Por Tanya Oliveira
Como eternos viajores que somos no tempo e no espaço, habitando as "muitas moradas na casa do Pai", seja no plano físico ou imaterial, buscamos as experiências necessárias ao nosso burilamento espiritual.
Na medida em que evoluímos, nossa sensibilidade é depurada e nos colocamos cada vez em melhores condições de perceber e captar as instruções com que a espiritualidade superior sempre nos amparou, desde o início de nossa jornada espiritual.
É fato sabido que o fenômeno mediúnico é tão antigo quanto à própria humanidade.
Desde o alvorecer da consciência no homem, existiu o intercâmbio entre os seres então primitivos e a espiritualidade.
Inicialmente, através da intuição o homem apreendia e pressentia influências exteriores às perceptíveis pelos órgãos dos sentidos, passando, mais tarde às manifestações mais apuradas.
As próprias Leis que guiaram, através dos tempos o povo judeu, retratam o fenômeno mediúnico, presente na primeira revelação de Deus ao orbe terrestre.
No Egito dos faraós, há mais de três mil anos, encontramos os sacerdotes - iniciados - interpretando os sinais dos deuses de forma clara, realizando materializações e dotados de sólidos conhecimentos considerados de propriedade apenas de uma minoria.
A passagem onde José, filho de Jacó, interpretava os sonhos do faraó, revelava uma inspiração superior, através da explicação correta e de cunho premonitório dos anos de escassez que se seguiriam na terra egípcia.
Na Grécia, as famosas pitonisas, anteciparam guerras e nortearam o povo grego em diversas oportunidades.
Não é difícil perceber que a mediunidade perpassou por todo o Antigo e Novo Testamento, encontrando-se ali variados fenômenos, como a escrita direta, a incorporação, a levitação etc.
As profecias nada mais eram do que o exercício do instrumento mediúnico em uma época em que o conhecimento ainda era rudimentar; as "revelações", então, eram captadas pela sensibilidade apurada de espíritos missionários, que se encontravam no planeta em valorosas tarefas.
Passados quase dois mil anos, na época da codificação kardequiana, novamente o fenômeno ressurgiu de forma notória em diversos países, compelindo a humanidade a voltar o olhar novamente para a verdade precípua da vida.
Na Europa, inicialmente como atração nos salões da nobreza de países como França, Alemanha, Inglaterra e Rússia, vemos as elites intelectuais às voltas com a fenomenologia mediúnica, sem realmente compreenderem o alcance do assunto.
Na Inglaterra, ainda teríamos médiuns que se tornaram famosas como Ivy Beaumont, mais conhecida como Rosemary, Florence Cook, entre outras; nos Estados Unidos, as irmãs Fox se destacaram com os conhecidos fenômenos de Hydesville.
Somente com Kardec, no entanto, tendo despertada sua curiosidade cientifica pelas populares mesas girantes, a questão assumiu um caráter de seriedade, propiciado por sua credibilidade como professor e por seu caráter ilibado. William Crookes - entre outros - fez estudos sérios entre 1871 e 1874, priorizando as nuances científicas do assunto, sem vislumbrar as conseqüências morais e ou religiosas que adviriam no desenvolvimento posterior do Espiritismo.
Missionário do Cristo, Kardec, através da codificação da Doutrina dos Espíritos, nos trouxe a terceira revelação, cumprindo a alentadora promessa de Jesus.
Pelo trabalho do mestre lionês, a passagem evangélica "Dai de graça o que de graça receberdes" tomou corpo e se aplicou aos dons mediúnicos.
A mediunidade com Jesus representou a conquista de um outro patamar espiritual para a Humanidade.
Não se busca mais a fenomenologia movida pela curiosidade científica, mas sim a concretização do ideal evangélico, no serviço de intercâmbio espiritual, visando, antes de qualquer coisa, ao consolo e auxílio aos semelhantes.
O Brasil, para onde foi transplantada a "Árvore do Evangelho", local de onde se vislumbra do infinito o símbolo da redenção humana, o Cruzeiro do Sul, cuja índole trabalhadora e confiante do povo levará a todos os povos da Terra a lei de fraternidade Universal, consolidou o exercício da mediunidade sob a égide de Jesus. (Humberto de Campos (Espírito), no livro Brasil: Coração do Mundo, Pátria do Evangelho; psicografado Francisco Cândido Xavier. 11. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1977).
