sábado, 15 de maio de 2010

Extra (Solidariedade) : NASPEC


Apresentamos aqui, um magnífico e respeitável trabalho social na área de saúde, desenvolvido por uma equipe solidária em prol da comunidade carente da Bahia. Trata-se da NASPEC, Núcleo Assistencial para Pessoas com Câncer, associação civil e filantrópica, de utilidade pública, sem fins lucrativos ou econômicos de assistência social e médico-hospitalar fundada há mais de 27 anos, sendo uma das entidades pioneiras do país no atendimento que presta na comunidade baiana, recebendo adolescentes, adultos e idosos, carentes e com câncer de todos os municípios da Bahia.

A equipe é formada por médicos voluntários com especialidades diversas, que atendem na própria entidade, como também em clínicas e consultórios particulares, técnicos e enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, pessoas voluntárias, enfim, um grupo multidisciplinar prestando serviço com excelência e acima de tudo muito amor, e dedicação aos enfermos.

Clique aqui e conheça um pouco mais da história dessa associação, que também precisa do vosso apoio para prosseguir em sua jornada fraterna.

O Manancial de Luz, desde o início, sempre apoiou a esse valoroso trabalho mantendo-o de forma permanente em nosso Menu "SITES DO BEM", apoie você também a essa idéia.



“O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejaríamos nos fosse feito.”

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Boas Notícias

Essas são as notícias positivas que foram selecionadas para destaque nesse mês:


Cidadania (Solidariedade)


Projeto beneficia pessoas que vivem em situação de rua em Fortaleza

Pelo menos 100 pessoas em situação de rua são atendidas em Fortaleza, diariamente, no Dispensário para os Pobres, projeto realizado pelos Filhos da Caridade de São Vicente de Paula. O espaço localizado na Avenida da Universidade, 3106, no bairro Benfica, oferece cursos, palestras e oficinas em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).

O morador de rua recebe ainda o almoço, cedido pelo Governo do Estado do Ceará, e espaço para recuperação das drogas. Todo dia, a partir das 8h da manhã, as atividades são iniciadas. Cursos de eletricista, bombeiro hidráulico, serigrafia, alfabetização, dentre outros são fornecidos aos participantes. A entidade recebe pedidos de serigrafia e o dinheiro ajuda na compra de materiais e para os próprios moradores que fazem as peças. No próximo dia 17 será iniciado o curso de arte culinária.

Ainda pela manhã são realizadas oficinas que além de fornecer conhecimento profissional, ajuda na consciência ambiental dos moradores de rua. A oficina de garrafas PET, reutiliza os produtos usados para a produção de vassouras e até de móveis. A preocupação não fica só na profissão dos participantes, mas também nas condições psicológicas dos mesmos.

O curso sobre qualidade de vida, orientado pelo professor Paulo Vera, faz uma preparação por meio de entrevista com os alunos, e com o resultado são construídas metodologias de acompanhamento psicossocial e psicoterapeutico. O objetivo dessa ação é de resgate da cidadania desta parcela da população. Após estas ações diversos alunos se tornaram voluntários nas atividades com os outros moradores.

Segundo a Irmã Inês, responsável pelo projeto, o intuito principal é de lutar contra a fome e a partir daí oferecer serviços para resgatar a dignidade humana. “Todos os moradores de rua que chegam aqui são cadastrados com dados pessoais e foto. Queremos transformar a realidade deles, por isso informamos que não adianta vir para almoçar apenas, o mais importante é sair daqui com uma melhor expectativa de vida” Explica Irmã Inês.

O dispensário conta ainda com um pequeno centro de recuperação de drogados. O espaço atende, no momento, 10 jovens que desejam abandonar o vício. “O centro ainda é pequeno, não temos condições de aumentar o número de atendidos, por isso pedimos aos empresários e entidades que ajudem. Acreditamos que esta ação traz benefícios para a sociedade como um todo.” diz a irmã.

Contato: Dispensário dos Pobres – (fone: 85 3281 4139)

Fonte: Agência da Boa Notícia - (fone: 85 32245509)
, 07/05/2010


Ciência


Cientistas: buraco na camada de ozônio se recuperará até 2080


Vinte e cinco anos depois do anúncio de que pesquisas apontavam catastróficas previsões sobre o destino do chamado buraco na camada de ozônio, cientistas da Universidade de Cambridge (Reino Unido) afirmam que a espessura da camada de ozônio sobre a Antártida se recuperará até 2080, voltando aos níveis que tinha em 1950. O anúncio foi feito durante o encontro comemorativo da data das primeiras pesquisas que tanto alarmaram a humanidade. As informações são do site do El País.

Durante o encontro não faltaram paralelos com o atual problema enfrentado por pesquisadores: a mudança climática. Mas, neste caso, os discursos eram tingidos com o pessimismo, não por falta de conhecimento científico, mas por falta de um acordo político para atacar o problema, que é real, de forma eficaz.

Leia também : Conflito científico sobre camada de ozônio é resolvido.

Redação do Terra

Fonte: Terra Notícias, 12/05/2010



Estudo diz que nozes ajudam a reduzir o colesterol

Comer nozes ajuda a baixar os níveis de colesterol no sangue, de acordo com um estudo divulgado nesta segunda-feira nos Estados Unidos. Pessoas que comeram 67 g de nozes por dia registraram uma queda de 5,1% da concentração total de colesterol e uma diminuição de 7,4% na lipoproteína colesterol de baixa densidade (LDL-C) - conhecida como colesterol mau - em comparação com pessoas que não comem nozes, indicou o estudo.

As pessoas com altos níveis de triglicerídeos que comeram nozes registraram uma queda de 10,2% nos níveis de lipídios no sangue, concluiu a pesquisa, que analisou informações de 25 testes levados a cabo em sete países, envolvendo 583 homens e mulheres entre 19 e 86 anos com níveis altos ou normais de colesterol.

O estudo foi liderado pela doutora Joan Sebate, da Universidade de Loma Linda, na Califórnia, e publicado nos Archives of Internal Medicine da American Medical Association.


Fonte: Terra Notícias, 12/05/2010


Cordões umbilicais que iriam para o lixo podem curar quem tem leucemia

Células-tronco são usadas em transplantes semelhantes ao de medula.
Material é retirado durante o parto, logo após o nascimento do bebê.

Mal saiu do ventre da mãe, o pequeno Pedro Bub, de São Paulo, já era um doador de sangue. E não era um sangue qualquer: o líquido estava dentro do seu cordão umbilical, cheio de células-tronco, e seria jogado fora, mas foi recolhido para congelamento e poderá servir para curar alguém com leucemia.

Esse tipo de doação, consentida pela mãe, tem crescido no Brasil. Já são seis bancos públicos que coletam e congelam o sangue, e até o início de 2011 está prevista a inauguração de mais sete, espalhados pelas principais capitais.
O material guardado é usado em cirurgias iguais aos transplantes de medula, feitos em pessoas que têm doenças do sangue, como leucemia ou anemia falciforme, e que não encontram doadores compatíveis em sua família. Em vez de injetar no corpo do doente as células da medula, são colocadas as células-tronco do cordão umbilical.

Na hora de achar um doador compatível, o sangue umbilical traz mais esperança para os doentes. "No transplante com células-tronco de medula óssea, para que o resultado seja positivo é necessário um grau de compatibilidade de 100%. O sangue de cordão permite que se faça com apenas 70% de compatibilidade", explica o médico do Inca.

