quarta-feira, 14 de setembro de 2011

As Lições da Introdução d'O Livros dos Médiuns



Por Abel Sidney


O Livro dos Médiuns é uma dessas obras que merece um estudo acurado, profundo, o que nos exige, por certo, doses maiores de dedicação e constância. Não é, definitivamente, um livro de leitura digestiva, desses para se ler nas horas vagas. É um livro de estudo e pesquisa. E como tal como deve ser lido, estudado e meditado.

A sua Introdução guarda preciosas lições, a começar pela definição do caráter da obra. Kardec imprime-lhe a feição de “estudo sério e completo”. O sério se contrapõe à leviandade com que a mediunidade era tratada em seu tempo (e também no nosso!); o completo refere-se à busca de se estudar por todos os ângulos este tema tão complexo, que é a mediunidade, sem que isso signifique a verdade total ou a última palavra.

Fosse filho de uma cultura utilitarista e mercantilista, como a americana, e Kardec poderia ter caído na doce tentação de publicar um “resumido manual prático, que em poucas palavras desse a indicação dos processos a seguir, a fim de entrar em comunicação com os espíritos”. Entretanto, fosse por ter a exata noção de sua responsabilidade com a Doutrina que estava a edificar; fosse pelo espírito filosófico e cultural francês, que exige profundidade do pensador, decidiu ele evitar “experiências feitas levianamente” que poderiam ocorrer, caso um pequeno manual de como comunicar-se com os mortos fosse publicado.

Publicara ele, antes dessa obra, um pequeno livro chamado Instrução Prática, que fora o embrião, o alicerce da definitiva obra que seria erguida. Esgotada a edição, ele não a reeditou, por considerá-la “insuficiente para esclarecer todas as dificuldades que se podem apresentar” no trato com as manifestações espirituais. O Livro dos Médiuns, fruto de “uma longa experiência e um estudo consciencioso”, fora, pois, o sucessor natural das primeiras instruções. O caráter da obra, anota Kardec na linha seguinte, é o de seriedade, tendo ela por fim “desviar toda idéia de preocupação frívola ou de divertimento” daqueles que lidam com o Invisível.

Quando Kardec comenta sobre “a má impressão” causada por “experiências realizadas levianamente e sem conhecimento de causa”, o que permitiria “os ataques da zombaria e de uma crítica por vezes fundamentada”, ele se referia aos médiuns do seu tempo, que ao se exporem publicamente, em reuniões sem a devida seriedade, causavam um duplo mal: os incrédulos não se convenciam dos fatos e também não se inclinavam “a ver o lado sério do Espiritismo”.

A atualidade do alerta do codificador pode ser percebida em outras atitudes nossas, no movimento espírita. Trata-se da exposição dos dons mediúnicos notadamente da pintura mediúnica e da cura dita espiritual, que longe de convencer os céticos, desperta-lhes o senso crítico, por tratar-se, lamentavelmente, mais de um espetáculo do que propriamente da busca da comprovação da imortalidade da alma, o que aliás, já está suficientemente demonstrada, dispensando-se efeitos pirotécnicos para tanto.

Não por acaso, aponta Kardec, o progresso alcançado pelo Espiritismo nos seus primeiros anos de difusão deveu-se à sua apreciação “por gente esclarecida”, pelo fato da Doutrina ter adentrado pelo “caminho da Filosofia”. A conquista de “partidários valiosos” estaria mais no terreno da reflexão e da busca, próprios da Filosofia, do que na provocação das manifestações mediúnicas, que como simples fenômeno pode não suscitar, de imediato, quaisquer reflexões morais ou filosóficas.

O “número de adeptos feitos só com a leitura de O Livro dos Espíritos” é um atestado do que foi exposto anteriormente. E aqui cabe mais um alerta, desta vez nosso: a sofreguidão de muitos companheiros de conquistar adeptos através da oferta de livros supostamente espíritas. Refiro-me aos tantos recentes lançamentos de “romances mediúnicos” de conteúdo duvidoso, embora de enredo fácil e adocicado. Não se deveria confundir a leitura acessível dos romances espíritas de bom conteúdo e procedência legítima com os citados romances, os quais podem entreter e sensibilizar, mas não educam, por não despertar reflexões profundas, além de trazerem, dissimulados, conceitos errôneos sobre alguns dos pontos básicos da Doutrina.

Nos parágrafos finais desta Introdução Kardec tributa aos espíritos a realização da obra. Em suas palavras: “...como tudo reviram, aprovando ou modificando à vontade, pode-se dizer que, em grande parte, esta é uma obra deles, de vez que a sua intervenção não ficou limitada a alguns artigos assinados.”

Podemos afirmar que O Livro dos Médiuns é um trabalho feito a muitas mãos. Mas o pedreiro e o mestre de obra, se podemos utilizar tal analogia, é de fato Allan Kardec. Os engenheiros, os consultores, estiveram presentes, dando cada qual sua cota de orientação e trabalho. Os tijolos, assentados e reassentados, custou muito do seu suor. E se podemos tomar as palavras de Edison, o inventor da lâmpada elétrica, diríamos que no seu trabalho a inspiração ocupava apenas uma parte, devendo-se o restante à sua transpiração... O seu labor intelectual não conhecia limites; desafiando o cansaço e as doenças que o acometiam. A sua produção literária e as outras atividades paralelas desenvolvidas nos quinze anos (1854-1869) que se dedicou à causa espírita atesta a fenomenal capacidade de trabalho deste espírito. O seu exemplo nos atesta que não podemos dispensar o trabalho constante, a pesquisa e o estudo permanente, a busca da renovação espiritual e a luta pela própria transformação íntima.


Nota: todas as citações entre aspas foram colhidas na Introdução de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, tradução de Júlio Abreu Filho, edição Círculo do Livro.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O Dom da Mediunidade - Entrevista

Mediunidade é um dom ?


Fabiana Ganci Fares


(Entrevista concedida por Marlene Nobre à Folha Espírita, em maio de 2007, ocasião em que lançou o livro "O Dom da Mediunidade")

A FE Editora Jornalística lança, neste mês, o livro O Dom da Mediunidade – Um sentido novo para a vida humana, um novo sentido para a humanidade. Da autora Marlene Nobre, presidente das Associações Médico-Espíritas do Brasil e Internacional, o livro reúne os estudos sobre mediunidade contidos nos 14 livros da coleção de André Luiz. Assim como em A Obsessão e suas Máscaras, O Dom da Mediunidade segue a mesma linha, para um dia ser estudado nas universidades. Entre outros, são examinados os fenômenos anímicos e espiríticos: exteriorização da sensibilidade, desdobramento e bicorporeidade, materialização, curas, vidência, audiência, psicografia, psicofonia e psicometria.


Folha Espírita – Qual foi a sua intenção ao escolher o título do livro?
Marlene Nobre – A mediunidade é um dom concedido por Deus a todas as criaturas humanas, como o dom ou a faculdade de respirar. Conforme instrução do mentor Alexandre, no livro de André Luiz Missionários da Luz, pela psicografia de Chico Xavier, esse dom significa um sentido novo da criatura humana, expresso através da atividade da glândula pineal. Por sua vez, esse sentido novo, que é a mediunidade, dá um novo significado à existência humana, uma nova perspectiva de evolução para a humanidade.

FE – Como a obra é constituída?
Marlene – O livro é constituído de três partes: Introdução Geral; Fenômenos Anímicos; e Fenômenos Espiríticos: de Efeitos Físicos e Efeitos Intelectuais. Na Introdução Geral, analisamos a definição de mediunidade e seus sintomas, o que é ser médium ostensivo e atuar no sentido mais amplo do termo, o papel da glândula pineal, a importância da aura e do pensamento, e, sobretudo, destacamos o mecanismo da exteriorização da sensibilidade, algo pouco referido, mas que é muito importante nos estudos sobre mediunidade. Procuramos, nas duas outras partes, classificar a mediunidade em dois grandes grupos: o dos Anímicos e o dos Espiríticos, mostrando como é difícil essa tentativa de classificação. Enfim, focalizamos os efeitos físicos e intelectuais desses fenômenos.

FE – Por que reunir, em uma única obra, os textos sobre mediunidade relatados por André Luiz em seus livros?

Marlene – Tal como fiz em A Obsessão e suas Máscaras, reuni aqui tudo quanto estudei sobre mediunidade nos 14 livros de André Luiz. Fiz isso no estudo da obsessão, repeti agora no da mediunidade e continuarei a fazê-lo relativamente a outros temas, dada a importância das revelações contidas nessa extraordinária coleção. Acredito, da mesma forma que Hernani Guimarães Andrade, que um dia ela será estudada nas universidades, daí a necessidade de nos prepararmos, desde já, para isso.

FE – O que é mediunidade? Qual a importância de conhecê-la nos dias de hoje?

Marlene – Mediunidade é o sentido novo concedido ao ser humano que lhe possibilita a ampliação e a perfectibilidade dos sentidos, aumentando a sua capacidade de comunicação e expressão, quer seja com os outros espíritos encarnados ou com os desencarnados. Passados tantos milênios, é preciso que, finalmente, deixemos de lado os tabus e preconceitos e aceitemos a mediunidade como uma faculdade inerente ao ser humano.

FE – De que maneira percebemos atitudes ou comportamentos em nosso dia-a-dia, fora da comunidade espírita, cuja causa, ou razão de ser, é oriunda de uma manifestação espiritual atuando sobre o corpo físico através da mediunidade?
Marlene – Para começar – e não é pouco –, todos os crimes e violências do dia-a-dia são ações perversas planejadas por espíritos encarnados em sintonia com os desencarnados. O ser humano não age isoladamente, mas em condomínio. Através dos pensamentos que cultiva, entra em conluio com desencarnados que pensam e agem como ele. E a ação fica superlativa. Além disso, dou os sintomas da mediunidade no livro. Seria bom verificarmos de que maneira podemos estar sendo instrumentos do bem ou do mal em relação a nós e aos outros.

FE – Mediunidade é doença? Qual a cura para ela?
Marlene – Mediunidade não é doença. O médium não tem possibilidade de se livrar dela, porque a faculdade lhe foi concedida, a seu próprio pedido, antes da encarnação, para favorecer-lhe a evolução espiritual. O que ele precisa é ficar atento ao uso, à aplicação que faz dela. A obsessão, sim, é doença espiritual, porque se trata da mediunidade patológica ou torturada, que deve ser tratada com empenho, paciência e dedicação.

