pelos resultados eficazes.

Não lutes contra os pensamentos. Conquista-os com paciência.

Tão natural se te tornará a realização que, diante de qualquer desafio ou problema, serás conduzido à idéia predominante em ti, portanto, a de tranquilidade, de discernimento.

*

Gandhi jejuava em paz, por vários dias, sem sofrer distúrbios mentais, porque se habituara à meditação, à qual se entregava nessas oportunidades.

E Jesus, durante os quarenta dias de jejum, manteve-se em ligação com o Pai, prenunciando o testemunho no Getsêmani, quando entregue, em meditação profunda, na qual orava, deixou-se arrastar pelas mãos da injustiça, para o grande testemunho que viera oferecer à Humanidade.


Joanna de Ângelis

Do livro Momentos de Meditação, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis.

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