Outra vantagem do sangue do cordão é que o doador não tem de fazer exames e nem se apresentar ao hospital para a retirada das células – etapas que costumam estender o tempo do transplante. "Os cordões são uma fonte de células-tronco que já está pronta para uso. Há pacientes que não têm tempo [de esperar por um doador compatível]", afirma Andreza Ribeiro, coordenadora do banco público de cordão umbilical mantido pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

O sangue é retirado do cordão umbilical logo depois do parto. Já no laboratório, são eliminados os glóbulos vermelhos e o plasma, sobrando cerca de 20 mililitros com as células-tronco. Em uma bolsa especial, o material é armazenado em uma "supergeladeira" a menos de 190 graus Celsius negativos, em nitrogênio líquido.

Os dados sobre as células entram em um sistema federal onde quem precisa de transplante pode buscar sangue compatível. No Brasil, dois bancos públicos também participam de uma rede internacional, que fornece sangue a doentes de outros países.


Fonte: G1 , Globo Notícias, 04/05/2010


Meio-Ambiente


Brasil deve receber recursos para florestas antes de acordo

A regulamentação da Organização das Nações Unidas (ONU) para o mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (Redd) ainda não está fechada, mas os países com florestas podem começar a receber recursos pela conservação baseados no mecanismo antes do fim das negociações internacionais.

Em uma negociação informal, países desenvolvidos concordaram em repassar US$ 3,5 bilhões entre 2010 e 2012 para uma espécie de "Redd interino", de acordo com a diretora da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Thais Juvenal. No fim deste mês, em uma reunião na Noruega, as partes deverão acertar a distribuição dos recursos.

"É um mecanismo interino, para funcionar antes do Redd, entre 2010 e 2012, quando esperamos ter um acordo formal fechado. Esse dinheiro será investido na preparação de projetos e em atividades demonstrativas. O Brasil tem grande chance de receber quantidade significativa de recursos", contou Thais após participar de audiência pública na Câmara dos Deputados.

O Redd é um dos pontos mais avançados na negociação climática. Apesar do fracasso na reunião da ONU em Copenhague (COP15), em dezembro, países ricos e pobres concordam que as florestas têm papel fundamental na redução de emissões globais de gases de efeito estufa. "A proposta está muito amadurecida. Tivemos muitos consensos em Copenhague", ponderou Thais.

Impasses

Apesar dos avanços, ainda há questões fundamentais a serem resolvidas. O financiamento não está definido e não se sabe se o Redd será um mecanismo específico ou se fará parte das Ações Nacionais de Mitigação, as chamadas Namas, no jargão climático.

Mesmo sem a definição da regulamentação internacional, tramita na Câmara um projeto de lei para criar um crédito de carbono específico para o Redd. A iniciativa, segundo a representante do MMA, corre o risco de se sobrepor à negociação da ONU.

"Acho que começamos a discussão pelo fim. Não precisamos de um sistema de créditos, mas de sistemas de monitoramento e de inventários. Isso é o que vai atrair recursos, mesmo que não sejam na forma de créditos de carbono", avaliou.

O diretor-geral da Fundação Amazonas Sustentável, Virgílio Viana, também recomendou cautela na aprovação de leis nacionais sobre o tema antes da definição da ONU, que pode sair na próxima Conferência das Partes sobre o Clima (COP16), entre novembro e dezembro, no México.

"O projeto de lei deve ter flexibilidade necessária para abrigar regras que serão definidas na regulamentação internacional. A lei não deve entrar em matéria de legislação internacional."

Representantes de organizações ambientalistas e de comunidades tradicionais da Amazônia aproveitaram a audiência para defender a inclusão dos povos da floresta na discussão dos projetos e garantir que sejam os principais beneficiados na divisão dos recursos.

A relatora do projeto, deputada Rebecca Garcia (PP-AM), explicou que a proposta não pretende se adiantar às regras da ONU e que ainda deve ouvir mais especialistas antes de fechar o texto. "Não queremos nem temos competência para sobrepor a legislação internacional. Mas a intenção é ter algo aprovado ainda este ano para o Brasil levar uma proposta consistente para a COP16."

Fonte: Terra Notícias, 12/05/2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010


A Regra de Ouro


Durante alguns meses haviam estado ao Seu lado, participando das preleções na Galiléia, pela Decápole, Jerusalém e além Jordão. .. Viram-No atender enfermos de variada espécie, demonstrando invulgar poder sobre os "espíritos imundos", que O obedeciam prontamente. Observaram-No em múltiplas situações e sentiam-se maravilhados com Êle.

Embora alguns houvessem abandonado seus quefazeres para O seguirem, sentiam-se invadidos por dúvidas e suspeitas infundadas, é certo, porém acautelatórias.

Aquêle Visionário falava de um Reino Novo que não conseguiam alcançar nem compreender.

"Por que não Israel?! — se perguntavam. — Longos foram os dias do cativeiro sob o impiedoso jugo de estrangeiros desalmados; terrível o ódio das raças vizinhas; e cruentas as batalhas que aquêle povo travara para sobreviver. Novamente o grilhão da escravatura disfarçava as dilacerações nos seus corpos e nas suas almas... Por que não conferir a supremacia a Israel, no concerto das Nações?..."

Sem dúvida, o Seu poder era exercido sobre eles que estavam resolvidos, se necessário, a imolar-se até sob o Seu comando. Quando, porém, se ausentavam e a Sua presença diminuía o facínio neles, sentiam-se fracos, saudosos da vida que levavam antes, receosos da empresa. Conquanto a Sua palavra rutilante e vigorosa lhes caísse como chuva contínua sobre terra sedenta, Êle não dizia tudo. Ensimesmava-se longas horas, quando não desaparecia inúmeras vezes, a sós, retornando com a face pálida e os olhos que sempre brilhavam como duas gotas de luz, sombreados de dorida tristeza.

Relutavam interiormente.

João, por ser mais jovem, febricitado depois de cada discurso, sonhava com as estrelas e cantava entusiasmado a melodia da mocidade nas cordas da harpa do vento. Tiago, no entanto, seu irmão, amadurecido pelos anos de luta e experimentado em longos exercícios da vida, reflexionava, comparando Seus ditos aos escritos do Tora.

Simão e André deixaram as redes e seguiram-No ; Levi, que estava sentado na coletoria, convidado, levantou-se e O acompanhou. Depois, da multidão escolheu os demais, separando-os para a Sua seara: Felipe, Bartolomeu, Tomé, Tadeu, Simão, o Zelotes, Tiago, filho de Alfeu e Judas Iscariotes.. .

* * *

Escutaram-No há pouco, e a mensagem das bem-aventuranças ecoava docemente nas suas almas. Jamais alguém dissera o que Êle disse e como o disse.

Flutuavam no leve ar as nobres expressões e nos rostos aflitos dos ouvintes o contágio sublime da Sua voz realizara inesperadas transformações.

Todas aquelas gentes vieram ao monte para receberem o largo quinhão das Suas dádivas e estavam fartas: sorriam, e a esperança salmodiava hinos de paz nos seus corações sofridos. Retornavam, agora, aos lares, invadidos pela magia incomum do Seu verbo. Jamais deixariam de ecoar aquelas promessas de vida nas quebradas dos tempos e de repercutirem na acústica das almas.

Ali estavam eles, agora, a sós com Êle.

Chamara-os à parte e com o acento tocante da Sua poesia, reunira-os em torno da Sua pessoa.

As estrelas espiam do engaste sombreado em que tremeluzem no alto e vertem pranto argênteo.

O buliçoso sacudir das ramagens na aragem que perpassa mistura a Sua às vozes do anoitecer.

Flutuando sobre o lago, nele se refletindo, o disco solar no poente de fogo e ouro incendeia a Natureza.