FE – Como perceber se um pensamento ou atitude é nosso ou sugerido por outra inteligência que não a nossa?
Marlene – Na maioria das vezes, não distinguimos se é nosso ou não, principalmente se não temos muita experiência no trato com as questões espirituais, por isso recolhemos as “respostas” dos invisíveis, misturadas ao emaranhado dos nossos próprios pensamentos. No entanto, não há quem não possa distinguir entre a sugestão de uma ação boa ou má. A atitude final cabe à criatura encarnada, porque, afinal de contas, a decisão é sempre do espírito morador. Utilizamos o nosso livre-arbítrio, responderemos, portanto, por nossas ações.

FE – Quando percebemos que o pensamento não é nosso, o que fazer?

Marlene – Se conseguimos distinguir, devemos orar quando o pensamento não é bom, pedindo a Deus pelo espírito equivocado e por nós mesmos para não cairmos na tentação do erro. Quando é bom, devemos agradecer.

FE – Quais são os inconvenientes em nossa vida de uma mediunidade não orientada? E as pessoas de religiões que não aceitam a mediunidade e são médiuns?

Marlene – Quando a mediunidade não é canalizada no auxílio à humanidade de forma generosa e desinteressada, podem surgir, como fruto da má ou da não utilização, doenças corpóreas e transtornos mentais. Aos que têm outra religião, constitui nosso dever dizer do que se trata, dar o diagnóstico e deixar a decisão por conta deles.

FE – Quais os benefícios em nossa vida de uma mediunidade bem orientada?

Marlene – Tomemos como exemplo o maior médium de todos os tempos – Chico Xavier: os frutos benéficos foram e continuam a ser extraordinários. Não podemos esquecer, todavia, que tudo foi possível graças à sua doação pessoal em abnegação, renúncia e bondade.

FE – De que maneira direcionar a mediunidade de modo a obter esses benefícios?
Marlene – Mediunidade bem direcionada é sinônimo de médium disposto a servir à humanidade de forma gratuita e honesta, dentro do espírito de renúncia e humildade, exemplificado por Jesus. Os benefícios, em geral, são de ordem espiritual, por isso nem sempre os médiuns persistem. Muitos desistem ante as lutas grandes e ásperas que têm de travar no mundo conturbado que habitamos.


Fonte: Portal AME-Brasil

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A Música e o Espírito: Whispers in the Wind - Curtis Macdonald

A música " Whispers in the Wind", do músico americano Curtis Macdonald, em um videoclipe onde podemos acompanhar a serenidade da melodia combinada com belíssimas paisagens que vão se transformando sob a ação dos ventos, através da lente de uma câmera especial em "speed motion".


domingo, 11 de setembro de 2011

Mensagem da Semana


Ouça a Mensagem



Intuição


“Porque a profecia jamais foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” – (2ª EPÍSTOLA DE PEDRO, capítulo 1, versículo 21.)


Todos os homens participam dos poderes da intuição, no divino tabernáculo da consciência, e todos podem desenvolver suas possibilidades nesse sentido, no domínio da elevação espiritual.

Não são fundamentalmente necessárias as grandes manifestações fenomênicas da mediunidade para que se estabeleçam movimentos de intercâmbio entre os planos visível e invisível.

Todas as noções que dignificam a vida humana vieram da esfera superior. E essas idéias nobilitantes não se produziram por vontade de homem algum, porque os raciocínios propriamente terrestres sempre se inclinam para a materialidade em seu arraigado egoísmo.

A revelação divina, significando o que a Humanidade possui de melhor, é cooperação da espiritualidade sublime, trazida às criaturas pelos colaboradores de Jesus, através da exemplificação, dos atos e das palavras dos homens retos que, a golpes de esforço próprio, quebram o círculo de vulgaridades que os rodeia, tornando-se instrumentos de renovação necessária.

A faculdade intuitiva é instituição universal. Através de seus recursos, recebe o homem terrestre as vibrações da vida mais alta, em contribuições religiosas, filosóficas, artísticas e científicas, ampliando conquistas sentimentais e culturais, colaboração essa que se verifica sempre, não pela vontade da criatura, mas pela concessão de Deus.


Emmanuel

Do livro Caminho, Verdade e Vida, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel.

sábado, 10 de setembro de 2011

O Que é e como ocorre a Psicografia?


Como ocorre a psicografia?

Entenda como ocorre o fenômeno da psicografia, segundo a doutrina espírita

A psicografia é a mediunidade pela qual os espíritos influenciam a pessoa, levando-a a escrever. Os que a possuem são denominados médiuns escreventes ou psicógrafos.

Uma das vantagens da psicografia é ser o mais simples, cômodo e, sobretudo, completo de todos os meios de comunicação. Outra vantagem é que não pode ser alterada e não fica na dependência da memória ou da interpretação dos participantes da reunião (como no caso da mensagem oral). Além disso, a análise e a crítica às mensagens se torna mais fácil, permitindo um estudo acurado da mensagem quanto ao estilo, ao conteúdo e às idéias. Pode ainda ser comparada com outras ditadas anteriormente pelo mesmo espírito.

Fluido Vital

O fluido vital ou eletricidade biológica, como é classificada pela medicina acadêmica, escoa-se facilmente pelo corpo humano através da rede nervosa, principalmente pelas pontas dos dedos e cabelos, na forma de energia dinâmica em dispersão ou “fuga” pelas pontas.

Os plexos nervosos são fontes de fluido vital armazenado, constituindo-se de reservas energéticas que, a qualquer momento, transformam-se em energia dinâmica, fazendo a conexão dos orgãos físicos e as suas respectivas contrapartes ou matizes situadas no perispírito, que são extremamente sensíveis à atuação de espíritos desencarnados. Quando o médium conserva maior potencial de carga magnética em torno dos plexos nervosos, ele também oferece melhor ensejo para os desencarnados acionarem os seus nervos motores e, assim, identificarem-se mais facilmente por suas características individuais.

O médium mecânico é mais apropriado para identificação dos desencarnados, pois a seiva magnética que acumula nos plexos nervosos transforma-se em alavanca eficiente para os desencarnados comandarem os nervos motores dos braços e, desta maneira, exporem fielmente suas idéias e escreverem de forma idêntica à que usavam em sua vida física.

Mas o médium semi-mecânico vê-se obrigado a preencher intuitivamente todos os truncamentos ou vazios de suas comunicações, motivo pelo qual ele tem consciência perfeita de quase tudo o que escreve, embora o faça de modo semi-mecânico.

Quando lhe desaparecem os impulsos da mão na escrita mecânica, ele prossegue o comunicado passando a “ouvir” intuitivamente seus comunicantes, que ora escrevem diretamente, ora o fazem pelo ajuste perispiritual.

Classificação da psicografia

Conforme a mecânica do processo mediúnico, os médiuns psicógrafos podem ser classificados em três tipos: intuitivo, semi-mecânico e mecânico.

Intuitivo

Representando 70% dos médiuns psicógrafos, o médium intuitivo não abandona o corpo físico no momento em que escreve as mensagens dos espíritos. Neste caso, o espírito não atua sobre a mão para movê-la, atua sobre a alma do médium, identificando-se com ela e lhe transmitindo suas idéias e vontades. O médium as capta e, voluntariamente, escreve.

Portanto, tem conhecimento antecipado, mas o que escreve não é seu. Age como um intérprete que, para transmitir o pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele e traduzi-lo. O pensamento não é seu, apenas lhe atravessa o cérebro. No início, o médium confunde com seu próprio pensamento e as mensagens, às vezes, extrapolam o conhecimento do médium.

Semi-mecânico


Os médiuns semi-mecânicos, que representam 28% dos médiuns psicógrafos, também não abandonam o corpo físico ao escreverem as mensagens. O espírito atua sobre a mão do médium, que não perde o controle desta, mas recebe uma espécie de impulsão.

O médium participa tanto da mediunidade mecânica como da intuitiva, pois escreve recebendo parte do pensamento dos espíritos pela comunicação e contato perispiritual, ao mesmo tempo em que outra parte é articulada pelos comunicantes, independentemente de sua vontade.

Os semi-mecânicos têm consciência do que escrevem à medida que as palavras vão sendo escritas. O médium tem um conhecimento parcial daquilo que lhe atravessa o cérebro perispiritual, mas passa a ignorar os trechos que lhe são escritos mecanicamente, sem fluir pelo cérebro físico.

Mecânico

Caso raro entre os médiuns psicógrafos (2%), os médiuns mecânicos, a exemplo dos outros dois tipos, não abandonam o corpo físico no momento de escrever as mensagens. O espírito desencarnado atua sobre gânglios nervosos à altura do omoplata e, dessa forma, age diretamente sobre a mão do médium, impulsionando-a. Esse impulso independe da vontade do médium, ou seja, enquanto o espírito tem alguma coisa a escrever, movimenta a mão do médium sem interrupção.

Certos médiuns mecânicos chegam a trabalhar com ambas as mãos ao mesmo tempo e sob a ação simultânea de duas entidades. E em condições excepcionais, o médium ainda pode palestrar com os presentes sobre assunto completamente diferente do que psicografa. Nesse caso, o espírito comunicante consegue escrever na forma que era peculiar na vida física.

O médium mecânico não sabe o que sua mão escreve. Somente depois, ao ler, é que ele vai tomar conhecimento da mensagem. A escrita mecânica costuma ser célere, muito rápida.

Mecanismo mediúnico da psicografia

O mentor espiritual responsável pela preparação do fenômeno da psicografia aproxima-se do médium e lhe aplica forças magnéticas sobre seu chacra coronário, que sensibiliza e ativa a glândula pineal, fazendo-a produzir um hormônio chamado melatonina. A melatonina interage com os neurônios, tendo um efeito sedativo. Em seguida, a melatonina é direcionada para a parte do córtex cerebral responsável pela coordenação motora, que vai ficar sob seu efeito, ou seja, sedada. Assim, o médium perde o comando sobre os órgãos da coordenação motora, permitindo que outro espírito se ligue a este sistema sensitivo e o utilize.

Depois, os espíritos auxiliares aproximam o espírito que irá se manifestar pela psicografia e fazem a ligação perispiritual aos órgãos sensoriais do movimento dos braços do médium, através do chacra Umeral. O espírito comunicante temporariamente se apossa dos gânglios nervosos à altura do omoplata do médium, apropriando-se de seu mundo sensitivo e conseguindo se expressar pela escrita.

Médiuns polígrafos


Incluem-se nesta forma de mediunidade os casos de poligrafia, que é o chamado dom de mudar a escrita conforme o espírito que se comunica ou a reprodução da escrita que o espírito tinha em vida. O primeiro tipo de fenômeno é mais comum, enquanto que o segundo, a identidade da escrita, é mais raro.

