Órfão de pai aos sete anos, tendo cursado apenas as primeiras letras em escolas primárias, Casimiro Cunha, depois de haver uma vista aos 14 anos por acidente, cegou da outra aos 16. Adolescente, ainda, colaborou na impressa vassourense. Desde que se tornou espírita confesso, estendeu aos periódicos espiritistas, principalmente ao Reformador, a sua produção poética. Foi um dos fundadores do Centro Espírita “Bezerra Menezes”, de Vassouras. Mário Cis era o pseudônimo que ele comumente usava. Prefaciando o primeiro livro do poeta – Singelos -, M. Quintão chegou a afirmar que ele “fechara os olhos às misérias da Terra, para melhor entrever as belezas do Céu”. Jamais se lhe ouviu dos lábios um queixume, uma palavra de revolta.
Era a resignação em pessoa. “Alma feita de luz,” – afirmou-o Armando Gonçalves (Colar de Pérolas, pág. CXXVI) – “é um dos mais vigorosos literatos que enchem de orgulho o torrão fluminense.” (Vassouras, Estado do Rio, 14 de Abril de 1880 – Vassouras, 7 de novembro de 1914.)
Bibliografia:
a) A do homem terreno:
Singelos;
Efêmeros;
Aves Implumes;
Pétalas;
Perispíritos;
Álbum de Delba, póstumas.
b) A do Poeta Redivivo:
Cartas do Evangelho;
Cartilha da Natureza;
História de Maricota;
Gotas de Luz – ( todas as obras psicografadas pelo médium Francisco Cândido Xavier)
Juca Lambisca e Timbolão – pelos medianeiros desta Antologia.
Espera e Ama Sempre
Não elimine a esperança
De uma alma triste ou ferida
Que a esperança é a luz eterna
Nas grandes noites da vida.
Feliz daquele que espera,
No caminho da amargura,
Pois toda a dor vem e passa.
No coração da criatura.
Ama e crê. Espalha o bem.
Porque, na Terra, em verdade,
É infeliz quem cuida apenas
Da própria felicidade.
Casemiro Cunha
Carta aos Discípulos
Se és discípulo sincero
Do Evangelho de Jesus,
Não deponhas no caminho
O peso de tua cruz.
Pelo fato de estudantes
Nesse roteiro de amor,
Encontrarás na tarefa
O cálice de amargor.
É que quanto mais te eduques
Nos esforços da ascensão,
Mais sofrerás com o duelo
Do egoísmo e da ambição.
Pensando no Amado Mestre,
Ponderando-Lhe a bondade,
Hás de chorar, vendo o mundo
No abismo da iniqüidade.
Terás dor, porquanto, em paz,
Nunca feres, nem odeias.
Sentido contigo próprio
As amarguras alheias
Vai com fé pelo caminho,
Leva a charrua na mão,
Trabalha, aguardando o Cristo
No fundo do coração.
Desconfia da lisonja.
Esquece o que te ofender.
Coloca, acima dos homens,
O que te cumpre fazer.
Sê modesto. Há sempre últimos
Que no céu serão primeiros.
Conta sempre com Jesus
Acima dos companheiros.
Um amigo terrestre pode
Ir com tua alma ao porvir,
Mas inda é o homem do mundo
Sempre disposto a cair.
Recebe com precaução
Quem te venha agradecer.
Por muita coisa que faças
Não fazes mais que o dever.
A palavra sem os atos
É um cofre sonoro e oco.
Evita o que fala muito
E edifica muito pouco.
Sê desprendido da posse,
Mas, conserva os bens da luz.
O discípulo conhece
Que ele próprio é de Jesus.
Nunca sirvas às discórdias,
Ao despeito, à confusão.
Deves ser, por onde passes,
Ensino e consolação.
Sabendo que nada vales
Sem o amparo do Senhor,
Conquistarás no futuro
O seu Reinado de Amor.
Casemiro Cunha
Poesias do livro "Cartas do Evangelho", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Casimiro Cunha.
Era a resignação em pessoa. “Alma feita de luz,” – afirmou-o Armando Gonçalves (Colar de Pérolas, pág. CXXVI) – “é um dos mais vigorosos literatos que enchem de orgulho o torrão fluminense.” (Vassouras, Estado do Rio, 14 de Abril de 1880 – Vassouras, 7 de novembro de 1914.)
Bibliografia:
a) A do homem terreno:
Singelos;
Efêmeros;
Aves Implumes;
Pétalas;
Perispíritos;
Álbum de Delba, póstumas.
b) A do Poeta Redivivo:
Cartas do Evangelho;
Cartilha da Natureza;
História de Maricota;
Gotas de Luz – ( todas as obras psicografadas pelo médium Francisco Cândido Xavier)
Juca Lambisca e Timbolão – pelos medianeiros desta Antologia.
Espera e Ama Sempre
Não elimine a esperança
De uma alma triste ou ferida
Que a esperança é a luz eterna
Nas grandes noites da vida.
Feliz daquele que espera,
No caminho da amargura,
Pois toda a dor vem e passa.
No coração da criatura.
Ama e crê. Espalha o bem.
Porque, na Terra, em verdade,
É infeliz quem cuida apenas
Da própria felicidade.
Casemiro Cunha
Carta aos Discípulos
Se és discípulo sincero
Do Evangelho de Jesus,
Não deponhas no caminho
O peso de tua cruz.
Pelo fato de estudantes
Nesse roteiro de amor,
Encontrarás na tarefa
O cálice de amargor.
É que quanto mais te eduques
Nos esforços da ascensão,
Mais sofrerás com o duelo
Do egoísmo e da ambição.
Pensando no Amado Mestre,
Ponderando-Lhe a bondade,
Hás de chorar, vendo o mundo
No abismo da iniqüidade.
Terás dor, porquanto, em paz,
Nunca feres, nem odeias.
Sentido contigo próprio
As amarguras alheias
Vai com fé pelo caminho,
Leva a charrua na mão,
Trabalha, aguardando o Cristo
No fundo do coração.
Desconfia da lisonja.
Esquece o que te ofender.
Coloca, acima dos homens,
O que te cumpre fazer.
Sê modesto. Há sempre últimos
Que no céu serão primeiros.
Conta sempre com Jesus
Acima dos companheiros.
Um amigo terrestre pode
Ir com tua alma ao porvir,
Mas inda é o homem do mundo
Sempre disposto a cair.
Recebe com precaução
Quem te venha agradecer.
Por muita coisa que faças
Não fazes mais que o dever.
A palavra sem os atos
É um cofre sonoro e oco.
Evita o que fala muito
E edifica muito pouco.
Sê desprendido da posse,
Mas, conserva os bens da luz.
O discípulo conhece
Que ele próprio é de Jesus.
Nunca sirvas às discórdias,
Ao despeito, à confusão.
Deves ser, por onde passes,
Ensino e consolação.
Sabendo que nada vales
Sem o amparo do Senhor,
Conquistarás no futuro
O seu Reinado de Amor.
Casemiro Cunha
Poesias do livro "Cartas do Evangelho", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Casimiro Cunha.
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