O calor esmaece e um magnetismo envolvente domina, superando as manifestações exteriores.

O Estatuto da felicidade foi apresentado e novos artigos como corolários dos primeiros são aditados.

Por fim, embargado pela emoção, o Rabi, com as vestes claras bordadas pelo ouro da refulgência crepuscular, esclarece:

"Tendes ouvido que foi dito: "Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo". Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, para que vos torneis filhos de vosso Pai que está nos céus, porque Êle faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos." (*)

"Que ensinamento é este?!, — interrogam-se no âmago da alma surpresa. — E reflexionam: "A Lei é severa: "olho por olho, dente por dente". A alguém que prejudicou, tem o direito a sua vítima de cobrar a sevícia com a mesma intensidade.

Como se poderá unir o amigo e o inimigo no mesmo abraço ! Ajudar o adversário qual se êle fosse companheiro' — eis algo impossível..."

O Mestre os fita enternecido e os embriaga de docilidade.

O homem mau, parece dizer, está enfermo e o adversário infeliz caminha para a loucura.

Será crível atirá-los no fosso de misérias maiores?

Descerrando os lábios, indiferente ao surdo amor deles, prossegue:

"Pois se amardes aos que vos amam, que recompensa tendes? não fazem os publicanos também o mesmo? se saudardes somente aos vossos irmãos que fazeis de especial? Não fazem os Gentios também o mesmo? sede vós, pois, perfeitos, como vosso Pai Celestial é perfeito." (1)

É um desafio ousado aquele programa.

Esse Estatuto certamente regerá o Reino a que Êle se refere.

As lágrimas rebentam nos seus olhos e correi silenciosas pelas faces. As emoções mais sutis os dominam.

Amar para adquirir a perfeição.

Construir a diferença no íntimo para não serem iguais aos maus. Essa diferença é quase um nada e é tudo: o amor aos inimigos!

A "regra de ouro" para a Humanidade se impõe como o fundamento essencial do novo Reino que Êle vem instalar na Terra.

Já não há equívocos. Os outros eram reinos levantados sobre os despojos dos vencidos, que se transformavam em adubo fecundante, quando não se faziam veículos de pestes dizimadoras. O forte esmagava o fraco e se apresentava como se fora mais forte. A uzura se armava de ambição e marchava sob o comando da impiedade para dominar.

Amar! Amar mesmo os inimigos para instaurar a Era da Misericórdia que precederia a do amor real.

Os primeiros artigos do Estatuto apresentado eram preceitos simples, temas de conversas das margens dos lagos e da boca das lavadeiras nos ribeirinhos cantantes.

Conviver e amar os adversários e não lhes resistir por meio da violência. . .

Êle viveria, durante todo o Seu ministério, aquela regra. Daria a vida. Cumpriria a Lei.

* * *

Eles quase pertenciam às mesmas famílias. Nascidos e crescidos ali às margens do lago, se conheciam.

André e Simão, com sobrenome Cephas ou Pedro, eram ambos filhos de Jonas, nascidos em Betsaida, residentes, porém, há muito em Cafarnaum.

João e Tiago, — os "filhos do trovão", como o Senhor os chamava — descendiam ,de Zebedeu e Salomé, que Lhe foi fiel até o Gólgota; Felipe era de Betsaida; Natanael ou Bartolomeu, filho de Ptolomeu, provinha de Cana; Simão, o Zelotes, viera de Canaan; Tomé ou Dídimo, por ser gêmeo, era descendente de um pescador de Dalmanuta; Tiago, o Moço, Judas Tadeu, seu irmão e Mateus Levi, o ex-publicano, eram filhos de Alfeu e Maria de Cleofas, parenta de Maria, Sua mãe, nazarenos todos, eram primos afetuosos e passavam como "seus irmãos"; e Judas, filho de Simão, originário de Kerioth, a pequena cidade da extremidade sul de Judá.. . Eis o grupo.

Todos galileus, menos Judas. ..

Eram os membros que participavam da fundação do Reino e recebiam as Leis que o deveriam reger. Todos seriam irmãos, mensageiros, "apóstolos" — "que são enviados"!

O ar perfumado dos longes campos chega e a transparência colorida do céu em poente comove.

Eles se dobram sobre as próprias necessidades e raciocinam.

O Rabi silencia. Reino de Amor!

Lançadas suas bases, deveria resistir até os confins dos séculos.

Preservando a regra áurea do amor, Tiago, o moço, foi arrojado do pináculo do Templo e apedrejado até a morte. ..

Bartolomeu, ouvindo n’alma a musicalidade do amor, sofreu o martírio e morreu na cruz de cabeça para baixo, após ser esfolado vivo.

Judas Tadeu, esparzindo aquele pólen de amor, doou a vida na Arménia, sob flechadas cruéis.

André, crucificado, e Felipe, martirizado, permaneceram amando.

Simão, o Zelotes, amando, deixou-se crucificar na Pérsia em singulares traves.. .

Tomé, o Dídimo, renovado, crente e amoroso, padeceu o golpe de uma lança, na índia, oferecendo-Lhe a vida...

Tiago teve decepada a cabeça, fiel ao amor, na Casa do Caminho...

Mateus, também, amoroso, consentiu em ser martirizado...

Pedro, esfuziante, dominado pelo milagre do amor, permitiu-se crucificar em Roma...

O tributo do amor — não resistir aos maus!

Do grupo híbrido sai a Nova Humanidade a renovar e modificar a Terra.

"Amai os vossos inimigos" e doai o bem a quem vos faça o mal — enunciara.

O Reino de Deus chegara à Terra dos homens e confraternizava com eles, em nome do Amor.


Amélia Rodrigues

Divaldo Pereira Franco, do Livro Luz do Mundo

(*) e (1) — Mateus 5: 43 a 48
Nota da Autora espiritual.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Os Livros de Amélia Rodrigues

Essas são as obras de autoria do Espírito Amélia Rodrigues, através do médium Divaldo Pereira Franco, com suas respectivas sinopses. Os livros podem ser adquiridos em livrarias espíritas ou não, ou pedidos diretamente pelo site do médium.



A Mensagem do Amor Imortal



















No dizer da própria autora espiritual, Amélia Rodrigues, é um conjunto de recordações hauridas nos alfarrábios do Mundo Espiritual e nas memórias arquivadas em obras de incomum profundidade por alguns dos seus apóstolos e contemporâneos, encontradas nas bibliotecas do Mais Além, que ela traz ao conhecimento dos leitores, graças à mediunidade psicográfica de Divaldo Pereira Franco, propondo um reviver juntos o sublime Ministério do Rei Solar a quem amamos com entranhado enternecimento.

É um livro encantador, que certamente levará o leitor a extasiar-se com as maravilhas operadas por Jesus, através da chama do Amor alimentada pelo combustível da Fé e da Caridade, virtudes essenciais para uma vida verdadeiramente cristã.


Até o Fim dos Tempos











Como nos demais livros que escreveu, através de Divaldo, o Espírito Amélia Rodrigues nos permite, através de suas letras, mergulhar em algumas passagens dos feitos de Jesus, permitindo-nos ter atualizado o Seu pensamento, incorporando-O ao nosso dia-a-dia em busca de plenitude e de renovação espiritual.

“Não é, portanto, mais um livro sobre a Sua vida.

São reflexões, gratidão e amor pelo Seu heroísmo, que permanecerá ao nosso lado, acompanhando-nos carinhosamente até o fim dos tempos.”


