sábado, 14 de junho de 2014

Espiritismo e Copa do Mundo


O título deste ensaio, por si só, deve provocar uma reação de surpresa e dúvida por parte do leitor. Afinal, qual é a relação que existe entre a Doutrina Espírita e um dos maiores eventos esportivos do mundo contemporâneo? Introdutoriamente, assim, pode-se afirmar que qualquer situação humano-espiritual está ao alcance da consideração espiritista, sem que tenhamos a intenção de justificar ou referendar as atitudes humanas, mas, pelo contrário, a proposta é aproveitar as diversificadas situações da vida material, como mote para as apreciações (oportunas) dos fatos à luz do Espiritismo.

A Copa do Mundo é um evento que, sabidamente, ocorre de quatro em quatro anos, entre agremiações esportivas que representam a bandeira e as cores dos países que dela participam (conforme critérios de acessibilidade numa competição prévia – eliminatórias – ou por ser o país-sede do evento). Por detrás da prática desportiva (que envolve pessoas que a exercem com ânimo profissional – atletas, dirigentes e árbitros) –, há, com certeza, diversos fatores, entre os quais, citamos, exemplificativamente, os de cunho geopolítico, econômico e social, que podem ser determinantes para a polarização dos interesses do público que comparece (preferencialmente) aos jogos, tanto quanto para aqueles que, mesmo situados nos lugares mais longínquos, acompanham, pelos meios de comunicação, as partidas.

A Copa é, portanto, uma grande festa, marcada substancialmente pela pluralidade cultural e étnica, onde desfilam caracteres e expressões que contemplam povos, raças e gerações, numa indizível miscigenação. Guardadas as devidas proporções, tem-se que, em regra, mesmo com as dicotomias da linguagem articulada (idioma) e gráfica, as pessoas conseguem se comunicar, se entender e se respeitar. Excetuando-se, é claro, alguns seres que ainda estagiam em níveis psicológicos de perturbação e violência, pode-se afirmar, com tranquilidade, que a acirrada competição nos gramados, calcada na disputa pela vitória, superando adversários, não se estende para as arquibancadas, pois a “ficção” que é representada pelos embates esportivos não corresponde, na vida “real”, à aniquilação de uns por parte de outros (permita-nos o leitor, que nos antecipemos em dizer que, apesar da existência, no presente ou em tempos idos, de governantes tiranos, déspotas e beligerantes, aqueles que, inclusive, dizimaram ou tentam dizimar seus “opositores”, a imensa maioria dos povos prefere a convivência pacífica e harmoniosa).

Sob a ótica espírita, então, como pode ser encarado (e interpretado, mesmo que por analogia) o acontecimento em tela? Vamos, pois, aos elementos que, em nossa visão e análise, merecem destaque e digressão.

Primeiramente, o esporte (e tudo aquilo que com ele se relaciona – patrocínios, comunicação, tecnologia, alimentação, hospedagem, lazer, comércio, etc.) – configura a dedicação e o interesse (direto ou indireto) de espíritos encarnados nas ocupações materiais da vida, o que recebe o título conceitual de trabalho. Emmanuel, num de seus oportunos escritos, certa feita, já havia afirmado: “Toda ocupação útil é trabalho”. Neste sentido, complementarmente, a vitória no competitório, representada pela taça, materializa a conjugação de esforços (coletivos) para tal intento e, nesta acepção, pode-se dizer que “ganhou o mais capaz”, isto é, aquele que mais trabalhou (para tal desiderato).

A competição esportiva, por extensão, é regida por regras (rígidas) que contemplam a punição aos faltosos (os cartões amarelos e vermelhos, os exames de “antidoping”, a suspensão e/ou a exclusão de participantes), seja pela atuação (direta e imediata) dos árbitros, seja posteriormente a cada jogo, por análises e deliberações de órgãos colegiados. Aqui, uma verossímil semelhança com a sistemática da Justiça Divina, que, a partir de um sistema de compensação (ação e reação), determina a forma pela qual os seres saldam seus débitos e restituem possíveis prejuízos causados. Não é necessária, assim, a presença de um Tribunal Espiritual, pois o próprio ser é o juiz de si mesmo. A principal distinção entre as avaliações do esporte e os atos judiciais espirituais é que, no âmbito destes últimos, não existem “injustiças” nem os erros comuns ao nível humano e suas imperfeições.

Em segundo plano, o objetivo da competição futebolística é a vitória, que representa a adoção da melhor estratégia, com os recursos disponíveis, frente aos distintos desafios que constituem a competição, desde a fase inicial, passando pelas oitavas, quartas, semifinal e final. Assim também o é em relação às lutas e embates do cotidiano humano-espiritual, quando cada indivíduo adota estratégias, programa-se para o futuro, reúne credenciais e qualificações para superar suas limitações e “ser o melhor”. A vitória é, assim, do ponto de vista espiritual, uma conquista, e não obra do acaso, da sorte, ou da “conspiração (a favor) dos deuses”. Se, no caso do esporte, um lance casual, uma infelicidade de algum atleta, ou um erro humano podem determinar um resultado, na vida, a equação merecimento-competência-trabalho parece ser a mais adequada para representar o conjunto da trajetória exitosa de todos os espíritos, uns mais rapidamente do que outros, é bem verdade.

