Sumário do Caso:
Swarnlata é filha de Sri M. L. Mishra, assistente de inspetor distrital de escolas em Chhatarpur, Madhya Pradesh. Nasceu na aldeia de Shahpur, distrito de Tikamgarh, em Madhya Pradesh, em 2 de março de 1948. Quando Swarnlata contava três anos e meio de idade, sua família morava em Panna, uma cidade de Madhya Pradesh. Seu pai a levou consigo em uma viagem a Jabalpur, uma das principais cidades do Estado, situada cerca de 170 milhas ao sul de Panna. Na viagem de volta, ao passarem pela cidade de Katni (57 milhas ao norte de Jabalpur), Swarnlata inesperadamente pediu ao chofer do caminhão em que viajava, para virar para a estrada que conduzia à “minha casa”. Pouco depois, quando o grupo tomava chá, em Katni, Swarnlata disse-lhes que poderiam beber chá muito melhor em sua casa, que ficava nas imediações. Tais afirmações deixaram Sri Mishra perplexo, e mais ainda quando soube que Swarnlata mais tarde contara a outras crianças da família outros fatos de uma existência anterior em Katni, como membro da família Pathak. Posteriormente Swarnlata interpretou para sua mãe — e então frente a outras pessoas — danças e canções que, pelo que sabiam seus pais, ela não tivera tido ocasião de aprender. Durante os anos que se seguiram, Swarnlata revelou fragmentos de suas aparentes lembranças principalmente a seus irmãos e irmãs e, até certo ponto, a seus pais.
Em 1958, Swarnlata, cuja família se mudara nesse interregno para Chhatarpur (40 milhas a oeste de Panna), encontrou-se com a esposa do Professor R. Agnihotri, que provinha da região de Katni, à qual Swarnlata afirmou identificar como a tendo conhecido em sua vida anterior naquela cidade. Desse modo Sri Mishra confirmou, pela primeira vez, a exatidão de algumas das inúmeras declarações de sua filha a respeito da sua existência precedente em Katni. Em setembro de 1958, Sri Mishra anotou algumas das declarações de Swarnlata. Em março de 1959, Sri H. N. Banerjee passou dois dias em Chhatarpur, ali investigando o caso; nessa ocasião viajou para Katni onde travou conhecimento com a família Pathak, à qual Swarnlata afirmava ter pertencido em sua vida pregressa. Antes de viajar para Katni, Sri Banerjee anotou cerca de nove informações que Swarnlata dera a respeito da residência dos Pathak, as quais confirmou ao chegar lá. Antes da ida de Sri Banerjee a Katni, os Mishra ignoravam a que família Pathak Swarnlata se referia. Sri Banerjee disse que se orientou pelas informações de Swarnlata para localizar a casa dos Pathak. Achou que as declarações por ela feitas correspondiam estreitamente com a existência de Biya, filha de uma família chamada Pathak, de Katni, e falecida esposa de Sri Chintamini Pandey, de Maihar. Maihar é uma cidade ao norte de Katni. Biya morrera em 1939.
No verão de 1959, algumas pessoas da família Pathak, bem como da família do marido de Biya, viajaram para Chhatarpur, onde foram reconhecidas por Swarnlata. Logo após essas visitas, Swarnlata e outros membros de sua família viajaram primeiro para Katni, e posteriormente para Maihar (e cidades das imediações) onde a falecida Biya passara a maior parte de sua vida de casada e onde morrera. Em Maihar, Swarnlata reconheceu outras pessoas e lugares, fazendo comentários a respeito de diversas mudanças ocorridas desde a morte de Biya. Sri Mishra fez algumas anotações escritas desses reconhecimentos, logo após sua ocorrência. No verão de 1961, passei quatro dias em Madhya Pradesh e entrevistei grande número de pessoas relacionadas ao caso, em Chhatarpur, Katni, Sihora e Jabalpur. Swarnlata continuou a visitar os irmãos e os filhos de Biya, aos quais demonstrava a mais terna afeição.