Exemplos não faltam: em terras mineiras, tivemos dois médiuns que se colocaram a serviço do Cristo, em toda a acepção da palavra. Espíritos luminares, como Eurípedes Barsanulfo e Chico Xavier vieram emprestar à seara mediúnica o cunho do apostolado, necessário para incutir nos corações os ideais evangélicos, que deveriam florescer na base do Espiritismo nestas terras.
Eurípedes, com várias encarnações voltadas à obra do Evangelho, desde a época dos essênios, já havia sido escolhido pelo Mestre como um dos trabalhadores da primeira hora; foi através de sua mediunidade que aqui se concretizaram as curas que Jesus realizava nos caminhos da remota Judéia.
Com Chico Xavier, obtivemos a consolação e a paz, quando milhares de criaturas, afogadas nas lágrimas da saudade, receberam a luz da esperança por verem que os entes amados, pais, mães, filhos, etc., continuavam vivos, manifestando-se em outro estágio da vida, e que a Misericórdia Divina concedia a oportunidade do intercâmbio espiritual para lhes suavizar a dor. Com Chico, o livro se tornou um veículo de fé, ensinamento e lenitivo, rasgando os horizontes de um novo mundo.
Muitos outros o sucederam, dando exemplos e nos lembrando do compromisso assumido na espiritualidade.
Sim, estamos compromissados com Jesus! É por Ele que devemos trabalhar na seara mediúnica sem contar as lágrimas e os possíveis dissabores e decepções que porventura tenhamos que suportar.
Vivemos um momento decisivo para o despertar das consciências sobre as realidades do Espírito e cabe aos medianeiros dos dois planos, a tarefa de intercambiar a mensagem da verdade, para fortalecer a fé nos que vacilam e confirmar a certeza dos que já crêem.
Para que a Terra se torne um mundo de regeneração, será necessário muito trabalho em todas as esferas da vida e a higienização mental, através do cultivo dos bons pensamentos, pode ser auxiliada pelo livro espírita.
Sendo assim, surge-nos tarefa de grande monta, pelo desafio que se nos apresenta, concitando-nos à nossa própria reforma interior, para nos tornarmos servos cada vez melhores na seara de Nosso Senhor.
Imagem - Pintura mediúnica de Valdelice Salum.
Como eternos viajores que somos no tempo e no espaço, habitando as "muitas moradas na casa do Pai", seja no plano físico ou imaterial, buscamos as experiências necessárias ao nosso burilamento espiritual.
Na medida em que evoluímos, nossa sensibilidade é depurada e nos colocamos cada vez em melhores condições de perceber e captar as instruções com que a espiritualidade superior sempre nos amparou, desde o início de nossa jornada espiritual.
É fato sabido que o fenômeno mediúnico é tão antigo quanto à própria humanidade.
Desde o alvorecer da consciência no homem, existiu o intercâmbio entre os seres então primitivos e a espiritualidade.
Inicialmente, através da intuição o homem apreendia e pressentia influências exteriores às perceptíveis pelos órgãos dos sentidos, passando, mais tarde às manifestações mais apuradas.
As próprias Leis que guiaram, através dos tempos o povo judeu, retratam o fenômeno mediúnico, presente na primeira revelação de Deus ao orbe terrestre.
No Egito dos faraós, há mais de três mil anos, encontramos os sacerdotes - iniciados - interpretando os sinais dos deuses de forma clara, realizando materializações e dotados de sólidos conhecimentos considerados de propriedade apenas de uma minoria.
A passagem onde José, filho de Jacó, interpretava os sonhos do faraó, revelava uma inspiração superior, através da explicação correta e de cunho premonitório dos anos de escassez que se seguiriam na terra egípcia.
Na Grécia, as famosas pitonisas, anteciparam guerras e nortearam o povo grego em diversas oportunidades.
Não é difícil perceber que a mediunidade perpassou por todo o Antigo e Novo Testamento, encontrando-se ali variados fenômenos, como a escrita direta, a incorporação, a levitação etc.
As profecias nada mais eram do que o exercício do instrumento mediúnico em uma época em que o conhecimento ainda era rudimentar; as "revelações", então, eram captadas pela sensibilidade apurada de espíritos missionários, que se encontravam no planeta em valorosas tarefas.
Passados quase dois mil anos, na época da codificação kardequiana, novamente o fenômeno ressurgiu de forma notória em diversos países, compelindo a humanidade a voltar o olhar novamente para a verdade precípua da vida.
