sexta-feira, 11 de junho de 2010

Pastorino e o Evangelho *(4ª parte)



Diversos Sentidos


Cada Escritura pode apresentar diversas interpretações, no mesmo trecho. A vantagem disso é que, de acordo com a escala evolutiva em que se acha a criatura que lê, pode a interpretação ser menos ou mais profunda.

Os principiantes compreendem, de modo geral, a letra e a ela se apegam. Mas, além do sentido literal temos o alegórico, o simbólico e o espiritual ou místico.

O sentido alegórico faz extrair numerosas significações de cada representação, compreendendo, por exemplo, a história de Abraão como uma alegoria das relações entre a matéria e o espírito.

A interpretação simbólica é mais elevada: dá-nos a revelação de uma verdade que se torna, digamos assim, transparente e visível, através de um texto que a recobre totalmente; basta-nos recordar a “cruz”, para os cristãos: é um símbolo muito mais profundo, que os dois pedaços de madeira superpostos.

A interpretação espiritual é aquela que dificilmente poderá ser expressa em palavras, mas é sentida e vivida em nosso eu mais profundo, levando-nos, através de certas palavras e expressões, à união mística com a Divindade que reside dentro de nós. Quase sempre, a compreensão espiritual ou mística da Escritura leva ao êxtase, e, portanto à Convivência com o Todo.


Carlos Torres Pastorino, do livro “Sabedoria do Evangelho”


* Último da série de artigos postados intitulados como “Pastorino e o Evangelho”, que se referem aos trechos retirados da introdução do livro “Sabedoria do Evangelho”, de autoria do professor Carlos Torres Pastorino, onde o mesmo nos traz uma valorosa dissertação sobre o tema.

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