Swarnlata faz declarações de natureza mais fragmentária sobre outra existência que acredita ter tido após sua vida como Biya, em Katni. Ela afirmou que após ter morrido (como Biya), renascera como Kamlesh, em Sylhet, Bengala (atualmente no Paquistão Oriental) e que nessa vida morrera quando criança, com cerca de nove anos, tendo então renascido na família Mishra. Algumas declarações feitas por Swarnlata a respeito dessa encarnação “intermediária” estão de acordo com a geografia e outros fatos referentes a Sylhet. Contudo, não foi ainda possível identificar, nessa região, uma criança cuja vida corresponda às limitadas informações fornecidas por Swarnlata. (As investigações foram dificultadas pelo fato de Sylhet pertencer atualmente ao Paquistão Oriental).
As canções e danças de Swarnata parecem pertencer à sua vida em Bengala. A letra dessas canções foi identificada como sendo em língua bengali, pelo Professor Pal, que transcreveu algumas para estudo posterior. Sylhet fica numa região onde se fala bengali, ao passo que em Madhya Pradesh, Swarnlata viveu somente entre pessoas que falam hindi. Espero publicar, mais tarde, um outro relato sobre tais canções e suas características lingüísticas. Aqui focalizarei a atenção à vida que Swarnlata disse ter vivido como Biya, em Katni e cidades circunvizinhas.
Os Mishra nunca viveram mais próximos de Katni do que quando moraram em Panna, a qual está a cerca de cem milhas. Katni, Jabalpur e as cidades de Maihar e Sihora, onde moravam membros da família Pathak, estão localizadas em um vale, a sudeste de Panna.
Ian Stevenson
Do livro Vinte casos sugestivos de Reencarnações, de Ian Stevenson.
*Ian Pretyman Stevenson (Montreal, 31 de Outubro de 1918 — Charlottesville, 8 de Fevereiro de 2007) foi um médico psiquiatra canadense e escritor. A sua pesquisa incluía o tema da reencarnação, a experiência de quase-morte (EQM), aparições ou visões no leito de morte, a problemática do relacionamento entre mente e cérebro, e a continuidade da personalidade após a morte.
Swarnlata é filha de Sri M. L. Mishra, assistente de inspetor distrital de escolas em Chhatarpur, Madhya Pradesh. Nasceu na aldeia de Shahpur, distrito de Tikamgarh, em Madhya Pradesh, em 2 de março de 1948. Quando Swarnlata contava três anos e meio de idade, sua família morava em Panna, uma cidade de Madhya Pradesh. Seu pai a levou consigo em uma viagem a Jabalpur, uma das principais cidades do Estado, situada cerca de 170 milhas ao sul de Panna. Na viagem de volta, ao passarem pela cidade de Katni (57 milhas ao norte de Jabalpur), Swarnlata inesperadamente pediu ao chofer do caminhão em que viajava, para virar para a estrada que conduzia à “minha casa”. Pouco depois, quando o grupo tomava chá, em Katni, Swarnlata disse-lhes que poderiam beber chá muito melhor em sua casa, que ficava nas imediações. Tais afirmações deixaram Sri Mishra perplexo, e mais ainda quando soube que Swarnlata mais tarde contara a outras crianças da família outros fatos de uma existência anterior em Katni, como membro da família Pathak. Posteriormente Swarnlata interpretou para sua mãe — e então frente a outras pessoas — danças e canções que, pelo que sabiam seus pais, ela não tivera tido ocasião de aprender. Durante os anos que se seguiram, Swarnlata revelou fragmentos de suas aparentes lembranças principalmente a seus irmãos e irmãs e, até certo ponto, a seus pais.
