O amor ao próximo é a alma dos princípios cristãos.
A lei universal de amor nos permite e convida-nos à ação consoladora em favor das necessidades de nosso próximo. Entretanto, a ação no bem, por si mesma, não representa a cura pessoal.
Estender a mão que apoia e enxugar lágrimas são roteiros insubstituíveis de solidariedade e bondade a que todos somos chamados para propiciar o bem alheio, a cura e a redenção, entretanto, são caminhos individuais e intransferíveis, frutos do merecimento e do trabalho pessoal.
Quando o Mestre orientou os apóstolos para "curarem toda a enfermidade", antes de tudo, estava propondo a ação curativa de si mesmos e assim nasceriam para o amor; porque amar é construir relações afetivas capazes de fazer florescer o melhor de cada um de nós, dilatando o poder individual de cura e de iluminação interior.
Quem ama acolhe sua própria sombra interior com tão rica bondade, que conquista o poder de um descobridor de talentos de quantos se encontrarem à sua volta. Quem ama tem luz no olhar e destaca sempre o bem e a riqueza íntima de todos.
Embora consideradas emoções que causam sofrimentos, à luz do amor, podemos transformar a tristeza e a mágoa, o medo e a culpa, o orgulho e a inveja em adubos nutrientes no canteiro da alma, produzindo farta colheita de frutos. Estas são emoções que curam e, nessa transformação, reside o poder da cura pessoal.
A tristeza é um convite para o melhor ajustamento à realidade.
A mágoa é uma dor que nos sacode para que descubramos velhas ilusões no campo mental.
O Medo é um amigável indicador de que queremos responder acertadamente aos desafios, requisitando de nós mesmos maior preparo e atenção.
A culpa é uma exigente orientadora que nos convoca a rever crenças e valores.
O orgulho é uma força que, bem orientada, torna-se pilar da autoestima.
A inveja é uma pista concreta sobre talentos adormecidos nos recessos profundos da inteligência.
Curar não significa eliminar a parcela de sombra pertinente às nossas atitudes, pois nos porões sombrios da vida mental existem terrenos férteis para a semeadura em favor da iluminação da consciência.
Louvemos a vida e a oportunidade que nos foi entregue de curadores de nós próprios nas bênçãos da reencarnação e comecemos o quanto antes a cuidar do enfermo que está dentro de cada um de nós, promovendo-nos à condição de saudáveis filhos de Deus.
Esse trabalho interior de recuperação é um resultado de três ciclos que amadurecem a experiência emocional e psíquica. O 1º: o autoconhecimento; o 2º: a autotransformação; o 3º: o autoamor.
Ermance Dufaux (Espírito)
Do livro Emoções que Curam, do médium Wanderley Oliveira
Sobre o autor
Ermance De La Jonchére Dufaux nasceu em 1841, na cidade de Fontainebleau, França. Foi uma das médiuns escolhidas por Allan Kardec para a equipe responsável pela codificação da doutrina espírita.
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