Médiuns iletrados

Incluem-se nesta forma de mediunidade os médiuns que escrevem sem saber ler nem escrever no estado normal, mas que escrevem fluentemente quando em transe mediúnico. Esse tipo de médium é mais raro que os demais, porque há maior dificuldade material a vencer.

Médiuns poliglotas ou xenoglotas


Nesta forma de mediunidade incluem-se os casos de xenoglossia, o chamado dom das línguas (xeno = estranha; glota/glossia = língua), tão interessantes e convincentes para os incrédulos.

Os médiuns poliglotas ou xenoglotas são os que têm a faculdade de falar ou escrever em línguas que lhe são desconhecidas ou até mesmo em dialetos já extintos no mundo. Também são casos muito raros de existirem.

Diretrizes de segurança

Os médiuns tem o dever de coibir o excesso de distúrbios da entidade comunicante. Devem controlar o espírito que se comunica para que este lhe respeite a instrumentalidade, mesmo porque o espírito não entra no médium. A comunicação é sempre através do perispírito, que vai ceder campo ao desencarnado. Todavia, a diretriz é do encarnado.

O médium deverá se ajustar ao esforço de vivenciar as lições evangélicas e se ater ao estudo, ao trabalho e à abnegação ao semelhante.

Mesmo médiuns inconscientes tem co-participação no fenômeno mediúnico. Ao mesmo tempo, exercem a fiscalização e o controle, coibindo, quando devidamente educado, quaisquer abusos.

Para que um médium se torne seguro, um instrumento confiável, é necessário que evolua moral e intelectualmente, na razão que exercita sua faculdade. Neófitos atraídos para a prática mediúnica ansiosos pelos fenômenos e os médiuns invigilantes respondem pelos desequilíbrios das manifestações mediúnicas.



Fonte do artigo e imagem: Revista Cristã de Espiritismo, edição especial.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Atualidades Espíritas


Os Ensinos do Cristo


Por Juvanir Borges de Souza


São de alta significação todos os ensinos de Jesus, que os evangelistas registraram em suas narrativas, ora obedecendo a uma determinada ordem da ocorrência dos fatos registrados, como se observa nos Evangelhos de Mateus, de Marcos e de Lucas, ora grupando as lições do Mestre pelas suas significações, independentemente da ocasião em que ocorreram, como está evidente nas narrativas do evangelista João.

O que podemos observar no conjunto das lições, dos ensinos variados e das exemplificações do Mestre Incomparável, é a grande importância de tudo o que dele partiu, com o objetivo de facilitar aos homens a compreensão correta das leis divinas que regem o comportamento de todos os seres que estão subordinados a elas, para que optem sempre pelo caminho do bem e evitem o do mal.

A prática do mal é uma decorrência do livre-arbítrio com o qual foram criados todos os Espíritos, opção que se interliga com a ignorância das disposições das leis divinas, inclusive no que se refere à responsabilidade pelas ações praticadas e por suas conseqüências.

Podemos constatar a suprema sabedoria com que Deus conduz todas as coisas, ao designar Jesus como Governador espiritual da Terra, desde sua formação, antes mesmo que a Humanidade começasse a habitá-la, e que o Mestre sempre enviou emissários ao nosso mundo, desde os tempos primitivos, com o objetivo de esclarecer seus habitantes, naturalmente dentro da capacidade de entendimento de cada grupo, povo ou raça.

Nos períodos históricos, temos conhecimento da presença desses missionários registrada por diversos povos e civilizações, auxiliando-os na compreensão da vida e deixando ensinamentos que se transformaram em religiões, filosofias, usos e costumes compatíveis com o grau evolutivo dos beneficiários.

Há cerca de dois mil anos, o próprio Cristo veio conviver com os homens, para transmitir-lhes ensinamentos e exemplos que ficaram registrados em seus Evangelhos, escritos por dois de seus apóstolos (Mateus e João), e por dois discípulos e seguidores (Marcos e Lucas).

Todas as lições do Cristo constituem-se em normas e padrões destinados a ser observados e vivenciados pelos homens, para que possam evoluir e se libertar das provas e expiações a que estão sujeitos, por suas ignorâncias e atrasos.

Parte Ele do amor a Deus sobre todas as coisas.

É o amor o sentimento essencial do qual derivam todas as demais qualidades morais dos indivíduos. Há nesse ensino uma coerência facilmente perceptível, por ser Deus o Criador supremo e único de tudo o que existe.

Diante dessa verdade fundamental, modificaram-se todas as crenças politeístas que subsistiram e imperaram por muitos milênios entre os povos da Antiguidade. O Deus único, revelação que viera com os hebreus, só com o Cristo se tornou crença generalizada e fundamental de todas as religiões.

Jesus sempre se referiu ao poder, à inteligência suprema, à paternidade de Deus e à submissão à sua vontade.

Ao lado do amor a Deus, como o ápice dos sentimentos que as criaturas devem cultivar, o Mestre colocou o amor ao próximo como a si mesmo, logo em seguida.

São os dois mandamentos essenciais para que o Espírito desperte da sua condição de inferioridade e consiga iluminar-se, perdoando todas as injúrias, ofensas, infamações e todas as afrontas comuns nas relações entre criaturas moralmente atrasadas.

Além disso, o ensino visa o combate permanente ao egoísmo, ao orgulho, à avareza, à inveja e a todas as inferioridades próprias das individualidades habitantes de um mundo com grandes necessidades morais.

Por isso, a redenção de todos nós pela aceitação e prática do amor a Deus e ao próximo, tal como está explícito nos dois magnos ensinamentos do Cristo, é muito difícil para os habitantes da Terra.

A evolução moral é lenta e trabalhosa, exigindo de cada criatura, além da aceitação dos princípios norteadores, sem quaisquer restrições, uma vontade firme e constante no combate às inferioridades, com o inabalável desejo de substituí-las pela prática do bem e pelo sentimento do amor.

Essa transformação é diferente em cada Espírito, de conformidade com as condições íntimas de cada um, da vontade individual de potencialidade variável e também dependendo das suas vidas passadas.

Não devemos pois estranhar que, passados dois mil anos dos ensinos e exemplos do Cristo, embora aceitos com certa facilidade, sejam de tão difícil execução e vivência. É importante compreender a necessidade de que nossa consciência esteja limpa e sem reservas inferiores, já que o amor a Deus e aos nossos semelhantes precisa ser puro e sincero.

O caminho certo para se obter uma consciência pura e livre é o recomendado por Jesus em suas prédicas constantes e resumidas na síntese: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. (João, 14:6.) É o entendimento e a aplicação de todas as leis morais, interpretadas à luz do Consolador prometido e enviado pelo Mestre.

Seguir esse “caminho” implica em despir-se a criatura de uma série de preconceitos, tradições enganosas, futilidades, egoísmos e incompreensões, que a vida humana oferece, em contradição com as leis divinas e com os exemplos que Jesus dedicou aos que o ouviram e a toda a posteridade.

Por isso, o Espiritismo adverte que os atos e cultos exteriores não produzem os efeitos deles esperados e que somente as boas ações, praticadas com desprendimento e visando o bem, caracterizadas pelo amor e caridade, predispõem seus executores para a evolução e a caminhada para o progresso.

Segundo referência do próprio Cristo, o Espírito de Verdade não era conhecido pelos homens. Mas agora já se encontra no nosso mundo, portador de conhecimentos antes desconhecidos, e possibilitando que a Humanidade perceba fatos novos e um mais vasto horizonte, libertando-se dos dogmas impróprios, das interpretações literais e dos formalismos ilusórios. É sempre necessário extrair da letra o espírito que vivifica, sob pena de cairmos nos mesmos erros e enganos de nossos antepassados.

O Espiritismo, como revelação dos Espíritos superiores, auxilia-nos o entendimento das realidades novas, antes desconhecidas. Daí a necessidade de estudá-lo, vivenciá-lo e propagá-lo.

Jesus sentenciou: “Conhecereis a verdade e ela vos fará livres”. (João, 8:32.) A presença do Consolador, o Espiritismo, marca o início de uma Nova Era. Os grandes desvios do Cristianismo primitivo deveram-se, em grande parte, às interpretações literais dos Evangelhos.

Jesus utilizava-se das parábolas, das alegorias e comparações para fazer-se entender pelas massas populares e até por seus discípulos, em uma sociedade atrasada e influenciada por crenças que o Mestre procurou retificar.

Às explicações alegóricas, não entendidas nas suas verdadeiras significações, somaram-se os diversos interesses daqueles que se colocaram à frente do movimento renovador, daí resultando o que hoje constitui as igrejas e organizações denominadas cristãs, poderosas e influentes, mas que se distanciaram dos objetivos do Cristo, dos seus ensinos e exemplos.

Em decorrência de sua previsão do que viria acontecer, prometeu Ele pedir ao Pai a vinda de um outro Consolador, para ficar com os homens, relembrar seus ensinos e trazer o conhecimento de coisas novas.

A presença do Espiritismo no mundo, a partir dos meados do século XIX, tendo à frente o Espírito de Verdade com a colaboração de outros Espíritos instrutores, tudo coordenado pelo Missionário Allan Kardec, é a efetivação da vinda do Consolador prometido.

A nós, espíritas, compete reconhecer a orientação superior do Cristo, estudar os fatos novos e divulgar a Doutrina Consoladora, na medida de nossas forças.

As idéias novas que chegam a um mundo atrasado, como o nosso, mesmo que tenham o mérito de inovar para o bem de todos, encontram sempre a oposição e a resistência daqueles que se sentem prejudicados pelas propostas inovadoras.

Se a inovação se caracteriza por representar a verdade, assentando-se em argumentação sólida, os opositores atiram-se contra ela e contra os seus seguidores.

O que ocorreu com o Cristo, quando veio à Terra com sua mensagem renovadora para toda a Humanidade, em que a verdade transparecia em contraposição a entendimentos antigos e ultrapassados, é uma demonstração inequívoca da dificuldade de se implantar as inovações verdadeiras e retificadoras de erros aceitos e defendidos pelos homens.

O Mestre Jesus visava corrigir enganos e equívocos arraigados, substituindo-os por entendimentos novos, baseados nas leis divinas do amor a Deus e ao próximo.

O povo hebreu, que já havia sido beneficiado com os dez mandamentos recebidos por Moisés, não percebeu a grandeza e a superioridade das novas revelações trazidas pelo Cristo. O Sinédrio, representando as classes dominantes, rejeitou os ensinamentos retificadores e foi além: perseguiu e prendeu o Mestre, condenando-o à morte infamante.