No cenário da vitória, deve ficar evidente que a ambição não assume contornos de vaidade e egoísmo, ou de prepotência e arrogância – tão comuns no esporte – mas, em verdade, devem sobressair aspectos relacionados ao desenvolvimento de virtudes como a perseverança, a dedicação, o comprometimento e a participação efetiva daqueles que desejam vencer. No plano ideal da existência espiritual, deve o ser alegrar-se com o sucesso, mas, ao contrário das manifestações materiais, a alegria do companheiro (e, até, do adversário) é compartilhada mesmo pelos “derrotados”, pois todos, indistintamente, mais dia menos dia, alcançarão os objetivos finalísticos.

Outro ponto a salientar – principalmente nos últimos tempos – é a questão do “fair play”, isto é, a solidariedade, o “jogo leal”, que principia por pequenos gestos, no próprio jogo, em que a bola é colocada para fora de jogo para que um atleta (contundido) seja atendido, os jogadores se desculpem em virtude de alguma jogada mais ríspida, e a bola, igualmente, seja devolvida para o time que detinha sua posse, no momento da interrupção da partida. Esta deve ser, em essência, a tônica dos relacionamentos humanos, e passa a ser rotina quando o ser desperta para certas necessidades e passa a tratar o semelhante do mesmo modo como deseja ser, por ele, tratado. Isto, fundamentalmente, diferencia os seres entre si, de modo que a assunção de uma postura pró-ativa, solidária e construtiva, causa reações nos circunstantes, provocando, nestes últimos, a oportuna reflexão que impele à mudança.

Temos presente, neste peculiar, que, principiando por fazer o bem àqueles que, também, favoravelmente nos tratam – aquilo que a lição evangélica identifica como o amor aos parentes e seres mais próximos de nós – evolui para a consideração dos outros seres que nos rodeiam, até alcançar os que se comportam ou se dizem nossos inimigos: adversários de ontem ou de hoje, que estagiam conosco no aprendizado de todos os dias.

Por fim, ainda que num exercício de ufanismo (ou utopia), resta-nos considerar que o verdadeiro congraçamento entre atletas e torcedores pelos estádios da Copa do Mundo, sejam representativos de uma futura atmosfera de total entendimento entre os seres que, mais despertos para as realidades espirituais, possam envidar todos os esforços no sentido da compreensão do semelhante, da harmonia entre indivíduos e povos, numa festejada fraternidade.

Quem sabe um dia, o exemplo do esporte esteja estampado no cotidiano de nossas vidas!


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Marcelo Henrique Pereira, Doutorando em Direito e Assessor Administrativo da Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo - ABRADE.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Transformação pela força das Ideias


Fim de ciclo evolutivo, crise ética sem precedentes, subversão da ordem social, indiferença aos valores da vida: este é o momento para que o Espiritismo se firme na sociedade como importante alternativa de mudanças sérias e profundas. Doutrina coesa, fundamentada em princípios naturais, o Espiritismo propõe uma visão de homem e de mundo jamais cogitada com a mesma amplitude, racionalidade e clareza por nenhuma outra filosofia ou religião. Daí a importância para os espíritas em utilizar um modelo próprio para disseminar esse conhecimento.

Não se pode perder de vista, nunca, a unidade doutrinária do Espiritismo(1), contudo, devido a interpretações transitórias (de indivíduos e grupos), a doutrina é aplicada no Brasil e fora dele, das maneiras mais diversas. Já que é assim, e isso parece ser uma consequência natural e incontornável da heterogeneidade humana(2), o sensato será procurar a coerência e a fidelidade, minimamente, como um fim a se atingir na conduta individual e na divulgação do ideal espírita, preservando a unidade original de princípios, toda desenhada na obra de Allan Kardec e apresentá-la ao mundo como ela é, sem repetir os erros do movimento cristão no passado.

Revolução nas ideias - O diferencial do Espiritismo está precisamente no seu conteúdo de revelação e elaboração que nenhuma outra doutrina tem. A explicação espírita da vida, do mundo, de Deus, é clara, objetiva e extremamente pedagógica, como eram os ensinos de Jesus que o homem complicou a não poder mais através do tempo. Jesus conviveu no meio do povo, mas não cedeu nos seus princípios, em momento algum. Não “adaptou” seus ensinos só para ser agradável ao poder dominante nem para ser aceito pelas correntes religiosas superadas que veio transformar.

O Espiritismo surgiu para inspirar a transformação da humanidade. Além de tornar acessíveis os ensinos de Jesus, descortinou o mundo dos Espíritos. “A descoberta do mundo dos invisíveis... é mais que uma descoberta, é uma revolução nas ideias”, disse Allan Kardec em “O que é o Espiritismo”(3). Quando esse conhecimento estiver disseminado largamente proporcionará desdobramentos incalculáveis para o progresso geral. Não há, por enquanto, nada mais completo do que isso para mudar o estado de coisas no mundo atual. Os espíritas não podem abrir mão do legado que receberam do gênio de Allan Kardec e da operosidade dos Espíritos superiores fazendo “concessões” puramente emocionais (por vezes distantes das ideias e dos ideais que defendem), sob quaisquer pretextos, e com isso perdendo a identidade de movimento restaurador e renovador, acabando por torná-lo, em alguns aspectos, parecido com correntes religiosas que prendem o homem ao invés de libertá-lo.

