Antonio Gonçalves da Silva, ( o Batuíra ), fundou em 06 de abril de 1890, diante de uma enorme assembléia o “Grupo Espírita Verdade e Luz”, onde se dava início a uma série de explanações de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Nessa mesma época, deixara de circular a única publicação espírita, intitulada “Espiritualismo Experimental”, redigida desde setembro de 1886, por Santos Cruz Junior. Sentindo a lacuna deixada por essa interrupção, Batuíra adquiriu uma pequena tipografia, que denominou de “Tipografia Espírita”, iniciando a 20 de maio de 1890, um quinzenário de quatro páginas que chamou de “Verdade e Luz” e mais tarde transformou-se em revista, da qual foi diretor responsável até a data da sua desencarnação.
Iniciamos hoje, nesse artigo que intitulamos de “Páginas do Verdade e Luz”, uma série de divulgação de textos de Batuíra, que relatam fatos de sua vida dedicada a Doutrina Espírita, publicados nesse quinzenário e que fazem parte da Revista Espírita Verdade e Luz.
Iniciamos hoje, nesse artigo que intitulamos de “Páginas do Verdade e Luz”, uma série de divulgação de textos de Batuíra, que relatam fatos de sua vida dedicada a Doutrina Espírita, publicados nesse quinzenário e que fazem parte da Revista Espírita Verdade e Luz.
A Cura da Pianista Católica
Da Redacção
“Nobres Damas da Caridade, vamos continuar a contar o que se passou na nossa viagem ao estado de Minas Gerais.
Como dissemos, na cidade de Varginha, onde ficámos durante 9 dias, ficamos hospedados em casa de um amável confrade.
No mesmo dia da nossa chegada, fomos visitar uma irmã doente, católica fervorosa, encontrando-a num estado bastante desanimador. Depois de empregarmos os recursos de que dispomos para tais doenças, graças à Divina Providência, obtivemos os melhores resultados, pois, no dia seguinte, a senhora fez o que lhe pedimos: de manhã, saiu para passear com o seu marido, tomou um copo de leite, acabado de ser tirado da vaca e a seguir foi até à casa em que estávamos hospedados. Ali, conversámos durante muito tempo, voltando depois, muito animada, para sua casa. Foi-nos oferecida uma sala muito grande no primeiro andar, para recebermos as pessoas que nos procurassem. A nossa doente despediu-se e desceu as escadas; passados poucos minutos, ouvimos umas músicas muito ternas, tocadas ao piano.
Supúnhamos ser a esposa do nosso bom amigo, o dono da casa, quem estivesse a tocar aquelas músicas e por isso, quando estávamos a almoçar, demos-lhe os parabéns “pelas bonitas peças que tínhamos ouvido”; foi então que nos disse que quem tinha estado a tocar tinha sido a nossa doente. Esta, continuou todos os dias com os passeios de manhã e com o uso do leite quente e nesses passeios visitava também as numerosas famílias com quem mantinha relações de amizade e de parentesco, não deixando de tocar músicas nos pianos das casas das pessoas amigas.
Depois da nossa primeira visita a esta sofredora, ela começou a melhorar todos os dias. Na véspera da nossa partida, perguntou-nos se podia comer arroz, feijão e carne, pois o leite e os ovos já lhe davam repugnância. Respondemos-lhe que no dia seguinte podia comer de tudo, e assim foi.
Durante os dias que permanecemos nesta bonita cidade, tratámos de muitos doentes, entre os quais alguns aleijados e paralíticos.
Visitámos uma menina de 14 anos que era aleijada. Tanto a animámos e encorajámos que ela começou a fazer o que nunca tinha feito até áquela data. Só a visitámos duas vezes.
(…) Antes de terminar, vamos declarar que durante o tempo em que estivemos na cidade de Varginha, demos 3 conferências, que foram muito concorridas. Nesta cidade, o Espiritismo conta com muitos adeptos, devido ao facto de que um distinto médico que lá residiu, ser o presidente de um grupo no qual se desenvolveram uns excelentes médiuns. (…)
Vamos concluir por hoje este artigo para, no próximo número, vos dizermos o que se passou connosco na cidade de Três Corações do Rio Verde.”