Atualmente, o Espiritismo, que representa o Consolador prometido e enviado por Jesus, com o advento do Espírito de Verdade entre os homens, é também combatido e incompreendido, por representar uma nova face da verdade e da vida.

Por isso, torna-se conveniente relembrar a responsabilidade dos espíritas sinceros, que precisam estar atentos aos novos tempos, para a realização da grandiosa tarefa da regeneração deste mundo, com o aprimoramento moral da Humanidade, conforme previsão da Espiritualidade Superior.


Fonte: Reformador, julho de 2009.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Médiuns (2ª parte)



Por Orson Peter Carrara


Os médiuns são instrumentos da faculdade humana de comunicação com os Espíritos

No opúsculo Resumo da Lei dos Fenômenos Espíritas (IDE, 2ª edição, 1988, página 24, tradução de Salvador Gentile), Allan Kardec faz importante consideração que deverá nortear nosso raciocínio no entendimento da velha questão. Está no item 33: O médium não possui senão a faculdade de se comunicar; a comunicação efetiva depende da vontade dos Espíritos. Se os Espíritos não querem se manifestar, o médium nada obtém; é como um instrumento sem músico.

Note o leitor que essa frase curta responde à pergunta-título do capítulo, numa simplicidade admirável. Os médiuns são pessoas que possuem a faculdade de se comunicar com os Espíritos. Essa faculdade é fruto do estágio em que se encontra o médium e resultado de suas experiências acumuladas. A comunicação, ou o fenômeno mediúnico, depende, porém, da vontade do Espírito, que pode acioná-lo em sua faculdade, ou responder a uma iniciativa do médium. Contudo, diante da ausência de iniciativa dos Espíritos ou de respostas a um estímulo originário do médium, nada se obtém.

Os médiuns são, pois, instrumentos da faculdade humana de comunicação com os Espíritos. Sabendo disso, não há razão para posturas chamadas de sobrenaturais, endeusamentos ou dependência.

Situados, pois, nessa compreensão, outros desdobramentos e perspectivas surgem para nossa reflexão e que também podem ser encontradas na magistral obra. Qual a finalidade da mediunidade? Qual a razão de sua existência? Como pode apresentar-se tão variada? Como administrar tão variados graus de percepção, educar seu uso e usá-la para o próprio bem e o da coletividade? Tudo isso pode ser respondido através do estudo e da reflexão.

Tais questionamentos desdobram-se numa infinidade de outros subtemas, todos muito atuais e pertinentes, como por exemplo: mediunidade na infância, sintonia, concentração, grupos mediúnicos, interrupções na atividade, prece, diretrizes morais, método nas tarefas, curas, fraudes, mistificações, aptidões, análise das comunicações, entre outros... É um mundo inesgotável de cogitações, debates e estudos.

Os livros de Yvonne A. Pereira, ricos em conteúdo doutrinário, merecem ser conhecidos e divulgados

Para bem situar tudo isso, será interessante observar o que se encontra em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XXVI. Na transcrição parcial do item 7 do citado capítulo, podemos ler: Os médiuns modernos – porque os apóstolos também tinham mediunidade – igualmente receberam de Deus um dom gratuito: o de serem intérpretes dos Espíritos para a instrução dos homens, para mostrar-lhes o caminho do bem e conduzi-los à fé. (...) Deus quer que a luz alcance a todos (...).

A rápida transcrição traduz todo um programa de entendimento e trabalho, não deixando dúvidas quanto à finalidade e importância da faculdade. Os três itens devem estar permanentemente em nossas cogitações:

a) Instrução dos homens;

b) Mostrar-lhes o caminho do bem;

c) Conduzi-los à fé.

Note-se, pois, a abrangência envolvendo trabalho, renovação moral – inclusive do próprio médium – e construção racional da fé, onde se inclui, claro, a caridade em toda a sua extensão.

Tais considerações, saturadas de gratidão ao trabalho do Codificador, levam-nos a lembrar numerosos estudiosos, encarnados e desencarnados, que se debruçaram sobre a citada obra básica – referencial no estudo da mediunidade e que estamos homenageando em 2011 – para estudá-la, ampliá-la para o entendimento popular, desdobrando seus conceitos e estudos. Valiosas obras estão publicadas nesse sentido, vindas de vários autores encarnados e principalmente pela mediunidade de Chico Xavier, Yvonne do Amaral Pereira, Raul Teixeira e Divaldo Franco. Yvonne, para nos referir a apenas um dos médiuns citados, traduz especial significação no estudo específico. Seus livros, ricos em conteúdo doutrinário e na experiência pessoal da médium, merecem ser conhecidos e divulgados amplamente entre os médiuns.

“O primeiro inimigo do médium – ensina Emmanuel – reside dentro dele mesmo.”

Igualmente a escritora Lucy Dias Ramos, de Juiz de Fora-MG, conhecida articulista da revista Reformador, da Federação Espírita Brasileira, e autora de outros livros, apresenta agora valiosa obra: A mediunidade e nós, publicada pela Editora Solidum. São depoimentos de sua experiência pessoal como médium – desde as primeiras percepções na infância até as décadas de atuação espírita no mesmo grupo –, em primorosa obra que tivemos a satisfação de prefaciar. Entusiasmamo-nos com o conteúdo da obra, seja pelas experiências, seja pelo referencial doutrinário apresentado. O texto de Lucy é norteador para médiuns veteranos e novatos e significa valiosa homenagem aos 150 anos de O Livro dos Médiuns, como aqui também comentado.

No exato instante que grafamos as presentes linhas a obra ainda se encontra no prelo e agora que o leitor está de posse da presente edição desta revista, a citada obra deve estar muito próxima de sua disponibilidade para o público, se ela já não estiver. Contatos com a editora podem ser feitos pelo 0800 770 2200 ou pelo site www.solidumeditora.com.br

O fato final é que a obra é preciosa. Quase no final da obra, a autora teve a felicidade de construir notável descrição sobre o significado do atendimento nas reuniões mediúnicas no socorro aos Espíritos em dificuldades. Que imagem perfeita construiu a autora!

Em face disso, vale relembrar aqui o que nos disse o sábio Espírito Emmanuel no livro O Consolador, edição FEB, questão 410: “O primeiro inimigo do médium reside dentro dele mesmo. Freqüentemente é o personalismo, é a ambição, a ignorância ou a rebeldia no voluntário desconhecimento dos seus deveres à luz do Evangelho, fatores de inferioridade moral, que não raro o conduzem à invigilância (...). O segundo inimigo mais poderoso do apostolado mediúnico não reside no campo das atividades contrárias à expansão da Doutrina, mas no próprio seio das organizações espíritas, constituindo-se daquele que se convenceu quanto aos fenômenos, sem se converter ao Evangelho pelo coração.”

Estudemos, pois, a mediunidade. Sua existência tem nobre finalidade. Cabe-nos o dever de educá-la e direcioná-la para o bem.

Nossa gratidão, pois, a Allan Kardec. Nosso louvor ao O Livro dos Médiuns!



Fonte: O Consolador, ano 5, nr.224.

Orson Peter Carrara é editor, palestrante e escritor espírita. Possui dez livros publicados. Seu trabalho pode ser conhecido por meio do site: www.orsonpcarrara.com.br e do blog orsonpetercarrara.blogspot.com

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Médiuns - (1ª Parte)


Por Orson Peter Carrara

"A existência da mediunidade tem nobre finalidade; eis por que nos compete o dever de educá-la e direcioná-la para o bem."


Vivemos o expressivo ano dos 150 anos de O Livro dos Médiuns, a incomparável obra que é considerada o maior tratado sobre a mediunidade já publicado no planeta. A mediunidade, como se sabe, é faculdade humana. Não é invenção do Espiritismo, nem tampouco de seu uso exclusivo, como igualmente não é privilégio de ninguém, de qualquer grupo, religião, raça, sexo ou condição social, uma vez que, sendo de origem orgânica, apresenta-se em todas as classes sociais, independente da cultura, crença, nacionalidade e mesmo em diferentes idades e, claro, em variados estágios de percepção.

Essa variação nos estágios de percepção e atuação dos médiuns é característica própria na citada faculdade, propiciando resultados diferentes em razão das bagagens, experiências vivenciadas, moralidade, ambiente onde atuam e, claro, conhecimento sobre o assunto. Referido conhecimento convida à disciplina, ao uso adequado e responsável para que ela cumpra sua função de ponte entre o mundo dos encarnados e o plano da pátria verdadeira, o mundo dos Espíritos.

É aí que surge, pois, O Livro dos Médiuns, obra magistral de Allan Kardec, cujo texto integral e conteúdo dos capítulos norteiam no sentido do bom uso da faculdade para atender à sua finalidade.

É natural, portanto, o júbilo nesses 150 anos da obra e a importância do estímulo para seu estudo e divulgação. Os capítulos, questões, temas, reflexões e a orientação clara oferecida pela obra não podem ser desconsiderados diante do estudo que o tema requer, por si só inesgotável.

Seria o caso de perguntar: o que pensamos sobre médiuns? Encaramos seus portadores como adivinhos, reveladores, pessoas a quem podemos recorrer a qualquer hora para fazer perguntas, resolver problemas do cotidiano? Seriam eles aqueles que detêm respostas? Seriam, ainda melhor, os solucionadores de nossas angústias?

Não, nada disso!

A faculdade mediúnica é variável e depende naturalmente do estágio em que se situa o médium

Os médiuns são homens e mulheres comuns que, devido a uma faculdade orgânica e mental, são instrumentos de comunicação com o Mundo Espiritual, morada dos seres extracorpóreos ou Mundo dos Espíritos. Essa faculdade é conhecida pelo nome de mediunidade. Ela só existe quando há a permuta de experiências ou uso do intercâmbio entre os Espíritos e os chamados médiuns. Pode ser acionada pelos Espíritos ou por iniciativa dos médiuns que os buscam.

Como já se sabe, Espíritos são igualmente homens e mulheres habitantes da Pátria Espiritual, mundo normal primitivo (no sentido de origem) de onde viemos e para onde voltaremos num processo contínuo de aperfeiçoamento intelecto-moral, através das existências sucessivas, até atingirmos um estágio que nos dispensará a necessidade da encarnação em corpos físicos.

Essa faculdade, no entanto, é tão imensamente variável – a depender naturalmente do estágio intelecto-moral em que se situa o médium – que inevitavelmente produzirá uma imensa variedade de fenômenos que conhecemos com o nome de fenômenos mediúnicos.