O tesouro dos espíritas - O grande desafio para os espíritas será compreender a importância do conhecimento aplicado do Espiritismo na promoção das mudanças necessárias e inevitáveis, e ele tem força moral suficiente para mudar atitudes e comportamentos, refletindo no todo social. Compete aos espíritas trabalhar e estudar, viver com naturalidade, longe do misticismo, felizes por carregarem na alma o “tesouro dos espíritas” a que se referiu o escritor e médium espanhol Miguel Vives y Vives (1842-1906). Para firmar a sua crença não é preciso fazer “turismo religioso”, visitar a “Meca espírita”, organizar “caravanas místicas”, idolatrar médiuns, criar símbolos, engendrar sistemas e modismos, e tantas outras invencionices que acabam por desviar e atrasar o movimento. A conduta espírita deve ser coerente com as orientações doutrinárias que se adquirem no estudo dos livros de Allan Kardec e de tantos outros autores sérios. A postura excessivamente devocional, além de contraditória, afasta o espírita do que é essencial.

Para viver a mensagem - Como “trabalhadores da última hora”(4), cabe à “geração espírita” viver e propagar esse conhecimento para a sua aplicação em massa, criando meios de influir na sociedade pela força das ideias, sem ufanismo nem excentricidades. Temos que agir segundo um novo modelo e não copiar os modelos falidos, abdicando das nossas convicções para ficarmos bem com o mundo.

Para viver a mensagem espírita não precisamos estar divididos, separados do mundo. A prática espírita, longe do preconceito e do sectarismo, propõe o convívio baseado na compreensão das diferentes opiniões, na tolerância em relação ao contrário, sem que para isso precisemos recuar das nossas posições diante das convenções religiosas e das formalidades seculares instaladas no mundo. Os espíritas devem atentar para o desenvolvimento progressivo das ideias cristãs que culminaram com o movimento dirigido pelo “Espírito de Verdade”.

Não se pede aos espíritas que sejam “diferentes”, mas que façam a diferença. Com humildade e com o conhecimento de que dispõem, podem mostrar coerentemente a aplicação do evangelho na vida prática, vivendo a filosofia espírita em profundidade. Além de pregar pública e manifestamente os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade, mostrar que a vida tem objetivos sérios, que o tempo é matéria-prima de luxo para a nossa evolução rumo à plenitude e que não bastam alterações externas pontuais. Enfim, contribuir com a sociedade no campo das ideias, do pensamento, dando exemplo de otimismo, esperança e transformação.

Ainda há tempo - Ainda há tempo para o movimento espírita fazer a sua parte. E se não formos capazes disso, em função de profundos desvios doutrinários, inércia e capitulação às velhas ordens e ditames devocionais ainda vivos em nosso subconsciente, outros o farão. O progresso não para e em muitas circunstâncias é silencioso, nasce anônimo em muitas frentes, em pequenos grupos, em laboratórios, em universidades sérias, da cabeça de estudiosos independentes, de livres-pensadores, em todo o mundo. Mas será bom se os espíritas puderem dar sua genuína contribuição à sociedade com o substancioso alimento cultural e espiritual da terceira revelação “na grande obra da regeneração pelo Espiritismo”(5).


Cláudio Bueno da Silva



Referências:
1. Allan Kardec, “Obras Póstumas”, “Limites de ação da comissão central”, LAKE.
2. Ibidem.
3. Allan Kardec, “O que é o Espiritismo”, 2º diálogo, “Oposição da Ciência”, FEB.
4. Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”, capítulo XX, item 2, LAKE.
5. Idem, item 5.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Extremismo Religioso pelo Mundo


Intolerância religiosa, eis aí um gravíssimo nódulo cancerígeno do mundo contemporâneo. Esta semana, ao chegar a Israel, o papa Francisco expressou sua "profunda dor" pelo atentado contra o Museu Judaico de Bruxelas, que causou a morte de quatro pessoas, entre elas dois israelenses. Historicamente, os judeus tornaram-se alvo preferencial de perseguição religiosa ainda antes do fim do Império Romano, mas esta recrudesceu durante a Idade Média. A perseguição religiosa (ao judaísmo) atingiu níveis nunca vistos antes na História durante o século XX, quando os nazistas perseguiram milhões de judeus e outras etnias indesejadas pelo regime.

O fanatismo religioso é marcado pela aversão a diferenças de crenças, resultando em perseguição à liberdade de credo e pluralismo religioso. Ódios que podem levar a prisões ilegais, espancamentos, sequestros, torturas, execução injustificada, negação de benefícios e de direitos e liberdades civis. Como ocorre na Nigéria, onde a maioria das pessoas do norte é muçulmana, “mas nem todas interpretam o Corão da mesma forma que o grupo extremista nigeriano Boko Haram”. Em face desse radicalismo, muitos muçulmanos estão sendo convertidos ao Cristianismo.

Por causa da conversão dos muçulmanos ao Cristianismo, o Boko Haram começou atacar as igrejas cristãs porque estavam perdendo seguidores. Recentemente, milhares de pessoas foram assassinadas pelo grupo extremista. Sua ação mais notória ocorreu em 14 de abril de 2014, quando sequestrou 223 meninas e adolescentes no nordeste da Nigéria, onde o grupo é baseado. Nos últimos dois meses, o Boko Haram intensificou a sua campanha para transformar a Nigéria num estado islâmico que tem como principais alvos os civis.

Estudiosos afirmam que a rápida expansão do cristianismo e do Islã na África se deve, em grande parte, ao sentido religioso, ao respeito e à tolerância inerentes à cultura tradicional. Os africanos descobriram que essas novas religiões provenientes do exterior continham muitos aspectos das crenças fundamentais (Ser Supremo, culto aos mortos/antepassados, espíritos etc.) e dos valores (centralidade da pessoa, importância da comunidade, a caridade e o perdão) de sua própria experiência religiosa. Mas nem todos os convertidos interpretam dessa forma, e utilizam a crença para busca do poder político.

