sábado, 21 de novembro de 2009

Gotas de Luz


Lei de Reprodução : Casamento e Divórcio


Monogamia e Poligamia

Ao indagar aos Benfeitores se a união permanente de dois seres seria contrária à Lei Natural [LE-qst 695], Kardec ouviu deles a seguinte resposta:

"Não. A união de dois seres é um progresso na marcha da Humanidade.”

E acrescentam [LE-qst 701]:

“Na poligamia nada mais há que sensualidade."

Allan Kardec, examinando a resposta dos Guias espirituais, vai lembrar que a abolição do casamento seria um retorno à infância da Humanidade, à vida dos animais, porque a monogamia é um sinal indicativo do progresso da civilização.

As principais funções do casamento são:

a) Formação do lar: através do casamento haverá a formação do grupo familiar, permitindo que novos Espíritos mergulhem nos fluidos do planeta, para avançarem em sua fieira evolutiva. A poligamia permitiria a reprodução, mas sem estrutura do lar, indispensável ao crescimento espiritual da criatura.

b) Permuta afetiva: a instituição do casamento vai tornar harmônica e sadia a relação entre os casais, permitindo a troca de valores energéticos, através da permuta de vibrações simpáticas.

c) Aprimoramento sexual: o casamento é um dos elementos mais efetivos no burilamento do instinto sexual. Com o passar dos anos, haverá um natural arrefecimento do interesse sexual entre os cônjuges, e eles estarão aprendendo a se alimentarem do afeto do parceiro através de métodos mais espiritualizados. Aprende, igualmente, o casal a conduzir a sua energia erótica para outras atividades, sublimando a sua função hedonista.

Tipos de Casamento

Martins Peralva [Estudando a Mediunidade] apresenta uma divisão didática dos diferentes tipos de casamento em 5 tipos distintos:

a) Afins: São aqueles formados por parceiros simpáticos, afins, onde há uma verdadeira afeição da alma. Geralmente, eles sobrevivem à morte do corpo e mantém-se em encarnações diversas. Pouco comuns na Terra.

b) Transcendentais: São casamentos afins entre almas enobrecidas, que juntas, vão dedicar-se a obras de grande valor para a Humanidade.

c) Provacionais: São uniões entre almas mutuamente comprometidas, que estão juntas para pacificarem as consciências ante erros graves perpetrados no passado e simultaneamente desenvolverem os valores da paciência, da tolerância e da resignação. São os mais comuns.

d) Sacrificiais: São aqueles que se caracterizam por uma grande diferença evolutiva entre os cônjuges. Um Espírito de mais alta envergadura que aceita o consórcio com outro menos adiantado para ajudá-lo em seu progresso espiritual.

e) Acidentais: São os casamentos que não foram programados no mundo espiritual. Obedecem apenas à afeição física, sem raízes na afetividade sincera.

O Divórcio

A posição espírita ante o divórcio está plenamente estabelecida nas duas obras mais conhecidas da codificação espírita: [O Livro dos Espíritos] e [O Evangelho Segundo o Espiritismo].

Em [LE-qst 697] Kardec pergunta se a indissolubilidade do casamento pertence a Lei de Deus ou se é apenas uma lei humana. Os Espíritos responderam:

“A indissolubilidade do casamento é uma lei humana muito contrária a lei natural.”

Quando Kardec [LE-qst 940] examina as uniões infelizes, os Benfeitores voltam a insistir e dizem:

“As vossas leis nesse particular são erradas, pois acreditais que Deus vos obriga a viver com aqueles que vos desagradam.”

Em [ESE-cap XXII] Kardec comenta:

“O divórcio é uma lei humana cuja finalidade é separar legalmente o que já está separado de fato. Não é contrária a Lei Natural, pois só virá reformar o que os homens já fizeram.”

A posição de Kardec deixa-nos serenos para afirmar que o Espiritismo não é contrário à instituição do divórcio, embora não venha a estimulá-lo, nem tampouco incitá-lo nos casais com problemas de relacionamento .

A este respeito, apresentamos algumas opiniões importantes:

Evolução em Dois Mundos - André Luiz/Chico Xavier:

Quanto ao divórcio, somos de parecer que não deva ser facilitado ou estimulado entre os homens, porque não existem na Terra uniões conjugais, legalizadas ou não, sem vínculos graves no princípio da responsabilidade assumida em comum.
Mal saídos do regime poligâmico, os homens e as mulheres sofrem-lhe ainda as sugestões animalizantes e, por isso mesmo, nas primeiras dificuldades da tarefa a que foram chamados, costumam desertar-se dos postos de serviço em que a vida os situa, alegando imaginárias incompatibilidades e supostos embaraços, quase sempre atribuíveis ao desregrado narcisismo de que são portadores.

Após a Tempestade - Joanna de Ângelis - Divaldo Franco:

Imprescindível que, antes da atitude definitiva para o divórcio, tudo se envide em prol da reconciliação, ainda mais considerando quanto os filhos, que merecem que os pais se imponham em uma união respeitável, de cujo esforço muito dependerá a felicidade deles. Na dissolução dos vínculos matrimoniais, o que padeça a prole, será considerado responsabilidade dos genitores, que se somassem esforço poderiam ter contribuído com proficiência, através da renúncia pessoal, para a vida dos filhos.

Vida e Sexo - Emmanuel/Chico Xavier:

Em muitos lances da experiência, é a própria individualidade, na vida do Espírito, antes da reencarnação, que assinala a si mesma o casamento difícil que faceará na estância física, chamando a si o parceiro ou a parceira de existências pretéritas para os ajustes que lhe pacificarão a consciência, à vista de erros perpetrados em outras épocas.

A jovem suave que hoje nos fascina, para a ligação afetiva, em muitos casos será talvez amanhã, a mulher transformada, capaz de impor-nos dificuldades enormes. No entanto, essa mesma jovem foi, no passado, vítima de nós mesmos, quando lhe infringimos os golpes de nossa própria deslealdade, convertendo-a na mulher temperamental ou infiel que nos cabe agora relevar e retificar. O rapaz distinto que atrai presentemente a companheira para os laços da comunhão mais profunda, bastas vezes será provavelmente depois o homem cruel e desorientado, suscetível de constrangê-la a carregar todo um calvário de aflições. Esse mesmo rapaz, porém, foi no pretérito a vítima dele próprio, quando desregrado ou caprichoso, lhes desfigurou, o caráter, metamorfoseando-o no homem vicioso ou fingido que lhe compete tolerar e reeducar.

Bibliografia:

a) O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
b) O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
c) Após a Tempestade - Joanna de Ângelis/Divaldo Franco
d) Vida e Sexo - Emmanuel/Chico Xavier
e) Evolução em Dois Mundos - André Luiz/Chico Xavier - Waldo Vieira

Fonte: CVDEE

*Lei de Reprodução continua no Gotas de Luz do próximo mês...

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