Por Rodinei
Moura
Na questão
932 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta ao Espírito de Verdade:
"Por que, tão frequentemente, na Terra, os maus sobrepujam os bons?
Resposta: Por fraqueza destes. Os maus são audaciosos, os bons são tímidos.
Quando estes quiserem, preponderarão.
O líder
pacifista que libertou a Índia da poderosa Inglaterra e que se tornou um
exemplo admirado pelo mundo todo, Mahatma Gandhi, disse certa vez que é muito
diferente ser pacífico de ser passivo. É que é a primeira conduta que o mundo
precisa, mas com muita atividade no bem. E na questão 642 desta obra básica do
Espiritismo, já citada, Allan Kardec interroga a Espiritualidade da seguinte
forma: "Para agradar a Deus e garantir uma boa posição futura bastará não
fazer o mal? Resposta: Não, é preciso fazer o bem no limite das forças. Porque
cada um responderá por todo o mal que resulte de não ter praticado o bem".
Ou seja,
todas as habilidades que temos e que poderiam tornar o mundo um lugar melhor,
mas que não usamos, servirão apenas para nosso desequilíbrio espiritual. Toda
oportunidade que temos de ser útil, mas que não a fazemos, no nosso dia a dia, nas
pequenas coisas, será motivo para que nossa consciência solicite aos nossos
mentores uma nova oportunidade de reencarnação para que possamos fazer o que
temos que fazer e que, por descuido, deixamos passar em branco.
O mundo em
que vivemos, seja no micro ou no macrocosmo, seja em nossa família ou no
trabalho, em nossa cidade ou em nosso país, é o reflexo dos seus habitantes, ou
seja, do grau de evolução de cada um de nós.
Será que
temos nos esforçado para contribuir para a melhoria destes lugares? Será que
tentamos fazer um ambiente de trabalho melhor? Um lar melhor? Ou apenas
reclamamos de tudo e de todos, tornando-nos desta forma um canal de propagação
de revolta, de fofocas, enfim, das trevas. Será que compreendemos que o silêncio
muitas vezes é uma grandiosa atividade no Bem? Ou uma palavra firme diante de
uma injustiça, mas precedida sempre de uma oração, pedindo a Jesus que nos
ilumine no agir e falar, para que prevaleça sempre a concórdia, acima das
nossas paixões? Será que entendemos a importância de agir com simplicidade,
exemplificando que somos todos irmãos, todos iguais perante o amor divino? Ou
ainda usamos teorias mascaradas por trechos do evangelho, escolhidos segundo
nossa conveniência, para nos abstermos de vencer o nosso orgulho? Será que
entendemos que as pessoas se inspiram em nossas atitudes para o bem ou para o
mal?
Será que o
nosso agir tem sido desinteressado, como quem faz sua pequena parte, ciente da
sua importância, mas confiante naquele que está no leme da embarcação, nas Leis
Divinas e infalíveis? Ou agimos e deixamos de agir quando bem entendemos,
julgando que somos Espíritos iluminados e incompreendidos, denotando, assim,
apenas estarmos fascinados?
Sigamos confiantes em Jesus, refletindo incansavelmente e buscando a incessante transformação moral, para que os Espíritos trabalhadores do mestre encontrem em nós um instrumento lúcido e fiel, sem a ilusão da grandeza espiritual que não temos, e sem esperar privilégios que não fazem parte da legislação divina, e, ao contrário, dando o exemplo silencioso, porém ativo, de nossa resignação.
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