A violência entre grupos religiosos na República Centro-Africana atingiu recentemente um novo extremo, com relatos de canibalismo na capital do país, Bangui. Aí está ocorrendo intensa violência entre milícias cristãs e muçulmanas. O país de maioria cristã era governado por um presidente muçulmano que se elegeu com ajuda de milícias muçulmanas. Ele prometeu desmantelar as gangues que o ajudaram, mas não conseguiu. Em reação, cristãos montaram milícias próprias, e o país se afundou em um conflito religioso armado. (1)

Atualmente, cerca de 80% dos conflitos armados que existem por todo mundo são decorrentes de questões religiosas. Em todo mundo estamos vendo o desenrolar de guerras e mais guerras em nome de algo que eles chamam de “fé”. Mas entenda a palavra “fé” que eles usam como: ambição, fanatismo, incredulidade, loucura ou falta da verdadeira FÉ!

Atentados suicidas têm matado muitas pessoas em Bagdad. Durante o regime de Saddam Hussein, os sunitas dominavam os aparelhos do Estado e das Forças Armadas, e os xiitas eram reprimidos. Quando o regime caiu, os xiitas assumiram o poder e o país entrou em colapso, num estado de quase guerra civil, com grupos armados sunitas e xiitas guerreando entre si.

A França foi o país que mais contribuiu para o aumento dos índices de intolerância religiosa na Europa, não só por causa das proibições em vigor contra vestuário religioso em espaços públicos, mas também devido ao assassinato, em 2012, de um rabino e de três crianças judias. Com o aumento da diversidade religiosa no Brasil, verifica-se um crescimento da intolerância religiosa, tendo sido criado até mesmo o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa [21 de janeiro], por meio da Lei nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007. Vários países ao redor do mundo incluíram cláusulas nas suas constituições proibindo expressamente a promoção ou prática de certos atos de intolerância religiosa ou de favorecimento religioso dentro das suas fronteiras.

A intolerância religiosa aumentou de modo geral durante o ano de 2012 em todos os continentes, exceto nas Américas. Temos a convicção de que, por trás dos novos fanatismos religiosos – católicos, evangélicos, espíritas, muçulmanos etc. – está o pendor místico do religioso que leva a uma cristalização da fé, desembocando numa falsa doutrina das virtudes. A base dos fanatismos é o medo – medo da liberdade, medo da vida, medo da cultura; medo, medo, medo, enfim, medo do mundo, que é encarado de um modo suspeito e hostil.

A Doutrina Espírita nos faz entender quem somos efetivamente, quem realmente é o ser humano em sua vocação e circunstância, visão que possibilita, por sua vez, a compreensão e a vivência de uma vida social moralmente correta a partir da qual podemos julgar com retidão se determinadas atitudes e ideias propostas por grupos religiosos e/ou políticos correspondem àquilo que o próprio Criador espera de nós.

Deus nos quer abertos para a realidade, para a beleza das coisas criadas, para a ventura transcendente da liberdade humana de buscar esse ou aquele caminho para Deus, e não acabrunhados pelo medo e, em última análise, cegos pelo fanatismo. Talvez com aquela cegueira suprema, apontada por Jesus Cristo: “Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso o vosso pecado permanece". (2)

Oremos pelo mundo!


Jorge Hessen

Referencias:
(1) Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/01/140113_canibal_car_dg.shtml acesso 29/05/2014
(2)João 9:39-41

domingo, 8 de junho de 2014

A Urgência da Vida


Os noticiários anunciam ao mundo o descontrole do tempo por toda parte. Impossível prever todas as ocorrências naturais sem sofrer-lhes o agravo.

O homem, agente direto da vida, é administrador das coisas divinas no mundo onde vive, porém, não tem dado a devida atenção aos sinais de que se vale a natureza para mostrar-lhe o desrespeito contínuo.

A emissão de poluentes físicos, produto da sua ambição e ganância e o lixo jogado indiscriminadamente, têm feito vítimas humanas e no reino animal em rios e mares. Diante de todas as ações que lhe compõem a conduta não se pode desconsiderar o “sentimento” como agente importante na preservação da vida e das relações em toda a humanidade. O sentimento irradia-se para além das fronteiras do coração humano; influencia e induz outros iguais a fazerem e procederem com comportamento de igual teor. Neste sentido, toda a humanidade se entrelaça nos propósitos íntimos. Os bons sintonizam com os bons; os maus sintonizam com os maus; os indiferentes sintonizam os seus semelhantes.

A natureza é vida, que o homem com a sua deve proteger e promover; neste sentido, compreendemos que a natureza é o nosso semelhante; devemos cuidar dela com o mesmo amor com que cuidamos daqueles que nos são mais caros. Ensinou-nos Senhor Jesus: “ama o teu semelhante como a ti mesmo”; esse amor estendido a todos os seres deste mundo edificaria a vida em todas as fronteiras, harmonizando a natureza e curando as feridas emocionais, físicas e espirituais, agentes do sofrimento neste mundo.

Por sinais característicos ouvem-se gritos de alarme anunciando e denunciando que algo necessita ser feito para que o homem exercite os bons sentimentos que lhe são inato, adormecidos em sua natureza. O caminho para este desiderato é a prática do evangelho de Jesus, o supremo código de moral, ética e conduta da humanidade, jamais superado. São urgentes as providências no sentido de diminuir o orgulho e o egoísmo, imperfeições que dificultam a renovação da vida, promovendo o desequilíbrio.