Alguns a trazem espontânea – podendo manifestar-se desde a infância ou mais adiante –, outros a educam devidamente na madureza e muitos a detêm de maneira intuitiva, consciente ou inconscientemente.

Recomenda-se, para conhecimento dessa variedade com que se apresenta, o estudo dos capítulos XIV, XV e XVI de O Livro dos Médiuns, em sua segunda parte, em que o Codificador Allan Kardec aborda a questão dos médiuns mecânicos, semimecânicos, intuitivos, inspirados ou involuntários, além de um Quadro sinótico das diferentes variedades de médiuns, trazendo ainda abordagens sobre médiuns audientes, videntes, entre outros.

O que se encontra, todavia, no estudo dos fundamentos do Espiritismo é que não há nada de extraordinário ou misterioso na faculdade mediúnica. Ela é inerente ao ser humano, pois que também somos Espíritos (com a diferença de estarmos encarnados). Estamos muito ligados uns aos outros e o que varia é apenas o grau de intensidade da citada faculdade humana.


Fonte: O Consolador, ano 5, nr.224

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Dicas do Manancial

Nossas dicas de leitura, música e filme do mês.

LIVRO: ESTUDANDO A MEDIUNIDADE
AUTOR: MARTINS PERALVA


















Sinopse do Livro

Baseado no livro 'Nos Domínios da Mediunidade’, do Espírito André Luiz', o autor desenvolve o tema em 46 capítulos, com gráficos e ilustrações, que facilitam a compreensão e dirimem dúvidas de espíritas e estudiosos de comunicação entre o plano físico e o extrafísico.

Mesmo que o leitor não se categorize como médium atuante ser-lhe-á muito útil estudar peculiaridades do fenômeno que a todos nos envolve, pois todos somos potencialmente partícipes mais ou menos conscientes do intercâmbio espiritual com os habitantes do "outro lado da vida".

Aborda temas como: mediunidade com e sem Jesus, problemas mentais, incorporação, obsessões, vampirismo, clarividência e clariaudiência, sonhos.

Três temas de grande interesse para os que se iniciam na atividade mediúnica são também esclarecidos e constituem preciosa orientação, contribuindo para a tranqüilidade e segurança do profitente da Doutrina Espírita: proteção aos médiuns, desenvolvimento mediúnico e animismo.



MÚSICA: WITH EVERY INTIMATE BREATH - CURTIS MACDONALD

















O jazz contemporâneo do músico americano Curtis Macdonald, característico pela fusão com o new age e world music compõe o sensacional álbum, "With Every Intimate Breath". Nele estão reunidas oito faixas de qualidade, marcadas pela suavidade e a sensibilidade do artista. "Turn the Lights Down Low", "This Evening is Ours" e afterglow são as minhas favoritas.

Para quem ainda não conhece o seu trabalho, recomendo uma visita a essa página: http://airplaydirect.com/music/CurtisMacdonald/, em que se pode ouvir e até mesmo baixar algumas de suas músicas.



FILME: EVOCANDO ESPÍRITOS
TÍTULO ORIGINAL: (THE HAUNTING IN CONNECTICUT)
LANÇAMENTO: 2009 (EUA)
DIREÇÃO: PETER CORNWELL






















Como estamos falando esse mês de mediunidade, lembrei-me desse filme que assisti a alguns dias. Baseado em uma história real, aborda o caso da família Campbell, que devido a doença de um de seus membros: o adolescente Matt, tem que mudar-se para um local mais próximo da clínica onde o mesmo está em tratamento. Matt fora diagnosticado de câncer e já bastante debilitado necessita de cuidados médicos.

Após a mudança para a nova casa, o rapaz começa a apresentar sintomas estranhos e fatos inexplicáveis começam a acontecer. A partir daí, o casal Peter e Sara partem para investigar o passado daquela casa e descobrem que ela fora muito mais do que imaginavam.

Recomendo, Vale a pena.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Livro dos Médiuns - Sesquicentenário de sua Publicação

O Livro dos Médiuns, ou Guia dos Médiuns e dos Evocadores, segunda obra da Codificação Espírita, foi publicada em 15 de janeiro de 1861, em Paris, e tem como conteúdo doutrinário:

O ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo, constituindo o seguimento de O Livro dos Espíritos.

É obra destinada a todos os espíritas e estudiosos dos fenômenos produzidos pelos desencarnados, não só para os trabalhadores da mediunidade. Encontramos nela explicações essenciais para a prática espírita equilibrada; condições seguras favoráveis à manifestação dos Espíritos e as implicações daí decorrentes (dificuldades, empecilhos, equívocos etc.); como obter assistência dos bons Espíritos, recebendo deles boas comunicações; como desenvolver discernimento sobre a influência moral e do meio nas comunicações; saber avaliar as mensagens mediúnicas e a sua procedência, utilizando, entre outros, o critério da linguagem usada pelo comunicante, identificando-o acertadamente, se for o caso, sobretudo se o seu nome faz vinculações com personalidade de destaque ou conhecida; entender os mecanismos da obsessão, suas características, graus, tipos e formas de prevenção; orientar-se quanto à organização das sociedades espíritas, em geral, e dos grupos mediúnicos em particular.

Importa considerar que O Livro dos Médiuns é um desdobramento de trabalho anteriormente escrito por Kardec, conforme nota do atual tradutor das obras do Codificador, publicadas pela FEB: Cerca de um ano após o lançamento da 1a edição de O Livro dos Espíritos, cujo sucesso surpreendeu o próprio Allan Kardec, julgou este por bem editar uma espécie de manual essencialmente prático, que contemplasse a exposição completa das condições necessárias para a comunicação com os Espíritos e os meios de desenvolver a faculdade mediúnica.

Essa providência revelou-se de suma importância, porque apontava um rumo, uma direção segura a quantos quisessem familiarizar-se com os mecanismos que possibilitam o intercâmbio espiritual entre os dois planos da vida, uma espécie de vade-mécum destinado a orientar corretamente as pessoas que, com a sistematização do Espiritismo em corpo de doutrina, passaram a interessar-se pelos fenômenos mediúnicos.

Deu-lhe o Codificador da Doutrina o título de Instrução Prática sobre as Manifestações Espíritas. [...]

Não obstante o papel inestimável que esse livro desempenhou nos primórdios da Codificação Espírita, Allan Kardec avisou aos leitores da Revista Espírita (agosto de 1860) que aquela obra estava inteiramente esgotada e não seria reimpressa. Novo trabalho, muito mais completo e que seguiria outro plano, viria substituí-la dentro de pouco tempo. Foi a primeira referência ao lançamento de O Livro dos Médiuns, publicado em 1861.

Organização de O Livro dos Médiuns












Introdução: Kardec fornece explicações relativas à natureza da obra e às condições sérias de realização da reunião mediúnica. Ensina que, a despeito da faculdade

mediúnica ser inerente ao ser humano, o desenvolvimento da mediunidade depende do esforço do médium em querer se transformar em legítimo instrumento de comunicação entre os dois planos da vida e da possibilidade dos Espíritos poderem manifestar-se.

Primeira Parte – Noções Preliminares: organizada em quatro capítulos (Há espíritos?; O maravilhoso e o sobrenatural; Método; Sistemas), Kardec analisa questões cruciais relacionadas à prática mediúnica, apresentando lúcidas argumentações sobre o método de investigação utilizado para comprovar os fenômenos mediúnicos, a imortalidade e sobrevivência do Espírito após a morte, o caráter não “miraculoso” ou “sobrenatural” das mensagens espíritas e as condições que justificam as comunicações dos Espíritos.

Segunda Parte – Manifestações Espíritas: composta de 32 capítulos, assim denominados: Ação dos espíritos sobre a matéria; Manifestações físicas. Mesas girantes; Manifestações inteligentes; Teoria das manifestações físicas; Manifestações físicas espontâneas; Manifestações visuais; Bicorporeidade e transfiguração; Laboratório do mundo invisível; Lugares assombrados; Natureza das comunicações; Sematologia e tiptologia; Pneumatografia ou escrita direta. Pneumatofonia; Psicografia; Médiuns; Médiuns escreventes ou psicógrafos; Médiuns especiais; Formação dos médiuns; Inconvenientes e perigos da mediunidade;

O papel dos médiuns nas comunicações espíritas; Influência moral do médium; Influência do meio; Mediunidade nos animais; Obsessão; Identidade dos Espíritos; Evocações; Perguntas que se podem fazer aos Espíritos; Contradições e mistificações; Charlatanismo e embuste; Reuniões e sociedades espíritas; Regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas; Dissertações espíritas; Vocabulário espírita. Encontramos nessa parte o referencial espírita para a organização e funcionamento do trabalho mediúnico: comunicabilidade dos Espíritos, as relações com os encarnados e as influências, ocultas ou evidentes, boas ou más, sutis ou patentes, por eles exercidas.

Allan Kardec sempre se manteve fiel (e coerente) aos ensinos transmitidos pelos Espíritos orientadores da Humanidade, retirando de O Livro dos Espíritos os subsídios necessários para a construção das demais obras de sua autoria. Desenvolveu, para tanto, metodologia adequada de investigação e análise, evitando premissas falsas e conclusões equivocadas. Neste contexto, concluiu que a Doutrina Espírita apresenta dois grandes fundamentos, que não devem ser ignorados pelo adepto: o esclarecimento doutrinário, obtido pelo estudo regular, e a melhoria moral, adquirida pelo combate às imperfeições:

Dissemos que o Espiritismo é toda uma ciência, toda uma filosofia. Portanto, quem quiser conhecê-lo seriamente deve, como primeira condição, dispor-se a um estudo sério e convencer-se de que ele não pode, como nenhuma outra ciência, ser aprendido como se estivéssemos brincando. [...]

Afirma, também, em outro momento:

[...] O verdadeiro espírita jamais deixará de fazer o bem. Há corações aflitos a aliviar, consolações a dispensar, desesperos a acalmar, reformas morais a operar. Essa é a sua missão e aí ele encontrará a verdadeira satisfação. [...]

Um ponto muito importante, entre tantos veiculados pela obra, e que traça diretrizes para a correta prática mediúnica, é a desmistificação dos conceitos de médium – pessoa que veicula idéias, vontades e sentimentos dos Espíritos comunicantes – e de mediunidade – faculdade inerente ao psiquismo humano, independentemente do patamar evolutivo do medianeiro. Em consequência, Kardec e os Espíritos orientadores preferem considerar os médiuns intérpretes, que podem ser bons ou ruins, dando preferência àqueles que não interferem nas ideias transmitidas pelos Espíritos, os quais “[...] procuram o intérprete que mais simpatize com eles e que exprima com mais exatidão os seus pensamentos. [...]”.