Dias Venturosos












Obra que reúne narrativas que foram ouvidas e anotadas em conversações íntimas no além-túmulo, pelo Espírito Amélia Rodrigues e que fazem parte das suaves-doces histórias do mundo espiritual.

Não se trata de fatos reais, segundo a autora espiritual, ou de acontecimentos históricos, mas de interpretações de algumas das muitas ocorrências que assinalaram o Apostolado de Jesus, e que passaram de geração, tornando-se motivo de comentários felizes que se repetem entre os que habitam o mundo espiritual.

O propósito fundamental é consolar, despertar sentimentos de amor e de bondade nos leitores, convidando os corações a se desarmarem e algumas mentes a que modifiquem a forma de pensar, considerando a necessidade da iluminação interior, única a produzir a renovação de toda a sociedade para melhor.


Há Flores no Caminho













Trata-se de mais uma obra da coletânea do Espírito Amélia Rodrigues a respeito da vida de Jesus.

Escritora emérita, poetisa, dramaturga, cronista e jornalista, a Profª Amélia Rodrigues transferiu para o Além-túmulo a beleza lírica com que se comunicava no plano físico, quando da sua última reencarnação, apurando ainda mais o estilo.

Por sua vez, o médium Divaldo Pereira Franco capta-lhe a alta sensibilidade e transmite-a em páginas de incomum beleza.

As suas narrativas são feitas de uma poesia em prosa que encanta o leitor, abrindo-lhe horizontes infinitamente coloridos e musicados de ternura, especialmente quando referindo-se às passagens do Evangelho apresentadas pelos seus notáveis narradores.

Com uma sensibilidade apurada, ela consegue conduzir o leitor aos momentos felizes dos incomparáveis diálogos do Mestre com as multidões aflitas, atualizando a linguagem e transferindo no tempo os ensinamentos que se ajustam às necessidades contemporâneas.

Nunca a Humanidade necessitou tanto de Jesus como nestes tormentosos dias em que vivemos.

Analisando cada texto e oferecendo conotações dulçurosas, a nobre Entidade convida-nos a reflexões felizes, de forma que a coragem e o amor se nos enfloresçam nos corações.

Você nunca mais esquecerá as lições delicadas do HÁ FLORES NO CAMINHO, e sempre descobrirá que há uma eterna primavera aguardando-o, a partir do momento em que se entregue ao amor de Jesus.

Composto e editado pela LEAL, símbolo de qualidade, é Obra para ler e meditar.


Luz do Mundo













Obra ditada pelo Espírito Amélia Rodrigues ao médium Divaldo Pereira Franco.

São narrações de acontecimentos envolvendo a figura do Mestre Incomparável, com a beleza poética e pictórica muito típica da inesquecível mestra, escritora, poetisa e periodista baiana.

Amélia Rodrigues, Espírito, é admirável narradora de episódios da vida de Jesus, que retira dos arquivos do Mundo Espiritual e que fascinam os leitores.

Em cada capítulo – com verdadeira mestria – apresenta detalhes e pinta as paisagens dos lugares onde esses episódios ocorreram.

Em face da semelhança existente entre aqueles e estes dias, a querida Benfeitora espiritual faz paralelos com o pensamento atual, demonstrando como Jesus pôde penetrar no tempo além do tempo convencional, deixando um patrimônio que merece ser reexaminado e vivido com segurança.

Quem a lê, nunca mais deixa de buscá-la, enriquecendo-se dos conteúdos apresentados nas suas páginas ricas de ternura e de atualidade.

Em Luz do Mundo, a autora oferece-nos vinte e cinco capítulos de rara percuciência psicológica sobre a personalidade do Guia da Humanidade, traduzindo a Sua Sabedoria e grandeza espiritual, na forma como conduzia as questões que Lhe eram apresentadas e como atendia aqueles que O buscavam, portadores de inumeráveis conflitos, de variadas necessidades...


O Semeador











Livro destinado ao público infantil, a partir da faixa etária de 7 anos, trabalha a Parábola do Semeador, em versão leve, moderna, encantadora.

Com glossário, ilustrações coloridas, é leitura fácil e encantadora. O público adulto, de sua vez, poderá extrair profundas reflexões, a partir da análise psicológica das várias personagens descritas na obra.


O Vencedor














Escrito pelo Espírito Amélia Rodrigues, destina-se especialmente ao público infantil, na faixa etária a partir de 9 anos, apresentando Jesus como o Caminho, a verdade e a vida.

Com glossário, para facilitar o melhor entendimento, encerra com o ensinamento de que “O verdadeiro vencedor não é aquele que domina os outros, mas é quem consegue dominar os seus ímpetos, amando sem qualquer rancor de ninguém, nem mesmo daqueles que o persigam e maltratem.”


Pelos Caminhos de Jesus














É um livro notável, do Espírito Amélia Rodrigues, psicografado pelo médium Divaldo Pereira Franco.

São narrativas evangélicas, banhadas pela luz das palavras do Mestre Incomparável, verdadeiros poemas de ternura, apresentando-nos os colóquios amorosos de Jesus com os Seus discípulos e com o povo, nas regiões verdes e ensolaradas da Galiléia.

Além de 25 capítulos ornamentados pelo estilo brilhante da célebre poetisa e literata baiana, desencarnada, esta Obra contém aprimorada síntese histórica para facilitar a compreensão da nobre mensagem da Boa Nova.

Através destas inesquecíveis passagens da vida de Jesus iremos seguir pelos Seus caminhos, alcançando, passo a passo, a grande meta que é a felicidade integral.


Primícias do Reino













Primícias do Reino é o notável livro psicografado por Divaldo P. Franco e ditado pelo Espírito Amélia Rodrigues.

A Obra que é toda entretecida pela palavra brilhante da célebre poetisa e literata baiana, desencarnada, é um verdadeiro poema ao Cristo e à Sua doutrina.

As narrativas evangélicas ressurgem em linguagem nova, atualizadas e oportunas, ensinando a palavra de vida aos atormentados dos dias hodiernos.

Com excelentes “respingos históricos” a fim de situar no tempo a nobre mensagem de Jesus, faz um estudo, também, das origens do Evangelho e apresenta o mapa da Palestina ao tempo das ocorrências, a fim de facilitar o leitor a situar-se com segurança e acompanhar as narrativas inolvidáveis.

É um livro que não pode faltar na biblioteca espírita e que não deverá ficar desconhecido.


Quando voltar a Primavera














Quando Voltar a Primavera é mais uma jóia literária com que nos brinda o Espírito Amélia Rodrigues!

Por meio da beleza do estilo e imagens construídas em suas páginas, passamos a conhecer ainda mais, e melhor, a Vida e a Obra de Jesus e dos Apóstolos, os costumes e tradições dos povos daquela época.

Além da riqueza do conteúdo histórico, a Autora espiritual faz transbordar a taça da beleza, da poesia, da sensibilidade ao longo de toda narrativa.

Quando Voltar a Primavera nos dá uma exata noção da riqueza e da força do Evangelho de Jesus, agora redivivo nos postulados e nas lições de amor e de justiça da Doutrina Espírita.


Trigo de Deus














Nesta obra, a nobre Mentora Amélia Rodrigues narra em linguagem poética e rica de conteúdo acontecimentos da vida de Jesus.

Desfilam as personagens do Evangelho, humanas e ansiosas, na busca do reino dos Céus, com os seus problemas e dificuldades, limitações e tormentos, fascinadas, porém, pela figura incomum de Jesus.

Diálogos oportunos e belos, palestras enriquecedoras são examinadas com simplicidade e oportunidade, em convite renovador a todos quantos anelam por um mundo feliz e uma existência plenificadora.