A caridade é o caminho da salvação humana poque promove a fraternidade universal.


Adelvair David

Artigo publicado no Jornal "Folha Noroeste" da cidade de Jales-SP, no dia 12/03/11.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

O Espiritismo é sempre atual


Entrevista com Divaldo Pereira Franco para a RIE - Revista Internacional de Espiritismo

Aos 86 anos e sem jamais interromper sua tarefa, Divaldo Pereira Franco continua trazendo a luz espírita a todos os corações.


Médium, orador, escritor, espírita. Divaldo Pereira Franco é, inegavelmente, um dos maiores expoentes da Doutrina Espírita na atualidade e em toda a sua história. Mais do que isso, é um homem de bem, voltado para a consolação das aflições e necessidades humanas, sejam físicas ou espirituais. Natural de Feira de Santana (BA) e ligado à Mansão do Caminho e ao Centro Espírita Caminho da Redenção – que fundou juntamente com Nilson de Souza Pereira –, Divaldo já percorreu todo o planeta levando a mensagem espírita, a mensagem cristã. Nesta entrevista, ele relata suas impressões sobre o movimento espírita, o envolvimento do Espiritismo e do espírita em questões sociais e quais são suas sensações no contato com o público durante as palestras.

RIE – Durante mais de 60 anos de dedicação à Doutrina Espírita, você realizou um número aproximado de 11 mil palestras e seminários por diferentes cidades do mundo. Explique como é a sua preparação para os eventos e o estudo dos temas.

Divaldo Pereira Franco – Em realidade, não faço nenhuma preparação especial. Como tenho o hábito de estudar a Doutrina com carinho, sempre elaboro os temas por inspiração dos Benfeitores espirituais, fundamentando-os nos conceitos exarados na Codificação, que é a estrutura básica do Espiritismo. Procuro introduzir nos temas questões de atualidade, analisando-as à luz do Evangelho, conforme os Espíritos nobres no-lo desvelaram. Invariavelmente, procuro repousar um pouco antes da conferência, a fim de entrar em sintonia com os Mentores e entrego-me em totalidade à inspiração, confiando no Senhor que a todos nos conduz.

RIE – Após esses anos de trabalho você ainda se surpreende com o púbico? Tem ainda a sensação de que cada palestra é algo novo?

Divaldo – Tenho grande respeito pelo público e por isso mesmo preocupo-me com o conteúdo das palestras, procurando ser simples e deixar a mensagem enriquecida pela esperança, portadora de diretrizes para o equilíbrio e a alegria de viver que são fundamentais em nossa existência. Graças a Deus, até o momento, tenho sido muito feliz com as atividades desenvolvidas, observando os júbilos que tomam conta dos ouvintes. Para mim, cada palestra é uma experiência nova, como se fosse a primeira vez, o que me leva a estar vigilante e sem nenhuma empáfia ou presunção. Basta um momento infeliz e todo o trabalho passa a sofrer suspeição e desagrado por parte dos ouvintes.

RIE – A cada evento você dedica um tempo para autografar livros, ouvir as pessoas, dar conselhos. É possível ouvir as pessoas de maneira isenta, de modo que os problemas e aflições relatados não se tornem parte de seus próprios sentimentos? Como você trabalha o seu lado emocional?

Divaldo – Sempre ouço as pessoas que me procuram com imenso carinho, avaliando o significado das suas aflições e procurando ouvir “como o faria Jesus”, o que certamente não consigo, mas O tenho em mente. Evito dar opinião pessoal, expondo sempre que a Doutrina Espírita tem respostas para todos os desafios e enigmas existenciais. Deixo-me conduzir com interesse, pensando o quanto eu gostaria de ouvir e de receber ajuda, caso me encontrasse naquela situação. Trabalho-me emocionalmente através da oração, da meditação e da ação no bem quanto me é possível.

RIE – Em 2014 completa-se 14 anos do desencarne de Chico Xavier. O que mudou desde então no Movimento Espírita? Qual o legado que ele nos deixou?

Divaldo – Penso que nada mudou, pelo menos que eu haja percebido, após a desencarnação do venerando apóstolo da mediunidade, Francisco Cândido Xavier, além da saudade de todos nós pela sua natural liderança. Os seus exemplos de renúncia e bondade, de fidelidade e amor à Doutrina e à Humanidade, são um tesouro de inapreciado valor que o tempo vai demonstrando o quanto é significativo e merece ser vivenciado. Quanto ao legado mediúnico de que se fez instrumento, é todo um manancial de bênçãos para a sociedade de hoje e do futuro, necessitada de conhecimento, autoiluminação e paz.

RIE – O Censo 2010 apontou um crescimento significativo no número de espíritas. Hoje, 3,8 milhões de pessoas se declaram adeptas do Espiritismo e outras 20 milhões se dizem simpatizantes. O censo demonstra também que, entre os espíritas, 98,6% são alfabetizados, com o maior índice de pessoas com curso superior completo (31.5%) e o menor índice de analfabetismo. Em comparação, o mesmo censo aponta que, no Brasil, há cerca de 40 milhões de evangélicos, sendo componentes, em sua maioria, da população periférica e de baixa instrução. Como podemos entender esses números?

