Defluente da lei natural da Vida, a afetividade é sentimento inato ao ser humano em todos os estágios do seu processo evolutivo.
Esse conjunto de fenômenos psicológicos expressa-se de maneira variada como alegria ou dor, bem-estar ou aflição, expectativa ou paz, ternura ou compaixão, gratidão ou sofrimento...
Embora no bruto se manifeste com a predominância da posse do instinto, aprimora-se à medida que a criatura alcança os patamares mais elevados da razão, do discernimento e do amor.
Mesmo entre os animais denominados inferiores, vige a afetividade em formas primárias que se ampliarão através do tempo, traduzindo-se em apego, fidelidade, entendimento, como automatismos que se fixaram por meio da educação e da disciplina.
Não obstante os limites impostos pelos equipamentos cerebrais, em alguns é tão aguçada a percepção, que o instinto revela pródromos de inteligência, que são também expressões de afeto.
No ser hominal, em face dos valores da mente, o sentimento desata a emoção, e a afetividade exterioriza-se com mais facilidade.
Imprescindível à existência feliz, por intermédio do tropismo do amor, desenvolve-se e enternece-se, respondendo pelas glórias da sociedade, pelo progresso das massas, pelo crescimento da consciência e pela amplitude do conhecimento.
Na raiz de todo o empreendimento libertador ou de todo empenho solidário, encontra-se a afetividade ao ideal, à pessoa, à Humanidade, estimulando, e, quando os desafios fazem-se mais graves, ei-la amparando o sentimento nobre que não pode fenecer e a coragem que não deve enfraquecer-se.
No começo, é perturbadora, por falta de discernimento do indivíduo a respeito do seu significado especial. No entanto, quando se vai fixando nos refolhos da alma, torna-se abençoado refrigério para os momentos difíceis e estímulo para a continuação da luta.
Sem ela a vida perderia o seu significado, tão eloquente se apresenta na formação da personalidade e da estrutura psicológica do homem e da mulher.
A afetividade proporciona forças que se transformam em alavancas para o progresso, alterando as faces desafiadoras da existência e tornando a jornada menos áspera, porque se faz dulcificada e esperançosa.
Ninguém consegue fugir-lhe à presença, porque, ínsita no Espírito, emerge do interior ampliando-lhe na área externa e necessitando de campo para propagar-se.
A afetividade é o laço de união que liga os indivíduos por meio do sentimento elevado e os impulsiona na direção do Divino Amor.
Joana de Ângelis – Psicografia de Divaldo Pereira Franco
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