(Texto extraído da Revista Reformador nº 2.182, edição online)

domingo, 4 de setembro de 2011

Mensagem da Semana

















Ouvir a Mensagem


Lira do Além


Lira que tanges para as grandes dores
Da humanidade que se desespera,
Espalha pelo mundo a primavera
Da esperança nos peitos sofredores.

As tuas melodias interiores
Descem das claridades de outra esfera,
Onde a alegria pura, alta e sincera,
Canta os hinos de eternos esplendores...

Viajor da terra: aguça os teus ouvidos,
Descansa sobre a estrada os pés feridos
E ouve os acentos ternos e profundos
Dessa lira do além que tange aos ventos
Da eternidade de deslumbramentos,
Nos acordes de paz dos outros mundos!


Francisco Octaviano

Do livro "Lira Imortal", de Francisco Cândido Xavier, por Espíritos Diversos.

sábado, 3 de setembro de 2011

O Livro dos Médiuns - Apreciações de Kardec

Texto original publicado na Revista Espírita, no ano de 1861, na ocasião do lançamento de "O Livro dos Médiuns", contendo as apreciações de Kardec em torno da obra.



O Livro dos Médiuns


Esta obra, anunciada há muito tempo, mas cuja publicação foi retardada pela sua importância, aparecerá de 5 a 10 de janeiro, na casa dos Srs. Didier & Cia., livreiros editores, cais dos Augustins, nº 35 (1-(1) Encontra-se igualmente no escritório da Revista Espírita, rua Sainte-Anne n' 59, passagem Sainte-Anne. Um volume grande in-18 de 500 páginas, Paris, 3 fr.50, franco para o correio. 4 fr.). Ela forma o complemento de O Livro dos Espíritos e encerra a parte experimental do Espiritismo, como o primeiro contém a sua parte filosófica.

Procuramos, nesse trabalho, fruto de uma longa experiência e de laboriosos estudos, esclarecer todas as questões que se prendem à prática das manifestações; ele contém, segundo os Espíritos, a explicação teórica dos diversos fenômenos e das condições nas quais podem se produzir; mas a parte concernente ao desenvolvimento e ao exercício da mediunidade foi, sobretudo, de nossa parte, o objeto de uma atenção toda especial.

O Espiritismo experimental está cercado de muito mais dificuldades do que se crê geralmente, e os escolhos que aí se encontram são numerosos; é o que causa tantas decepções entre aqueles que dele se ocupam sem terem a experiência e os conhecimentos necessários. Nosso objetivo foi de premunir contra esses escolhos, que não são sempre sem inconvenientes para quem se aventure com imprudência sobre este terreno novo. Não poderíamos negligenciar um ponto tão capital, e o tratamos com um cuidado igual à sua importância.

Os inconvenientes nascem, quase sempre, da leviandade com que se trata uma questão tão séria. Os Espíritos, quaisquer que sejam, são as almas daqueles que viveram, e no meio dos quais estaremos, infalivelmente, de um instante para outro; todas as manifestações Espíritas, inteligentes ou outras, têm, pois, por objeto nos colocar em relação com essas mesmas almas; se respeitamos os seus restos mortais, com mais forte razão devemos respeitar o ser inteligente que sobreviveu, e que lhe é a verdadeira individualidade; se fazer um jogo das manifestações é faltar com esse respeito que reclamaremos, talvez, para nós mesmos amanhã, e que jamais se viola impunemente.

O primeiro momento da curiosidade causada por esses fenômenos estranhos passou; hoje que se lhe conhece a fonte, guardemo-nos de profaná-la com divertimentos inoportunos, e esforcemo-nos para neles haurir o ensinamento próprio para assegurar a nossa felicidade futura; o campo é bastante vasto, e o objetivo bastante importante, para cativar toda a nossa atenção. E para fazer o Espiritismo entrar neste caminho sério que todos os nossos esforços tenderam até este dia; se esta nova obra, em fazendo-o melhor compreendido ainda, pode contribuir para impedir de desviá-lo de sua destinação providencial, estaremos largamente pagos pelos nossos cuidados e nossas vigílias.

Este trabalho, não o dissimulamos, levantará mais de uma crítica de parte daqueles a quem constrange a severidade dos princípios, e daqueles que, vendo a coisa de um outro ponto de vista, já nos acusam de querer fazer escola no Espiritismo. Se fazer escola é procurar nesta ciência um objetivo útil e aproveitável para a Humanidade, teremos motivo para nos lisonjearmos com essa censura; mas uma tal escola não tem necessidade de outro chefe senão do bom senso das massas e da sabedoria dos bons Espíritos, que a criariam sem nós; por isso, declinamos a honra de tê-lo fundado, felizes, nós mesmos, em nos alinhar sob a sua bandeira, e não aspirando senão um a modesto título de propagador; se lhe fosse necessário um nome, escreveríamos em seu frontispício: Escola do Espiritismo moral e filosófico, e para ela convidaríamos todos aqueles que têm necessidade de esperanças e de consolações.


Allan Kardec, Revista Espírita, janeiro de 1861

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Agenda de Eventos Espíritas

Eventos espíritas agendados para o mês de setembro em todo país.


Bahia


Salvador
– O sesquicentenário de “O Livro dos Médiuns” conduz a uma reflexão avaliativa e desafiadora: reconhecendo que somos Espíritos, e, por conseguinte, imortais, temos conseguido experimentar tal saber na realidade cotidiana? Estamos no mundo como seres espirituais, vivendo uma experiência humana, ou somos seres humanos com forte domínio da matéria sobre o espírito? Ao observarmos o estágio da consciência humana, constatamos que a nossa civilização está sob a égide do materialismo, que se imiscui, mesmo nos momentos de religiosidade. Em consonância com tais objetivos, foi lançado o XIV Congresso Espírita da Bahia, que será realizado no período de 3 a 6 de novembro no Centro de Convenções da Bahia. A comissão organizadora do evento aguardará até o dia 31 de agosto as propostas dos interessados em apresentar temas em conexão com a programação preliminar. Serão possíveis miniconferências, apresentação de experiências, relatos sobre pesquisa bibliográfica, sessão de pôsters, entre outras possibilidades. O período de inscrição para participação será até o dia 15 de outubro, reservando-se o auditório principal para os que se inscreverem em primeiro lugar até o limite de capacidade do local. Uma palestra construída coletivamente por companheiros de ideal, em várias reuniões, intitulada o Primado do Espírito, será realizada nas instituições que demonstrarem interesse, pelo menos na região metropolitana de Salvador. Ela foi disponibilizada em todos os encontros macrorregionais de julho.

Vitória da Conquista
– A 58ª Semana Espírita de Vitória da Conquista terá como tema central “Devassando o invisível – O Livro dos Médiuns – 150 anos” e será realizada no período de 4 a 11 de setembro, no Centro de Convenções de Vitória da Conquista. A programação completa é esta:

4 – domingo – 20h: Abertura; 20h30: Palestra “Deus, Espírito e Matéria”, com Alberto Almeida (PA);
5 – segunda-feira – 9h: Seminário “A mediunidade e a conquista da felicidade”, coordenado por Alberto Almeida (PA);
5 – segunda-feira – 20h: Palestra “A mediunidade com Jesus”, com Sandra Borba (RN);
6 – terça-feira – 9h: Seminário “O Livro dos Médiuns – A psicologia da desobsessão”, coordenado por Ruth Brasil (BA);
6 – terça-feira – 15h: Seminário “A mediunidade de prova, expiação e missão”, coordenado por Marta Antunes (DF);
6 – terça-feira – 20h: Palestra “A mediunidade e a literatura”, com Haroldo Dutra (MG);
7 – quarta-feira – 9h: Seminário “Paulo e Estevão: a história mediúnica de dois mártires do Cristianismo”, coordenado por Haroldo Dutra (MG);
7 – quarta-feira – 15h: Seminário “Atualidade de O Livro dos médiuns”, coordenado pelo Projeto Manoel Philomeno de Miranda (BA);
7 – quarta-feira – 20h: Palestra “Mediunidade e Evolução”, com Simão Pedro (MG);
8 – quinta-feira – 9h: Seminário “Médiuns e mediunidade”, coordenado por Simão Pedro (MG)
8 – quinta-feira – 15h: Seminário “Mediunidade e obsessão” coordenado por Suely Caldas Schubert (MG);
8 – quinta-feira – 20h: Palestra “A mediunidade e a educação do ser”, com José Raul Teixeira (RJ);
9 – sexta-feira – 9h: Seminário “O Livro dos Médiuns e as práticas espíritas”, coordenado por José Raul Teixeira (RJ);
9 – sexta-feira – 15h: Perguntas e respostas;
9 – sexta-feira – 20h: Palestra “Transtornos psiquiátricos e obsessivos”, com Divaldo Pereira Franco (BA);
10 – sábado – 9h: Seminário “A busca da saúde e da paz”, coordenado por Divaldo Pereira Franco (BA);
10 – sábado – 15h: Perguntas e respostas;
10 – sábado – 20h: Palestra “Desafios da mediunidade”, com José Raul Teixeira (RJ);
11 – domingo – 9h: Perguntas e respostas, com Divaldo Pereira Franco e José Raul Teixeira;
11 – domingo – 18h30: Palestra “Entre os dois mundos”, com Divaldo Pereira Franco (BA).

Durante o evento será realizada a 14ª Semaninha Espírita, de 4 a 11 de setembro, para crianças de 5 a 12 anos, na Casa Espírita Maria de Nazaré, próxima ao Centro de Convenções. A programação será transmitida via internet pela TVCEI (www.tvcei.com), do Conselho Espírita Internacional. Detalhes sobre a programação e inscrições, em www.uevc.com.br

-A Associação de Medicina e Espiritismo da Bahia – AME-Bahia – promove o curso “A arte de Envelhecer”, todo segundo sábado de cada mês, de maio a novembro, das 14h30 às 17h, na sede da FEEB: Rua Cel. Jaime Rolemberg, 110, sala 10, Brotas (Iguatemi). Os facilitadores são Eleonora Peixinho e sua equipe. O curso tem caráter espiritualista e é voltado para o público em geral, em especial para pessoas com mais de 50 anos. Informações: amebahiamed@yahoo.com.br ou sociedadeholon@gmail.com.