Divaldo – O Espiritismo é a doutrina da consolação, conforme Jesus prometeu, no inesquecível diálogo com os discípulos. Todo ele é um conjunto de lições sublimes que libertam da ignorância e dignificam os seus adeptos. Tornar-se espírita é encontrar a trilha de segurança para a plenitude. Todas as criaturas têm perguntas e o Espiritismo tem as suas respostas. Estruturado na dialética e no modelo cartesiano das ideias, atende as questões que inquietam o ser humano, iluminando-o interiormente e conduzindo-o ao porto da paz. Os evangélicos, pelo menos, no que posso observar, com o meu máximo respeito, estão muito preocupados com o “reino da Terra”, enquanto nós, os espíritas, estamos procurando vivenciar desde hoje o “reino dos Céus”, embora transitando na Terra.

RIE – Você acredita que está ocorrendo um processo de elitização no Movimento Espírita? Em que medida esse processo impede que a mensagem chegue às camadas menos favorecidas?

Divaldo – Em realidade não vejo nenhum elitismo no movimento espírita. A doutrina é profunda e exige reflexão, estudo e seriedade, sem a necessidade de preocupação cultural ou acadêmica. Confesso que vejo grande preocupação no movimento em alcançar as populações menos felizes, menos favorecidas, envidando todos os esforços possíveis para as socorrer e também para as esclarecer quanto aos problemas que vivenciam. Minha genitora era analfabeta e tornou-se espírita militante, havendo adquirido os conhecimentos essenciais e vivenciado a proposta libertadora. Certamente, há, e é inevitável, alguns bolsões mais exigentes e talvez elitistas, mas não constituem a maioria dos lidadores espíritas.

RIE – Como você acredita que o espírita, enquanto cidadão, deve se posicionar perante as questões políticas e sociais de nossa época? E o Movimento Espírita, de maneira geral, deve manter-se isento?

Divaldo – O cidadão deve cumprir com todos os seus deveres, e o de natureza política é um instrumento valioso para transformar a sociedade. A omissão, nesse aspecto, deixa espaço para que pessoas menos escrupulosas encarreguem-se de preenchê-lo. Quanto ao movimento espírita, acredito que deve manter-se isento. Temos a história de outras doutrinas religiosas que se envolveram na política e os resultados lamentáveis disso decorrentes.

RIE – Qual sua opinião sobre as manifestações que ocorreram com grande intensidade por todo o Brasil? Você acredita realmente que o povo brasileiro “acordou”?

Divaldo – Louvo as manifestações que ocorreram em nosso país, num saudável despertar da consciência brasileira para os magnos problemas que afetam a nossa nação. Infelizmente, desordeiros a soldo da perversidade e de interesses subalternos tentaram transformá-las em baderna e criminalidade, sem que houvessem, felizmente, alcançado o seu desejo. Espero que as conquistas, embora pequenas, que foram logradas, sirvam de estímulo para novos investimentos, demonstrando que o povo necessita de ser respeitado e dignificado pelos seus dirigentes...

RIE – A humanidade vive em processo constante de evolução e o Espiritismo, sem estabelecer dogmas, também pode evoluir de acordo com cada época. Como você vê esse aspecto da doutrina na atualidade?

Divaldo – O Espiritismo é sempre atual. Todas as conquistas do conhecimento contemporâneo não conseguiram alterar nenhum dos postulados doutrinários, antes, pelo contrário, vêm confirmando-os. Graças à ciência e à tecnologia de ponta, os conceitos têm podido ser apresentados em linguagem compatível com o momento histórico que vivemos sem qualquer alteração de conteúdo.

RIE – Atualmente, a ciência tem demonstrado interesse e receptividade quanto à realização de pesquisas com temática espírita. Como você entende a relação entre Espiritismo e Ciência na atualidade? De que maneira esses estudos contribuem para a Doutrina Espírita?

Divaldo – Foi Allan Kardec quem refez a aliança da ciência com a religião, conforme se encontra exarado em O Evangelho Segundo o Espiritismo. A ruptura que se dera no século XVII com o ressurgimento do atomismo grego e, posteriormente, do materialismo nos seus diferentes aspectos, recebeu a ponte de ligação de ambas, através da razão, das experiências científicas comprovando a mediunidade, a imortalidade, a justiça divina… Essa relação na atualidade é muito saudável e os estudos que se vêm realizando são de resultado superior, facultando aos acadêmicos a oportunidade para melhor investigarem o Espírito e a sua realidade, mediante a utilização dos modernos equipamentos de que dispõem, quais as tomografias computadorizadas com ou sem emissão de pósitrons.

RIE – Qual é o papel do espírita neste período de transição planetária?

Divaldo – O papel do espírita neste momento de transição planetária como em outro qualquer é o de viver a Doutrina em toda a sua intensidade, tornando-se carta viva, conforme o conceito paulino. Amar e servir, eis as abençoadas ferramentas para a construção do mundo melhor de amanhã.


Rodrigo Henrique Cabrera


Revista Internacional de Espiritismo, Ed. Fevereiro de 2014

quarta-feira, 4 de junho de 2014

A Política Divina e a Política tradicional


Daqui a algumas semanas o Brasil será contagiado pelo frisson de um novo período eleitoral de amplo espectro, considerando que abarcará simultaneamente, desta vez, várias instâncias dos poderes executivo e legislativo da nação, inclusive a cadeira de presidente da República. Segundo apontam as pesquisas, já há claramente manifestado um anseio de mudanças pela maioria dos cidadãos brasileiros. Afinal de contas, vitórias econômicas duramente conquistadas como, por exemplo, o controle da inflação e dos gastos públicos, estão ameaçadas no momento.