Em 1958, Swarnlata, cuja família se mudara nesse interregno para Chhatarpur (40 milhas a oeste de Panna), encontrou-se com a esposa do Professor R. Agnihotri, que provinha da região de Katni, à qual Swarnlata afirmou identificar como a tendo conhecido em sua vida anterior naquela cidade. Desse modo Sri Mishra confirmou, pela primeira vez, a exatidão de algumas das inúmeras declarações de sua filha a respeito da sua existência precedente em Katni. Em setembro de 1958, Sri Mishra anotou algumas das declarações de Swarnlata. Em março de 1959, Sri H. N. Banerjee passou dois dias em Chhatarpur, ali investigando o caso; nessa ocasião viajou para Katni onde travou conhecimento com a família Pathak, à qual Swarnlata afirmava ter pertencido em sua vida pregressa. Antes de viajar para Katni, Sri Banerjee anotou cerca de nove informações que Swarnlata dera a respeito da residência dos Pathak, as quais confirmou ao chegar lá. Antes da ida de Sri Banerjee a Katni, os Mishra ignoravam a que família Pathak Swarnlata se referia. Sri Banerjee disse que se orientou pelas informações de Swarnlata para localizar a casa dos Pathak. Achou que as declarações por ela feitas correspondiam estreitamente com a existência de Biya, filha de uma família chamada Pathak, de Katni, e falecida esposa de Sri Chintamini Pandey, de Maihar. Maihar é uma cidade ao norte de Katni. Biya morrera em 1939.
No verão de 1959, algumas pessoas da família Pathak, bem como da família do marido de Biya, viajaram para Chhatarpur, onde foram reconhecidas por Swarnlata. Logo após essas visitas, Swarnlata e outros membros de sua família viajaram primeiro para Katni, e posteriormente para Maihar (e cidades das imediações) onde a falecida Biya passara a maior parte de sua vida de casada e onde morrera. Em Maihar, Swarnlata reconheceu outras pessoas e lugares, fazendo comentários a respeito de diversas mudanças ocorridas desde a morte de Biya. Sri Mishra fez algumas anotações escritas desses reconhecimentos, logo após sua ocorrência. No verão de 1961, passei quatro dias em Madhya Pradesh e entrevistei grande número de pessoas relacionadas ao caso, em Chhatarpur, Katni, Sihora e Jabalpur. Swarnlata continuou a visitar os irmãos e os filhos de Biya, aos quais demonstrava a mais terna afeição.
Swarnlata faz declarações de natureza mais fragmentária sobre outra existência que acredita ter tido após sua vida como Biya, em Katni. Ela afirmou que após ter morrido (como Biya), renascera como Kamlesh, em Sylhet, Bengala (atualmente no Paquistão Oriental) e que nessa vida morrera quando criança, com cerca de nove anos, tendo então renascido na família Mishra. Algumas declarações feitas por Swarnlata a respeito dessa encarnação “intermediária” estão de acordo com a geografia e outros fatos referentes a Sylhet. Contudo, não foi ainda possível identificar, nessa região, uma criança cuja vida corresponda às limitadas informações fornecidas por Swarnlata. (As investigações foram dificultadas pelo fato de Sylhet pertencer atualmente ao Paquistão Oriental).
As canções e danças de Swarnata parecem pertencer à sua vida em Bengala. A letra dessas canções foi identificada como sendo em língua bengali, pelo Professor Pal, que transcreveu algumas para estudo posterior. Sylhet fica numa região onde se fala bengali, ao passo que em Madhya Pradesh, Swarnlata viveu somente entre pessoas que falam hindi. Espero publicar, mais tarde, um outro relato sobre tais canções e suas características lingüísticas. Aqui focalizarei a atenção à vida que Swarnlata disse ter vivido como Biya, em Katni e cidades circunvizinhas.
Os Mishra nunca viveram mais próximos de Katni do que quando moraram em Panna, a qual está a cerca de cem milhas. Katni, Jabalpur e as cidades de Maihar e Sihora, onde moravam membros da família Pathak, estão localizadas em um vale, a sudeste de Panna.
Ian Stevenson
Do livro Vinte casos sugestivos de Reencarnações, de Ian Stevenson.
*Ian Pretyman Stevenson (Montreal, 31 de Outubro de 1918 — Charlottesville, 8 de Fevereiro de 2007) foi um médico psiquiatra canadense e escritor. A sua pesquisa incluía o tema da reencarnação, a experiência de quase-morte (EQM), aparições ou visões no leito de morte, a problemática do relacionamento entre mente e cérebro, e a continuidade da personalidade após a morte.
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