Na Europa, inicialmente como atração nos salões da nobreza de países como França, Alemanha, Inglaterra e Rússia, vemos as elites intelectuais às voltas com a fenomenologia mediúnica, sem realmente compreenderem o alcance do assunto.
Na Inglaterra, ainda teríamos médiuns que se tornaram famosas como Ivy Beaumont, mais conhecida como Rosemary, Florence Cook, entre outras; nos Estados Unidos, as irmãs Fox se destacaram com os conhecidos fenômenos de Hydesville.
Somente com Kardec, no entanto, tendo despertada sua curiosidade cientifica pelas populares mesas girantes, a questão assumiu um caráter de seriedade, propiciado por sua credibilidade como professor e por seu caráter ilibado. William Crookes - entre outros - fez estudos sérios entre 1871 e 1874, priorizando as nuances científicas do assunto, sem vislumbrar as conseqüências morais e ou religiosas que adviriam no desenvolvimento posterior do Espiritismo.
Missionário do Cristo, Kardec, através da codificação da Doutrina dos Espíritos, nos trouxe a terceira revelação, cumprindo a alentadora promessa de Jesus.
Pelo trabalho do mestre lionês, a passagem evangélica "Dai de graça o que de graça receberdes" tomou corpo e se aplicou aos dons mediúnicos.
A mediunidade com Jesus representou a conquista de um outro patamar espiritual para a Humanidade.
Não se busca mais a fenomenologia movida pela curiosidade científica, mas sim a concretização do ideal evangélico, no serviço de intercâmbio espiritual, visando, antes de qualquer coisa, ao consolo e auxílio aos semelhantes.
O Brasil, para onde foi transplantada a "Árvore do Evangelho", local de onde se vislumbra do infinito o símbolo da redenção humana, o Cruzeiro do Sul, cuja índole trabalhadora e confiante do povo levará a todos os povos da Terra a lei de fraternidade Universal, consolidou o exercício da mediunidade sob a égide de Jesus. (Humberto de Campos (Espírito), no livro Brasil: Coração do Mundo, Pátria do Evangelho; psicografado Francisco Cândido Xavier. 11. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1977).
Exemplos não faltam: em terras mineiras, tivemos dois médiuns que se colocaram a serviço do Cristo, em toda a acepção da palavra. Espíritos luminares, como Eurípedes Barsanulfo e Chico Xavier vieram emprestar à seara mediúnica o cunho do apostolado, necessário para incutir nos corações os ideais evangélicos, que deveriam florescer na base do Espiritismo nestas terras.
Eurípedes, com várias encarnações voltadas à obra do Evangelho, desde a época dos essênios, já havia sido escolhido pelo Mestre como um dos trabalhadores da primeira hora; foi através de sua mediunidade que aqui se concretizaram as curas que Jesus realizava nos caminhos da remota Judéia.
Com Chico Xavier, obtivemos a consolação e a paz, quando milhares de criaturas, afogadas nas lágrimas da saudade, receberam a luz da esperança por verem que os entes amados, pais, mães, filhos, etc., continuavam vivos, manifestando-se em outro estágio da vida, e que a Misericórdia Divina concedia a oportunidade do intercâmbio espiritual para lhes suavizar a dor. Com Chico, o livro se tornou um veículo de fé, ensinamento e lenitivo, rasgando os horizontes de um novo mundo.
Muitos outros o sucederam, dando exemplos e nos lembrando do compromisso assumido na espiritualidade.
Sim, estamos compromissados com Jesus! É por Ele que devemos trabalhar na seara mediúnica sem contar as lágrimas e os possíveis dissabores e decepções que porventura tenhamos que suportar.
Vivemos um momento decisivo para o despertar das consciências sobre as realidades do Espírito e cabe aos medianeiros dos dois planos, a tarefa de intercambiar a mensagem da verdade, para fortalecer a fé nos que vacilam e confirmar a certeza dos que já crêem.
Para que a Terra se torne um mundo de regeneração, será necessário muito trabalho em todas as esferas da vida e a higienização mental, através do cultivo dos bons pensamentos, pode ser auxiliada pelo livro espírita.
Sendo assim, surge-nos tarefa de grande monta, pelo desafio que se nos apresenta, concitando-nos à nossa própria reforma interior, para nos tornarmos servos cada vez melhores na seara de Nosso Senhor.
Imagem - Pintura mediúnica de Valdelice Salum.
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