Paralelamente, alguns setores vitais da economia e do empresariado manifestam enorme preocupação com relação ao modo como o país vem sendo administrado. Não bastasse isso, muitos analistas estrangeiros consideram que o Brasil vem passando uma imagem inadequada ou, no mínimo, dúbia, nas suas relações e posicionamento diplomático, especialmente no que tange aos conflitos hodiernos. Tais considerações espelham - que fique bem claro - apenas o que colhemos em vários periódicos.

Ao que tudo indica, teremos uma eleição muito acirrada, combativa, provavelmente permeada de ataques pessoais, escândalos e dossiês de toda natureza. A propósito, os sinais de que o tom será de intensa agressividade mútua já são observáveis. Mas o fato é que a atividade política em nosso país tem sido assim. Na verdade, não difere substancialmente do que ocorre em outras nações – salvo raras exceções. A política desperta paixões e interesses nem sempre confessáveis.

Política, aliás, é definida, pelo dicionário Houaiss, como “arte ou ciência de governar”, ou “arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados”, entre outras coisas. Como se vê, trata-se de assunto da mais alta relevância. E o Brasil precisa avançar nessa importante dimensão. Mas, para que tal desiderato seja alcançado, mister se faz que disponha de homens e mulheres que abracem valores superiores. Ou seja, pessoas que sejam motivadas pelo desejo simples, mas extraordinário, de servir aos seus semelhantes sem necessariamente lucrar com isso.

Lembra o Espírito Emmanuel (na obra Vinha de Luz, psicografia de Francisco Cândido Xavier) que “O Governador da Terra, entre nós, para atender aos objetivos da política do amor, representou, antes de tudo, os interesses de Deus junto do coração humano, sem necessidade de portarias e decretos, respeitáveis embora”. Portanto, a falta de ética, a disseminação da mentira, a busca desesperada de obter poder e influência, as atitudes venais, o desejo infrene de querer arrebanhar vantagens e benefícios pessoais são condutas incompatíveis com o partido do “amor à humanidade”.

Não obstante a importância estratégica da atividade política, considerando as responsabilidades que abarca, a desconfiança gerada na população é compreensivelmente superlativa. Em resumo, a política tradicional tem sido eivada de deslizes morais, bem como geradora de crescentes decepções nos eleitores. Diante disso, e considerando as mudanças espirituais ora em curso, vale recordar as sugestões da espiritualidade. Nesse sentido, na mesma obra, alerta-nos Emmanuel “... de que os administradores do mundo são, na maioria das vezes, veneráveis prepostos da Sabedoria Imortal, amparando os potenciais econômicos, passageiros e perecíveis do mundo; todavia, não te esqueças das recomendações traçadas no Código da Vida Eterna, na execução das quais devemos edificar o Reino Divino, dentro de nós mesmos”.


Anselmo Ferreira Vasconcelos

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Especial do Mês


O especial do mês, “Doutrinário de Fé”, traz uma reunião de artigos com temas atuais abordados sob a ótica da doutrina espírita, destacando textos publicados em sites e periódicos de autoria dos principais articulistas e estudiosos espíritas.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Signos de Deus

Uma meditação com um dos mais belos espetáculos da natureza em "super fast motion".


terça-feira, 27 de maio de 2014

Louvor a Deus




Ó Deus!

Tu és a Luz do Universo, a maior energia que existe, a substância de todo bem.

Nesta hora, venho expressar o meu louvor à Tua grandeza. Tudo criaste, desde as estrelas colossais até os mais ínfimos seres.

A Tua vibração, infinitamente boa, penetra todo o meu ser; vasculha, sustenta, harmoniza os meus mais íntimos pensamentos e sentimentos.

Não estou aqui para Te pedir coisa alguma material, porque conheces as minhas necessidades, até as pequeninas que eu mesmo desconheço.

Vim para louvar a Tua infinita bondade, Tua luz, Teu poder que reconheço estarem, também, implantados no santuário da minha consciência.

Guia, Pai, os meus pensamentos, abençoa as minhas mãos, levanta os horizontes do meu pensamento, ilumina a minha alma, abre-me a esperança da vida melhor.

Obrigado! Obrigado!


Lourival Lopes

Do livro “Preces do Coração”, de Lourival Lopes.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Oração para um Mundo Melhor




Senhor,

Como deve ser difícil reinar num mundo desunido, composto de homens que não conhecem seu verdadeiro amor.

Como deve ser difícil ver essas desigualdades sociais, essa ânsia de poder, que ultrapassa a liberdade de ser dos que pretendem seguir com amor.

Como deve ser triste ouvir tantas queixas, lamentações e choros, quando, na verdade, você está dando oportunidades para evoluirmos.

Como deve ser desagradável ouvir pedidos de caminhos e soluções, sabendo que cada ser, escolhe por si só, o melhor caminho à seguir, pois é de livre arbítrio a trajetória de cada um.

Como deve lhe entristecer ver os seres com tantas capas e barreiras, se envergonharem do amor que existe em seus corações, se amedrontarem de sua parte que você deixou dentro de nós.

Como deve ser triste ver as pessoas disfarçarem suas vontades de abraçar, beijar seus irmãos e deixar fluir seu mais puro amor, se é exatamente isso o mais importante para você.

Como deve lhe machucar estar tão pertinho de um ser que diz não acreditar em você.