Pernambuco

Recife
– A Federação Espírita Pernambucana realizará a Mostra Espírita 2011, que este ano homenageia os 150 anos de edição de O Livro dos Médiuns, no período de 9 a 11 de setembro, no Centro de Convenções de Pernambuco – Teatro Guararapes. O Tema de 2011 – Mediunidade, Ponte de intercâmbio com os Imortais – será comentado por palestrantes do Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco. Estão previstas as participações dos seguintes expositores: Adriana Moura, Alberto Almeida, Alisson Guedes, Antonio Cesar Perri, Frederico Menezes, Karla Julia Marcelino, Marcelo Mota, Marta Antunes, Nazareno Feitosa e Wagner Gomes da Paixão e dos Grupos Musicais: Caravana da Luz, Coral da FEP, Coral Inspiração, Grupo de Teatro DIJ-FEP, Nando Cordel, Silvério Pessoa e Suely Werkhauser. Os ingressos já estão à venda na livraria da FEP e custam R$35,00 no mês de agosto e R$40,00, em setembro. Mais informações, pelos telefones (81)3241-2157, nos horários de atendimento da livraria que são de segunda a sexta e domingos, a partir das 13h, e aos sábados, a partir das 8h. Para ver a programação, clique no link http://federacaoespiritape.org/mostra-espirita-2011-a-mediunidade-em-foco/.


Distrito Federal

Brasília
– “Amor, único remédio para os males da vida”, esse é o tema da quinta edição do Seminário de Dependência Química, promovido pelo Setor de Atendimento Fraterno a Dependentes Químicos e Familiares da Comunhão Espírita de Brasília. O evento será realizado no dia 3 de setembro, sábado, das 9h30 às 16h. A dependência química é reconhecidamente uma doença da alma, expressa na sensação de um vazio interno que, desencorajando, desmotiva o ser de assumir a responsabilidade pela própria vida. A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica-a como doença crônica, porém, controlável, do ponto de vista físico. O sucesso no tratamento depende, invariavelmente, da ligação à força maior, que é o amor de Deus atuando no indivíduo desejoso de curar-se. Para tanto, indica como terapia a vivência do amor, a si, ao outro e a Deus, como força possibilitadora da ação divina no ser. Direcionado ao grupo familiar e entes queridos (adictos), é aberto ao público em geral, no intuito de indicar um norte à busca de tratamento para essa dor que assola tantos lares. A programação completa é esta:

9h30 – Palestra: “O amor de Deus é o remédio para a nossa alma e Jesus nos conduz, atuando como caminho para a verdade e para a vida”, com Eliza Goulart (RJ);
11h – intervalo;
14h – Palestra: “Como o dependente químico poderá amar-se para preencher o vazio na alma, libertando-se da escravidão do vício?”, com Ênio Francisco da Silva (GO).

Obtenha mais informações nos telefones (61)3225-2083 e 3223-3425 ou no blog http://boletimfedf.blogspot.com/2011/08/boletim-eletronico-da-ame-associacao.html.

– O 2º Congresso Espírita do Distrito Federal será realizado no período de 13 a 15 de abril de 2012 no Centro de Convenções Ulisses Guimarães. O objetivo é fortalecer a integração e união dos espíritas do Distrito Federal, fundamentando-se nos princípios da Doutrina Espírita, sensibilizar a sociedade sobre o processo de transição planetária para o mundo de regeneração, sob diversos aspectos espirituais e sociais, bem como o papel de cada um neste processo. O público-alvo é formado por dirigentes espíritas, trabalhadores espíritas, freqüentadores da Casa Espírita, crianças e jovens espíritas, futuras lideranças e sociedade em geral. As premissas são: (1) realização de forma colaborativa entre as lideranças espíritas do Distrito Federal; (2) sustentabilidade financeira: o evento será realizado de forma cooperativa, rateando os custos entre as Casas participantes, que compõem o Movimento Espírita do DF, por meio das inscrições, vendas de Livros, camisetas, CDs e DVDs e colaborações diversas. Os palestrantes convidados são: Alberto Almeida, André Luiz Peixinho, Haroldo Dutra Dias, Mayse Braga, Sandra Maria Borba Pereira e Wagner Gomes Paixão. Aproveite o valor promocional para os primeiros 500 inscritos ou até 31 de agosto de 2011, por R$70,00. Informações no link www.fedf.org.br/home/congresso. Faça sua inscrição antecipada com valor promocional, clicando em www.fedf.org.br/home/congresso/index.php?action=inscricao


São Paulo

Capital
– O Grupo Espírita Cairbar Schutel (Av. Pedro Severino, 325) está realizando o curso “À luz do eterno recomeço – uma viagem por Nosso Lar”, toda quinta-feira, de 4 de agosto a 8 de dezembro, das 19h às 20h. Neste curso, há um estudo detalhado dos fatos revelados por André Luiz na obra Nosso Lar, reunidos por assuntos, de forma didática, com a intenção de extrair lições ainda mais amplas, que contribuam para a evolução da humanidade. Em 20 capítulos, aborda temas como a dimensão das sombras e da luz, a matéria de que é feita a cidade, a assistência à saúde, as ligações afetivas, a fundação e administração da cidade, as experiências coletivas, os meios de transporte e comunicação, as belas águas do Rio Azul, o preparo de reencarnações. Informações: secretaria@amesaopaulo.org.br.

– A peça teatral "Kardec", do dramaturgo Paulo Santoro, um dos mais sérios nomes da dramaturgia contemporânea no país, será encenada em todo o território nacional. A produção pretende participação do público com ideias na definição do elenco. A peça deve viajar pelo país, a partir de 2012, e, assim, o projeto levará ao Brasil a possibilidade de aproximação com a história de Kardec. No palco, 17 atores recriam momentos históricos do pai do Espiritismo. O texto é de Paulo Santoro. Informações com Jesuane Salvador, Assessoria de Comunicação Cultural, pelos telefones (11)8442-1811 ou 6541-6849 ou pelos e-mails jesuanesalvador@gmail.com ou imprensa.kardecnoteatro@gmail.com.

– O 7º Simpósio de Comunicação Social Espírita 2011 terá como tema central “Comunicação Social Espírita e Sociedade”, e será realizado nos dias 10 e 11 de setembro e a programação completa é esta:

10 – sábado – 20h – Abertura: “O papel e a importância dos canais de comunicação na divulgação do Espiritismo para a Sociedade”, com Eder Fávaro;
11 – domingo – 8h – Exposições: (1) Modernização da imprensa espírita, com Izabel Vitusso; (2) O Espiritismo no audiovisual, com Oceano Vieira de Melo; (3) O livro como veículo de difusão do Espiritismo, com Milton Felipeli; (4) Programas radiofônicos espíritas: histórico e atualidade, com Eder Fávaro; (5) No ar, web Rádio Espírita, com Carlos Garcia e (6) Kardec e a Comunicação Social Espírita, com Dermeval Carinhana.

O evento será realizado na sede do Grupo Espírita Manoel Bento: Rua Alfredo Pujol, 77, próximo ao metrô Santana. As vagas são limitadas. Inscrições pelos telefones (11)3859-7267 ou 3245-0637 ou pelo site www.adecampinas.org.br/simposio2011. Haverá um custo individual de R$15,00 para cobrir despesas administrativas, almoço e coffee break.

– O IV Simpósio de Saúde e Espiritualidade será realizado no período de 30 de setembro a 2 de outubro, no Teatro Marcos Lindemberg: Rua Botucatu, 862, Vila Clementino. O evento será promovido pelo NUSE – Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da UNIFESP e terá como tema central “Terapias Integrativas e Espiritualidade”. Inscrição no site http://www.unifesp.br/centros/nuse. O investimento é de R$30,00 para os membros da comunidade UNIFESP/HSP e de R$40,00 para outros.

São Bernardo do Campo – A XV Semana Espírita de São Bernardo do Campo terá como tema central “Amor como elemento de transformação” e será realizada no período de 18 a 24 de setembro, no Grupo Fraternal Adolfo Bezerra de Menezes: Rua Batuíra, 380, Bairro Assunção, próximo ao SENAI Mario Amato. A programação completa é esta:

• 18 – domingo – 15h: Abertura da semana, Atividades mediúnicas: psicopictografia, psicografia, vidência e psicofonia. Parte artística: Mãos Unidas;

• 19 – segunda-feira – 20h: Vansan – Tema: Amor como elemento principal do Espírito. Parte artística: Vansan;

• 20 – terça-feira – 20h: Lindomar Coutinho – Tema: Conhece-te a ti mesmo como método de espiritualização e progresso. Parte artística: Grupo Musical Cândido Passarinho;

• 21 – quarta-feira – 20h: Agnaldo Paviani – Tema: A lei da reencarnação e o amor de Deus a seus filhos. Parte artística: Margarete Áquila;

• 22 – quinta-feira – 20h: Irvênia de Santis Prada – Tema: Ciência e Espiritualidade. Parte artística: Denise Perez Manzo e Eduardo Perez Manzo Junior;

• 23 – sexta-feira – 20h: Sonia Rinaldi – Tema: Transcomunicação instrumental TCI. Parte artística: Paulinho e conjunto;

• 24 – sábado – 20h: Humberto Pazian – Tema: Só o amor transforma. Parte artística: Orquestra e Coral da Federação Espírita de São Paulo.

– O III Seminário da AME ABC terá como tema central “Evidências científicas da vida espiritual” e será no sábado, 10 de setembro, das 8h às 18h, no Anfiteatro do Colégio Ábaco: Av. João Firmino, 1099, Bairro Assunção. O investimento é de R$15,00. Refeição no local com opções no entorno. Inscrições até 6 de setembro pelo telefone (11)2897-0267, das 8h às 14h, com Eliete ou no local, mediante disponibilidade.

São José dos Campos – Neste ano, a Feira do Livro Espírita está comemorando o seu 40° aniversário e a Feira do Livro Espírita Infantil, seus 17 anos, em um novo endereço: Largo São Benedito, em frente à Praça Afonso Pena, ao lado da Igreja São Benedito. A Feira é realizada no período de 26 de agosto a 3 de setembro e os livros têm desconto variando de 40% a 70% em relação ao respectivo preço normal. O evento conta com mais de 2.000 títulos diferentes, entre eles: as Obras Básicas, os Clássicos, Romances, Infanto-juvenil e vários lançamentos. O objetivo é promover a divulgação da Doutrina Espírita através dos livros, integrando assim todo o movimento local. Estão programadas as seguintes palestras:

• 2/9 – 20h – Luiz Cláudio da Silva – Local não definido;

• 3/9 – 20h – Sandra Carneiro – Divino Mestre.

Contatos para informações pelo telefone (11)3922-9338 ou pelo e-mail silhelen1@hotmail.com.