Conhecidos nossos das narrativas dos evangelistas retornam pela escrita brilhante da poetisa baiana enriquecendo-nos com as suas experiências.


Fonte : Site oficial de Divaldo Pereira Franco

terça-feira, 11 de maio de 2010


Anúncio do Reino (*)


As anêmonas marchetavam a orla dos caminhos com verdadeiras explosões de delicadas e volumosas flores de tons variegados.

As folhas de tabaco verdejantes compunham as paisagens exuberantes, na qual as árvores frutíferas apresentavam os seus frutos abundantes aguardando a colheita.

A Primavera entoava hinos de luz e cor em toda parte, enquanto o casario à margem noroeste do lago de Tiberíades em pequenos e volumosos aglomerados, que se estendiam por quase vinte quilômetros, falavam sem palavras da expansão humana, política e social na região.

A sinagoga de Cafarnaum, erguida aproximadamente um século antes de Jesus, era o referencial para o culto religioso, estudos e resoluções administrativas da cidade.

Tiberíades, logo adiante, com as características helênicas, esplendia com as suas majestosas construções em homenagem ao imperador Tibério César.

Mas entre as cidades grandiosas, os povoados, os aglomerados de casebre de agricultores, pescadores e vinhateiros, salpicavam os caminhos movimentados à beira-mar ou entre sebes oscilantes ao vento.

O Mestre dera início ao ministério e atraía multidões que se avolumavam ao seu lado, com curiosidade, interesses pessoais, necessidade de todo tipo.

Ele a todos atendia, ampliando, porém, os Seus ensinamentos, a fim de que os indivíduos se libertassem da miséria mais grave, a ignorância sobre si mesmos, a verdade e a vida.

Por isso, as lições se assemelhavam a pérolas que fossem sendo distendidas por todos os lugares a fim de que, em momento próprio, pudessem ser enfeixadas em um grande colar que unisse todos os indivíduos em um tesouro de amor.

Inicialmente, porque as obsessões fossem cruéis e inumeráveis, em intercâmbio de impiedade que resultava da ignorância, o Mestre convidou os discípulos e deu-lhes poder de expulsar os Espíritos impuros, assim como a energia curativa para os males do corpo e da alma de todos quantos viessem até eles martirizados pelas doenças.

A seguir, enviou-os a diferentes partes para que pudessem preparar os alicerces do reino que viria a ser implantado nos corações.

Recomendou-lhes prudência e coragem, generosidade e inteireza moral, a fim de que não se imiscuíssem em questiúnculas descabidas, nem se perturbassem com os gentios, com os discutidores inúteis, mas que fizessem todo o bem possível, curando as doenças, afastando as perturbações, mas anunciando a Era que logo mais se iniciaria.

Era como a apoteótica Abertura de uma Sinfonia de incomparável beleza, anteriormente jamais ouvida.

- Eu vos envio - disse Ele - como ovelhas para o meio dos lobos; sedes prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Tende cuidado com os homens: hão de entregar-vos aos tribunais... Mas não os temais, porque o Pai falará por vossas bocas.

Os amigos partiram emocionados, cantando esperanças no coração, sem ter idéia de como reagiriam as criaturas à nova proposta.

Ensinaram pelos caminhos e veredas, detiveram-se nas praças e nas praias, narraram o que haviam visto e ouvido, expuseram o pensamento do Rabi, mas não foram tomados em consideração.

Somente quando as palavras foram coroadas pelos feitos, arrancando das traves invisíveis das doenças, aqueles que as padeciam, é que lhes concediam alguma atenção, dando-lhes as costas de imediato e sugerindo que viesse pessoalmente o Messias... para que o vissem e pudessem testificá-lo.

Por sua vez, Jesus foi também pregar em outras cidades, especialmente a respeito de João, o Batista, causando espanto a sua coragem, em razão do filho de Zebedeu e Isabel encontrar-se prisioneiro na Peréia por ordem de Herodes, insuflado por sua mulher e cunhada Herodíades, com quem vivia em concubinato.

Os ventos generosos da estação perfumada levaram a Mensagem de boca-a-boca, disseminado-a por toda a parte até os confins das fronteiras no além Jordão.

Uma grande calmaria emocional passou a viger nas almas em expectativa. Os comentários se faziam freqüentes e as interrogações levantavam-se nos grupos que se reuniam nos diferentes lugares.

A música do Seu verbo iria inflamar os corações e provocar incêndios nos sentimentos e nas mentes apaixonadas, que não estavam preparadas para a mudança radical de comportamento que Ele propunha.

Já agora não era mais possível deter a odisséia em pleno desenvolvimento.

Quando os discípulos retornaram e relataram os acontecimentos que tiveram lugar à sua volta, o Mestre definiu que aquele era o momento de dar curso ao messianato.

Ergueu-se como um gigante e se expôs por amor, arrostando todas as conseqüências dos Seus severos sermões, Suas graves admoestações, Suas generosas concessões.

Esclareceu que o reino de Deus se encontrava dentro da criatura humana, que deverá alcançá-lo com muito empenho e arrojada decisão, negociando tudo que é transitório para a aquisição eterna.

Abrindo os braços às multidões que sempre o cercariam, naquela oportunidade abençoou o mundo e os seus habitantes, compondo a mais notável sinfonia de todos os tempos, musicada pelas Suas palavras e atos ao compasso do inefável amor.



Amélia Rodrigues

Por Divaldo Pereira Franco
__________________
(*) Mateus : 10 - 1 e seguintes
Nota da autora espiritual

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A Música e o Espírito: Despertar – Salvador Candel

Paisagens oníricas, aliadas a maravilhosa música meditativa do músico espanhol Salvador Candel estão nesse videoclipe com a canção “Despertar”, editado para “A Música e o Espírito” desse mês.


domingo, 9 de maio de 2010

Mensagem Especial : Dia das Mães


Anjo Misericordioso


As mais belas palavras entretecidas em forma de uma auréola de gratidão não expressam, realmente, a grandeza de que te revestes, anjo querido.

Sendo uma estrela luminífera, escondes a tua claridade no corpo físico, a fim de não ofuscares os caminhos que percorres, particularmente, quando te tornas mãe.

O brilho, porém, da tua luminosidade exterioriza-se e clareia a noite densa do processo de crescimento daqueles que vêm aos teus braços, na condição de filhos, na ansiosa busca do progresso e da plenitude.

Os teus silêncios, nos momentos de testemunho, transformam-se em canções de inigualável beleza, dando sentido psicológico e harmonia à vida, porque te sacrificas em benefício daqueles que Deus te concedeu por empréstimo sublime para os conduzires ao seu coração inefável.

O teu devotamento contínuo constitui a lição preciosa de perseverança de quem acredita na Vida e no triunfo do Bem Eterno, nunca desistindo de lutar e de doar-te.

A tua paciência gentil e a tua serena abnegação, mesmo nas horas difíceis, são poemas vivos de amor incomum, que terminam por transformar as estruturas morais humanas deficientes em resistência e vigor para os enfrentamentos da reencarnação.

A tua serenidade, quando tudo parece conspirar contra o êxito daqueles que educas, e a tua certeza de que o amor tudo pode, convertem-se na segurança que se faz indispensável para que a vitória seja alcançada.

As ingratidões dos filhos não te desanimam, as vicissitudes da existência não te desarmonizam, os embates do cotidiano não te enfraquecem, e prossegues a mesma, sofrida, às vezes, perseverando, porém, nos deveres a que te entregas com doação total.