E, diante de tudo isso, meu Pai, você está sereno, calmo, cheio de amor, nos perdoando, nos protegendo, nos incentivando, nos ensinando e nos amando.
Permita-me, Senhor, colaborar na sua grande tarefa de levar um pouco de luz à toda essa escuridão.

Permita-me, Senhor, tentar semear um pouco de amor entre meus irmãos.

Permita-me, que com todo meu empenho, coragem, amor e humildade, que hoje trago em meu coração, realizar um pouco do que tanto desejo:

Lhe ajudar para construir um mundo melhor!

Um mundo onde as pessoas encontrem dentro de seus corações, um lugar para o perdão, a compreensão e o amor.

Um mundo onde haja respeito por cada ser, desde os minerais, vegetais, animais, até o próprio homem.

Um mundo onde todos queiram resolver suas dificuldades, aceitar suas limitações, mas buscar sempre, um dia estar no seu colo.

Um mundo que seja apenas um lindo jardim, com milhares e milhares de flores.

Algumas prontas para brotar, outras brotando e muitas outras se abrindo. Abrindo e espalhando novas sementes.

Um mundo onde não haja medos, mas apenas humildade, onde cada qual se veja como realmente é e queira mudar. Mudar verdadeiramente, sem medos de sofrimentos, em busca de uma felicidade e harmonia interior.

Um mundo onde todos já tenham aprendido a amar. Amar com um Amor Maior. E poder entender e ajudar aqueles que conhecem somente o amor menor.

Um mundo onde as crianças tivessem suas vontades respeitadas e que suas palavras e sentimentos fossem ouvidos com liberdade.

Um mundo onde não houvesse a disputa pelo poder, mas sim o reconhecimento de quem está mais preparado para conduzir cada coisa, com apenas um objetivo: Doar.

Um mundo onde não houvesse a pobreza, pois todos já teriam entendido o lado material e se ajudariam mutuamente.

Um mundo onde todos já soubessem que é apenas uma ilusão ser bonito, ser rico, ser poderoso e que só uma coisa é de fundamental importância - O Amor!

Um mundo onde existisse a fé, a solidariedade e a paz.

Um mundo de paz.

Ajuda-me a ajudá-lo, Senhor, porque é seu o tempo da minha vida.

São suas as minhas manhãs, tardes e noites.

É seu o meu coração.



Fonte: Grupo Espírita "Irmã Angélica"

segunda-feira, 19 de maio de 2014

sábado, 17 de maio de 2014

Meditação A Energia do Amor - Mirna Grzich


Essas frases são de Deepak Chopra sobre a energia do amor, vamos refletir sobre elas?
Três coisas são absolutas e não podem ser destruídas: consciência, ser e amor.
Você estará amando quando souber que você é amor.
O amor é o impulso da evolução que expande a vida.
Qualquer desejo de crescer está seguindo o fluxo do amor.
Se você bloquear seus desejos vai bloquear seu caminho natural de crescimento.
O amor é o início da jornada, o seu fim e a própria jornada.
O caminho do amor está em toda parte e em parte alguma.
Não há lugar onde você possa ir que esteja desprovido de amor e lugar algum que você possa deixar que já não seja amor.
O amor se baseia não no modo como você age ou sente, mas em seu nível de consciência.
O amor pessoal é uma forma concentrada de amor universal, o amor universal é a forma expandida de amor pessoal.
Amar outra pessoa não é algo distinto de amar a Deus, uma coisa é uma onda e a outra é um oceano.
A mente julga o que é bom e mal, o amor só traz o bem.
Todas as orações são respondidas, as orações respondidas mais rápido são as que pedem entendimento.
Os sonhos tornam-se realidade quando são guardados silenciosamente no coração, não diga seus sonhos ao mundo, sussurrem-os ao amor.
O amor está em toda parte, mas em alguns lugares ele é bloqueado pelo medo.
As outras pessoas são espelhos de seu próprio amor, na realidade não existem outros, só o eu superior em outras formas.
Quando você culpa e critica os outros está evitando alguma verdade sobre si mesmo.
As visões e os sons da natureza são lembretes de uma criação amorosa.
A compreensão traz a verdade que é o amor em ação.
O amor é como uma água, se ele não flui torna-se estagnado.
Contemple o amor todos os dias, as reflexões amorosas fazem o coração crescer.
A mais alta expressão do amor é a criatividade.
Amar inocentemente é permitir que os outros expressem quem são.
As outras pessoas parecem erradas quando as perspectivas delas não correspondem as suas.
Todos os desacordos são resultados da má compreensão do nível de consciência da outra pessoa.
O poder organizador do amor é infinito.
A solução nunca está no nível do problema, a solução é sempre o amor que está além dos problemas.
O amor nunca força, o amor é inteligente e só traz a você o que você precisa.
O espírito é apaixonado, sem paixão ninguém pode ser verdadeiramente espiritual.
A energia sexual é neutra. Ela pode ser amorosa ou não, dependendo de como você a usa. Quando o sexo é totalmente amoroso você experimenta a Divindade através do parceiro.
O verdadeiro amor está aqui e agora. O que quer que você recordar ou antecipar é apenas uma sombra do amor.
Quando o amor é substituído por um objeto o resultado é um vício.
O tempo é inimigo do ego e não do amor.
Sentir a beleza é conhecer a verdade, conhecer a verdade é estar amando.
O amor não precisa de razão, fala através da sabedoria irracional do coração.
O coração precisa aprender a confiar para estar tranquilo no amor.
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