quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Literatura espírita e vivência da espiritualidade

 


“O livro espírita é benção de Deus revelando o mundo espiritual, nossa verdadeira pátria”

Por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

A falta de espiritualidade – amor e confiança em Deus, na vida e em si mesmo –, leva muitos para o caminho das falsas soluções: o suicídio e o abuso do fumo, do álcool e de outras drogas.

Pensa-se que somente os materialistas se afundam nestas ilusões, mas vemos pelos depoimentos que muitos dos que tinham uma crença, mas não a vivenciavam, se perderam pelo engano.

É claro que o sofrimento é temporário e, na medida em que se reajustam, a situação volta à normalidade. Essa é a consolação oferecida pelo Espiritismo aos seus adeptos, demonstrando que a justiça divina não vigora sem a sua irmã gêmea: a misericórdia.

Importante lição vemos no embate entre o Médico dos Pobres e um materialista que desejava confrontar o Espiritismo:

Bezerra concentrou-se em prece, alguns instantes, e, em seguida, respondeu, aliando energia e brandura:

– Aceitamos o desafio, mas tragam também ao debate aqueles que o materialismo tenha soerguido moralmente no mundo; os malfeitores que ele tenha regenerado para a dignidade humana; os infelizes aos quais haja devolvido o ânimo de viver; os doentes da alma que tenha arrebatado às fronteiras da loucura; as vítimas de tentações escabrosas que haja restituído à paz do coração; as mulheres infortunadas que terá arrancado ao desequilíbrio; os irmãos desditosos de quem a morte roubou os entes mais caros, a cujo sentimento enregelado na dor terá estendido o calor da esperança; […] os pais incompreendidos a quem deu força e compreensão para abençoarem os filhos ingratos e os filhos abandonados por aqueles mesmos que lhes deram a existência, aos quais auxiliou para continuarem honrando e amando os pais insensíveis que os atiraram em desprezo e desvalimento; os tristes que haja imunizado contra o suicídio; os que foram perseguidos sem causa aparente, cujo pranto terá enxugado nas longas noites de solidão e vigília, afastando-os da vingança e da criminalidade; os caídos de todas as procedências, a cujo martírio tenha ofertado apoio para que se levantem…

Nesse ponto da resposta, o velho lidador fez uma pausa, limpou as lágrimas que lhe deslizavam no rosto e terminou:

– Ah! meu amigo, meu amigo!… Se vocês puderem trazer um só dos desventurados do mundo, a quem o materialismo terá dado socorro moral para que se liberte do cipoal do sofrimento, nós, os espíritas, aceitaremos o repto.

A literatura espírita continua sendo aquela porta que se abre para novos horizontes, permitindo viajar por culturas e experiências múltiplas, buscando conhecimentos, vivências e técnicas que iluminam nossas almas, com beleza e imaginação.

O livro espírita é benção de Deus revelando o mundo espiritual, nossa verdadeira pátria. Libertando-nos da sombra da imperfeição para a iluminação de nosso pensamento, o livro espírita é canteiro de semeadura interior e fonte de restauração física e mental.

“Ler proporciona o crescimento pessoal, estimula o raciocínio e contribui para a longevidade. Quem lê costuma ser mais ativo e desenvolve ideias próprias”, cita a matéria da revista Veja sobre leitura.

Aliemos à leitura a prática da vivência espírita, aceitando a vida com resignação e confiança em Deus, e nos esforçando para a ação do bem em cada dia de nossas vidas.

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é editor da Editora EME

 

Nenhum comentário:

^