Aprendeste a sorrir quando os teus filhos estão alegres e a chorar ante as suas preocupações e fracassos, nunca cedendo espaço ao desespero ou à revolta, quando eles não conseguem superar os impedimentos e tombam em momentâneos fracassos…

Nesses momentos, renovada em forças e revestida de coragem, ergue-os, dando-lhes as mãos generosas e direcionando-lhes os passos no rumo certo, a fim de que recomecem e se recuperem.

Estejas na opulência ou na pobreza total, a tua maternidade é sinal do poder de Deus que te consagrou como co-criadora, na condição de anjo do lar, a fim de que o mundo cresça e a vida humana alcance a meta para a qual foi organizada.

É certo que nem todos os filhos sabem compreender a tua grandeza, os teus sacrifícios e lutas, mas isso não te é importante.

Consideras antes que o teu é o dever de os amar em quaisquer situações em que se encontrem, educando-os sem cessar, amparando-os continuamente e emulando-os ao avanço com os seus próprios pés, mesmo quando tenham as pernas trôpegas e feridos os sentimentos.

Sabes que as melhores condecorações para exornarem os heróis são as cicatrizes internas que permanecem no coração e na alma do lutador após as refregas.

Por isso mesmo, insistes e perseveras sem descanso, trabalhando com esses diamantes brutos que deves lapidar, a fim de que permitam o brilho da Estrela Polar – Jesus! – no recesso do ser.

...E se, por acaso, a desencarnação te arrebatar do corpo, impedindo-te continuar cuidando deles, permanecerás, no Além-túmulo, inspirando-os, acariciando-os e envolvendo-os em vigorosa proteção.

Doce mãezinha!

Quando as criaturas da Terra dedicam um dia ao teu amor, apenas um entre 364 outros, sinalizando que já estão despertando para o significado do teu apostolado, apesar das imposições mercadológicas que esperam lucros, nessa oportunidade, quando todos deveriam oferecer-te somente amor, desejamos homenagear-te, envolvendo-te em ternura e em gratidão, pela nobre tarefa que desempenhas e pelas bênçãos que a todos nos concedes.

Maria, a Mãe Santíssima da Humanidade, coroe-te de paz e de alegria, no teu e em todos os dias da tua existência, anjo misericordioso de todos nós!


Amélia Rodrigues

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã de 10 de março de 2006, na residência de George e Akemi Adams, em Santa Monica, Califórnia, EUA.)

sábado, 8 de maio de 2010

Amélia Rodrigues, uma Mulher e uma Cidade

Amélia Rodrigues, a mulher - Exemplo de vida

A história de Amélia Rodrigues (mulher) se confunde com a história de Amélia Rodrigues (cidade). A impressão que se tem é que ela sempre foi a causa e o efeito de tudo que aconteceu no lugar que hoje ostenta seu nome. Filha de Félix Rodrigues e Maria Raguelina Rodrigues, Amélia Augusta do Sacramento Rodrigues nasceu na Fazenda Campos, freguesia de Oliveira dos Campinhos, a 26 de maio de 1861. Faleceu aos 65 anos de idade, no dia 22 de agosto de 1926, deixando a marca de um trabalho inigualável, tanto na Educação, como na Literatura e Assistência Social.

Qualquer ameliense, por mais jovem que seja, deveria conhecer a história de Amélia Augusta do Sacramento Rodrigues, desde os primeiros passos para sua formação, com o Cônego Alexandrino do Prado. Posteriormente, se tornou aluna exemplar dos professores Antônio de Araújo Gomes de Sá e Manuel Rodrigues Martins de Almeida. Seu sonho era o Magistério. Para realizá-lo, cursou o Colégio mantido pela professora Cândida Álvares dos Santos, onde obteve ensinamentos suficientes para conquistar a nomeação para lecionar no arraial da Lapa.

Os desafios não pararam aí. Alguns anos depois, a jovem professora enfrentava novo concurso, desta feita disputando uma cadeira na cidade de Santo Amaro da Purificação, permanecendo no cargo por oito anos. Em 1891, mais uma conquista para Amélia Rodrigues: pelo seu desempenho na cidade de Santo Amaro, ela foi transferida para Salvador, passando a atuar na escola do bairro Santo Antônio. Autoridades do setor educacional não pouparam elogios à mestra, que requereu sua aposentadoria anos mais tarde, quando já sentia necessidade de repousar.

Mas era difícil permanecer em repouso, quando o ideal de ensinar continuava vivo. Recuperadas as energias, Amélia Rodrigues retoma ao Magistério, desta vez de forma ainda mais marcante: a fundação do Instituto Maternal Maria Auxiliadora, que se constituiu numa das mais destacadas casas de educação e instrução da capital, sendo mais tarde transformada no "Asilo dos Expostos". Uma coisa é certa. Merecedora de respeito e carinho, Amélia Rodrigues sempre contou com o apoio dos conterrâneos para seus empreendimentos, o que os tornavam ainda mais significativos.

Não foi surpresa para ninguém quando a jovem mestra começou a se dedicar também à literatura e ao jornalismo. Incentivada por pessoas de renome, a exemplo do Barão de Vila Viçosa, Antônio Joaquim de Passos, Filinto Bastos e Cônego Emílio Lobo, dentre outras, Amélia Augusta cresceu nestes dois setores vertiginosamente, inicialmente como colaboradora das publicações religiosas "Cidade do Salvador", "Estandarte Católico" e "Mensageiro da Fé". Nesta última, a professora usava o pseudônimo de Juca Fidelis.

Sua participação na imprensa baiana foi mais adiante, quando fundou, em 1910, juntamente com as intelectuais Maria Luíza de Souza e Maria Elisa Valente Moniz de Aragão, a revista "A Paladina", primeiro órgão do Movimento Feminista na Bahia. Três anos antes, já impulsionada pela necessidade de defesa da mulher, Amélia criara a Associação das Damas de Maria Auxiliadora, que serviu de base para a fundação da Liga Católica das Senhoras Baianas, entidade presidida por ela. A revista "A Paladina" foi deixada de lado em 1912, quando se fez necessário o surgimento de um órgão oficial para divulgar as atividades da Liga, a revista "A Voz".

Várias publicações - já extintas - tiveram Amélia Rodrigues como colaboradora, como as revistas "Pantheon", "O Álbum", "A Renascença" e "O Livro". E todas estas atividades a fizeram uma grande conferencista, requisitada por todos os segmentos da sociedade baiana, principalmente para falar sobre mulheres. Uma das conferências de maior destaque foi sobre a "Obra Social Feminina no Mundo Civilizado", que contou com uma platéia da maior relevância, inclusive 14 bispos que se encontravam na capital do Estado. Nesta época, suas poesias também já começavam a ganhar espaço nos jornais baianos.

As portas do teatro também se abriram para a escritora, poetisa, professora e jornalista. Dentre seus trabalhos teatrais, são citados como os melhores "Fausta", representado no Teatro de Santo Amaro, "A Força", que foi levado a outros estados brasileiros e "A Natividade", drama sacro, representado em 23 de dezembro de 1889, no Politeama, em Salvador. Dentre as poesias, merecem destaque “O Leproso”, (Vida da Madre Vitória da Encarnação), “Religiosa Clarissa” (trabalho publicado em 1916, na revista da Liga das Senhoras Católicas), "Cartas a uma Amiga”. (com o pseudônimo Dinorah) e "Bem-me-queres".