Votuporanga – O ENTREMÉDIUNS NOROESTE PAULISTA 2011 será realizado no período de 21 a 23 de outubro no Ville Hotel Gramadão: Av. José Marão Filho, 2794, marginal da Rodovia Euclides da Cunha. As inscrições podem ser feitas nos sites www.editorasintonia.com.br ou www.agnaldopaviani.com.br ou, de segunda-feira a sexta-feira, no horário comercial, pelos telefones (17)3422-7268, 3422-5685 ou 8111-8319, via e-mail caminho_de_damasco@hotmail.com. O valor da inscrição inclui almoço no sábado e domingo, bem como o jantar no sábado, livro a ser entregue no dia do evento, e será alterado após 10 de setembro.


Amazonas

Manaus
– A Federação Espírita Amazonense realizará o V Encontro de Jovens Seareiros nos dias 3, 4 e 5 de setembro. Mais informações pelo e-mail: fea@feamazonas.org.br.


Minas Gerais

Belo Horizonte
– O IV Encontro Nacional dos Amigos de Chico Xavier e sua obra será realizado nos dias 10 e 11 de setembro no Salão Topázio do MinasCentro. Haverá também uma programação especial na cidade de Pedro Leopoldo, no sábado pela manhã e no domingo à tarde, para quem desejar conhecer a cidade natal do médium Chico Xavier. O tema central desta edição é “A obra de Emmanuel”. A inscrição é gratuita, porém, obrigatória para todos os participantes, palestrantes e voluntários trabalhadores do evento, uma vez que a direção do MinasCentro exige um número máximo limite de participantes. Basta que cada um se inscreva preenchendo corretamente a ficha de inscrição e enviando-a para o e-mail encontrodechico@gmail.com, que, automaticamente, a sua inscrição será confirmada. Quanto mais cedo o fizer maior será a garantia de sua participação. No primeiro dia do evento, 10 de setembro, cada participante deverá retirar o seu crachá de participação e respectivos ingressos para as atividades diretamente com a comissão organizadora na entrada do MinasCentro, pela manhã ou antes da abertura. Informações pelos telefones (31)3517-1520, 3517-1573 ou pelo e-mail encontrodechico@gmail.com.


Paraíba

Campina Grande
– A VI Jornada de Saúde e Espiritualidade será promovida pela Associação Médico-Espírita de Campina Grande – AMECG – e realizada no período de 2 a 4 de setembro. A programação completa é esta:

2 – sexta-feira – Tribunal do Júri do Fórum Afonso Campos

20h: Solenidade de Abertura (apresentação artística);
20h30: Conferência: Um novo modelo para saúde no século 21 – Marlene Nobre (SP).

3 – sábado – Federação das Indústrias do Estado da Paraíba – FIEP

8h20: Ambientação;
8h30: Mesa-redonda: Transtornos mentais e psicológicos;

(1) Obsessão da Infância, com Fernando Souza (Cariri-CE);

(2) Bullying: aspectos psíquicos e espirituais, com Rossandro Klinjey (PB);

(3) Transtorno alimentar – aspectos médicos-espirituais, com Roberto Lúcio (MG);

• 10h50: Intervalo;

• 11h10: Palestra: O fim da ditadura dos genes, com Carlos Roberto (PB);

• 12h: Almoço;

• 14h30: Seminário: O Passe como Cura Magnética, com Marlene Nobre (SP);

• 18h: Encerramento;

• 20h: Encontro com os expositores.

4 – domingo – Federação das Indústrias do Estado da Paraíba – FIEP

8h40: Ambientação;
9h – Painel médico-jurídico: Bioética e Espiritualidade;

(1) Paciente Terminal – dilemas éticos e espirituais, com Marcos Smith (PB);

(2) Consequências médicas e espirituais da prática do aborto, com Ricardo Santos (AL);

(3) Aspectos jurídicos da prática do aborto, com Kéops Vasconcelos (PB);

• 11h: Palestra: Depressão – causas e tratamento na visão médico-espírita, com Roberto Lúcio (MG).

Informações pelos telefones (83)3321-2706, 9971-2241, 9971-2231 e 8847-8141 ou pelo e-mail amecampina@hotmail.com.


Fonte divulgadora dos Eventos: O Consolador

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Especial do Mês


150 Anos de O Livro dos Médiuns


Estamos no ano comemorativo dos 150 anos de lançamento da segunda obra básica da Doutrina Espírita, O Livro dos Médiuns, publicada por Allan Kardec na França, no ano de 1861.

A eclosão dos primeiros fenômenos chamados "mesas girantes" ou" danças das mesas", que se espalhou por toda a Europa e Estados Unidos em meados do século XIX e o caso das Irmãs Fox, em Hydesville, passou a ser o foco das primeiras investigações científicas do prof. Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec). Após dois anos de estudos, viu-se convencido de que a mediunidade era a única hipótese capaz de explicar aquelas ocorrências de movimentações espontâneas de objetos e sinais como "sons de batidas", produzidas por manifestações inteligentes do mundo espiritual que estabelecia um intercâmbio de comunicação entre encarnados e desencarnados.

Com o passar do tempo essa comunicação foi-se tornando mais depurada, passando pelo uso do lápis amarrado a um cesto, em cuja borda um ou mais médiuns colocavam seus dedos, até chegar a atual psicografia.

O estudo analítico das diversas modalidades de comunicação estabelecidas entre homens e espíritos originou "O Livro dos Médiuns" ou "Guia dos Médiuns e dos Evocadores". Essa será a nossa homenagem ao seu sesquicentenário, na qual mostraremos durante esse mês um pouco mais da história, produção e conteúdo da obra basilar que tem como tema a mediunidade.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A Fé segundo Pietro

Para encerrar o mês em homenagem a Pietro Ubaldi reservamos a mensagem" Fé", do seu livro "Ascese Mística", na qual o emérito missionário do Cristo descreve como se estabelece a relação entre o humano e o Divino em cada um de nós.





















"A fé não é uma renúncia às faculdades de pensar, ela é antes um estado de graça, que vê e conhece por outras vias e conserva em si a sua alegria infinita; é uma doação em que nada se perde, porque àquele amor e àquela confiança responde o Universo, retribuindo com novas doações; não é cegueira senão para os cegos, porque naquela cegueira se abre a visão e se revelam os céus e aparece fulgurante o pensamento de Deus."

Concebo a consciência como unidade radiante, o eu evolvido como noúre que tende perenemente à difusão, à dilatação de si mesma, que é centro de emanações contínuas. Como, pois, se rompe o círculo fechado da razão e se penetra no céu da intuição e da visão? Como se conquista, com os limitados meios de uma dimensão conceptual inferior, o domínio da dimensão superior? Com a fé. A técnica vibratória nos dá a chave do mistério.

A razão é objetiva. Quer, antes de crer, assegurar-se e, só debaixo de seu controle, confiar. Mas, o método da prudência e da segurança não é o método do vôo. Se não rompermos, por evolução, o círculo em que se fechou a razão, esta jamais sairá dele e dentro dele, impedida de evadir-se, retorna sempre sobre si mesma. E é impossível rompê-lo por evolução, a não ser mediante a introdução na consciência de fatores novos, capazes de lhe dilatarem a potencialidade. Fé é como se designa o ato psicológico com que se introduzem esses fatores novos.

Para que serve permanecer no campo da positividade e da segurança, se este é tão limitado e não oferece possibilidade de expansão? A verdade universal já está totalmente pronta e presente, escancarada diante de nossos olhos. Criá-la não é o que nos compete fazer, mas sim desenvolver a vista para vê-la. Retoma-se, pois, todo o problema, mediante uma transformação de consciência. " "

Não se trata de fé louca, do credo quia absurdum ("Creio porque é absurdo"), desesperada capitulação da razão que pretende ser sempre a única a falar, até fora de seu campo. Que esta se extinga para sempre, dobre-se em suas expressões caricatas e permaneça fechada em seu âmbito.

Podemos compreender que o problema do conhecimento na sua essência e integridade consiste num problema de unificação entre o eu humano e a Divindade, representa um problema de ascese mística, de revelação, porque em nossa consciência aquela Divindade é limitada somente por nossa capacidade de conceber, e se entrega à nossa alma em relação à sua potência de harmonização. Ora, aquele que, em vez de seguir estas vias e pôr-se em estado positivo de confiança que estabelece ressonância, se põe no estado vibratório negativo de dúvida e de desconfiança, que se afasta na dissonância, a si mesmo fechará automaticamente as portas do conhecimento.

Se nos pusermos em posição de resistência, em estado vibratório fechado, qual se nos recusássemos a subir, então nós mesmos nos deteremos e nos privaremos da recepção amplificadora que desce das correntes vivificantes difusas no todo. A razão é um círculo de forças fechadas, é um egoísmo conceptual que a si mesmo não sabe ultrapassar, não se dá por simpatia e não conhece as vias vibratórias da atração que levam à fusão com o não-eu e, portanto à sua dilatação até ele. Necessário se faz subjugar este equilíbrio e reconstruí-lo em mais alta e completa forma, embora seja mais instável e, não obstante, mais dinâmica. E a fé é o primeiro salto para a frente. A fé é, pois, ato criativo por excelência que acompanha a realidade em formação, que voluntariamente pode e sabe antecipar os futuros estados da evolução.

"No duvidoso tormento, tenho interrogado o mais profundo de mim mesmo, dizendo-me: "como posso eu confiar-me a um imponderável que em mim ainda não existe e ao qual devo eu mesmo criar?" E o profundo me tem respondido: crê, porque só a tua fé, base de impulsos ascensionais, tornará objetivas e tangíveis aquelas realidades mais altas que hoje te escapam"."


Do livro "Ascese Mística", de Pietro Ubaldi


Desencarnação de Pietro Ubaldi

S. Vicente (SP), célula máter do Brasil, foi a terceira cidade natal de Pietro Ubaldi. Aquela cidade praiana tem um longo passado na história de nossa pátria, desde José de Anchieta e Manoel da Nóbrega até Pietro Ubaldi que viveu ali o seu último período de vinte anos. O Mensageiro de Cristo, intérprete de Sua Voz, previu o dia, mês e ano do término de sua Obra – Natal de 1971 – com dezesseis anos de antecedência, em seu livro Profecias. Ainda profetizou que sua morte aconteceria logo depois dessa data. Tudo confirmado. Desencarnou no Hospital S. José, em S. Vicente, quarto n.º 5, à 0:30 hora, em 29 de fevereiro de 1972. (Biografia de Pietro Ubaldi, Revista Cristã de Espiritismo).

Imagem: Foto de Pietro Ubaldi em S. Vicente - Monismo

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