domingo, 7 de julho de 2013

Caridade, a grande Virtude


Toda moral ensinada por Jesus, se resume em duas simples palavras: Caridade e Humildade, isto é, nas duas maiores virtudes em que devemos concentrar todas as nossas forças em desenvolvê-las, se pretendemos erradicar de nosso espírito o egoísmo que até hoje nos mantém presos às teias da ignorância.

Em tudo que ensinou, chamou-nos a atenção apontando essas duas virtudes como sendo as que poderão nos conduzir de encontro à eterna e verdadeira felicidade. Falou-nos ele: “Bem-aventurados os pobres de espírito, isto é os simples, os humildes, porque deles é o reino dos céus; e continuou a nos ensinar; bem-aventurados os que têm puro o coração; bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; bem-aventurados os que são misericordiosos; amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que gostaria que vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quiserdes ser perdoados; praticai o bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos, antes de julgardes os outros; não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita”. Em todas estas passagens de seus ditos se pode tirar o ensinamento maior resumindo em caridade e humildade, eis o que não cessa de recomendar e exemplificar em todas as suas ações. Em tudo que pregou em sua passagem pelo nosso planeta, não cansou de combater o orgulho e o egoísmo que são sem dúvida as duas grandes chagas a corroer a humanidade.

O Mestre maior de todos nós não se limitou apenas a recomendar a caridade, põe-na como condição absoluta para a conquista da felicidade futura, assegurando-nos que as ações empreendidas pelos caridosos com certeza lhes assegurarão uma melhor posição no futuro quando a justiça divina nos chamar para a prestação de contas, como nos ensinou também em outra oportunidade “a cada um segundo as suas obras”.

Na Parábola do Bom Samaritano, considerado herético, mas que naquele momento pratica o amor ao próximo, Jesus coloca-o acima do ortodoxo que falta com a caridade. Não considera, portanto, a caridade apenas como uma das condições para a salvação, mas designa como condição única. Se outras houvesse que a substituíssem ele as teria ensinado. Desde que coloca a caridade em primeiro lugar, é que ela implicitamente abrange todas as outras: a humildade, a brandura, a benevolência, a indulgência, a justiça, etc., e também porque significa a negação absoluta do orgulho e do egoísmo naquele que a pratica.

O Espiritismo sendo o Cristianismo Redivivo, ou seja o cristianismo na sua pureza inicial, vem reafirmar os ensinos do seu criador com a máxima: “Fora da caridade não há salvação”, máxima essa que consagra o princípio da igualdade perante Deus, e da liberdade de consciência, deixando a todos a escolha da maneira como queiram seguir adorando o Pai Celestial, não pregando que fora do espiritismo não há salvação, pois bem sabe que o Cristo não fundou nenhuma religião, por isso mesmo respeita a liberdade de crença de todos os seus irmãos em humanidade, pois em qualquer corrente religiosa a que pertença o homem, terá aí mesmo a oportunidade de seguir os ensinamentos de Jesus.

Dediquemo-nos portanto meus irmãos à prática da caridade ensinada no evangelho de Jesus, pois ela nos ajudará não só a evitar a prática do mal, mas também nos impulsionará em direção ao trabalho no bem, e para a prática do bem uma só condição se faz indispensável: a nossa vontade, pois para a prática do mal basta apenas a inércia e a despreocupação, agradeçamos pois a Deus nosso Pai, por nos permitir encontrar em nossa estrada evolutiva a bênção de gozar da luz do Espiritismo.

Não significa achar que só os espíritas serão salvos; é que ajudando-nos a melhor compreensão dos ensinos do Cristo, ele nos faz, se seguirmos seus ensinos, melhores cristãos, confirmando por nossas ações que verdadeiros espíritas e verdadeiros cristãos são uma só e a mesma coisa, pois todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, não importando para tanto, que pertençam a esta ou àquela seita religiosa.


Francisco Rebouças

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