Amélia Rodrigues se dedicou, durante muito tempo, à literatura infantil (dramas, comédias e poesias, a maioria ainda desconhecida) e às obras didáticas. "Flores da Bíblia" (versos para escola), "Rosas do Lar" (livro de leitura) e "Mãe e Mestra" são alguns exemplos. Publicado em 1898, o livro "Mãe e Mestra", seu primeiro trabalho nesta área, apresenta noções de Moral e Civismo, merecedoras de elogios do poeta Múcio Teixeira e do intelectual Rui Barbosa e de grande aceitação nos estabelecimentos de ensino baianos.

No gênero do romance – como em tudo que se propôs a fazer - Amélia Rodrigues logrou êxito. Depois de "Um casamento segundo os novos moldes", veio "A Promessa", vertido para o alemão. Suas poesias e outros trabalhos são transcritos ainda hoje. Seu intento era ser professora, sua vocação para as letras a fez escritora, seu destino a fez mestra e mãe de uma geração. Nunca serão esquecidos seus questionamentos espirituais e sua grandiosa luta por um ensino mais amplo, que atingisse o aspecto humanitário de cada um de seus discípulos.

Quando entre as mãos da criança,
um livro aberto se vê,
e a voz da mestra se escuta,
que diz à criança - lê!
- parece que Deus, sorrindo,
por sobre este grupo lindo,
mais uma vez reproduz,
no caos de um outro infinito,
aquele fecundo grito
de outrora - Faça-se a luz.

Amélia Rodrigues


Dorme em paz, coração, não tenhas medo
Da tempestade que lá fora explode
Ela quebrar-te em seu furor não pode,
Porque tu és forte, assim como um rochedo.

Tu tens em Deus o mágico segredo
De expulsar tudo quanto te incomoda
Ao seu oceano a calma fresta acode
E o sol para iluminar-te sai mais cedo.

Deus vela enquanto dormes, Deus escuta
A voz de tua prece, vê teu pranto
E dá-te forças na contínua luta.

Seu olhar é uma túnica de amianto
Que te envolve - claríssima, impoluta
Dorme em paz, coração, não temas tanto!

Amélia Rodrigues


Faz anos a filha do Senhor,
Tudo é prazer nos solos do sobrado.
Das janelas, através do cortinado
Sai em jarros a luz, passa o calor.

Rescende fora do banquete o odor
Soa em tubos o piano bem tocado.
E os gorjeios de um canto apaixonado
De rouxinol, nos lábios de uma, flor.

Mas enquanto lá dentro a festa
A dança, brindes, risos, intemperança,
Misturam-se aos fogos de vivas e bravos,
Do engenho em negro o imundo calabouço
Presos num tronco vil, pelo pescoço
Gemem, tintos de sangue, alguns escravos.

Amélia Rodrigues: Vida de luta e de glórias.


Amélia Rodrigues, A Cidade


O município de Amélia Rodrigues está situado na microrregião 151, ocupando uma área de 143 quilômetros quadrados. Distante da capital apenas 80 quilômetros, uma localização privilegiada - às margens da BR-324 - e um clima ameno (temperatura média anual de 24,8°C), o município limita-se com Conceição Rio Jacuípe (Norte), São Sebastião do Passé (Sul), Terra Nova (Leste) e Santo Amaro da Purificação (Oeste e Sul) a antiga parada de tropeiros. Sua população está distribuída entre as zonas urbana e rural.

O solo e o clima são fatores determinantes para o desenvolvimento de vários tipos de lavoura. Embora a cana-de-açúcar esteja em maior evidência, desde as origens do município, também se cultiva mandioca, feijão, milho, amendoim, fumo e abacaxi (culturas temporárias); banana, laranja, manga, abacate e coco (culturas permanentes). Por sua localização na zona fisiográfica do Recôncavo, Amélia Rodrigues é beneficiada pela Bacia Hidrográfica Recôncavo Norte, tendo como rios principais o Jacuípe e o Traripe. Argila é uma das principais ocorrências minerais do solo.

Os amelienses tem como padroeira Nossa Senhora da Conceição da Lapa e comemoram o dia 26 de maio comemora-se o aniversário da patrona. No dia 20 de outubro, comemora-se a emancipação política e administrativa do município.


Fonte: Artigo publicado no site Jacuípe Notícias

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Dicas do Manancial

Aqui estão as nossas dicas de leitura, música e filme para o mês de maio:


LIVRO : TRIGO DE DEUS
AUTOR ESPIRITUAL: AMÉLIA RODRIGUES
MÉDIUM : DIVALDO PEREIRA FRANCO













Sinopse do livro :

Nesta obra, a nobre Mentora Amélia Rodrigues narra em linguagem poética e rica de conteúdo acontecimentos da vida de Jesus.

Desfilam as personagens do Evangelho, humanas e ansiosas, na busca do Reino dos Céus, com os seus problemas e dificuldades, limitações e tormentos, fascinadas, porém, pela figura incomum de Jesus.

Diálogos oportunos e belos, palestras enriquecedoras são examinadas com simplicidade e oportunidade, em convite renovador a todos quantos anelam por um mundo feliz e uma existência plenificadora.

Conhecidos nossos das narrativas dos evangelistas retornam pela escrita brilhante da poetisa baiana enriquecendo-nos com as suas experiências.



MÚSICA : CD ROUPA NOVA – NOSSA HISTÓRIA (COLETÂNEAS 2010)


















Uma coletânea fantástica em 3 CDS, reunindo os maiores sucessos do grupo mineiro Roupa Nova. São ao todo 43 faixas, incluindo além das músicas inesquecíveis da banda, como : Anjo, Clarear, A Força do Amor, Lumiar, Sapato Velho, Bem Simples, A Viagem, Seguindo no Trem Azul e Volta pra mim, alguns clássicos da MPB, como: Maria, Maria, Amor de Índio e Ando meio desligado. Imperdível !



FILME : ÉDEN, SEM LIMITE PARA SONHAR
DIREÇÃO : HOWARD GOLDBERG
PRODUÇÃO: EUA/ 1997.


















Sinopse do Filme:

Um excelente enfoque sobre o desdobramento:

Helen é a personagem principal deste envolvente drama romântico. Apesar de sofrer de doença neurológica crônica (esclerose múltipla) e as incompreensões de Bill, seu esposo autoritário, professor da Academia Monte Éden, onde residem, enfrenta seus compromissos familiares (mãe de duas crianças pequenas) com muita coragem e amor. A partir de certo momento, inicialmente à noite, ao dormir, e depois durante alguns cochilos durante o dia, Helen experimenta uma estranha e nova sensação de liberdade quando começa a sentir seu Espírito deixar o corpo. De início, em duas oportunidades, ela confirmou claramente o seu desdobramento consciente em suas volitações; quando presenciou as brigas do casal Milly e Lee, seus amigos, e dos jovens estudantes Dave e Rick.

Ao ser hospitalizada para se submeter a exames e se refazer de uma estafa Helen entra em coma prolongado. Neste estado, seu Espírito sente-se bem e chega a penar que é o momento de se libertar totalmente de seu corpo enfermo, acreditando que nada mais tem a oferecer aos seus filhos e ao marido. Bill ficaria liberado... Mas, num final emocionante, com a dor da provável separação, seu esposo reage e se renova, reconhecendo seus erros e compreendendo melhor a companheira, e com a força de seu amor trabalha para trazê-la de volta.

O desdobramento consciente ou semiconsciente é uma das provas da existência da alma e de sua capacidade de emancipação, isto é, de agir, com todas as suas faculdades, separadamente do corpo, embora ligada a ele pelo laço fluídico (ou cordão prateado).

quinta-feira, 6 de maio de 2010


Servo de Todos


A imensa planície se desdobra entre os contrafortes dos outeiros.

