sexta-feira, 18 de maio de 2012

Nossa Terra

Contemplando os quadros de miséria do nosso mundo, crianças que são pele e ossos, velhos que vivem desamparados, o desânimo nos chega.

Contemplando as multidões que passam parecendo sem rumo, desejando somente sobreviver a qualquer custo, somos tentados a pensar que este planeta é um verdadeiro vale de lágrimas, um lugar de exílio doloroso.

Sofremos, muitas vezes, por verificarmos a fragilidade da saúde humana e o trabalho dos anos no corpo físico. Anos que o vão tornando enfraquecido, mais enfermo, com maiores necessidades.

Tudo isso nos entristece. No entanto, se observarmos com mais cuidado perceberemos que o nosso mundo terreno não é somente miséria, fome, desamparo e flagelos.

O nosso planeta é um grande campo experimental, onde cada Espírito que aqui vive tem por dever o aprimoramento de si mesmo e o compromisso de socorrer o seu semelhante.

Mas é também um local de muita beleza. A Divindade se esmerou em cuidados para nos permitir gozar alegrias. Basta que olhemos e descobriremos as explosões de flores nos jardins, bosques e pradarias.

O tapete verde do pasto abundante se estendendo por montanhas, em tons que vão do claro ao escuro, como uma enorme colcha de retalhos estendida sobre a Terra.

O vento que nos acaricia os cabelos é aquele mesmo colaborador na reprodução das espécies floridas, carregando o pólen em seus braços, espalhando-o pelas campinas. Vento amigo que dedilha sinfonias nas cabeleiras das árvores para que possamos ouvir a voz da natureza.

É neste planeta abençoado que sentimos a garoa nos molhando o rosto. Observamos as chuvas fortes. Os relâmpagos que traçam desenhos luminosos nos céus escuros.

É aqui que, nas noites quentes, o pirilampo fica piscando e de dia o sol se apresenta com todo seu vigor.

É aqui que o filete d'água pura desce a montanha e o mar se mostra exuberante.

É na Terra que encontramos as borboletas coloridas dançando no ar e os pássaros cantantes que enchem os nossos ouvidos de sons. A erva rasteira e a árvore gigantesca, que desafia os séculos.

Tudo nos fala do amor de Deus em todos os setores da vida no mundo.

Nosso mundo é uma sublimada escola. Busquemos assimilar as mais importantes lições que nos farão alcançar o esperado progresso.

Não o condenemos. Nem nos entristeçamos. Consideremos todas as possibilidades de beleza e som que o planeta nos concede a fim de que nos renovemos e nos iluminemos.
Valorizemos nosso mundo e cuidemos de tudo que nos rodeia: animais, vegetais e nossos irmãos em humanidade.

* * *

É importante que nos integremos às belezas do nosso mundo.

Que aprendamos a observar as madrugadas de luz, quando o sol se espreguiça, espalhando os seus raios pela Terra.

As auroras de rara beleza. As águas do mar que batem forte contra os penhascos. As estrelas, cujo brilho se projeta sobre nós.

Então haveremos de descobrir que nos compete amar e respeitar o nosso planeta, esse campo excelente de trabalho com que Deus nos felicita as horas.


Redação do Momento Espírita, com base no cap. 1, do livro Para uso diário, pelo Espírito Joanes, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.

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