Como dissemos, na cidade de Varginha, onde ficámos durante 9 dias, ficamos hospedados em casa de um amável confrade.
No mesmo dia da nossa chegada, fomos visitar uma irmã doente, católica fervorosa, encontrando-a num estado bastante desanimador. Depois de empregarmos os recursos de que dispomos para tais doenças, graças à Divina Providência, obtivemos os melhores resultados, pois, no dia seguinte, a senhora fez o que lhe pedimos: de manhã, saiu para passear com o seu marido, tomou um copo de leite, acabado de ser tirado da vaca e a seguir foi até à casa em que estávamos hospedados. Ali, conversámos durante muito tempo, voltando depois, muito animada, para sua casa. Foi-nos oferecida uma sala muito grande no primeiro andar, para recebermos as pessoas que nos procurassem. A nossa doente despediu-se e desceu as escadas; passados poucos minutos, ouvimos umas músicas muito ternas, tocadas ao piano.
Supúnhamos ser a esposa do nosso bom amigo, o dono da casa, quem estivesse a tocar aquelas músicas e por isso, quando estávamos a almoçar, demos-lhe os parabéns “pelas bonitas peças que tínhamos ouvido”; foi então que nos disse que quem tinha estado a tocar tinha sido a nossa doente. Esta, continuou todos os dias com os passeios de manhã e com o uso do leite quente e nesses passeios visitava também as numerosas famílias com quem mantinha relações de amizade e de parentesco, não deixando de tocar músicas nos pianos das casas das pessoas amigas.
Depois da nossa primeira visita a esta sofredora, ela começou a melhorar todos os dias. Na véspera da nossa partida, perguntou-nos se podia comer arroz, feijão e carne, pois o leite e os ovos já lhe davam repugnância. Respondemos-lhe que no dia seguinte podia comer de tudo, e assim foi.
Durante os dias que permanecemos nesta bonita cidade, tratámos de muitos doentes, entre os quais alguns aleijados e paralíticos.
Visitámos uma menina de 14 anos que era aleijada. Tanto a animámos e encorajámos que ela começou a fazer o que nunca tinha feito até áquela data. Só a visitámos duas vezes.
(…) Antes de terminar, vamos declarar que durante o tempo em que estivemos na cidade de Varginha, demos 3 conferências, que foram muito concorridas. Nesta cidade, o Espiritismo conta com muitos adeptos, devido ao facto de que um distinto médico que lá residiu, ser o presidente de um grupo no qual se desenvolveram uns excelentes médiuns. (…)
Vamos concluir por hoje este artigo para, no próximo número, vos dizermos o que se passou connosco na cidade de Três Corações do Rio Verde.”
(29/2/1904)
NOTA: O seu biógrafo Eduardo Carvalho Monteiro, no livro “Batuíra, o Diabo e a Igreja”, ao comentar esta viagem, relata que Batuíra recebeu posteriormente uma carta na qual o informavam da completa cura da pianista, que ele tinha livrado dos obsessores que a tinham atirado para uma cama, num estado de prostração.
Refere também Eduardo C. Monteiro que a passagem de Batuíra por Varginha animou tanto o movimento espírita local, que nessa mesma missiva também lhe comunicavam que os espíritas tinham comprado uma grande casa, para lá instalarem um hospital para os pobres e desamparados.
Refere também Eduardo C. Monteiro que a passagem de Batuíra por Varginha animou tanto o movimento espírita local, que nessa mesma missiva também lhe comunicavam que os espíritas tinham comprado uma grande casa, para lá instalarem um hospital para os pobres e desamparados.
Referências: Revista Espírita Verdade e Luz , ed.21.
Imagem do logotipo original do quinzenário espírita "Verdade e Luz"
Imagem do logotipo original do quinzenário espírita "Verdade e Luz"
Nenhum comentário:
Postar um comentário