Ao longe, o "primogênito dos montes" da Palestina — o Hermon — ostenta o cabeço aureolado de sol, e, a regular distância, o Tabor, parecendo uma sentinela natural, altaneira, defendendo a imensa planície, onde a balsamina medra em abundância e os tamarindeiros se arrebentam em flores.. .

Simultaneamente ali está a planície dos homens na qual se misturam as paixões e se decompõem as esperanças.

Planície da Terra e planície dos corações.

Naquela se misturam os cadáveres e as moscas entre córregos que cantam e flores que desatam aromas. Nesta as inquietações e desesperos, fecundando sorrisos e edificações.

Na terra os homens...

Nos homens o barro frágil da terra...

* * *

A planície dos espíritos se perde de vista. A multidão se agita e percorre os caminhos.

Longas são as estradas a vencer.

Dia de sol e céu transparente. A leve brisa murmura uma doce música no arvoredo, carreando ondas de suave perfume.

A Sua figura é um desafio — desafio de amor! Mais do que um estóico, porque faz do sofrimento um meio de atingir Deus e não o fim precípuo do Seu ministério, Ele parece penetrar no dédalo de todas as solicitudes humanas.

Pairando na face o tênue véu de singular melancolia, Seus olhos se transformam em duas estrelas reluzentes.

— Que vínheis discutindo pelos caminhos ? — indagou. A voz pausada possuía um tom de reproche melancólico.

Vivia com aqueles companheiros, sentia suas aspirações, participava das suas dores, falava-lhes do Reino e das suas realizações e eles, no entanto, continuavam esvaziados de ideal. Fizera-se igual sem participar das suas querelas, testemunhando a nobreza da Sua compreensão permanente e ajudando-os, não obstante se demoravam trêfegos, levianos...

— Que vínheis discutindo pelo caminho? — A indagação os surpreendera, crianças espirituais, disputadores da ilusão...

* * *

Eles vinham joviais e alegres. Uma festa n'alma cantava júbilos inesperados. O dia de sol, a transparência do ar, o azul do céu, o frescor daquela hora matinal, as recordações dos acontecimentos últimos, no alto Tabor e em baixo, ao lado do epiléptico, as exaltações da massa já saciada nas primeiras tentativas, que não suportavam sopitar as inquirições que desde há algum tempo bailavam nas suas mentes.

— Quem dentre nós será o maior, no conceito do Rabi? Qual será o maior no Reino dos Céus?

A pergunta espocou espontânea, natural, inocente. ..

Estugaram o passo e se entreolharam... Quem seria realmente o maior dentre todos? — pensaram. E como se o assunto não merecesse maiores considerações um silêncio incomodo se abateu sobre o grupo. No íntimo, porém, cada um se exalta e sorri emocionado, meneando a cabeça em assentimento, como se estivesse a ouvir o Mestre gentil destacar o mais amado, o mais relevante — é claro, que cada um a si se atribui o mérito da escolha.

As pedras do solo ao atrito com as alpercatas rolam, produzem característico ruído e a marcha prossegue.

— Eu, — referiu-se Judas — sem dúvida gozo da relevante confiança do Amigo. A mim me foi entregue a bolsa da Comunidade, num atestado inequívoco de consideração.

Não receio, por isso, ser, senão o maior, um dos maiores.. .

Sorriu e cofiou a barba, fitando os companheiros estremunhados.

— Sou austero — apostrofou Tiago, Maior. — E o Mestre nunca deixou de me reservar Suas confidências, expressivas e nobres. Convida-me, não poucas vezes, a colóquios longos, narrando aos meus o que outros ouvidos não podem escutar.. .

Tomé, o Dídimo, verberando a prosápia dos companheiros, atroou:

— E Simão Pedro? Não tem sido ele o distinguido com maior consideração? Não é a sua a casa elegida para as reuniões e os estudos dos planos futuros? Não esteve ele, também, no Tabor, como testemunha? Eu desconfio muito que não estaria mal situado na opinião do Senhor.. .

— João, todavia, repousa no seu peito — aventou Bartolomeu. — É o mais jovem de todos nós, carinhosamente tratado pela ternura do Embaixador Celeste. Talvez não tenha ainda toda a inteireza exigível para continuar a Obra ora encetada, não obstante...

— Mateus Levi, convém ressalvar, — afirmou Pedro, algo inquieto — é o mais erudito do grupo. Somos pescadores ignorantes, ele, todavia, lê e escreve, é hábil na arte das letras e da convivência com as leis. Embora o seu silêncio.. .

— Não concordo! — bradou Judas...

A discussão se fez acalorada e por pouco o pugilato infeliz não perturbou a união dos corações chamados ao amor, à concórdia, à paz...

* * *

— Que vínheis discutindo pelo caminho? — eis a indagação do Senhor.

"Queríeis saber quem dentre vós é o maior no Reino dos Céus. Eu vos digo: aquele que se fizer o menor.

"O responsável do grupo é o servidor de todos. O comandante é o colaborador do grupo.

O chefe é o subalterno das necessidades dos servidores.

"Servo dos servos.

"Não se pertence nem se permite repouso.

"Renuncia ao nome e à paz, à alegria e à própria opinião.

"Zeloso pelo bem-estar de todos é magoado por uns e outros, por todos incompreendido

"Quando ajuda sofre e sofre porque não pode ajudar — e todos o espezinham. Ferem-no e buscam-no, traem-no e sorriem para ele — servo de todos!

"O maior se apaga servindo.

"Apontado, ninguém crê nele, subestimam-no. Não merece consideração e assim paira naturalmente inatingido, sereno no dever íntimo, respeitado por si mesmo: o maior dentre todos!"

Os invigilantes recordam, então, o pedido de Salomé, a imprudente e a precipitada esposa de Zebedeu, que fora solicitar-Lhe colocar os dois filhos, um à direita outro à esquerda do Seu trono, quando fosse a hora do triunfo.

Não esqueceriam a resposta pausada e triste com que Ele elucidara a ambiciosa mãe:

— "É necessário saber se eles estarão dispostos a sorver a taça da amargura até a última gota —respondera. Quanto, porém, a colocá-los um à minha direita e outro à minha esquerda, isto não me compete..."

Houve um silêncio.

De cabelos encaracolados, passou gárrula criança de sorriso em flor.

O mestre, tomando-a, dela fez o seu modelo.

"Aquele que se fizer semelhante a um menino este penetrará no Reino de Deus."

Os pequenos e claros olhos cheios de brilho do infante refletem pureza integral.

Ser adulto, com alma de criança, sem as mazelas da idade adulta.

Envelhecer e permanecer puro — sem malícia, sem impiedade, sem mágoa, jovial, inocente como uma criança na quadra primaveril.

O maior de todos é o mais afável, o que mais se dedica e serve. Servo de todos e de todos amigo, não escolhendo misteres para ajudar.

Há os que são os maiores na ilusão e no engodo e sofrem a febre da ambição e da loucura.

Grandes, o mundo sempre os teve, com a alma enferma e mesquinha.

Pequenos nas grandes coisas e grandes nas tarefas insignificantes. Apequenar-se na grandeza para glorificar-se na pequenez.

— Que vínheis discutindo pelo caminho?

Seja, o que deseja o destaque, o servo de todos; faça-se o menor.

Menor no orgulho.

Maior na abnegação, na renúncia.

Maior — menor de todos, como Ele se revelara.



Amélia Rodrigues

Do livro, Luz do Mundo, de Divaldo Pereira Franco


Referências:

(*) Mateus 18: 1 a 6
Marcos 9: 33 a 37
Lucas 9: 46 a 48.

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