No dia 01 de abril de 1858, Allan Kardec fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, que tinha como objetivo “o estudo de todos os fenômenos relativos às manifestações espíritas e suas aplicações às ciências morais, físicas, históricas e psicológicas”.
Ele não tinha a intenção de fundar uma religião, como ocorreu posteriormente, a partir de seu legado. Para Kardec, “a ciência espírita compreende duas partes: uma experimental, relativa às manifestações em geral, e outra filosófica, relativa às manifestações inteligentes e suas conseqüências”.
Em outubro de 1861, ocorreu um triste e patético acontecimento. Trata-se do famoso auto-de-fé promovido pela Igreja Católica na cidade espanhola de Barcelona, quando cerca de 300 publicações espíritas foram queimadas em praça pública. As obras, encomendadas a Allan Kardec pelo livreiro Maurice Lachâtre, foram enviadas de forma comum, nas condições alfandegárias normais e tendo as taxas de importação pagas pelo destinatário às autoridades espanholas. No entanto, a entrega das encomendas não foi realizada, pois foram confiscadas pelo bispo de Barcelona com a seguinte justificativa: “A Igreja Católica é universal e estes livros são contrários à fé católica, não podendo o governo permitir que passem a perverter a moral e a religião de outros países”.
Talvez com saudades dos áureos tempos de absoluto domínio das consciências humanas à base de ferro e fogo, o douto bispo, acreditando pertencer à uma seleta instituição de únicos representantes da vontade de Deus na Terra, fez reacender as fogueiras que atingiram tantas vítimas inocentes em séculos anteriores. Através de um carrasco, as obras foram queimadas, certamente, no lugar das pessoas que deveriam estar ali: os espíritas franceses em geral e um homem em particular: Allan Kardec. A pantomima seguiu em tudo as regras de uma execução inquisitorial.
Graças a esta demonstração de brutalidade por parte da religião de Roma, o Espiritismo acabou tendo uma grande repercussão em toda a Espanha, granjeando inúmeros adeptos. De certa forma, o ato alçou a doutrina espírita ao mesmo patamar de outros mártires da liberdade de espírito, incluindo Jacques DeMolay, Galileu Galilei, Giordano Bruno e aquela que, com toda a infalibilidade papal, foi condenada como bruxa à fogueira, para, quatro séculos depois, ser elevada à categoria de santa: Joana D’Arc.
Uma Religião para o Clero
Na Revista Espírita de 1864, Allan Kardec fez uma observação a respeito da divulgação do Espiritismo como uma religião pelos doutores da lei da era moderna. Disse ele: “Quem primeiro proclamou que o Espiritismo era uma religião nova, com seu culto e seus sacerdotes, senão o clero? Onde se viu, até o presente, o culto e os sacerdotes do Espiritismo? Se algum dia ele se tornar uma religião, o clero é quem o terá provocado”.
Kardec passou o resto de sua vida na missão de divulgar os resultados de seus estudos e os de outros colegas, empreendendo inúmeras viagens pela França e pela Bélgica entre os anos de 1859 e 1868 e escrevendo várias brochuras e pequenos artigos para a propagação do Espiritismo. Produziu ainda muitos outros livros, entre eles O Livro dos Médiuns (1861), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868).
Sempre lúcido e lógico, Kardec soube muito bem como enfrentar a oposição e a difamação de inimigos gratuitos com dignidade e nobreza, reconhecendo quando algum argumento oposto tinha valor sério e sincero. Manteve-se à frente da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, além de escrever outros livros e artigos para a Revista Espírita, até os seus últimos dias de vida. Allan Kardec desencarnou em 31 de março de 1869, aos 65 anos de idade, vítima de um aneurisma cerebral. Regressava ao plano espiritual aquele que abriu as mentes dos homens para esse mundo além da morte.
Em outubro de 1861, ocorreu um triste e patético acontecimento. Trata-se do famoso auto-de-fé promovido pela Igreja Católica na cidade espanhola de Barcelona, quando cerca de 300 publicações espíritas foram queimadas em praça pública. As obras, encomendadas a Allan Kardec pelo livreiro Maurice Lachâtre, foram enviadas de forma comum, nas condições alfandegárias normais e tendo as taxas de importação pagas pelo destinatário às autoridades espanholas. No entanto, a entrega das encomendas não foi realizada, pois foram confiscadas pelo bispo de Barcelona com a seguinte justificativa: “A Igreja Católica é universal e estes livros são contrários à fé católica, não podendo o governo permitir que passem a perverter a moral e a religião de outros países”.
Talvez com saudades dos áureos tempos de absoluto domínio das consciências humanas à base de ferro e fogo, o douto bispo, acreditando pertencer à uma seleta instituição de únicos representantes da vontade de Deus na Terra, fez reacender as fogueiras que atingiram tantas vítimas inocentes em séculos anteriores. Através de um carrasco, as obras foram queimadas, certamente, no lugar das pessoas que deveriam estar ali: os espíritas franceses em geral e um homem em particular: Allan Kardec. A pantomima seguiu em tudo as regras de uma execução inquisitorial.
Graças a esta demonstração de brutalidade por parte da religião de Roma, o Espiritismo acabou tendo uma grande repercussão em toda a Espanha, granjeando inúmeros adeptos. De certa forma, o ato alçou a doutrina espírita ao mesmo patamar de outros mártires da liberdade de espírito, incluindo Jacques DeMolay, Galileu Galilei, Giordano Bruno e aquela que, com toda a infalibilidade papal, foi condenada como bruxa à fogueira, para, quatro séculos depois, ser elevada à categoria de santa: Joana D’Arc.
Uma Religião para o Clero
Na Revista Espírita de 1864, Allan Kardec fez uma observação a respeito da divulgação do Espiritismo como uma religião pelos doutores da lei da era moderna. Disse ele: “Quem primeiro proclamou que o Espiritismo era uma religião nova, com seu culto e seus sacerdotes, senão o clero? Onde se viu, até o presente, o culto e os sacerdotes do Espiritismo? Se algum dia ele se tornar uma religião, o clero é quem o terá provocado”.
Kardec passou o resto de sua vida na missão de divulgar os resultados de seus estudos e os de outros colegas, empreendendo inúmeras viagens pela França e pela Bélgica entre os anos de 1859 e 1868 e escrevendo várias brochuras e pequenos artigos para a propagação do Espiritismo. Produziu ainda muitos outros livros, entre eles O Livro dos Médiuns (1861), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868).
Sempre lúcido e lógico, Kardec soube muito bem como enfrentar a oposição e a difamação de inimigos gratuitos com dignidade e nobreza, reconhecendo quando algum argumento oposto tinha valor sério e sincero. Manteve-se à frente da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, além de escrever outros livros e artigos para a Revista Espírita, até os seus últimos dias de vida. Allan Kardec desencarnou em 31 de março de 1869, aos 65 anos de idade, vítima de um aneurisma cerebral. Regressava ao plano espiritual aquele que abriu as mentes dos homens para esse mundo além da morte.
Trecho do artigo Kardec e a Codificação, escrito por Carlos Antônio Fragoso Guimarães e publicado na Revista Cristã de Espiritismo, especial edição 05.
*Imagens de Paris na Época de Allan Kardec (Universo Espírita)
*Imagens de Paris na Época de Allan Kardec (Universo Espírita)
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