Evolução da Ciência
Nada há estável na Terra; tudo está submetido à lei inexorável do progresso: seres e coisas, povos e nações, ciência, arte, religião, tudo progride, tudo evolui; do mínimo para o máximo tudo marcha para um desenvolvimento completo, numa aliança estreita com a Sabedoria Suprema para a realização dos desígnios divinos.
E quando o progresso cessa e a ciência parece cristalizar, vêm os grandes abalos sociais para despertar os homens para o cumprimento dos seus destinos e uma nova ordem de coisas força a humanidade ao movimento que é a vida que vem libertar o mundo da estagnação em que se acha.
Um breve exame retrospectivo da história das religiões e das ciências nos faz ver a necessidade do progresso em todas as ramificações dos conhecimentos humanos e a fatalidade dessa lei inflexível que rege o destino dos povos.
Na esfera religiosa nós vemos as revelações se sucedendo entre os povos e nas várias nações, desde os primitivos influxos das manifestações dos Espíritos em todas as camadas sociais, até à época atual em que o mundo todo se mostra abalado pela Revelação das Revelações, magnificamente caracterizada pelo Espiritismo, cuja teoria sistematiza admiravelmente a grande Doutrina unificadora dos povos, pela sabedoria inconfundível de seus princípios renovadores de Fé e de Verdade.
Na esfera científica, ao lado das constantes modificações por que têm passado as ciências, da alquimia à química, da astrologia à astronomia etc. etc., nós verificamos a ancianidade das ciências atuais, incapazes de darem solução para certos problemas estreitamente ligados à Vida e de explicarem os fenômenos naturais que se desenrolam quotidianamente na tela mundial, certamente para nos chamar a atenção para uma nova ordem de verdades necessárias a enriquecer o nosso tesouro de conhecimentos, para um surto mais elevado para a Espiritualidade.
É justamente no campo da biologia, da química, da física e da medicina que esses fenômenos agem com maior intensidade.
Grandes sumidades do velho continente são atraídas para esses fatos que destroem absolutamente, pela base, os ensinos acadêmicos e oficiais, requerendo a atenção de todos os pesquisadores e cientistas e pedindo a renovação das ciências acadêmicas, já arcaicas, sobre as bases dos fatos que ocorrem todos os dias.
De outro lado, surgem homens de saber, verdadeiros missionários que abalam as cátedras com as teorias provadas e prováveis de que a matéria não é absolutamente o princípio de Vida, a base fundamental dos corpos e de sua manutenção. De fato, ela não passa de um elemento de organização, que dá uma ideia positiva da Vida.
Todos esses fenômenos que se desenrolam aos nossos olhos e que afetam a ciência, a religião e aparecem nas questões sociais, estabelecendo terrível confusão nas massas, são lições substanciosas de uma nova ordem de ideias que precisam ser estudadas e observadas, para porem um paradeiro à digladiação social que aumenta todos os dias, estabelecendo a desorientação, a descrença, a falta de fé na religião e na ciência.
O Espiritismo se apresentou ao mundo como o reivindicador das grandes ideias que vêm orientar os homens para a Verdade, e por esse motivo ele não deixará à revelia os erros científicos que vão devastando a vida humana e os erros religiosos que abrem abismos profundos nos corações, causando, uns e outros, terríveis males que nos afligem.
É preciso que os homens de ciência, principalmente, se compenetrem que caminham em terreno movediço e voltem suas vistas para o Ideal que norteia a Verdade que lhes libertará do erro.
Grandes vozes ecoam em todos os pontos do globo, demonstrando que as teorias materialistas se acham em completa derrocada e, assim como aconteceu com a teoria geocêntrica completamente modificada por Galileu e Copérnico, chegamos a uma época, em que o átomo que serve de base a essas errôneas doutrinas que idealizaram a vida de modo mui diverso do que ela é, e veremos, como já temos visto, a sua completa destruição.
Urge que os nossos sábios, mais bem orientados sobre os fatores predominantes da Vida, procurem-na em sua essência máxima, não na matéria que se desagrega e modifica todos os dias, mas em outros elementos que não são diretamente percebidos pelos seus limitados e imperfeitos sentidos físicos, mas indiretamente se revelam, por meio de aparelhos que demonstram a sua ação positiva e categórica, como também se revelam por fatos irrefragáveis observados e constatados hoje por grandes sumidades científicas de todo o planeta.
Aí estão as fotografias psíquicas, as moldagens, as impressões digitais, as materializações de membros, de corpos, as vozes diretas, constatadoras da Vida, sem dependência do átomo materialista; aí estão os fenômenos intelectuais que provam conhecimentos superiores ao meio em que eles se desenrolam; aí estão os fenômenos de curas, que ultrapassam muito ao conhecimento dos doutores que fizeram sua especialidade nesse ramo de saber.
Todos esses fatos têm um determinativo, que é trazer o seu valoroso concurso para a evolução da ciência, que não pode, e em tempo algum poderia dizer a última palavra.
A nova ciência, assentada em suas verdadeiras bases, vem encher de luz o mundo, vem substituir o fanatismo insensato, o farisaísmo ignorante pela Verdade, vem dar ao homem as mais exatas noções dos seus deveres e dos seus destinos, e nos abrir horizontes infindáveis para que cresçamos em toda a Sabedoria e em todo o Amor, a fim de nos aproximarmos de Deus.
A ciência como a religião não podem paralisar, elas marcham incessantemente conduzindo os povos para a sabedoria, para o bem, para a felicidade.
Fonte: Artigo da Revista Internacional de Espiritismo, out/10.
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