1 - Quem é o Expositor Espírita:
Pode afirmar-se, sem erro, que o expositor é o comunicador da Doutrina.
É o divulgador dos seus postulados. É o instrumento humano utilizado de forma consciente para a multiplicação da mensagem cristã.
Três pontos básicos são reclamados:
a) Interesse pela tarefa. Não apenas interesse, mas também dedicação e respeito. Sobretudo, amor. Ninguém poderá desempenhar bem essa tarefa se não amá-la.
b) Estudo. O expositor necessita constantemente ler, analisar, estudar e aprofundar-se nos assuntos doutrinários, participando do Movimento Espírita, a fim de atualizar-se e adquirir novos conhecimentos. Livros, jornais, revistas, mensagens e, principalmente, as obras básicas de ALLAN KARDEC, devem ser companheiras inseparáveis do Expositor Espírita.
c) Comunicação. O expositor deve apoiar-se no exercício constante da comunicação isto é, conversar bastante para exercitar o vocabulário. Não pode ser introvertido e fechado.
2 - Requisitos
Elevação de sentimento. (não basta conhecer, é importante:
Espírito de aprendizagem
Senso de autocrítica
Simplicidade e sobriedade
Dedicação á atividade espírita (possuir espírito de serviço á causa e aos companheiros)
3 - A meta a ser alcançada
Compreensão da vida e dos problemas humanos. (sentir profundamente)
Tipos de Expositores
Todo aquele que expõe um assunto qualquer para um determinado público, seja este numeroso ou não, é um expositor.
De acordo com a forma em que faz a sua exposição, o expositor pode ser classificado como:
Professor - Faz a exposição tipo aula. Dele se exige: máximo de objetividade, explicação didática e o mínimo de floreios literários.
Orador - É o poeta da exposição. Dele se espera: eloquência, arrebatamento e magnetização de massas.
Palestrador - Espécie de fusão entre professor e orador. Alterna características de um e de outro. Quando se inflama, passa para a oratória; dela, pode descer à explicação didática. É o tipo de expositor mais adequado para a divulgação doutrinária que usualmente se faz na casa espírita.
Qualidades que se deve ter para usar a Tribuna Espírita
Para o público ouvinte, o expositor espírita representa o próprio Espiritismo bem como o movimento espírita. Assim, tudo que o expositor disser ou fizer repercutirá, ante o público, em favor ou descrédito para a Doutrina e a coletividade espíritas. Se realiza bem o seu trabalho, consegue, junto ao público, os objetivos visados pela divulgação doutrinária. Se sua atuação se ressente de graves falhas (doutrinárias, morais ou técnicas), deixa de agradar aos ouvintes, não lhes passa a mensagem espírita corretamente e não os motiva ao progresso moral.
Portanto, não basta ter boa vontade para alguém poder usar a tribuna espírita. É preciso que:
Suas ideias sejam concordes com a Doutrina Espírita;
a sua moral seja respeitável; e
tenha alguma técnica para falar em público.
Somente devemos confiar a tribuna espírita a pessoas que para isso estejam capacitadas, pessoas cujo trabalho já conhecemos e sabemos ser bom ou que nos foram recomendadas por confrades dignos de confiança.
Esta simples cautela previne e evita que ocorram prejuízos doutrinários e situações embaraçosas, no uso da tribuna na casa espírita.
O Conhecimento Doutrinário
Que ideias vamos divulgar?
Quando se fala em público, queremos: atrair, interessar e convencer os que nos rodeiam para as NOSSAS ideias.
Na seara espírita, porém, o objetivo, ao falar em público, é atrair, interessar, informar e convencer ao público sobre as IDÉIAS ESPÍRITAS, para levar os ouvintes a agirem de acordo com essa orientação.
Portanto, o expositor espírita tem de estar corretamente informado do conteúdo da Doutrina Espírita, conhecendo, ao menos, as obras básicas do Espiritismo (a codificação kardequiana).
Quando o expositor espírita não tem bom conhecimento doutrinário básico, pode ocorrer de, por exemplo:
Dar um sentido falso do que seja o Espiritismo (dizer que a Tema é um "vale de lágrimas"; dar mais importância ao fenômeno mediúnico que à doutrina, etc. )
Provocar reações hostis ao Espiritismo ou ao movimento espírita por fazer comparações ou referências infelizes a pessoas ou religiões. Se todo o espírita deve estudar com afinco e sempre a Doutrina que esposa, mais ainda o deve fazer aquele que se propõe a divulgá-la pela palavra.
Mesmo o expositor que já conhece bem a Doutrina Espírita deverá continuar a estudá-la, buscando conhecer assuntos, fatos e técnicas e atualizar-se constantemente, pois "Quem expõe se expõe" e "Exercitar-se é aprimorar-se".
Neste curso, não visamos ministrar estudos doutrinários, no pressuposto de que os que dele participam já se encontrem razoavelmente preparados nesse aspecto.
A Conduta Moral
O Espiritismo é uma Doutrina que nos leva, pelo entendimento, à reforma do nosso eu, do nosso íntimo, na direção de uma conduta moral respeitável numa vivência cristã.
Se o expositor é espírita, deve se comportar de acordo com o conhecimento doutrinário que possui.
Kardec diz que se reconhece o verdadeiro espírita “pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações".
"Não faço preleções em torno do bem, porque carrego muitas faltas..
Eis o engano.
Aguardar a perfeição para indicar o bem impedirnos-ia de apregoá-la, de vez que, por enquanto, ninguém existe perfeito sobre a Terra.
Se as tuas palavras de amor no conjunto, ainda não se refletem todas as qualidades e sentimentos, pondera que, ensinando, aprendemos, e que, apontando roteiro correto aos outros, somos especialmente obrigados à retidão.
(César Gonçalves, "Falsas Ideias” do livro 'Seareiros de Volta' [ psicografado por Waldo Vieira, edição FEB )."
Assim, o expositor espírita não pretenderá ser santo mas será alguém sinceramente empenhado em manter um bom padrão moral e uma vivência cristã. Afastar-se-á dos vícios (mesmo os mais corriqueiros, como o de fumar), cumprirá seus deveres no lar, na vida em sociedade, no Centro, tendo como lema "Trabalho, Solidariedade e Tolerância".
De outro modo, o seu exemplo mau anulará a sua palavra, por mais brilhante que ela seja.
Poderá, ainda, lançar descrédito sobre a moralidade dos espíritas em geral e a dúvida quanto à eficiência da Doutrina na moralização da humanidade.
Todos os recursos e técnicas de exposição poderão malograr, caso o expositor não pratique o que pregue.
A principal pregação é a do exemplo.
Fonte: Centro Espírita Celeiro de Luz
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